Perdido nas vielas da dor e da saudade,
Minha alma vagueia em busca de um remédio,
Busco no silêncio a paz para minha triste realidade,
Mas encontro apenas o vazio, o tênue tédio.

As lágrimas que outrora eram rios de alegria,
Agora são correntezas de angústia e desespero,
Minha existência definha sem uma utopia,
E o que resta é apenas um coração austero.

Oh, infortúnio que me acompanha a cada passo,
Em mim, semeaste sementes de melancolia,
Minha vida é um lamento, um eterno fracasso,
E o sorriso que um dia tive já não mais sorria.

Desfigurado pelos golpes da adversidade,
Minha essência foi rasgada, despedaçada,
Sou um ser enclausurado na minha fragilidade,
Um ser desamparado, sem esperança alguma.

Nos versos tristes que agora desenho,
Eu ponho na tinta a dor que me consome,
Pois é na melancolia que encontro o meu sonho,
De deixar para trás este fardo que me consome.

Que minha poesia triste seja a voz da alma partida,
Que ecoe nos corações em atos de compaixão,
Pois na tristeza encontro beleza escondida,
E na melancolia encontro minha redenção.

Que minhas palavras naveguem por mares sombrios,
Levando consigo a amargura que me assola,
E que o eco dos meus versos tristes e vazios
Seja um grito de socorro, uma prece que se enrola.

Que assim minha poesia encontre eco nas almas que choram,
E traga um bálsamo de compreensão em seu lamento,
Pois mesmo nas lágrimas, há uma beleza que aflora,
E no triste e melancólico, encontro abrigo no pensamento.