2 | Mente distraída
Oi!!! Voltei mais cedo porque amanhã a gente vai estar surtando com o BE, né fhsjkfhsdjk surpresa! Boa sorte pra nós em sobreviver, inclusive!
Muito obrigada mesmo pela resposta incrível à minha bebê!! Fico muito feliz mesmo porque eu realmente amo muito muito essa história! E amo muito vocês hihi
Boa leitura!
#ConvidaProBaile
»💭«
Vários dias se passaram e, para falar verdade, não precisei fazer muita coisa para impedir Jungkook de me convidar pro baile de formatura. Ele mesmo não tinha coragem o suficiente e acabava perdendo a oportunidade toda vez. Era um alívio, confesso.
No momento nós estávamos estudando no quarto dele para as provas. As últimas provas do ensino médio. Era até surreal pensar que a gente já tinha chegado até ali, mas também tinha uma certa sensação de normalidade. Todos os momentos de transição da minha vida foram acompanhados de Jungkook e como ele estava lá também, parecia até que eu já tinha vivido aquilo.
Observei melhor o ambiente ao nosso redor, que parecia ter mudado tanto nos últimos anos, mas ainda tinha aquela mesma aura confortável de casa. Jungkook tinha pintado uma das paredes de azul escuro com a ajuda da tia Jeon para poder colar os posters das bandas que gostava — ele teve uma fase bem fanática entre os 15 e 17 e poderia ser considerado o maior fanboy de My Chemical Romance da região —, mas recentemente ele tinha descolado tudo que tinha lá.
Nos últimos meses ele estava mais ligado ainda em artes e gostava de ouvir música instrumental. Eu estava lá quando Jungkook colocou um algum concerto para piano para tocar nos auto-falantes surrados de seu celular e transformou a parede emo no fundo do mar, pintando peixinhos, águas-vivas e reflexos de luz com tinta branca. Ele era todo muito talentoso, não sabia o que uma pessoa assim via em mim.
A cama dele continuava a mesma tirando o colchão que foi trocado porque estava quase se desfazendo. A roupa de cama ainda era ou de espaço sideral ou de flores e seu cobertor favorito era um todo macio de pelinhos, mesmo que a cor verde neon fosse estranha comparado ao resto do aposento.
Um dos únicos costumes asiáticos que a família dele mantinha era ter mesinhas baixas em cada aposento. Sempre estudávamos nela, sentados no chão. Era bem gostoso na verdade, principalmente no verão que nem era agora. Verões sempre me deixavam bobo porque eu ficava me lembrando daquele dia do picolé, a primeira vez que reconheci nossa vontade mútua de se beijar.
Na verdade o verão era difícil por diversos motivos... Tipo o jeito que Jungkook se vestia, principalmente em casa. O shortinho curto de tactel deixava as coxas bonitas à mostra e eu também amava ver seus ombros meio magricelas expostos quando ele usava umas regatas puídas, prestes a virar pano de chão. Ele deixava o quarto todo aberto, desde as janelas até a porta, o que permitia que uma corrente de ar passasse e bagunçasse seus cabelos macios, que imploravam por um cafuné.
Jungkook sempre era adorável, mas tenho certeza que o verão tinha uma magia que fazia ele ficar ainda mais lindo, coisa que nem parecia possível. Despertei de meus pensamentos só quando ele perguntou se eu tinha feito uma das questões de matemática e logo tratei de revirar meu próprio caderno, buscando-a.
Enquanto eu explicava a questão — só do jeito que ele perguntou eu já sabia que era alguma dúvida — senti que seus pés encostarem nos meus por baixo da mesinha e segurei um suspiro, todo bobo. Apesar do clima quente, seu calor sempre era bem-vindo.
O Minnie é todo tão inteligente... Essa carinha de sério que ele faz quando me explica alguma coisa... Os pensamentos de Jungkook me invadiram, assim como um novo fluxo de sangue em direção às minhas bochechas. Me mantive forte, pelo menos na expressão. Esperava que o calor fosse justificativa o suficiente para minhas bochechas vermelhas. Eu amo tanto ele, tenho que dar um jeito de pedir para ele ir ao baile comigo... Será que escrevo uma carta? Escrevendo deve ser mais fácil... Calma, Jungkook, presta atenção na explicação, não dá pra você contar pra ele que não entendeu porque tava viajando nele.
Uma onda de alívio me tomou quando seus pensamentos realmente concentraram-se no que eu estava dizendo, apesar de ocasionalmente desviarem-se para pensar em minha boca, ou nos meus olhos, ou no jeito que eu prendia minha franja com uma presilha para estudar. Mas ele genuinamente entendeu a questão, inteligente do jeito que era, e voltou a estudar. Afastei meu pé do seu, ou não conseguiria me concentrar.
Passamos tanto tempo estudando que só percebemos que escureceu quando o tio Jeon chamou a gente pra jantar. Como eu já era de casa aquilo nem era mais um convite e sim o esperado. Os tios Jeon me tratavam como se eu fosse o próprio filho deles e meus pais até que se esforçavam para fazer o mesmo com Jungkook, mesmo que não passassem muito tempo em casa.
Jungkook foi o primeiro a ir tomar banho depois do jantar e eu, esparramado em sua cama, fiquei pensando quando que a gente tinha parado de tomar banho juntos... É claro que aquilo ia acontecer em algum momento porque os anos acumulavam-se e deixamos de ser crianças, eu só não lembrava.
E fiquei lá, mergulhado nas minhas memórias doces com Jungkook até o mesmo jogar-se de costas na cama ao meu lado. Ainda carregava a toalha ao redor dos ombros, os cabelos molhados grudados na nuca e fazendo com que gotas de água escorressem pelo torso nu. Sua pele fresquinha tocou a minha, arrepiando-me.
Eu amo ele... Era a única coisa que a mente de Jungkook, sempre muito tagarela, falou, um silêncio contemplativo preenchendo tanto seus pensamentos quanto seus lábios. Quis chorar, porque eu também amava tanto ele que doía, e sentir aquele seu cheiro tão gostoso de sabonete após o banho... Queria me enterrar em seus braços, sentir a pele fresca do banho frio se aquecer com o nosso toque. Mas eu não podia e aquilo me agoniava.
— Vou tomar um banho agora também, Kookie — anunciei sem necessidade e ele apenas me observou ir ao banheiro, os olhos expressando tudo aquilo que eu sabia dominar sua mente mesmo que não estivéssemos mais nos tocando. Era eu ali, ele sempre pensava em mim.
Ao contrário de Jungkook eu gostava de tomar banhos quentes. E tentei relaxar ali sob a água confortável enquanto passava xampu no meu cabelo, mas não consegui direito, sempre à flor da pele porque eu sempre estava ao lado da minha paixão, também conhecida como meu melhor amigo.
Passei o sabonete, achando engraçado que mesmo que desse pra sentir um pouco da essência dele em sua pele, Jungkook tinha um cheirinho único, só dele. Uma pena, porque se fosse só o cheiro do sabonete eu poderia comprar um estoque vitalício para poder ficar usando e me lembrando dele quando ele finalmente não estivesse mais preso a mim, mas eu sabia que nada mais na minha vida seria como Jungkook.
Ele era todo muito único, especialmente pra mim, que tive o privilégio de assistir todos os pedacinhos de existência que ele carregava. Abracei meu próprio corpo enquanto me secava com a toalha que, apesar de ser da família de Jungkook, já poderia ser considerada minha. Igual uma escova de dentes cor-de-rosa de princesa que por algum motivo tinha vindo junto da escova de super-herói que Jungkook queria para ele e uma parcela da gaveta de cuecas do meu melhor amigo.
Quando voltei ao quarto vi que Jungkook já tinha puxado o colchão que eu usava pro lado da sua cama e coberto ele com o conjunto de roupa de cama reserva que tinha, o de flores. Sem precisar trocar nenhuma palavra, ele ligou o abajur enquanto eu desligava a luz principal do quarto e, assim como tantas outras vezes, me acomodei no colchão. Às vezes eu tinha impressão que usava tanto ele que já tinha o contorno do meu corpo, mais até do que o da minha própria cama.
— Podemos dormir juntos hoje, Minnie? — ele pediu, o tom de voz baixinho e manhoso. — Que nem nos velhos tempos, me sinto sozinho...
— O que aconteceu, Kookie? — Sentei, ficando na altura do rosto deitado de Jungkook, que me fitava com os olhos redondos e pidões. Eu não aguentei, nunca aguentava, então acariciei seus cabelos para trás de suas orelhas, vendo ele cerrar as pálpebras um pouquinho, apreciando o carinho. — Por que você está se sentindo assim?
Sinto falta de você. Seu cérebro me respondeu e meu peito pesou. Mas isso nem faz sentido, né, Jeon Jungkook? Por que você sente falta do Minnie se ele tá bem aqui?
— Nada não, Minnie — respondeu manso. — Só aqueles sentimentos estranhos que aparecem do nada... Eu estou bem. Só... Dorme comigo, por favor.
Concordei, sem alternativas. Eu não conseguia negar nada para Jungkook. Observei ele abrir um espaço ao seu lado e subi em seu colchão. Fazia tanto tempo desde a última vez... Mas os lençóis ainda eram os mesmos e Jungkook era o mesmo. Ainda era aquele menino bobo, carente e puro que eu aprendi a amar desde a tenra infância e pelo qual eu era apaixonado agora.
— Ah... — Jungkook ajeitou-se em meus braços, apoiando a cabeça em meu peito. Minha mão foi automaticamente parar em seus fios, acarinhando-os. Enlaçou meu corpo em um abraço necessitado, quente, e seus pensamentos misturaram-se com as falas, como muitas vezes costumava fazer. — Faz tanto tempo, Minnie...
— Faz, sim, Kookie... — concordei baixinho, sem ter mais o que falar. Sentíamos falta daquilo tudo.
E deitar com ele ali, daquele jeito, me fez entender ainda melhor seus pensamentos, mesmo que ele próprio não entendesse tão bem. Eu também sentia falta daquilo, dele, apesar de nunca termos nos separado na nossa vida. Também não fazia sentido pra mim, mas talvez sentimentos não tivessem sentido, só estivessem lá, marcando presença.
Eu adorava o jeito que ele se encolhia em meu peito, perfeito para receber meu carinho mesmo que agora fosse muito maior que eu. Adorava seu cheiro maravilhoso, em como todo nosso corpo estava coladinho no do outro, compartilhando o calor confortável desde as pernas entrelaçadas até os peitos que respiravam juntos. Era certo, simplesmente era.
Acho que eu vou convidar agora... Jungkook pensou e eu automaticamente aprofundei minha respiração para fingir que estava dormindo. Espero muito que a proximidade de seu rosto com meu coração não entregasse o quão boiola emocionado eu era, ele tinha que ficar quietinho... Como que eu ia fazer aquilo?
— Minnie... Quer ir ao baile de formatura comigo? — perguntou baixinho e eu sentia ele tremer de nervosismo entre meus braços. Quis chorar com meu próprio silêncio, mas engoli aquela vontade. Era necessário para Jungkook, ele não poderia ser feliz com alguém que lia ele que nem eu fazia. — Você dormiu?
Que estranho, ele é dorminhoco, mas não lembrava que era tão rápido assim, um suspiro acompanhou seu pensamento. Logo quando eu consegui pedir...
Ficou um tempo em silêncio, imerso na minha respiração profunda e... Falsa. Nem ao menos fechei meus olhos, já que seu rosto estava enterrado em seu peito, e eu observava o contorno acinzentado pela escuridão das minhas próprias mãos repousadas nos cabelos e nas costas de Jungkook.
— Eu te amo tanto, Minnie... — choramingou e, o que eu achava que era pensamento, mostrou-se ser palavras quando ele continuou. — Eu até fico planejando nosso futuro juntos às vezes, sabia?
Mas eu não respondi, e ele esperava que eu não respondesse, utilizando o meu suposto estado adormecido para falar não em alto, mas pelo menos bom som tudo o que pensava o dia inteiro e continuava pensando agora, de noite. Meus olhos encheram-se de lágrimas, mas eu segurei de novo. Ele não podia suspeitar.
— É terrível, Minnie... A gente se conhece há tanto tempo, como eu posso sentir tanta vontade de continuar com você pelo resto da minha vida? Como que eu posso te achar mais lindo a cada dia que passa? Isso é tão injusto... Por que você tem que ser perfeito desse jeito?
Mamãe, me dá algum conselho... O que eu faço, se eu durmo com o amor da minha vida, mas continuo com essa sensação estranha de medo e solidão? Saco... Eu preciso muito mesmo convidar ele pro baile.
— Ah, Minnie... — Pareceu gostar de confessar-se para meu eu adormecido, mas a sua vozinha tão doce fraquejou, triste. E a minha vontade de chorar só aumentou. — Imagina que legal... A gente alugando um lugar juntos... Você gosta do quintal grande aqui da minha casa, né? Vamos procurar uma casa com um quintalzão...
E eu queria tanto ter um quintalzão com ele.
— Eu sempre quis ter um cachorro... Não lembro de ter ouvido você falar sobre bichinhos de estimação, mas... A gente pode ter um cachorro no nosso quintalzão, Minnie?
E eu, bobo por ele, teria um zoológico no quintal se fosse fazer um sorriso se esboçar naquele rosto lindo. Eu amava tanto Jungkook, eu amava tanto seu sorriso. Então, pra protegê-lo, tentei engolir o choro e aquela vontade angustiante e dolorosa de ter uma casa com ele, cheia de pedacinhos e coleções de nós dois.
— Eu sei que a gente combinou de estudar na mesma faculdade, mas... Você promete que os cursos diferentes não vão distanciar a gente? O campus parece tão grande, Minnie... Gosto mais do ensino médio, é tudo tão apertadinho que eu consigo te ver nas aulas de matemática quando saio pra ir ao banheiro durante as aulas de geografia. A verdade é que eu não fico com vontade de fazer xixi, você sabe que eu tenho esse problema de beber pouco líquido... Mas gosto muito de te ver sentado lá, todo lindo. Me acalma. Ah... Eu realmente preciso te convidar para esse baile.
Jungkook sentia, assim como eu, que aquele momento era decisivo, mesmo que não soubéssemos exatamente o porquê. Ainda continuaríamos morando lado a lado porque a faculdade era na nossa cidade, mas... O relógio parecia titaquear de um jeito que não parecia aquela contagem infinita de tempo, mas sim uma regressiva para aquele baile. O baile que significava algo que nem nós dois sabíamos direito o que era, mas nos desesperava.
— Eu devia tentar engenharia que nem você? Pra gente fazer o mesmo curso? — ponderou e a ideia me horrorizou; ver Jungkook moldando as próprias vontades só para se encaixar em mim. — Acho que não daria certo, né, Minnie? Eu combino mais com Artes Visuais mesmo... Eu preciso fazer Artes Visuais para completar nossa casa perfeitamente. Vou deixar um cavalete no nosso quintal para pintar você deitado na grama. Será que o cachorro faria xixi no meu cavalete? A gente precisaria treinar ele...
Suspirou fraquinho. Por que eu sou todo romântico assim? Agora que eu falei de verdade soa ainda mais idiota, choramingou entre pensamentos e eu só queria poder responder que aquilo era lindo e adorável, assim como todos seus pensamentos. E que eu queria adicionar várias coisas no nosso quintal... Tipo um balanço... Talvez um freezer pra gente guardar nossos próprios picolés e assistir ao pôr do sol juntos no verão.
Não que eu precisasse de um quintal grande ou um picolé para ser feliz, eu só precisava do Jungkook e a impossibilidade de correspondê-lo me atingiu forte como um soco naquele momento. Ela sempre me agoniava, é claro, porque eu amava muito ele, mas imaginar todo o futuro que poderíamos ter juntos se eu não fosse daquele jeito talvez tivesse sido um pouco demais... Doía muito.
Fechei os olhos rapidamente quando eu senti ele desvencilhar-se de meu abraço. Jungkook acariciou minhas bochechas antes de deixar um beijinho lá. E no meu nariz, e na minha testa. E puta merda... Eu não podia deixar nem meus olhos lacrimejarem daquela vez ou ele notaria.
— Desculpa por ter falado tanto, Minnie... — disse baixinho, a voz tão gostosinha... Assim como seu cheiro, assim como sua personalidade, assim como seu tudo. — Eu vou conseguir te convidar pro baile, tá? Boa noite...
Como se eu fosse conseguir dormir depois daquilo.
-🌼-
Pisquei os olhos, tentando me manter acordado na aula do professor de física, mas ela era realmente muito chata, especialmente chata, horrivelmente chata. Mesmo assim, eu tentava prestar atenção porque ele era bonzinho e gente fina apesar de tudo, então eu ficava com dó de simplesmente cagar pra aula dele.
Depois de uns quinze minutos desisti, resolvendo que eu tinha que fazer algo ou cairia no solo ali mesmo. Puxei o livro de física debaixo da minha carteira, determinado a pelo menos aprender a matéria, mesmo que não fosse por causa do professor que tinha a voz tão pastosa que mais parecia um sonífero.
Do livro, voou um papel que planou tranquilamente até o chão e estranhei. Normalmente eu prendia todas minhas anotações com um clipe, então não costumava ter folhas soltas entre meus livros. Inclinei-me para pegar o papel e, assim que eu vi as cores de canetinha que o atravessavam e eram visíveis do lado de fora, eu soube que aquilo era o tal convite que Jungkook resolveu escrever.
Suspirei fundo, sabendo que aquilo seria mais uma facada em meu próprio coração emocionado. Esperei dar um tempo antes de abrir discretamente para não chamar a atenção, refletindo quando que Jungkook teve tempo de colocar aquilo debaixo da minha carteira. Ah... Provavelmente foi quando disse que ia ao banheiro enquanto lanchávamos juntos no intervalo. Jungkook nunca ia ao banheiro porque ele nunca bebe água. Devia ter suspeitado, mas preferi acreditar em um sinal de saúde de seus pobres rins.
Abri o convite e, como esperado, transbordava "Jungkook" dele. As canetinhas de diversos tons de azul formando a caligrafia caprichada e os desenhos de fundo do mar que tanto estava gostando de fazer decorando as margens. Eu gostava muito do traço do Jungkook, era só dele e parecia ele: era sincero, cativante e sonhador.
Passei meus dedos por cima da única frase na pequena cartinha, sentindo a textura diferente do papel onde tinha tinta. Contornei as letras até ter traçado com minhas digitais aquele doce "Minnie, você daria um mergulho comigo no baile de formatura?".
Ah, se o Jungkook soubesse o quanto eu queria ir ao baile com ele... O quanto que eu queria mergulhar naquele seu oceano de carinho.
Escondi a carta com cuidado dentro da minha mochila para guardar na minha gavetinha de lembranças, onde a maior parte das coisas era, no final, de Jungkook. Ele não só povoava de fato todas minhas memórias como gostava de deixar pequenos registros daquilo por aí... Às vezes eu fico pensando como nunca percebi que ele era um perfeito artista antes dele expor, tão de supetão que eu nem tinha ouvido nenhum pensamento sobre o assunto, que queria fazer Artes Visuais.
Bem, pelo menos as palpitações do meu coração causadas por Jungkook varreram a sonolência e consegui ficar acordado durante o resto da aula. Não que eu estivesse prestando atenção no professor falando como calcular a corrente de um circuito aleatório, e sim em Jungkook.
No final, meu dia girou em volta dele, como sempre. Quando saí da sala, nem tive tempo de ao menos tentar parar de pensar naqueles olhinhos de jabuticaba quando encontrei eles ao vivo, me fitando cheios de expectativa. Esperando a resposta ao convite.
— Saiu mais cedo da aula, Kookie? — perguntei com um sorriso forçado.
— Ah... O professor teve uma emergência e liberou a gente antes. Resolvi te esperar aqui pra gente ir para a casa.
— Entendi. Quer passar na padaria no caminho? — Continuei tentando agir normalmente, como sempre fazíamos.
— Pode ser... — respondeu com um biquinho chateado. Doía para caralho saber que o motivo daquilo era eu. — Você olhou seu livro de física hoje?
— Olhei, sim. — Fiz-me de sonso de novo, agarrado na ideia de que aquilo era importante para Jungkook ou eu perderia minhas forças. Eu não conseguia ver Jungkook tristinho daquele jeito. — Por quê?
— Olha de novo. — Ele interrompeu nossa caminhada pra saída do colégio no meio de uma multidão de alunos, fazendo com que alguns mais apressados atrás de nós trombassem de leve com a gente.
Fiz uma cara desconfiada, como se não entendesse o que estava acontecendo antes de puxar minha mochila pra parte da frente do meu corpo. Percebi Jungkook observando tudo ansiosamente com um puta peso na consciência, porque eu sabia que não ia ter nada lá.
Abri o livro. Vazio. Jungkook pegou entre suas próprias mãos, folheando-o todo. Vazio. Vi seus olhos lacrimejarem de frustração quando me devolveu o objeto e correu de volta pra minha sala e o segui, apenas para assistir o menino que eu amava procurar aquele pedacinho de papel carinhoso ao redor da minha mesa e debaixo dela. Sendo feito de trouxa por mim. Eu realmente era um merda. Eu realmente queria simplesmente desaparecer daquele mundo.
Jungkook gastou mais minutos do que o necessário para perceber sua derrota, completamente decepcionado. Abracei ele por impulso, mas não deveria ter feito aquilo. Na verdade eu nunca deveria tocá-lo, mas sempre fazia.
Falhei de novo com você, Minnie... choramingou em pensamento, partindo meu coração. Me abraçou de volta com força e deixando que eu sentisse seu cheirinho tão gostoso. Tenho que tentar outro jeito... Ele tem que ir no baile comigo.
— Tudo bem, Kookie? — perguntei, porque eu era seu melhor amigo no final das contas. Mas eu sabia que não estava tudo bem, eu que tinha feito que ele não estivesse bem.
— Tudo, Minnie... — Respirou fundo, recuperando-se e colocando um sorriso na cara para que eu não me preocupasse, apenas provando, mais uma vez, que eu não o merecia. Nunca mereci Jungkook. Ele segurou minha mão com a sua com naturalidade e começou a me puxar para a saída de novo. — Vamos pra padaria.
Não fiz questão de soltar nossas mãos, nem ele, então acabamos caminhando até a padaria daquele jeito. Não acho que aquilo foi uma ideia boa da minha parte, porque mantinha aquela proximidade da qual eu queria que Jungkook se libertasse e fiquei o caminho inteiro lendo seus pensamentos, fofos que nem ele.
Pisei em um negócio estranho.... Espero que não seja nada.
A mão do Minnie é tão pequenininha, se encaixa tão bem na minha... Que saco, eu sou boiola demais por ele.
Boiola é uma palavra boa pra descrever? Era uma ofensa antes, né... Eu deveria pensar que eu sou apaixonado demais por ele mesmo. Mas sei lá, é algo além de estar apaixonado, tem que ter alguma palavra que descreva melhor... É... Alguém tem que criar uma palavra que signifique "sou capaz de me derreter inteiro e viro um idiota por essa pessoa, capaz de um dia eu explodir de amor". Será que eu consigo imaginar?
Boiola.
É... Criar palavras é difícil, devia ficar só na pintura mesmo.
Será que o Minnie vai notar que minha mão tá suando? Ah, com certeza já notou... Espero que ele ache que é porque eu sempre suo muito no verão mesmo, e não porque eu tô quase tendo uma síncope por andar de mãos dadas com ele.
Que borboleta bonita... Será que é estranho se eu pintar uma dessas junto da água viva? Ela é marrom... Não vai fazer sentido, mas talvez fique interessante na minha parede justamente por causa disso.
Borboletinha, tá na cozinha. Fazendo chocolate... Por que me lembrei disso? Deve ter sido aquela borboleta.
Que saco, esqueci de novo de pensar em outro jeito de convidar o Minnie... Tô distraído demais. Deixa eu ver... Esse negócio de andar de mãos dadas parece estar dando certo, né? Tô adorando, parece que somos namoradinhos.
Talvez eu possa simplesmente chegar na casa do Minnie antes do baile, segurar a mão dele e arrastar até lá. Acabou o problema.
Mas se alguém convidar ele antes? Eu tenho que ser rápido! Ah, mas a gente quase não tem amigos na escola além de nós dois... Acho que somos grudados demais um no outro.
Essa loja de roupas é nova? Não lembro de ter visto ela antes... Mas quando que apareceu?
Tem aquela garota que faz trabalho em grupo com o Minnie... Não é porque eu não conheço as outras pessoas que não vá ter uma pessoa que queira convidar o Minnie pro baile também. Não é possível só eu ser apaixonado por ele, o Minnie é todo perfeito desse jeito e a escola é esquisita... Pessoas adoram se apaixonar em silêncio.
Tipo aquela garota do segundo ano que apareceu do nada falando que gostava de mim... E a gente nunca tinha conversado! Será que ela gostava de mim ou de uma imagem minha que ela criou? Porque não sei se ela realmente sabe quem eu sou desse jeito... Quem sabe é o Minnie e...
Isso me lembrou que o Minnie disse que eu deveria ficar com ela, tô triste... Tantos anos de amizade e ele é incapaz de perceber que a única boca que eu quero beijar é a dele... Não dá pra entender como ele nunca percebeu sendo que sabe de tudo sobre mim, Minnie sempre sabe o que eu sinto... Menos o que eu sinto por ele.
Beijar a boca do Minnie... Que saco, eu quero tanto, tanto...
Agora eu lembrei que... Nenhum de nós sabe beijar, que engraçado. Se eu conseguir chamar ele pro baile... E se ele gostar de mim de volta... O beijo vai ser engraçado, né? Mesmo assim, quero tanto errar o beijo com o Minnie... Tenho certeza que ele só ia rir baixinho e tentar encostar aquela boca linda na minha de novo.
Ai, eu tô em desvantagem... Não basta o Minnie só me enxergar como amigo, eu também tenho essa boca fina, que saco... Aposto que se eu tivesse uma boca cheia que nem a dele ele ficaria doido de vontade de me beijar, que nem eu fico doido de vontade de beijar ele...
Eu realmente não devia estar pensando nessas coisas enquanto ando de mãos dadas com ele... Devo estar parecendo um completo idiota, todo corado. É, tenho que domar meus pensamentos, imagina se eu fico de pau duro? Essa porra fica dura do nada, eu não aguento mais a puberdade. Espero muito que isso pare mesmo de acontecer quando eu ficar mais velho, porque é muito incoveniente.
Nunca perguntei pro Minnie se o pau dele fica duro do nada também... Hm...
— Minnie, seu pau fica duro do nada também? — perguntou no mesmo instante, depois de longos minutos de silêncio. Não de silêncio de fato, porque eu ouvia toda sua mente agitada e adorável. E barulhenta.
— Toda vez que pego ônibus — confessei. — É uma merda ter que me equilibrar nas curvas tentando esconder o bonito atrás da mochila.
— Entendi... — falou contemplativo. Ele chamou o pau dele de bonito... Foi só jeito de falar, mas agora eu tô pensando... Deve ser bonito mesmo, né. O pau do Minnie. Saco, pensa em outra coisa, Jungkook! — Então tem uma situação específica... O meu fica duro do nada, nos lugares mais estranhos. Não achei o padrão ainda.
— Talvez eu que seja estranho com essa parada do ônibus.
— Ah, sei lá. O ônibus tem tipo uma vibração... Vrum, vrum... Faz algum sentido. Se eu fosse um pau, também ficaria duro.
— Que horrível, Kookie! Parece que eu tô usando o ônibus como vibrador... Eu não fico excitado ou estimulado, a ereção só vem sozinha.
— Ah, tá... Pensei que você achou horrível eu ter pensado na possibilidade de ser um pau... E de ficar duro.
— Isso é normal, né, Kookie. — Gargalhei. — Parece até que eu não tô acostumado com o jeito que sua cabeça funciona.
— Vou tomar como um elogio... — Fez um biquinho. É, Minnie, muito acostumado com o jeito que minha cabeça funciona, mas nem pra entender que eu quero te beijar. Enfiar a língua na sua boca, só pra ver qual é... Alugar uma casa com um quintal grande, ter um cachorro, adotar filhos... Logo você, o dono da minha mente e do meu comportamento, não consegue notar isso! Ia facilitar muito pra te convidar pro baile.
Seria engraçado se a gente se comunicasse telepaticamente, né? Aí eu só olharia nos olhos dele e...
Jungkook parou de andar e me encarou no fundo dos olhos. Sua expressão era comicamente séria, as nossas mãos seguiam suadas uma contra a outra.
VEM. PRO. BAILE. COMIGO.
Quer ir ao baile comigo, nobre companheiro?
Bora dar uma dançadinha....
Faz um favor pra mim aqui, rapidão... Se veste com uma roupinha bonita. Depois te conto pro que é... Baile, baile, baile!
É só um experimento, assim... Pela ciência. Pela ciência você vai pro baile comigo, né? Você vai decepcionar a ciência desse jeito? A humanidade está perdida e a culpa é sua, Minnie!
Qual outro jeito eu tenho de convidar...
Minnie, casa comigo.
Calma, rápido demais, temos que começar aos poucos. A gente ainda não tem dinheiro pra comprar aliança de verdade.
Minnie, namora comigo. Eu te compro um anel de coco.
Talvez meio rápido também, a gente nunca se beijou...
Minnie, te pago um salgado se você me der um beijo. Só na amizade assim.
Nossa, será que se eu pagar um salgado pra ele, ele vem pro baile comigo? Na amizade...
Ah, mas a parte difícil de chamar ele pro baile tá sendo porque eu não quero chamar na amizade... Quero chamar na AmorDaMinhaVidade... Na amizade eu até perguntei se o pau dele fica duro do nada...
Segurei minha vontade de rir enquanto Jungkook me convidava telepaticamente para o baile, de todas as formas que ele conseguia. Ele era tão engraçado que nem consegui ficar triste. Como eu teoricamente não ouvia tudo aquilo, botei minha melhor expressão de confuso no rosto, como se não entendesse aquela interrupção e por que ele me encarava em silêncio.
— O que foi, Kookie?
— Você tá com uma espinha aqui, Minnie — mentiu, apontando pra pontinha do meu nariz. Sabia que não tinha nada lá porque minhas espinhas eram todas na testa. Logo ele revelou a farsa e apenas apertou meu nariz, antes de dar um sorrisinho travesso e voltar a andar.
Que vontade que eu tô de beijar o nariz dele agora... Tô só ladeira abaixo... Que saco. Acho que hoje eu vou pegar o picolé de limão.
Ele realmente pegou o picolé de limão quando chegamos na padaria, alguns minutos depois, quando finalmente soltamos nossas mãos. Peguei o de morango, como sempre, aquele que tinha pouco gosto de leite e mais gosto de fruta. Se um dia parassem de fazer daquele jeito eu ia chorar, porque eu achava o azedinho muito mais gostoso.
Sentamos na calçada para assistir o pôr do sol, como sempre. Aquele lugar era perfeito pra falar a verdade. A rua estreita e pouco movimentada margeava um morro e, por causa disso, dava direto pra vista da cidade inteira, super valia o esforço e os sovacos suados de ter que subir aquela ladeira.
Jungkook, grudento do jeito que era, entrelaçou nossas pernas, matando de novo a própria privacidade enquanto chupava seu picolé, encarando o céu de forma contemplativa. Mas eu sabia que aquela reflexão na verdade era uma chuva de pensamentos agitados.
Azedo, que nem minha vida, pensou dramático. Oh, só os doces lábios do meu belo príncipe Minnie pra me salvar desse sofrimento. Se bem que o picolé dele também é azedo. Ah, queria sentir o gosto da boca do Minnie de qualquer jeito.
Foda. Porque eu também queria sentir o azedinho da boca dele, que nem eu queria ir pro baile com ele. Pela ciência, claro... Assim como eu queria primeiro casar, depois namorar e depois beijá-lo em troca de um salgado. Queria tudo, até o anel de coco, mesmo que eu curtisse na verdade anéis metálicos. Queria continuar ouvindo seus pensamentos, porque apesar de evitar de tocar outras pessoas, eu sabia que nenhuma mente era tão incrível e adorável quanto a de Jungkook.
Vou convidar ele agora, foda-se essa merda! pensou subitamente e virou-se na minha direção, parecendo determinado. Fiquei em pânico, pego de surpresa. Foda-se nada... E se ele nunca mais quiser falar comigo depois disso? Vou ficar na merda, vou chorar pelo resto da minha existência, vou chorar até cair no sono, em posição fetal, vou até pedir o colinho da mamãe e aí dormir chorando entre ela e meu pai como se eu fosse um bebezão... Não, Jungkook! Sem pensar nas consequências, você é um homem determinado! Não homem... Um moleque com muita força de vontade pelo menos.
— Minnie... — chamou.
— Kookie! — falei alto de volta, arregalando os olhos, tentando pensar desesperadamente em algo para me livrar daquilo. — Preciso confessar uma coisa!
Ih... Confissão? Não pensa demais, Jungkook, não pensa demais, Jungkook... Ele com certeza vai confessar que foi ele quem roubou minha cueca de ursinho... Tenho certeza que foi ele, ele adorava aquela cueca... Com certeza ele não vai confessar que te ama e que nós dois temos que casar amanhã ou o mundo entra em colapso, explode, bum! Vamos ser casados e os heróis da pátria... Que saco, já comecei a me iludir... Jurei que ia dar certo.
— Hm... — pigarreou, limpando a garganta e tentando parecer sério. Merda, ele era realmente muito adorável. — Pode falar, Minnie... Tô sempre aqui pra te escutar.
— E-eu... Eu... — Eu não tinha conseguido inventar uma desculpa a tempo. — Tive dificuldade de cagar ontem... Aí agora tô com muita vontade, acho que eu não aguento segurar até o pôr do sol.
Imagina o tamanho do tolete que vai sair... Jungkook, resignado, pensou. Quis ficar ofendido com o pensamento, mas como eu poderia julgar? O menino esperava uma declaração de amor e recebeu o prelúdio de um tolete. E eu nem tava com vontade de cagar de verdade, o desespero que me levou a dar uma desculpa merda, literalmente. Espero muito que ele vá cagar na casa dele, da última vez que ele usou o banheiro lá de casa foi uma desgraça desentupir... Nossa casa tem que ter um quintal e um encanamento grande, ou não vai dar, não. Minnie, eu te amo, mas você caga muito grosso...
— Vamos lá então — respondeu, levantando-se enquanto eu fazia o mesmo logo depois, ainda meio aturdido. Não estava ligado que eu cagava grosso daquele jeito... Aposto que o encanamento da casa do Jungkook que era ruim, porque nunca tive problemas lá na minha. Bem, pelo menos ficava o aprendizado de não usar o banheiro da família Jeon.
O mesmo dono dessas mãozinhas é o dono daquele cocôzão... Jungkook voltou a juntar nossas mãos, contemplativo. Ele realmente estava gostando de andar de mãos dadas, mas confesso que eu gostava também, apesar de eu na verdade ter que me afastar. E dono do meu coração também... Cocozão e coração rimou... Talvez eu não seja tão ruim assim com as palavras.
— Bom cocô pra você, Minnie — ele desejou quando paramos na porta da minha casa, inclinando-se para deixar um beijo despretensioso na minha bochecha que correspondi. — Aproveita pra ler aquele quadrinho que eu te recomendei.
— Onde tá o link mesmo?
— Na nossa conversa! Vou te mandar de novo... Mas você devia salvar os links que eu te mando... — reclamou com um biquinho fofo. — Vai jantar lá em casa hoje?
— Não, meus pais vão estar em casa hoje, vou comer com eles.
— Manda um beijo pro tio e pra tia. Até amanhã.
— Até amanhã nada! Você tem que me mandar o link do quadrinho!
— Se tá achando meu ritmo ruim procura você mesmo o link na conversa. — Cruzou os braços.
— Você já foi mais carinhoso comigo, Kookie... — reclamei, só de manha e pra fazer uma chantagem emocional.
Jungkook me puxou para um abraço. Respirei fundo ao ser preenchido pelo seu cheirinho gostoso. E por seus pensamentos.
— Que mentira, continuo sendo muito carinhoso com você, Minnie... — Apertou meus ombros com força. Pena que eu não posso te dar todo o carinho que eu quero... Queria beijar não só suas bochechas, mas sua boca, seu pescoço, sua orelha... Deixar um carinho nas suas coxas quando você me dá aquele cafuné tão gostoso que me faz dormir que nem um bebê. Falar em alto e bom som o quanto eu te amo, o quão cada detalhe seu é lindo... Eu tenho tanto carinho pra te dar, Minnie... É só você deixar.
— Eu sei, Kookie... — respondi ele, mas servia como resposta aos seus pensamentos também. Meu peito se apertava tanto que eu já deveria estar acostumado com aquele aperto, mas sempre doía, como se fosse a primeira vez. — Era só uma brincadeira... Vai lá, manda um beijo pros tios por mim também.
Vi ele chegar na porta da própria casa antes de entrar na minha. Nos entreolhamos e demos um último sorriso, talvez um pouco triste, antes de entrarmos
Assim que fechei a porta apoiei minhas costas nela, levando a mão em meu peito, que doía como se algo tivesse atravessado ele. Meu coração batia, mais forte do que o normal por causa da influência de Jungkook, mas saudável apesar de toda a dor.
Bem, eu tinha conseguido sobreviver a mais um dia. E eu sobreviveria o próximo... E o próximo... E até depois do baile, quando Jungkook já tivesse se libertado de mim, certo? Quando ele pudesse compartilhar com alguém melhor que eu o quão incrível ele era... Certo? Eu sobreviveria?
Deslizei as costas pela porta até o chão, abraçando minhas próprias pernas para que eu pudesse esconder meu rosto enquanto começava a chorar. Lágrimas de desejo, de vontade, de amor...
Lágrimas dele, que nem eu todo era.
»💭«
O TANTO QUE EU CHOREI E RI ESCREVENDO ESSA FANFIC MALDITA O JIMIN POSSUIU MEU CORPO E SOFREU DEMAIS, TADINHO! Aff, sei lá... Eu amo esses jikook demais da conta eu to triste de amor que ódioooo
O que vocês acharam?? E qual foi a cena favorita de vocês? A minha é o Jungkook convidando ele pro baile telepaticamente, porque é muito fofa, mas confesso que eu gosto de muuuitas cenas desse capítulo pq ele é bem longuinho, né?
O que vocês acham que vai acontecer no próximo? APOSTO QUE VCS VÃO TOMBAR COM O COMEÇO DELE, ENTÃO QUEM ADIVINHAR VAI GANHAR UM ABRAÇO VIRTUAL MEU
Por favor, surtem comigo lá no twitter pela #ConvidaProBaile ou me marcando @callmeikus por lá também! Eu quero muito mesmo saber o que vocês estão achando e vcs sabem que eu amo interagir!
Beijinhos de luz e até dia 04/12!
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