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02 = Belas Ideias (ruins)

Agora, vamos continuar a contar a vida do idiota do Will Belmarques. É, porque só um idiota seria capaz de aceitar uma aposta sem pensar duas vezes!

Meu Deus, onde eu estava com a cabeça? Em cima do meu pescoço era que não estava, com certeza!

Agora, eu teria que bolar um plano, que fizesse com que a garota mais difícil da escola, aceitasse, sem mais nem menos, namorar comigo.

Isso porque a vida não é a porra de um filme adolescente, em que a garota se apaixona por você somente por ver seus olhos azuis; e eu já começava me ferrando, porque meus olhos eram tão marrons que chegavam a ser pretos.

Puta merda, Will, parabéns!

Mexendo em meu bolso da calça puxo de dentro dele a chave de casa. Coloco dentro da fechadura e a giro, e só quando escuto o "trec" da porta é que a empurro, fechando a mesma assim que passo por ela. Sigo em direção ao meu quarto, mas não sem antes reparar no quanto a casa estava vazia e solitária. O barulho do cano de água, que às vezes ecoava pelo meu maravilhoso quarto, só deixava as coisas mais evidentes; às vezes, nem mesmo parecia que três pessoas moravam ali. E que futuramente, seriam quatro.

Mesmo que tentasse, não conseguia parar de pensar que talvez os meus pais não se importavam nem um pouco comigo. Me deixavam em casa, para fazer tudo para eles, e eu quase nunca os via.

Sempre quando pensava sobre isso, meu semblante mudava, e me pegava vagando em minhas memórias; o pequeno Will estava lá. Lá no fundo. Quase sendo jogado do barranco das memórias, só sendo mantido porque às suas memórias com os pais presentes, preenchiam às minhas, sem eles por perto.

Não era possível que em meus plenos dezessete anos, eu conseguisse contar nos dedos os "passeios" que eu tinha tido com eles. Na verdade, eles nem mesmo podem ser denominados como passeios; não quando você é pequeno e tem que acompanhar o seu pai no trabalho, porque sua mãe não te quer em casa, a estressando. Ou quando à sua mãe tem um encontro de fãs, em que fica por mais de três horas assinando livros, enquanto você — eu, no caso — apenas deita em um puff, e dorme.

Minha situação com os meus pais nunca foi fácil, mas antes, era melhor. Antes, quando morávamos perto da vovó, e tínhamos o apoio dela para as coisas.

Depois que ela morreu nos mudamos para a nossa casa na cidade, e aí minha mãe buscou seu sonho de ser escritora, enquanto meu pai, tentava se virar com o trabalho que encontrava, na tentativa de suprir as nossas necessidades.

Acho que a única vez que posso realmente contar como um passeio de verdade, é quando eu soube que os meus pais iriam ter um bebê, e para comemorar, eles compraram pizza. Não sei se eles se ligaram que essa é a minha comida preferida, mas eu gostei disso, e gostei ainda mais quando eles se viraram para mim e, perguntaram qual sabor eu queria.

Sim, esse sempre vai ser o meu melhor momento com eles, e o mais real.

Abri os olhos, devagar, e olhei para o "teto" do quarto por alguns segundos. Estava tão enrolado que chegava a ser cômico.

Igor tinha chegado no ano anterior, e já tinha uma namorada; era o capitão do time; bem afeiçoado — na minha opinião não era bonito, mas as meninas achavam. Tudo isso, unido aos músculos que ele parecia tirar do ar.

Enquanto isso, eu ainda tinha que fazer o almoço, e lavar o banheiro. Tinha que estudar. Tinha que voltar a treinar hockey. E ainda por cima, tinha que arrumar uma namorada.

Respirei fundo, abri a cômoda que ficava ao lado da escada, e tirei a blusa branca, vestindo uma salmão, bem folgada, que tinha um símbolo que eu não fazia ideia do que era. Também vesti um short azul, e dei o nó nos cordões.

A maioria das minhas roupas a minha mãe comprava na promoção, e eu, não dava a mínima para isso.

Roupa é roupa. Você escolhe, veste, e tampa o frio.

Lembrei de pegar o meu celular, e ligar para ela. A velha estava fora por muito tempo, e eu precisava me certificar de que ela ainda estava lúcida.

— Aonde você está? — perguntei assim que ela me atendeu. Abri a porta que separava a área de cima, com o buraco em que eu me escondia.

— Oi querido, estou... — Sua pausa veio com um longo suspiro, cansado — tentando ter ideias. — Disse por fim.

Humm... — Entrei na cozinha, e logo, peguei uma panela para fazer arroz. — Dormiu? — Nem deixo que ela me responda, pois rapidamente prossigo: — Precisa dormir.

— Eu dormi... — ela faz uma outra pausa, e com isso percebo que ela não dormiu tanto assim como eu gostaria, mas espero que ela mesma me responda — Um pouco.

Sabia.

— Não pode fazer isso — a repreendo enquanto passo o celular para o outro lado, tentando derramar o óleo na panela. — Se você não dormir, a Melissa também não dorme. — Apelo.

— Estamos bem, Will. — Sua voz é firme. — Eu... preciso entregar esse manuscrito essa semana. Irei terminar logo.

Derramei o arroz no escorredor, e coloquei o celular no viva-voz, o deixando na beirada da pia.

— Irei te buscar. Se você desmaiar na rua o papai vai me matar. Sabe disso. Aonde você está? — Perguntei novamente, vendo que ela ainda não havia me respondido isso.

— No café. Só por favor, me deixe terminar isso, Will. Não venha ainda, as ideias estão chegando — ela sempre usava essas desculpas comigo, e como sempre, eu às aceitava, indo buscá-la horas depois.

— Ok, te busco em duas horas. Termine em casa depois disso, ou eu ligo para o papai. — Peguei um pano de prato que estava em cima da pia e sequei minha mão, em seguida, desliguei o telefone, porque sabia que ela iria se opor.

Peguei o alho, descasquei, e cortei em pequenos pedaços, ligando o fogo assim que havia terminado de fazer essa tarefa.

Porra, cadê o meu celular? — Me perguntei. Um minuto sem ele, e eu já me sentia estranho. O avistei ainda na pia, e saltei para o outro lado. Mexi o alho, que já estava fritando, enquanto respondia uma mensagem de Igor.

"Falou com o Victor?"

— Aí meu c...! — Quase exclamei, mas lembrei que ainda tinha que jogar o arroz, por isso, o joguei, coloquei o sal, mexi, e corri para jogar a água.

"Claro que não, Igor! Se não tivesse feito aquela aposta eu teria me lembrado!"

Pura mentira. Victor já tinha se levantado antes mesmo de tudo acontecer.

"Vai arregar?"

Decidi gravar um áudio, e para a minha própria segurança e integridade, ele não será descrito.

Enquanto o arroz fervia, decidi ir lavar o banheiro. Sabia que ele estava ao ponto de criar lodo, já que se eu não o lava-se, ninguém iria.

Já eram quase duas horas da tarde, e o Will, ainda estava lá, dividindo o seu tempo entre fazer arroz, e lavar o banheiro.

Minha vida é uma maravilha. Com toda a certeza!

Depois de quase me esquecer de colocar a segunda água no arroz, voltei a subir, para terminar de limpar o banheiro. No caminho, um forte desejo de entrar no quarto que deveria ser meu, me atingiu. Olhei para o banheiro, que ficava ao lado esquerdo, e voltei a olhar para a direita, onde a porta daquele quarto, entreaberta, parecia me chamar.

Decidi me render, entrando nele.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o móbile; com ovelhas bonitinhas e, rechonchudas, fazendo destaque ao berço rosa, no centro. Passei a mão pela cômoda — que era mais rosa do que branco — do lado esquerdo, com as gavetas tendo desenho de nuvem; até mesmo o abri, vendo vestidinhos, calças, macacões, meias e calcinhas.

Não sabia porque tinham comprado até calcinhas, sendo que a menina nem tinha nascido ainda, mas os meus pais já estavam bobos por ela.

Fechei todas as gavetas, para dirigir minha atenção ao berço, que era iluminado pela janela, que agora, tinha grades. Deslizei meus dedos pelas laterais, indo até a ponta. Um travesseiro gravado com o seu nome estava dentro, por isso o peguei. "Melissa" estava escrito em letra cursiva, e eu lembro de minha mãe o fazendo, assim, como a coberta que estava dobrada na ponta. Apertei o travesseiro involuntariamente, e passei o olhar pelo quarto novamente, desde o ventilador no teto, até o guarda-roupa também rosa, que estava posicionado no lado direito, com as maçanetas também tendo detalhe de nuvem. Parei o olhar nos quadros pendurados na parede, sendo que um deles, eu mesmo tinha escrito. Meus pais o imprimiram com uma letra muito melhor que a minha, mas o recado ainda era o mesmo:

"Melissa, que chegue em segurança, para que possa tomar o meu lugar."

Sorri, mas ao mesmo tempo, larguei o travesseiro dentro do berço novamente, para descer as escadas correndo, já que, o branco dos lençóis me fez lembrar de uma coisa:

Puta merda, o arroz!

Deslizei pelo chão, e entrei na cozinha, desligando o fogão.

Ao abrir a tampa da panela, pude sentir um pouco de cheiro de coisa queimada. Para conferir melhor, fui em direção ao armário, e tirei de dentro dele uma outra panela, do mesmo tamanho dá que estava em cima do fogão. Coloquei a panela limpa em cima da mesa, e com cuidado, despejei o arroz para a panela vazia. A cada grão branco que caia, me sentia aliviado, mas não por muito tempo, já que os tostados começaram a vir; em menor número, já que só o fundo ficou tostado.

A panela com o arroz pregado eu coloquei dentro da pia, e enchi a mesma de água.

Para não perder mais tempo — já que esse pequeno exercício fez com que eu ficasse com mais fome — abri a geladeira, e peguei um ovo, que eu fritaria e misturaria com o feijão.

◆◈◆

Só quando estico meus braços, para tirar a preguiça do meu corpo é que noto que estou deitado em algo macio; estiquei mais ainda e deixei que eles analisassem o terreno, e quando foram de encontro ao meu travesseiro, meus olhos se arregalaram. Me sentei na cama, ainda meio zonzo, voltando aos poucos a realidade. Passei a mão pelos cabelos, os jogando para trás, ao lembrar que teria de ir buscar a minha mãe. 

Eu faria isso, ela gostando ou não.

Meu pai quase entrou em desespero na vez em que ela sumiu. Só depois de tanto rodar a cidade, e perguntar, descobrimos que ela estava no café. Dormindo.

Passei a mão debaixo do travesseiro, procurando o meu celular, e assim que ligo a tela, vejo que são quase cinco da tarde.

— Eita, porra! — Arregalei os olhos, e rapidamente fui a procura de meus chinelos.

Eu tinha dito que só me deitaria por alguns minutos, e já eram quase cinco horas!

Se meu pai soubesse que minha mãe estava na rua desde manhã...

Ahhh, eu não quero pensar nessa possibilidade!

Imediatamente vou de encontro ao espelho, e com pressa, passo minhas mãos pelos meus cabelos, como forma de arrumá-lo.

Abri a porta do meu quarto, e antes que ela se fechasse já estava abrindo a porta da frente.

Passei o caminho todo olhando para as coisas que estavam a minha frente; casas normais igual a minha, sorveteria, lan house, pizzaria, e, por fim, virando a esquina, a tal cafeteria onde minha mãe passava horas e horas, escrevendo.

Dizem que quando você está em paz, o demônio insiste em te atentar, e eu tive comprovação disso.

Apenas virei a esquina, querendo o mais rápido possível tirar a minha mãe da cafeteria, mas, assim que virei, bati os olhos no meu maior problema.

Emília de Azevedo.

Emília estava toda sorridente, e por alguns segundos, me enganei dizendo que não era para mim, mas os seus passos pareciam vir em minha direção.

Olhei de relance para o seu vestido amarelo, que ficava ainda mais radiante graças ao sol forte da tarde.

Admito. Eu babei um pouco. Apesar de seus vestidos geralmente serem grandes, com esse sendo um pouco acima dos joelhos, eles ainda se encaixavam com o seu estilo.

Desviei o olhar para o chão, pensando que ela somente passaria por mim, mas assim que estava perto o suficiente, escutei ela perguntar de forma quase cantada:

— Oi, Will, trouxe o seu celular e os seus fones para escutarmos mais músicas dos Beatles? — Suas sobrancelhas estavam levemente arqueadas, e um sorriso brincalhão escapava por entre os seus lábios.

Coloquei a mão no bolso do short, e só o que encontrei foi o meu celular.

— Acho melhor deixarmos para uma outra hora, só estou com o meu celular aqui. — Mostro para ela, ao mesmo tempo em que solto uma risada.

Nos olhamos por alguns segundos sem termos o que dizer, até que ela decide quebrar o silêncio:

— Acho que vou indo.

Eu tentei deixá-la ir, até mesmo concordei com a sua frase, mas no segundo em que a vi sorrir uma última vez para mim, como forma de se despedir, me lembrei da minha aposta com Igor, de conseguir namorá-la até o final do ano.

Eu não sou o tipo de cara que chega em uma garota de repente, já paquerando e dizendo que quer ela. Então, para que eu conseguisse sucesso, ela teria que me ajudar com isso, e a sua tentativa de puxar assunto comigo me fazia pensar que ela estava me dando liberdade para me aproximar.

— Emília... espera.

Ela se vira para mim, e os seus olhos verdes, me encaram.

— Sim?

Como começar a explicar a ela que eu havia aceitado a merda de uma aposta, que a envolvia?

Pois é, extremamente difícil de se começar um assunto assim, ainda mais quando ela me olhava séria, a espera de que eu começasse a falar.

— Então... — Tento dizer algo, mas as palavras simplesmente não saem da minha boca.

— É sobre a aposta? — Pergunta, e eu olho espantado para ela, que nem me deu tempo de lhe perguntar algo, pois já foi respondendo: — Eu aceito.

Meu semblante se fechou. Vi minha mente jogar para o alto todos os planos, e todas as tentativas que planejava, porque ela simplesmente sabia, e mais do que isso, aceitava.

Ri de forma descrente, querendo que ela percebesse minha reação, que aos poucos, se tornou uma risada sarcástica.

— Você... aceita? — Perguntei para ter certeza, e ela, concordou. — Mas... o quê... ?

Eu nem mesmo conseguia formular uma frase direito, de tão espantado que estava, mas ainda assim, ria por conta disso. Até que, como forma de acabar com a minha diversão, ela completou:

— Mas tem uma condição. — Ela estava com um dos dedos levantados, para dar ênfase nessa única condição. — Você não pode se apaixonar por mim. Nosso namoro será apenas de fachada, sem sentimento. — Explica.

Controlei o meu próprio riso, para poder responder.

— Não se preocupe, eu não vou me apaixonar por você.

— Então, vamos apostar. — Sua mão foi estendida a mim, esperando pelo meu aperto. — Se você se apaixonar por mim, vai ter que gritar isso na frente de todo mundo, no meio de um jogo.

Agora eu estava sério. Mal tínhamos jogos, e ela queria que eu gritasse algo como isso em um deles.

Mas... lembrem-se de como eu comecei isso:

"Will Belmarques, é um grande idiota".

— Ok, senhorita hipster. — Apertei sua mão, porém, meu sorriso demonstrava que eu faria uma proposta. — E se você por acaso se apaixonar pelo grande Will aqui, vai ter que ir ao baile do final do ano totalmente arrumada e, montada, de um jeito que drag queens se orgulhariam.

Seu peito se estufou, com uma exclamação subindo até sua garganta, para no final, morrer na praia, nadando de volta em longas braçadas.

— Eu... aceito.

E ali se formou o nosso elo. O vínculo que parecia nos unir, até que algum de nós perdesse; seja nos apaixonando um pelo outro, ou por outras pessoas.

Era a promessa que faria Will Belmarques perceber que ao invés de viver, estava apenas vagabundando por aí, enquanto a vida... Era muito mais do que a tela que o seu celular mostrava.

Ainda tentei balbuciar alguma coisa, mas ela se virou, de forma totalmente confiante, fazendo com que o seu vestido que era maior na parte de atrás, balança-se, e eu, como um cachorro de frente para uma máquina de frangos, o observei ir e vir, até o seu rastro sumir na virada.

Balancei a cabeça, querendo não pensar merda, e voltei a andar até a cafeteria. Seu cartaz, que era refletido, mostrando a mesma coisa para a direita e para esquerda, mostrava que estava aberto. Parei em frente ao vidro, e vi, pelo lado de dentro, minha mãe ainda digitando no computador, em uma das mesas dos fundos; a mesma que ela sempre se sentava quando conseguia escrever algo.

Empurrei a porta, a encostando com cuidado, e assim que a sineta voltou a tocar, ela olhou para a direção da porta, e soltou — de forma pesada para que eu percebe-se — um longo suspiro. Se eu estivesse com os meus fones, saberia exatamente qual música dos Beatles teria mostrado a Emília: yesterday.

Ontem

Todos os meus problemas pareciam tão distantes

Agora parece que eles vieram pra ficar

Oh eu acredito

No passado.

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