Mudanças
☕ Notas iniciais ☕
Bom, aqui vão algumas coisinhas que vocês precisam saber antes de ler:
1. É uma fic Taekook com menção Namkook, o que significa que terá momentos onde a relação do Jungkook com o Nam poderá ser um pouco citada.
2. Não terá adultério. Em determinado momento da fic Taekook vai se envolver, mas o relacionamento Namkook já vai ter terminado.
3. O Namjoon tem uma personalidade forte e é um personagem que eu estou tendo bastante delicadeza em expressar os motivos e pensamentos dele, tenham paciência pls.
4. Sobre direito penal, eu não me aprofundei muito no assunto e decidi que vou fazer do jeito que achar melhor pro enredo da fic. Então relevem um pouco as leis nesse universo porque talvez eu opte por algo que na vida real não seja possível acontecer.
5. Quero enfatizar que (mesmo que bem pouco) a história em determinado momento irá mencionar temas como: 1- Bissexualidade, 2- Menção de drogas e 3- Linguagem imprópria.
6. A música tema da fic é Maybe do James Arthur.
Quero agradecer ao Sunivers13 por me conceder o pedido de capa, feito por chishikizi 💜
Isso é tudo. Tenham uma boa leitura :)
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17:08 – Quarta-feira
Naquele dia as coisas mudariam na vida de Jeon Jungkook. Definitivamente.
Os passos que o mesmo dava em direção ao elevador do apartamento, que passou a dividir com o namorado, estavam curtos e receosos. Ele sabia que encontraria algo quando entrasse lá. Sabia que Namjoon escondia algo e estava disposto a descobrir naquela tarde.
Não tinha avisado que estava voltando para casa mais cedo, a sua intenção era pegar no flagra o que o mais velho estava fazendo. A porta se abriu devagar. Os passos continuaram silenciosos e curtos, evitando qualquer barulho. Quando o de fios tingidos de loiro passou pelo corredor e chegou até um determinado cômodo, sentiu a respiração falhar com a cena que viu.
A sua postura se desfez em segundos.
— Que merda é essa, Namjoon?
Jungkook sentiu o coração acelerando a cada movimento que o namorado fazia. O mais velho se levantou rapidamente da cadeira onde estava e com a mão destra passou a arrastar uma quantidade significativa de pó branco em cima da mesa de vidro onde faziam as refeições.
— Eu posso explicar.
— Ótimo, começa explicando o que é isso em cima da mesa — falou sério, cruzando os braços enquanto encarava o companheiro a poucos passos em sua frente.
O mais velho, de fios castanhos escuros, continuava juntando o pó que antes estava espalhado pela mesa, agora colocando tudo em um saco transparente. O mais novo ali, ao mesmo tempo que aguardava uma explicação, já tinha tirado as suas próprias conclusões. Ele sabia que o seu namorado estava estranho há semanas, Jeon havia percebido uma movimentação diferente de Namjoon e foi graças a isso que naquele dia em específico ele decidiu largar mais cedo do trabalho. Sentia que quando chegasse em casa encontraria a resposta para suas dúvidas.
Dito e feito.
— Olha só, Jungkook, isso aqui– — Ele parou de falar assim viu o amado vir em sua direção.
Jungkook, com passos firmes, chegou até a mesa e passou pela superfície o dedo indicador da canhota, coletando qualquer resquício da substância que antes estava ali.
— Espera... — Namjoon segurou o pulso dele, criando um contato visual com o mais novo que, naquele momento, o olhava claramente irritado.
O de fios loiros puxou o próprio pulso, se soltando da mão do Kim com nenhuma delicadeza. Levou a ponta do indicador até o nariz e depois até a língua e tirou toda a conclusão que já havia imaginado.
— Cocaína? — O tom de voz saiu irritado, porém era nítido a decepção que ele também carregava.
— Eu não queria que descobrisse dessa forma. — Suspirou, sentindo a respiração falhar ao ver Jungkook assentir com a cabeça e se afastar de si.
Jeon prensava os lábios enquanto andava de uma lado para o outro com as mãos na cintura, tentando conter a vontade de chorar. Ainda estava tentando absorver aquela informação, querendo no fundo do coração que tudo fosse um pesadelo e que ele pudesse acordar logo. Mas não era.
— Se livra disso.
Silêncio.
No ambiente só era possível ouvir os passos do mais novo ainda andando de um lado pro outro. Namjoon coçou a nuca, mantendo o olhar no chão.
— Namjoon — chamou, vendo o olhar sério do mais alto logo em seguida. — Você vai se livrar disso.
— Não posso...
— Como?
— Não posso me livrar disso.
E então Jungkook riu, desacreditado com o que tinha acabado de ouvir. Cruzou os braços e encarou o namorado que estava a cinco passos de si.
— Você vai se livrar disso. Agora — mandou, autoritário. Entretanto, ele não imaginava que Namjoon fosse na direção de uma bolsa no canto da parede, essa a mesma que Jungkook não havia percebido estar ali.
Se antes o coração do mais novo estava acelerado, naquele instante ele pensou que sentiria ele sair pela boca.
O de fios castanhos tirou da bolsa mais pacotes, alguns transparentes e outros de cor preta, escondendo o que havia dentro. Até o momento, Jungkook mantinha a mesma pose de antes, isso até ver um revólver ser retirado da bolsa e ser posto sobre a mesa. Ele sentiu sua cabeça pesar e uma leve tontura começou.
— Eu não queria que fosse assim, de verdade. — A voz saiu baixa. Ele suspirou ao ver o namorado se apoiar em uma pequena estante não muito distante de onde ele estava. — Jungkook...
— Isso não pode estar acontecendo. — Ele ainda se segurava no móvel, olhando para algumas das fotos que tinha com o amado em cima daquela estante. — Diz que isso é algum tipo de brincadeira estúpida que você está fazendo.
— Queria que fosse.
O loiro juntou forças e colocou a coluna em postura novamente. Suspirou fundo e se virou para o outro que ainda continuava de pé ao lado da mesa, o olhando com uma expressão preocupada.
— Vai embora da minha casa — disse de uma vez, sentindo o rosto ganhar uma certa pressão por estar contendo a todo o custo a vontade de chorar.
— Jungkook, por favor, deixa eu pelo menos–
— Vai embora — disse ainda mais firme que antes.
— Não pode fazer isso comigo.
— Então se livra dessa merda! — Ele andou com passos pesados até a mesa, empurrando e derrubando os pacotes fechados pelo chão, inclusive o revólver.
— Jungkook! — o mais velho gritou, segurando o outro que chutava as coisas espalhadas no chão. — Para!
— Parar?! — Ele empurrou o corpo do mais alto, fazendo-o dar alguns passos para trás. — Se livra disso ou eu vou ligar pra polícia!
Silêncio mais uma vez.
O clima no cômodo pareceu pesar ainda mais, tendo as duas pessoas dali se encarando sem dizer nada. Jeon sentiu o coração bater forte contra o peito. A respiração estava descompassada e podia imaginar o quão vermelho seu rosto poderia estar.
Namjoon, sem demonstrar nenhuma expressão no rosto, andou alguns passos e agachou, pegando o revólver no chão. Logo, os pacotes também foram apanhados e colocados novamente sobre a mesa. Jungkook então pegou o celular no bolso da calça social que vestia, tratando de colocar na discagem e pôr os números da polícia.
Namjoon o olhou quando o aparelho foi estendido em sua direção, podendo ver o número da polícia discado e prestes a ser efetuado em uma ligação.
— Pela última vez, se livra disso — ele pediu, torcendo mentalmente para que o outro fizesse aquilo.
— Desculpa — Namjoon disse em um fio de voz.
Jungkook então assentiu com a cabeça, voltando a atenção para o celular e finalmente decidiu ligar para a polícia.
— Amor, não posso deixar que faça isso.
Naquele segundo o loiro sentiu o seu mundo desabar. Nunca, em hipótese alguma, imaginou que a cena que estava presenciando poderia acontecer algum dia. E estava acontecendo naquele exato momento.
O celular foi solto e a tela foi trincada quando o mesmo chegou ao chão. Jungkook ficou imóvel, vendo a boca do revólver apontada em sua direção. Seu coração doeu, as mãos suaram frio e os seus pulmões sentiram a ausência de ar quando ele prendeu a respiração.
Namjoon agora tinha uma expressão triste na face, porém a mão continuava firme, erguendo a arma na direção do namorado que permanecia imóvel.
— Me perdoe por isso... — Ele andou até o celular danificado no chão, se abaixando para pegá-lo. Quando levantou novamente, ficando frente a frente com o mais novo, viu o olhar perdido de Jungkook.
Duas lágrimas escorreram pelo rosto bonito do rapaz, uma em cada bochecha. O mais velho engoliu em seco, sabendo que seria pior se tentasse falar qualquer outra coisa, porém, o silêncio estava lhe incomodando mais do que tudo.
— Eu nunca seria capaz de te machucar.
— Você apontou uma arma pra mim — rebateu no mesmo segundo, a voz levemente embargada.
— Não podia correr o risco de você me denunciar. Me matariam por isso, Jungkook.
— Não pensa em mim? — Finalmente o olhou nos olhos. — Não tem noção do perigo que você me colocou quando decidiu trazer essas merdas pra dentro da minha casa?
— Amor, eu não deixaria nada de mal te acontecer.
— Eu não acredito em você — falou friamente. A vontade crescendo cada vez mais dentro de si de pegar novamente o celular das mãos do mais alto. Porém, o medo lhe impediu. — Namjoon, vai embora.
— Eu... tudo bem. — Resolveu não insistir. Se afastou e tratou de colocar os pacotes na bolsa novamente, sendo acompanhado em silêncio pelos olhos do namorado. — Espero que um dia me entenda.
— Não conte com isso. Não mesmo.
Namjoon suspirou, entregando o celular para o loiro novamente. Porém, para sua infelicidade, algo que ele sabia que iria acontecer, aconteceu. O som da campainha ecoou pelo apartamento, fazendo o clima ali ficar pior do que já estava.
Os olhos de Jungkook desviaram do rosto do namorado para o corredor, onde ficava a porta de entrada. Quando voltou a olhar para o mais alto, o viu fazer um gesto para si, pedindo silêncio com o dedo indicador encostado nos lábios. Jungkook sentiu o coração gelar ao ver o de fios castanhos segurar a arma e dar passos silenciosos até a porta. Ele olhou pelo olho mágico a pessoa que estava do lado de fora e só assim guardou o revólver no cós da calça, abrindo a porta em seguida.
Jeon continuava olhando para o corredor, agora vendo o amado cumprimentar um homem que ele nunca tinha visto antes. O tal homem entrou na residência, encontrando com Jungkook que o olhou de cima a baixo quando ele cruzou o corredor.
— Quem é ele? — o de fios claros perguntou, olhando para o namorado que vinha logo atrás do sujeito.
— Ele é um amigo — Namjoon falou com um tom de voz neutro, olhando para o recém chegado ali. — Suga, esse é o Jungkook.
O homem olhou o mais novo da cabeça aos pés, percebendo que o mesmo aparentava não estar com um bom humor.
— Pensei que tinha lhe dito para não dizer nada a ele. — A voz saiu em um tom levemente irritado. Jungkook percebeu que seu namorado engoliu em seco com o comentário daquele homem. — Se ele abrir a boca–
— Ele não vai — o castanho respondeu de imediato, cortando a fala dele. Jeon apenas permanecia calado.
— Você sabe o que acontece com quem atrapalha os meus negócios.
— Sim, eu sei. — Suspirou.
Naquela hora, Jungkook sentiu vontade de correr dali. Os seus instintos diziam o quão perigoso aquele homem era, só a sua presença era algo para o loiro se sentir indefeso e apreensivo. Ele olhou para Namjoon, vendo o mesmo pegar a bolsa que estava sobre um dos ombros e em seguida entregar para Suga, que a pegou e logo tratou de abri-la para conferir o que tinha dentro.
— Certo, bom trabalho — ele falou, fechando a bolsa novamente e a colocando nas costas. — Pagamento adiantado como prometido.
Jungkook viu aquela cena com indignação. A quantidade de dinheiro que aquele homem tirou do moletom e em seguida entregou para Namjoon era, de fato, absurda.
Ali ele viu onde o seu namorado estava se metendo. Não era coisa simples. Definitivamente, não.
— Vende o restante dos bombons e quarenta por cento da grana é tua. Entro em contato quando chegar a próxima encomenda.
Jungkook olhou para o homem cujo um dia pensou que nunca sentiria aversão, as mãos estavam suando frio e a cabeça começou a doer. Namjoon acompanhou o outro até a porta novamente, em silêncio, agora criando coragem para olhar novamente nos olhos do amado quando voltasse pelo corredor.
Já Jeon, aproveitando que não estava mais no campo de visão dos dois homens, andou com passos apressados até o quarto que dividia com o de fios castanhos. Ele fechou a porta e a trancou com rapidez, pegou o celular e agradeceu mentalmente por ele estar funcionando mesmo depois da queda que tinha levado.
A agenda de contatos foi aberta e o nome de Taehyung logo foi pesquisado. O loiro não perdeu tempo em ligar para o cunhado, sentindo o seu coração acelerado e a ansiedade crescer cada vez mais.
— Alô.
Jungkook não conseguiria explicar o quão aliviado ele se sentiu quando pôde ouvir a voz de Taehyung do outro lado da linha.
— Eu preciso da sua ajuda. — A voz saiu um pouco baixa, mas foi o suficiente para que o outro entendesse que ele estava assustado.
— O que aconteceu? Onde você está? — A voz rouca do delegado saiu em um tom de preocupação.
— É o seu irmão. — Fez uma pequena pausa, se perguntando se deveria mesmo avisá-lo daquela forma.
— O que tem o Namjoon?
— Ele... ele se envolveu com pessoas erradas e perigosas, eu não sei o que fazer. — Mordeu os lábios, tentando manter a calma. — Eu tô com medo, Taehyung. Ele teve a coragem de me apontar uma arma...
O Kim ficou em silêncio por três segundos, absorvendo o que o cunhado havia acabado de lhe dizer.
— Está em casa?
— Estou. Um homem acabou de sair daqui.
— Escuta, fique exatamente onde está. Chegarei em cinco minutos.
Quando a ligação foi encerrada, o loiro pôde ouvir o mais velho chamar o seu nome ainda no outro cômodo. Ele guardou o celular no bolso da calça e olhou na direção da cama de casal, sentindo novamente uma tontura pesar na sua cabeça.
— Jungkook. — A voz de Namjoon estava do lado de fora do quarto, a maçaneta sendo forçada na intenção de abrir a porta, porém sem sucesso. — Eu também não queria que visse isso assim. Por favor, abra a porta.
Jeon cobriu a boca, assustado com a quantidade de bolinhas brancas enroladas em um plástico transparente em cima da cama. Na mesma hora ele entendeu o significado de "bombons" que Suga havia falado.
Não demorou para que ele sentisse o estômago revirar, fazendo-o correr até a suíte do quarto. Levantou a tampa da privada e vomitou ali, sentindo um certo alívio depois de colocar tudo o que tinha para fora.
— Amor, por favor...
Ainda podia ouvir o namorado — se é que ainda o via assim — chamar atrás da porta. Ele suspirou, dando descarga e indo até a pia.
— Me dá um tempo! — falou alto para que o outro ouvisse. Ele parou em frente a pia e passou a enxaguar a boca com um líquido bucal, jogando-o de uma bochecha para outra, sentindo o frescor após cuspi-lo. Os lábios ficaram ainda mais rosados.
— Jungkook, por favor, a gente precisa conversar.
Ele suspirou, encarando o próprio reflexo no espelho em sua frente, apoiando-se no balcão da pia. Ao mesmo tempo em que sentia toda aquela aflição, também sentia raiva de Namjoon. Ainda, lá no fundo, não estava acreditando que aquilo estava acontecendo.
Dois anos de relacionamento e confiança haviam sidos jogados no lixo.
— Eu te amo.
Após ouvir aquela frase, ele não conteve a repugnação que subiu em seu interior. Foi até a porta e a abriu com força, encarando os olhos do mais alto em sua frente.
— Se me amasse mesmo não teria trazido drogas para dentro da minha casa!
Quando Namjoon fez menção de tocar o ombro alheio, na mesma hora recebeu um empurrão contra o peito que o fez novamente dar alguns passos para trás.
— Eu não tive escolha.
— O quê? Você não teve escolha? Por acaso tá me achando com cara de palhaço? — Ele cuspia as palavras com certa raiva, o rosto novamente voltando a ficar avermelhado. — Como você foi se envolver nisso, Namjoon?
O mais velho suspirou, esfregando de leve o rosto com uma das mãos.
— Conheci um cara e ele me apresentou algumas coisas.
— E pra quê? Me diz.
— Porque eu não suportava mais a merda do meu emprego — começou dizendo —, não suportava mais a minha mãe jogando na minha cara que eu só estava trabalhando porque ela foi a única que me contratou naquela merda de cafeteria depois de eu não ter sido aceito em nenhuma das entrevista de emprego. — Continuou. — E por fim, não suportava mais ser comparado com o meu irmão e com a vida perfeita e incrível que ele tem, que inclusive é a vida que a nossa mãe queria que eu também tivesse.
— Você mentiu pra mim quando disse que tinha sido aceito no cargo de recepcionista na empresa do seu amigo. — A voz saiu trêmula. — Mentiu pra mim durante dois meses, não foi?
— Eu iria te contar...
— Não, você não ia.
Pela expressão que Namjoon fez naquela hora, Jungkook teve a certeza da sua última fala dita. Isso foi o suficiente para que algumas lágrimas rolassem pelo seu rosto.
— Me perdoa.
E então a campainha tocou.
Silêncio.
Eles continuaram se olhando. Namjoon com o olhar desconfiado. Já Jungkook elevou ainda mais o queixo, mantendo a expressão séria e deixando o rosto erguido.
— O que você fez?
— Calma, tá legal?
— Quem você chamou? — O som da campainha novamente ecoou, deixando o mais velho tenso. — Não saia daqui.
O loiro cruzou os braços, vendo o mais alto andar até o corredor e sair do seu campo de visão. Namjoon pegou o revólver novamente ao mesmo tempo em que olhava no olho mágico. Sentiu o coração gelar ao ver a imagem do seu irmão mais novo ali, acompanhado de mais um rapaz.
Quando ele pensou em tirar a chave da fechadura para não ter que abrir a porta, foi surpreendido quando notou Jungkook ao seu lado, abrindo a porta no mesmo instante.
No mesmo segundo ele guardou o revólver no cós da calça novamente, recebendo o olhar investigativo do irmão.
— Boa tarde — falou o homem que acompanhava o delegado, trocando o olhar entre os dois dentro da residência. — Como você pediu, vou te esperar na frente do elevador, Taehyung. — E então se retirou.
Agora, os três ali ficaram alguns breves segundos se olhando. Taehyung analisando o irmão mais velho e a expressão do cunhado. Jungkook controlando a vontade de falar de uma vez o que o namorado estava fazendo. E Namjoon tentando manter a calma, disposto a negar qualquer coisa que o incriminasse ali.
— Você está bem? — Taehyung perguntou, olhando para o cunhado que o respondeu assentindo positivamente com a cabeça.
— Vai embora, está tudo bem por aqui — Namjoon resolveu falar.
— Coloca as mãos na cabeça e vira de costas.
— Como?
— Preciso te revistar. — Ele suspirou, já prevendo que o irmão não lhe obedeceria.
— Porra, isso é alguma piada?
— Mãos na cabeça, Namjoon. Por favor.
— O que você falou pra ele, Jungkook? — O loiro na mesma hora engoliu em seco, olhando para o cunhado.
— Não me faça mudar a minha abordagem, não dificulte as coisas — falou sério, deixando claro para o Kim mais velho o que aconteceria se ele não obedecesse.
E então Namjoon levou as mãos até a cabeça, já sabendo o que aconteceria em sequência. Seu irmão aprenderia a arma ilegal que carregava, assim como as drogas espalhadas pelo colchão da sua cama e a grande quantia de dinheiro que havia recebido de Suga.
Todo o seu esquema foi por água abaixo naquela tarde e, como consequência, as coisas não ficariam boas para ele.
[...]
Não era fácil para Taehyung algemar o próprio irmão. O seu coração se apertou enquanto prendia os pulsos dele naquele objeto frio e nada confortável. Ele viu o olhar que Namjoon lhe deu antes de ser induzido a entrar na viatura que o esperava na frente do apartamento.
O coração do delegado se partiu, caindo a ficha de que tinha dado voz de prisão ao seu único irmão naquele dia.
No fim, a viatura foi embora assim como algumas pessoas que só tinham parado para observar e comentar a cena que viam ali. Taehyung voltou para o apartamento, encontrando Jungkook sentado na cama de casal. Ali, apenas ali, ele se permitiu chorar com vontade, deixando as lágrimas caírem com liberdade por seu rosto.
O delegado suspirou, descendo o olhar para o chão. Quando estava prestes a dar as costas e ir embora, parou quando seu nome foi chamado pelo cunhado. A voz embargada e trêmula do mais novo fez com que o de fios também castanhos escuros o olhasse novamente no mesmo instante.
— Não me deixe sozinho, por favor.
E foi exatamente ali, quando Taehyung afirmou com a cabeça e disse que não deixaria o cunhado sozinho, que as coisas começaram a mudar entre eles.
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