Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Acto Único

Aquilo não era uma coisa errada. Nós os dois estávamos no parque da cidade, no meio da noite, tomando sorvetes de chocolate a luz do luar.

Aquilo poderia parecer uma cena de um filme romântico da sessão da tarde, mas não era. Éramos dois adolescentes normais, numa caminhada normal, tomando sorvetes normais.

Naquele instante, o parque não era tão movimentado quanto de dia, apenas havia uma enchente no bar de frutas e cocktails — que era considerado um dos maiores locais casamenteiros de toda a cidade — mas isso não vinha ao caso.

Eu queria — tipo sério — me declarar de uma vez por todas para ela. Mas não podia. Ela era a minha melhor amiga.

Nunca havia assistido ou lido uma história em que os protagonistas ficam separados por causa da friend zone. Mas sim, que destroem essa barreira e vivem o início da história deles.

— Isto é cada vez melhor! — Pam lambeu os lábios, com um sorriso contagiante.

Foi exatamente aquele sorriso que havia me feito perder a cabeça de amores. Só que eu tinha que voltar a realidade. Pam era uma das garotas mais cobiçadas do nosso colégio.

Ela era linda demais, parecia uma obra de arte do Van Gogh de tão perfeita que ela era.

Os seus lindos olhos azuis cintilavam a luz do luar.

— O teu gelado derreteu, Nicolas! — Pam tirou o cone da minha mão e eu sorri envergonhado.

— Acabei... Me destraindo. Desculpa.

Pâmela riu por fim, batendo o seu ombro direito no meu braço esquerdo.

— Eu acho que a Olive gosta de você. De verdade.

Lá vinha ela com as suas manias estranhas sobre um possível romance entre mim e a minha vizinha de aparelho ortodôntico.

— E eu acho que você está errada, meu pequeno ursinho.

— Ah, qual é? Tá na cara que você também gosta dela. Vocês me dariam sobrinhos tão lindos! — a minha risada saiu tão narcisista ao ponto de fazê-la franzir o cenho.

— A questão aqui não é o meu coração. Eu não quero nada com ela, não sei se é possível traduzir isso para a sua língua.

— Você acabou de ofender a sua cupido. Vamos para casa, acho que preciso de um banho e você também, para limpar essa falta de coragem para se declarar para uma menina.

E aquilo havia terminado de partir o meu coração naquela noite.

Pam era vaidosa — até demais em alguns casos — mas não era o caso de não suportar-se.

Meio que aquilo transformou-me também, pois sempre que eu ia as compras com ela, acabávamos discutindo sobre a roupa que eu devia levar.

Quando a Pam queria algo, todo mundo dava ou fazia o que ela queria.

O seu primeiro beijo, foi também o meu primeiro beijo. Seria uma promessa a nossa amizade. E o motivo da minha felicidade naquele final de tarde.

Mas não foi como nos filmes, ou até melhor que nos livros. Foi um completo desastre. Apenas dançávamos desordenados com as línguas um do outro em nossas bocas.

Depois daquele dia, talvez Pam tivesse se tornado numa beijoqueira melhor, já eu, nem por isso.

Não é por eu não chamar atenção as outras miúdas da escola. Era mesmo por apenas querer beijar a Pam.

Aquilo não era errado e nem era uma coisa errada de se pensar. Afinal, éramos melhores amigos.

O sol estava brilhar intensamente durante a manhã em que eu e Pam estávamos fazendo a nossa corrida matinal e eu meio que odiava aquilo, era uma rotina chata.

Das quatro às cinco, alongamentos na casa da Pam, das seis às sete a nossa corrida e às oito íamos para a escola.

Durante a noite, eu pensei e mil e uma formas de me declarar para Pam. Não era uma coisa errada.

Tinha medo de não dar certo e que a nossa amizade não fosse a mesma.

Mesmo que eu quisesse, não teria com ser um romântico incomparável.

O ex-namorado da Pam, o Sam do basquete, havia contratado um aviador para passar pela escola na saída com uma avioneta estilo anos 80 com uma faixa enorme bordada: Julieta, posso ser o teu Romeu?

Aquilo rendeu uma entrada da fofoca no Amazing Book — o maior livro de fofocas da escola.

— Hoje foste bem. A Liv ia gostar de correr conosco — Pam sugeriu, olhando para mim com um sorriso gigante.

Estávamos caminhando de volta para as nossas casas.

— Eu prefiro gastar a minha paciência e o meu fôlego apenas com você.

Urgh! Isto pareceu muito uma cena de romance água com açúcar.

Limpei o suor do meu rosto com a barra da minha camisa.

— Você fez parecer. Na sua mente.

Mas era mesmo aquele efeito que eu queria causar.

— Está noite estarás ocupado?

— Não! Quero dizer, estarei livre — o não que eu havia falado parecia muito romântico.

— Então nos vemos às nove na praia? Perto ao Le Bront?

— Na praia?

— Jantar de família da tia Sarah.

Aquele resposta já estava completa. Tia Sarah era a tia mais chata da Pam e não era por eu ser o melhor amigo dela e ter ouvido as reclamações, mas sim, porque eu já tinha ido várias vezes a casa dela com a Pam e em alguns jantares da sua família. Eu preferia ir ao tarde de clássicos com a minha avó e suas amigas do que passar mais de duas horas com ela.

— Vemo-nos na praia.

O ambientador de lavanda da casa de banho do meu quarto não era nada comparando com o meu perfume que estava em toda a casa.

Minha mãe reclamou da sua velha rinite, mas eu ignorei, pois eu iria ter um encontro com Pam.

— Eu já vou, mãe! — gritei ao sair de casa.

Aumentei o volume do rádio do meu carro e dirigi até a praia. Descalcei-me e ajeitei a minha camisa xadrez azul de mangas compridas e andei até a areia amarelada como o meu cabelo loiro.

Pam veio correndo na minha direção e me abraçou. Eu amava os abraços dela.

— Você veio! Que bom! A minha mãe me mataria se você não viesse cá! — Pam riu e deu uma volta, inspirando o ar.

Eu sorri e nos sentamos na areia da praia. Pam brincava com as conchas e eu pensava em mil maneiras de declarar-me para ela.

— Pam! Ah... Eu... — Pam sorriu para mim, ajeitando o seu rabo de cavalo ruivo.

— O que foi dessa vez, Nicolas?

— Ah, você se lembra do nosso primeiro beijo?

— Aquilo? Meu Deus! Eu morro de vergonha de falar sobre aquilo! — Pam sorriu e eu acabei a cabeça negativamente.

— Aquele é um dos dias marcantes da minha vida. Eu senti algo que nunca tinha estado no meu coração... Eu amo você, Pam.

Pam riu intensamente, como se eu tivesse contado a maior piada do mundo.

Eu levantei-me do chão e suspirei tão alto que eu quase pareceu um grito.

E foi assim que Pam percebeu que eu estava falando a sério.

— Espera aí, isso não é uma piada?

Neguei com a cabeça ela sorriu nervosa.

— Eu não esperava... Nicolas, eu... Uau, isto não é uma pegadinha?

— Não, Pam. Eu amo você, de verdade.

Pam chutou uma enorme quantidade de areia e finalmente conseguiu encarar o meu rosto novamente.

— Eu... Nicolas, você é como um irmão gémeo para mim, não ia funcionar, isto... Urgh! Eu tenho um jantar de família para terminar.

Pam correu de volta para o restaurante e eu continuei petrificado, observando a sua volta desajeitada.

Eu tive a certeza absoluta naquele momento que aquilo era deveras uma coisa errada. Aquela era a primeira história de amor de alguém que se apaixona sozinho, que eu realmente conhecia.

Essa era a maldição dos apaixonados, amar sem ser correspondido. Era o fim, mas às vezes parecia o único, de um ciclo vicioso de medos e paixões.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro