Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 3

"Às vezes, estou para baixo
Às vezes, estou quebrado
Porque às vezes essa cidade
Não é nada além de fumaça" — Us, James Bay

Vinte e nove de maio

Sabe como é ser pai com dezoito anos de idade? É terrível! Ainda mais quando você tem que ser pai sem ao menos ter gerado o bebê. Como isso é possível? Bom... eu sou o pai da minha própria mãe.

Desde os meus dez anos, me viro sozinho. Sempre fui uma criança independente e adorava isso, só não contava com o fato de que minha vó viria a falecer tão cedo e que minha mãe precisaria tanto dos meus cuidados.

Ela não viveu da forma mais saudável possível... Muito pelo contrário. Começou a usar drogas com quatorze anos e, para alimentar seu vício, passou a se prostituir aos dezessete. Foi em uma de suas "noites de trabalho duro" que eu fui gerado.

Um acidente, óbvio.

Para piorar, ela só foi descobrir que estava grávida depois de seis meses e mesmo assim fez de tudo para me abortar — pelo jeito, falhou, né? Os médicos disseram que foi um milagre eu ter nascido sem nenhuma sequela, devido às tentativas dela de me matar. Depois do meu nascimento, a missão da vida dela — ou melhor, da vida da minha avó — foi descobrir quem era o meu pai, pois precisávamos urgentemente de ajuda financeira. Porém minha mãe tinha uma enorme lista de clientes e isso se tornou uma missão quase impossível.

Após três anos fazendo testes de DNA em todos os homens considerados possíveis, encontrou meu pai: Owen Scott. Como qualquer um ficaria, ele ficou em choque e demorou para assimilar tudo, mas como o bom homem que é, assumiu as consequências de seus atos. Ao ver a situação precária em que vivíamos, tentou conseguir minha guarda, mas percebeu que estaria matando de vez a minha mãe, se fizesse isso. Sendo assim, ele conversou com minha avó — mãe da minha mãe — e passamos a viver na casa dela, em frente à praia, onde moramos até hoje. Ela sempre cuidou muito bem de mim e da minha mãe. Não era rica, mas sua aposentadoria era boa, então, junto com o dinheiro da pensão que meu pai pagava, eu consegui ter uma infância tranquila. Porém, quando eu completei treze anos, exatamente no dia do meu aniversário, minha vózinha teve um AVC e nos deixou. Minha tia passou uns meses morando conosco, para cuidar de nós dois, — mais especificamente, da minha mãe — mas depois nos deixou, com a desculpa de que tinha sido readmitida no seu emprego. A verdade é que ela não aguentava mais a minha mãe.

Então eu fiquei cuidando dela por todos esses anos... e não sei até quando terei que cuidar.

Admito que em certos dias isso acaba comigo e me deixa para baixo... quebrado. Às vezes, tudo o que eu quero é sair dessa cidade, dessa vida e poder viver pelo menos uma vez para mim e não para a minha mãe, mas sei que isso seria egoísta e terrível demais da minha parte.

Graças a Deus, com a ajuda da herança da minha vó, eu consegui contratar uma cuidadora para ficar com ela de manhã e à tarde, que é o tempo em que fico na escola, surfo ou saio com os meus amigos. Ir às festas nos fins de semana, só depois que ela dorme — isso quando ela dorme.

E é assim que eu vivo o ano inteiro... exceto pelo verão.

No verão, desde que a minha vó faleceu, minha tia vem para cá para eu poder viajar com meu pai e com os meus amigos.

Eu e meu pai sempre nos demos bem e nossas viagens sempre eram as melhores. Foi ele quem me ensinou a surfar, que é a coisa que eu mais amo na vida, mas nós nunca conseguimos ser muito próximos. Com ele morando em Nova Iorque, isso tornava-se impossível, não é? Eu pensava que, com a volta dele para Rivercity, nos veríamos mais... Eu só não contava com o fato de que a filha de sua esposa se tornaria uma Lion. — Frequentar a casa dele com ela lá, seria um crime para os Wolfs.

A nossa gangue tinha apenas cinco regras a serem seguidas e elas estavam escritas em um pedaço de papel:

1. Jamais mentir para um Wolf.

2. Jamais esconder nada de um Wolf.

3. Jamais fazer algo que outro Wolf não aprovaria.

4. Jamais conversar — a não ser que seja para provocar ou zoar — com um Lion.

5. Jamais contar segredos ou intimidades dos Wolfs para alguém.

Até então, eu nunca tinha quebrado nenhuma dessas regras.

(. . .)

Quando acordei, li uma mensagem que meu pai tinha mandado há algumas horas atrás.

Pai: Filho, tudo bem? Na noite passada a Angelina pichou a sua casa e está indo aí para se desculpar e limpar a sujeira que fez. Na verdade, como a tinta era permanente, ela está levando um balde de tinta e um rolo para pintar por cima. Eu acho que ela não tem a mínima ideia de como fazer isso... então, se não for pedir demais, ajude ela. Depois, passo para buscá-la e te dou um oi. Até mais!

Quando olhei pela janela, vi Angelina tentando abrir a lata de tinta com toda a dificuldade do mundo e ri. Não sabia o motivo pelo qual ela fez isso, mas já conseguia imaginar. Coloquei uma camisa preta com um short de moletom cinza e desci as escadas em silêncio, para não correr o risco de acordar a minha mãe.

Chegando ao lado de fora, a loira revira os olhos ao me ver, o que me faz rir novamente.

Os Lions mandam aqui! — Leio de forma sarcástica a escrita rosa na parede e cruzo os braços, a olhando. — Tá difícil de abrir, pelo jeito...

— Não enche, Charlie! — Ela bufa e então eu me aproximo, me abaixando em sua frente e tirando a lata de sua mão.

— Eu não quero que você fique aqui a tarde inteira e é isso o que vai acontecer se eu não te ajudar a abrir, então... — Abro com a maior facilidade do mundo, percebendo que ao invés de girar a tampa, como ela estava fazendo, deveria puxar. — Prontinho! — Ela arregala os olhos, indignada.

— Como isso é possível? Faz vinte minutos que estou tentando abrir!

— Estava tentando errado! — Dou uma piscadinha, a fazendo bufar. Abro uma cadeira de praia, que estava encostada na garagem e me sento de frente para ela.

— Vai ficar aí? Sério mesmo?

— Claro! Preciso ver se está fazendo o trabalho bem feito!

— Idiota! — A loira resmunga, pega o rolo de tinta de dentro da sacola e o mergulha dentro do balde. Antes de começar a pintar, ela prende seu cabelo em um coque e tira sua camisa florida, ficando apenas com seu short jeans curto e um top branco. Eu tentei, mas não pude desviar o meu olhar do seu corpo.

Ela pode ser tudo: chata, metida, arrogante, irritante... só não posso dizer que ela não é bonita, pois eu estaria mentindo descaradamente.

Quando percebo que estou a encarando por muito tempo, desvio rapidamente o olhar para as minhas mãos e respiro fundo.

— Oh Deus! Está ficando horrível! Seria mais fácil eu pagar um pintor para pintar essa parede, sério!

— Ah, mas daí não teria graça! O legal é ver você aí se matando para pintar. — Solto uma risada e ela me fita com o olhar, aparentemente irritada.

— Está se divertindo horrores né, Scott? Uma pena que a sua casa vai ficar horrível!

— Nenhuma casa em frente à praia é horrível, Miller! — Digo isso, porque sei que todas as pessoas que passarem nessa rua estarão olhando para o mar e não para as casas em volta. — Aliás, por que fez isso? Não tinha algo melhor para fazer além de pichar a minha casa e ser pega?

— Eu estava bêbada e isso foi um desafio, ok? Ninguém esperava que a polícia fosse passar bem na hora!

— Que estranho... Dificilmente a polícia passa aqui. Foi uma grande coincidência ou você foi enganada! — Ela gargalha e me encara, colocando as mãos na cintura, com o rolo em uma delas.

— Ah, tá bom! Enganada por quem? Pelos Lions?

— Preciso mesmo responder? — A loira continua me encarando, o que eu entendo como um sim. — Claro! Você é muito ingênua, Angel! — Contenho o riso, olhando fixamente nos olhos dela.

— Primeiro de tudo, não me chame de Angel! Segundo, pare de falar besteiras! Elas jamais fariam isso comigo!

— Pense como quiser, mas às vezes é bom abrir os olhos, Angel! — A chamo assim novamente, na intenção de provocá-la.

— Não me chame mais assim, otário! — Ela balança rapidamente o rolo encharcado de tinta, pingando um monte em mim. Olho-a, incrédulo, e ela não consegue segurar a risada. — Desculpa! Eu juro que não fiz de propósito!

Eu sei que não deveria, mas sua risada me fez rir também. Quando olhei o meu reflexo na janela, vi o quão ridículo eu estava e caminhei até ela.

— Foi sem querer, foi? — Pego o rolo que ela tinha deixado no chão e passo em sua cara rapidamente, a fazendo gritar. — Ops! Foi sem querer, Angel! Eu juro!

— Você vai ver só, Charlie Scott! — A garota pega o balde de tinta do chão e então eu começo a correr. Ambos estávamos gargalhando quando a minha mãe apareceu na porta, nos fazendo parar instantaneamente.

Só então eu penso: O que diabos eu estava fazendo?

— Que gritaria é essa? — Ela questiona, se apoiando na porta, me fazendo andar em passos rápidos em sua direção.

Por conta das drogas que ingeriu durante vida inteira, não conseguia mais pensar direito e mal conseguia parar em pé sem algum apoio. Seu cérebro foi diretamente afetado e esse era um dos motivos pelos quais eu tinha que cuidar dela todos os dias.

— Não é nada, mãe. Eu e a Angel só estamos... pintando o muro. Uns caras picharam ontem à noite. — Angelina me encara, confusa, mas graças a Deus não fala nada. — Não se preocupe. Pode voltar a dormir.

Sem responder, ela entra novamente em casa e fecha a porta. O clima divertido é substituído por um clima tenso.

— Por que mentiu pra ela?

— Ela tem problemas demais... Não precisa saber a verdade. Não precisa saber das gangues e nem da rivalidade.

— E o que ela tem? — A garota parecia realmente estar interessada, o que me fez perceber que aquilo estava indo longe demais. Nada de contar minhas intimidades para um Lion.

— Nada que te interesse. Volte a pintar, já está ficando tarde. — Ela me encara por alguns segundos. Aparentemente, não esperava essa minha reação, mas saiu de cabeça erguida, voltando ao trabalho.

(. . .)

Uma hora se passou e não havíamos mais trocado palavra alguma, apenas alguns olhares discretos.

— Terminei. — Ela suspira e se senta no chão, enxugando o suor do rosto. — Você pode pegar um copo de água para mim ou fazer isso para uma Lion é crime? — Reviro os olhos e entro em casa, sem falar nada. Pego uma garrafinha cheia de dentro da geladeira e quando volto, jogo para ela, que agradece com um sorriso. — Oh Deus, eu preciso de um banho! Essa tinta endureceu no meu rosto!

— Se eu fosse você, compraria um solvente. A tinta não vai sair só com água.

— Ah, o Owen vai ter que comprar. Não vou ficar branca assim não! — Novamente, um silêncio se instala entre a gente, mas a garota não demora muito para quebrá-lo. — Posso te pedir uma coisa?

— Já está pedindo!

— Não conta para os Wolfs que eu vim aqui e nem que fiz isso, por favor. Eles vão me zoar e, com certeza, os Lions vão ficar sabendo e eu não quero que eles saibam que eu... vim aqui pintar, entende? — A Angelina me pedindo um favor era a última coisa que eu esperava, mas não pude deixar de pensar no quão interessante isso poderia ser.

— Ok... — respondo, para a sua surpresa — mas você vai ter que fazer algo em troca! — A loira franze a testa e morde os lábios, me fazendo pensar em diversas coisas para pedir, mas nada parece perfeito.

— O quê, exatamente?

— Vamos deixar em aberto, mas você está me devendo uma.

— Fechado! — Ela sorri e, logo em seguida, Owen estaciona o carro e caminha em nossa direção. — Bem na hora, Owen!

— Morreu de tanto pintar, Nina? — Ele questiona, rindo.

— Não, mas quase matei alguém! — A garota me olha, me obrigando a abrir um leve sorriso e então começa a se retirar. — Te espero no carro!

— Ok, está aberto! — Meu pai volta a me olhar e sorri, dando leve tapinhas em meu ombro. — Nem começou o verão e você já está bronzeado... Que inveja!

— Isso que dá morar em frente à praia!

— E sua mãe, como está?

— Daquele jeito... A tia Anny está vindo passar o mês aqui, pra eu poder viajar, e minha mãe tá animada com isso. Só assim para virem visitá-la.

— E você vai viajar pra onde?

— Para Small Island, uma ilha de pescadores. Não é muito longe daqui. É aquela que eu vou todos os anos com meus amigos, esqueceu?

— Ah verdade, eu não lembrava do nome.

— Esse ano a escola decidiu fazer a viagem de fim de ano pra lá, então vamos com eles. Até porque, com essa falta de barcos, se fossemos sozinhos teríamos dificuldades para voltar.

— Melhor ir com a escola mesmo... É mais seguro. Vão quando?

— Segunda-feira e voltamos em dez dias! E não me peça para dar notícias, pois não vou levar meu celular! — Digo, de forma meio grosseira, mas ele sorri e me puxa para um abraço.

— Só vou pedir para você se cuidar! Se cuide, ok?

— Pode deixar!

Ele entrou no carro e logo deu a partida, me deixando ali parado por alguns segundos, observando o carro ir embora... especificamente, encarando a Angel pelo retrovisor.

Até que ela não é tão insuportável quando está sem seus amiguinhos.

(. . .)

Eu nunca precisei tanto de um solvente na minha vida. Passei horas no banho me esfregando, mas ainda ficaram algumas manchas de tinta em mim. Porém eu desisti de tentar removê-las.

Algumas horas mais tarde, depois de eu ter ajudado a minha mãe a comer e tomar banho, Ryder, Matthew e Rebecka chegaram. Dos seis integrantes dos Wolfs, os três eram os mais próximos a mim. Somos amigos desde que nos conhecemos por gente e temos uma paixão em comum: o surf. Eu que os ensinei a surfar, após ter um verão inteiro de aulas com meu pai.

— O que aconteceu do lado de fora da sua casa, Scott? Até a grama está branca e está parecendo que uma criança pintou a sua parede! — Becky questiona, me fazendo engolir seco.

Conto ou não conto?

— Uns caras picharam ontem à noite e eu tive que pintar. O spray era permanente.

Não contei.

— Credo! Você é péssimo nisso! — Ela ri e beija minha bochecha, se jogando no sofá logo em seguida.

— Eu trouxe cervejas!! — Ryder diz, animado, me fazendo sorrir também. Eu precisava de uma cerveja! O loiro sempre conseguia trazer, pois seu irmão era dono de uma distribuidora.

— E eu queria trazer a Nicoly, mas a chata da Rebecka não deixou! — Matthew comenta, irritado, me fazendo franzir a testa.

— Nicoly? Mas não era Michele? — Pergunto, confuso.

— A fila andou, irmão!

Matthew é preto e quando era criança, era muito acima do peso. Esse fator o fez sofrer muito bullying na infância, porém o mundo girou e ele começou a malhar e hoje, quase as garotas, — exceto as Lions, claro — são caidinhas por ele. Cada semana ele sai com uma menina diferente e essa lista nunca acaba... Parece realmente ser interminável.

— Nós não somos obrigados a ficar aturando todas as garotas que você pega, Matthew! — Ryder diz, se sentando no sofá e o Matt não perde a oportunidade de zoar ele.

— Você diz isso porque não pega nem gripe, branquelo! — Gargalhamos e o loiro revira os olhos, abrindo a lata de cerveja e virando quase tudo na boca. — Estou mentindo?

— Não pego porque não quero, ok? Não quero ficar com fama de galinha e depois nunca conseguir uma namorada.

A verdade é que Ryder é apaixonado pela Rebecka. Ele nunca nos contou isso, mas é completamente visível. A única pessoa que não enxerga ­— ou finge não enxergar — é ela, que garante que nada rolaria entre os dois, pois ela o considera um irmão.

Sinto pena dele! A verdade é que eles formariam um ótimo casal.

— Claro que é porque você não quer! Qual mulher resiste a esses cabelos loiros e olhos azuis? — Matthew brinca, o fazendo rir, mas Rebecka faz o seu sorriso sumir.

— Eu resisto! — Ela diz.

— Ok, agora chega de falar disso! Passa a cerveja! — Interrompo, na tentativa de impedir qualquer outro comentário e pego uma garrafa da sacola.

Ficamos ali conversando e bebendo por horas. Eles queriam acender um baseado, mas não deixei. — Já disse e repeti milhões de vezes que na minha casa não podia, por conta da minha mãe, mas eles insistem em perguntar. — Tirando essa pequena discussão, nosso principal assunto era a viagem — essa, com certeza, era a melhor parte do ano. Dormir em barracas, cantar na fogueira, surfar em ondas gigantescas, dançar no luau... tem como ser ruim? — Até que a campainha toca.

— Eu atendo! — Becky se levanta, corre até a porta e nos olha, assustada, após espiar pelo olho mágico. — Charlie, é a Hanna!

— Merda! Finjam que não estão bêbados, por favor! — Me levanto rapidamente e corro até a porta. — Sai, deixa que eu abro!

A Hanna é... minha namorada! Não literalmente minha namorada, pois temos um relacionamento aberto. É aberto porque seus pais quase não a deixam sair de casa e muito menos namorar, então ela decidiu não me prender cem por cento a ela, até que possa ser cem por cento minha.

— Oi gatinho! Eu trouxe pizza! — A ruiva diz, no instante em que abro a porta, com um enorme sorriso no rosto.

— Oi princesa!

Nos conhecemos quando eu tinha treze anos, em uma festinha da escola. Ela tinha onze na época, mas sempre foi mais madura que eu, então ignorei esses dois anos de diferença. Foi amor à primeira vista, sabe? Ficamos um ano vivendo uma paixão que achávamos ser platônica, até que nos beijamos pela primeira vez e, desde então, estamos juntos. Porém somos completamente diferentes. Ela não gosta de festas, de praia e detesta que eu surfe... Garante que é algo muito perigoso e diz que eu deveria parar. Sua vida gira em torno de livros e estudos. Já eu... bom, não preciso nem dizer. Sou o contrário.

— Ah... não sabia que você estava com seus amigos. — Ela diz, chateada, e abaixa a cabeça.

— Mas pode entrar, baixinha, e venha sentar com a gente. Estávamos só conversando.

— Não, não quero atrapalhar. Pensei que, como vocês vão viajar na segunda, iria querer passar a noite comigo.

— Se você tivesse me avisado, linda, com certeza! Mas isso nem chegou a passar pela minha cabeça, porque seus pais nunca deixam você dormir aqui.

— Falei que ia dormir na Liza e quis te fazer uma surpresa, mas está tudo bem... Vou para a casa dela, então.

— Tem certeza de que não quer ficar? — Questiono, abraçando sua cintura, mas a ruiva arruma os óculos no rosto e nega.

— Nos vemos amanhã... É melhor. — Ela se desvencilha do meu toque e eu apenas concordo com a cabeça. — Até amanhã!

Assim que a Hanna se retira eu reviro os olhos e bufo. Eu a amava, mas sabia que o único motivo de ela não ter ficado, era a presença do Ryder. Ela garante que ele é uma péssima influência e o odeia com todas as forças, mas ele é meu melhor amigo e se eu tivesse que escolher entre os dois, eu escolheria ele, sem dúvidas.

— DR? — Becky questiona e eu nego com a cabeça, me jogando no sofá. — Então por que ela foi embora?

— Ela queria ficar sozinha comigo e quando viu vocês aqui, ficou bravinha. Eu falei que ela podia ficar, mas é claro que ela não aceitou. Ela NUNCA topa nada!

— Eu acho que você está perdendo tempo com ela, irmão! Claramente, ela não te faz feliz. Pelo menos, não do jeito que deveria. — Matthew comenta, me fazendo suspirar.

— Nós somos diferentes demais, mas eu a amo, cara! — Digo baixinho, pensando seriamente no que ele havia dito.

— Eu acho que você a ama como amiga, Scott. É normal confundirmos esses dois sentimentos, mas a verdade é que quando é amor, é algo devastador. Se não tem muito efeito sobre você, não é amor. — Becky fala e não consigo deixar de olhar para o Ryder, que esconde sua tristeza ao ouvi-la falando isso. Ele parecia um bobo apaixonado e infelizmente tem o seu coração partido todos os dias.

— Eu só não quero pensar nisso agora, ok? Segunda-feira estamos indo para a ilha e vai ser o melhor verão de nossas vidas!

Eu realmente estava sentindo que essas férias seriam as melhores! Porém eu não imaginava que essa bendita viagem mudaria a minha vida.

E a verdade é que mudou para sempre!


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro