Com palavras de fel
Matheus, nome outrora doce na canção,
Primeira ilusão, cruel desilusão.
Mulher batalhadora, alma de sonhadora,
Em teu peito entregou-se, sem demora.
Mas tu, Matheus, cego e sem visão,
Trocaste o amor por laços de consanguinidade, em vão.
Preferiste o eco vazio do "dever",
À chama viva que em teu lar podia acender.
Molestaste o corpo, templo sagrado e puro,
Com toques que ferem, que deixam rastro escuro.
Molestaste o coração, jardim em flor a murchar,
Com palavras de fel, a alma a torturar.
Molestaste a mente, castelo de sonhos e luz,
Com manipulação, com joguetes que seduz.
Não deste valor à jóia rara em teu dispor,
Usaste, machucaste, sem qualquer pudor.
Tiveste a dádiva de uma filha, laço de amor eterno,
Mas nem a inocência dela te fez menos inferno.
Continuaste a magoar, em ato vil e mesquinho,
Tentando apagar a luz, rasgar-lhe o caminho.
Até que um dia, a força renasceu,
A coragem floresceu, o basta ela disse, e se moveu.
Partiu, deixando para trás a sombra e a dor,
Buscando em outro horizonte um novo amor, um novo fulgor.
E então, Matheus, na solidão do teu castelo frio,
Tentaste inverter a história, em torpe desvario.
Disseste que a dor causada, o pranto e o sofrimento,
Eram formas de "amor", em teu entendimento doentio.
Mentira vil, engodo traiçoeiro,
Para maquiar o monstro que mora em teu roteiro.
Amor não fere, não humilha, não destrói,
Amor constrói pontes, e jamais retrocede ou foge.
A tua "dor" Matheus, era egoísmo puro e cru,
A incapacidade de amar, de ser inteiro, de ser tu.
E ela, forte e livre, seguiu o seu destino,
Deixando para trás o teu "amor" assassino.
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