Hoje me pergunto, em versos mergulhados,
Quantas vezes mais, meu coração, mentiras?
Quantas vezes mais, alma despedaçada,
Vai insistir em te permitir pisar em minhas vísceras?

Até quando, então, minha essência há de queimar,
Para satisfazer tua sede insaciável de dor?
O quanto de mim, implacável, devo entregar,
Para que tua ânsia por destruição encontre o seu sabor?

Desvendas-te como serpente em meu caminho,
Entrelaçando palavras no doce véu da falsidade,
Caminhas sobre restos, no rastro do desalinho,
Extraindo de mim o que resta de minha sanidade.

Mas saibas, mesmo com todas as tuas artimanhas,
Não te permitirei quebrar o que há de mais sagrado.
Pois mesmo em meio às tuas mentiras tamanhas,
Minha força interior permanece, incólume, ao teu lado.

Então segue, se quiseres, com teus enganos e falácias,
Mas sabes que minha verdade é inabalável e valente.
Enquanto buscas em mim a bebedeira das agonias,
Eu ergo-me, renascendo, de forma resiliente.

Hoje eu me pergunto, sem temor ou dor intensa,
Se tu tens consciência desse triste caminhar.
Enquanto perdes-te em tuas tramas e sentença,
Eu encontro a liberdade, já não mais a me sufocar.

Portanto, ache em outro lugar tua diversão,
Que aqui a aromática poesia se impõe,
No derramar de palavras, com toda a emoção,
Transformando teu engano em deixas de um poema eloquente.