XV - Juntos
- Uma orgia? – indagou ela, curiosa.
Mike soltou o braço de Chester. Agachou-se e pegou na garrafa pelo gargalo. O líquido acobreado agitou-se no interior do vidro. Ele bebeu duas golfadas de bourbon, a mão esquerda na cintura, de olhos fechados, claramente contraído.
- Queres, querida? Queres experimentar?
Chester engatinhou pela cama até ela. Lilly fez-lhe uma festa na face e ele roçou o nariz no dela. As bocas ficaram rente, ela cheirou-lhe o hálito numa inspiração demorada e sensual.
- Tens estado a beber.
- Se vamos fazer uma orgia, tenho de ganhar coragem. O álcool ajuda.
Ele rodou o corpo e atirou-se de costas para o colchão. A cabeça afundou-se no travesseiro e ele suspirou de satisfação. Estava maçado e agora sentia-se em alerta, com o desejo a inundá-lo. Esfregou os olhos por debaixo dos óculos, pestanejando rapidamente para ficar mais desperto. Não queria ceder à sonolência, sabia que o melhor estava para vir. Ela chamou:
- Mike?
- O que queres? – perguntou brusco, sem conseguir encará-la. Olhava agora para os seus pés descalços. Chester estava como ela, só de roupa interior. Ele usava uns calções e uma camisola que lhe serviam de pijama. Estava mais decente do que aqueles dois pervertidos. Uma nuvem densa colapsava-lhe os sentidos e ele sabia que estava a perder o discernimento.
- Podes vir para aqui. Eu não mordo...
Mike não se moveu. Não queria fazer nada que não quisesse fazer. Mas por outro lado, e como Chester tinha afirmado, o álcool dava uma certa coragem... E muita descontração. Os valores tornavam-se lassos e a linha divisória entre o Bem e o Mal esbatia-se.
Hesitou. Achou que não devia ceder, contudo. Manter-se firme, lutando naquela derradeira batalha contra o mundo que o queria engolir. Esfregou os olhos e sentiu uma vertigem. Tinha uma sede brutal e agitou a garrafa, tornando a hesitar. Se continuasse a beber bourbon para disfarçar a secura, embebedava-se mais, não saciava a necessidade básica do seu corpo e cairia desfalecido. Podia ser uma saída, abandonar-se à bebedeira... Evitava os subterfúgios, as pequenas mentiras.
- Podias levantar a cabeça?
Ele obedeceu, relutante. Perguntou-lhe novamente, tentando focá-la na obscuridade:
- O que me queres?
Um disparo luminoso fê-lo cerrar as pálpebras. Escutou um silvo. Alarmado, abriu os olhos e viu-a, ajoelhada na cama, Chester ao lado dela, também de joelhos, a espreitar curioso para o que ela abanava entre os dedos. Na mão esquerda tinha a máquina fotográfica polaroid do Brad, que dormia alheado a tudo aquilo, ainda na mesma posição, ainda no sofá, sem dar sinais de que iria despertar.
- Tiraste-me uma fotografia?
- Ficaste bonito. Estavas a falar, mas acho que consegui captar bem... a tua essência de rebelde.
- Rebelde? Eu não sou um rebelde...
Chester abraçou-a pelos ombros, colou a face à dela. Espreitava a imagem a aparecer no quadrado de papel fotográfico expelido pela ranhura da máquina.
- Yep, ele ficou bonito. Ficaste bonito.
Mike arrancou-o dos dedos dela.
- Deixa cá ver isso. – Riu-se porque estava com uma evidente cara de bêbado, um olho meio fechado, a boca entreaberta. – Rebelde... Pois sim.
Lilly depositou-lhe a máquina nas mãos e pediu que desta vez fosse ele a fotografá-la. Com o Chester. Praticamente ordenou-o e Mike franziu uma sobrancelha, tentando encontrar uma resposta desagradável. Não gostava que mandassem nele, muito menos alguém com quem ele antipatizava. Olhou para Chester que se encostava, delambido, à sua fada e achou o amigo tão feliz – e tão bêbado quanto ele – que não ousou destruir aquela felicidade efémera. Relevou o que sentia, não estava no seu direito. Carregou no botão, segunda foto. A Lilly e o Chester. Mike esperava, sinceramente, que ela, como criatura mágica, não ficasse no enquadramento. Como um vampiro num espelho, o reflexo ausente. Mas ali estava ela, amorosa, brilhante, ao lado de um Chester claramente encantado. Juntos. E ficavam tão bem juntos...
A máquina voltou a mudar de mãos. Chester já tinha pulado da cama e pendurara-se em Mike e pedia, a roçar o histerismo, que ela os fotografasse. Duas fotografias, tiradas uma a seguir à outra. Os dois amigos tentando adotar uma pose decente em meio de uma nuvem alcoólica e pesada. Foram somente joviais e inconsequentes.
- Estamos a gastar a película do Brad – notou Mike.
- Ele está a dormir – disse Lilly, espreitando o sofá. – Não está a precisar de fotografar nada, a não ser os seus próprios sonhos.
- Ele quer ir ao Central Park – retorquiu Mike com um dedo no queixo, olhos revirados, obviamente a fazer um esforço enorme para fazer o cérebro funcionar.
Chester tinha-se atirado outra vez para a cama, ressaltando no colchão, deitado de barriga para baixo. A estrutura de madeira rangeu com o seu peso. Esticou um braço e pousou os óculos na mesa-de-cabeceira. A Lilly murmurou que não queria o namorado zangado, referindo-se a Brad, e deixou a máquina ao lado dos óculos dele, na mesma mesa. Fê-lo por cima de Chester, que rebolou e vendo-a perto a agarrou pela cintura, ansioso. Levantou o rosto, ela raspou a sua cara na dele, evitando um beijo, atiçando-o por não ter correspondido ao que ele queria. Ele entendeu o jogo e riu-se, soltando-a.
Mike estava dobrado, a balançar, a recuperar a garrafa de bourbon que, nem se lembrava, tinha pousado no chão. Ela caminhou por cima do colchão de joelhos. Quando ele se endireitou, esticou o braço, amarrotou-lhe a t-shirt e puxou-o. Tomou-lhe os lábios num beijo. Ele afastou-se, irritado. Ia caindo para trás com o arranque.
- O que pensas que estás a fazer? És louca!
De mãos atrás da cabeça, Chester riu-se. Mike fora quem ela escolhera para beijar em primeiro lugar... E isso fora divertido. Estava a deixá-lo muito quente e excitado.
- Um beijo, Mike. Não te estou a fazer mal. Preferes um murro na cara?
- Ele preferia um murro na cara – concordou Chester.
- Cala-te... Bennington... Quem te dá o murro... sou eu. Porra!
Ela alçou a mesma mão que usara para amarrotar a t-shirt e pousou-a na face do japonês. Ele sacudiu-se para se afastar daquela carícia. Chester sentava-se na cama, em expetativa. O amigo estava sobretudo atrapalhado e encurralado, como um pequeno animal assustado.
O segundo beijo não foi repelido. Mike fechou os olhos, saboreou a boca dela e gemeu baixinho. Sem se tocarem, ela de joelhos sobre a cama, ele de pé com a garrafa a pender na mão direita. Separaram-se e entreolharam-se. Mike apertou os dentes, vincando o maxilar inferior. Engoliu saliva que, naquela fase, se misturava com a dela. Ficara envergonhado por ter cedido e temia, pois não queria olhar por cima do ombro dela, a reação do companheiro. Aquele pequeno silêncio incomodou-o. Foi sentar-se no seu lado da cama, de costas para os dois, Lilly e Chester. Bebeu.
O silêncio prosseguiu. Era um quadro suspenso. Brad a dormir no sofá. Na cama, Mike sentado numa nesga do colchão, Lilly de joelhos de frente para o sofá, Chester sentado. Este despiu a sua t-shirt e o quadro quebrou a sua imobilidade.
Envolveu o pulso dela com os dedos e puxou-a para cima de si que se deitava, no mesmo movimento. Lilly aterrou sobre o peito despido dele. O cheiro do suor estimulou-a. Começou a beijar-lhe suavemente os mamilos pequenos e eriçados, as mãos passeando-se pela pele suave, sentindo o contorno dos ossos das costelas. Era surpreendentemente macio, como um bebé grande. Macio e quente.
Chester murmurava, ao receber os beijos. A mão direita de Lilly descia até ao umbigo dele, desenhando uma estrada sinuosa de calor que lhe fez acelerar a respiração. Mordeu os lábios, cada vez mais excitado. Ela agarrou-lhe na genitália, por cima do pano da cueca e ele soltou um gemido, fletindo um pouco os joelhos, relaxando os músculos das pernas logo a seguir. Lilly assentou o queixo no peito dele. Observou-o minuciosamente. Estava corado e anelante, a ponta da língua a assomar-se aos lábios entreabertos e húmidos, o piercing a rebrilhar. Ela enfiou os dedos pela peça de roupa interior, ultrapassando o elástico frouxo. Começou a manipular-lhe o pénis que enrijecia. Ele agarrou-lhe na cabeça numa ânsia e lambuzou-a com um beijo molhado e aflito. A primeira vez que se beijavam e ele experimentou um choque elétrico, uma queimadura. Todo ele se incendiava. O álcool e a paixão faziam-no entrar em combustão interna e ele precisava de se aliviar. Contemplou-a, Lilly lambia os lábios de olhos fechados, a reter o sabor dele no palato e ele esboçou um sorriso maléfico. Ia dar-lhe mais para ela saborear...
Empurrou-a para baixo, enleando os dedos nos cabelos despenteados dela. Lilly percebeu o que lhe estava a pedir com alguma urgência.
Puxou-lhe a cueca para baixo, até meio das coxas. Os pelos dele eriçaram-se. Ela continuou a despi-lo, devagar, para provocá-lo e excitá-lo. Chester depositou a cabeça no travesseiro, num suspiro prolongado. Lilly acomodou-se entre as pernas dele, que se afastaram para que ela pudesse caber nesse espaço. Então, envolveu-lhe o pénis com a mão e enfiou-o na boca, dando-lhe um grande chupão na glande. Ele gemeu roucamente, espetando o queixo na direção do teto. Os punhos agarraram-se aos lençóis. Tocou no amigo que continuava de costas, mas que sabia perfeitamente o que se estava a passar.
- Porra, Chester! – murmurou Mike.
Lilly espreitou o japonês, sorrindo de lado. Começou a lamber o pénis. A espaços regulares, enfiava-o até à garganta, apertando a base com a mão para estimulá-lo. Chester gemia e contorcia-se. Empurrava-se contra ela, apanhava-lhe os cabelos e mexia-lhe na cabeça indicando que queria que ela fosse mais fundo, mais depressa, que o deixasse ainda mais desvairado. Chamava pelo nome dela, numa voz entrecortada.
- Oh, sim, minha querida. Vai...baby. Vai, amor... isso... Vai! Ah!
O calor tornou-se insuportável e Mike também se despiu. Ao dispensar a última peça de roupa, as suas cuecas, começou a acariciar-se, masturbando-se devagar. Continuava sentado de costas para os dois. Olhos fechados, lábios apertados, as narinas dilatadas, corado e gemebundo.
Lilly espreitou-o e sentiu-se atraída por Mike que via agora de perfil. Quis que ele fosse dela... Precisava de o convencer a soltar-se, a entregar-se. Naquele estágio não seria muito difícil. Enquanto chupava o pénis do Chester imaginava-se a fazer o mesmo ao Mike. Fazer mais com o Mike. Queria foder com ele... Dar-se toda, deixá-lo fazer o que quisesse, o ato mais escandaloso, a posição mais chocante. A fantasia deixou-a encharcada e ela teve de se refrear para não enfiar os seus dedos por dentro das suas cuecas e também se masturbar.
Investiu no fellatio com aquele desejo furioso a pintar-lhe a mente de vermelho e arrancou um grito ao Chester.
- Porra, mulher! Com cuidado! Isso não é para estragar.
Ela arrebitou as nádegas. Oh, só pensava no Mike! Por que motivo ele não a agarrava e em vez de estar a acariciar-se, não a penetrava com toda a sua fúria e despeito? Porque ele não gostava dela. Queria que Mike a castigasse. Queria que Mike a fizesse implorar por misericórdia.
O último chupão foi langoroso. Chester veio-se num grito de prazer.
Ela ergueu-se, engolindo o sémen que lhe enchia a boca, um sabor salgado, quente e lúbrico. Chester arfava, ruborizado, as mãos ainda enclavinhadas nos lençóis, a apreciar as sensações do seu corpo aliviado. O braço de Mike movia-se devagar. Ela estava excitava, molhada, queria ser fodida. Tinha o ventre a latejar, escaldante.
Com o esperma a escorrer pelo canto da boca, ela arrancou a garrafa da mão mole de Mike, aquela que não estava ocupada. Bebeu a última pinga de bourbon para lavar o gosto. Chester beijou-a sem qualquer pudor, provando do seu próprio fluído misturado com a acidez do álcool. Gemeu descaradamente debaixo dos beijos dele, soltou a garrafa que rebolou pelo colchão até chegar ao chão e só parar ao encontrar o sofá. Brad continuava apagado.
Chester deitou-se de lado, apoiando-se num cotovelo. Lilly encostou-se ao Mike. Começou a aspirar-lhe o pescoço, tocando-lhe a pele da nuca ao de leve com os lábios. Ele murmurou que ela parasse, mas ela sabia que a excitação que o vencia era agora irreversível. Tentou disfarçar que se masturbava, mas falhou miseravelmente. A coordenação dos movimentos estava afetada pela embriaguez. Ela mordeu-lhe a orelha do lado esquerdo. Queria-o para apagar o fogo que a consumia por dentro. Ter chupado o Chester deixara-a esfomeada. Sussurrou-lhe ao ouvido:
- Fode-me, Mike...
E foi a faísca que despertou o incêndio.
Mike voltou-se repentinamente e obrigou-a a deitar-se, segurando-a pelos pulsos. Beijou-a num registo selvagem, mordeu-lhe o pescoço, mantendo-a presa. Chester afastou-se um pouco para lhes dar espaço. Viu o amigo colocar os joelhos, um de cada lado da cintura dela e viu-o despir-lhe os boxers, num gesto tão repentino que acabou por rasgá-los. Eram velhos, estrinçados pelo uso, lembrou-se Chester, porque eram os seus boxers. As cuecas da Lilly continuavam penduradas na casa de banho.
As mesmas mãos trémulas agarraram nas pernas dela para abri-las. Posicionou-se entre as coxas, os seus olhos negros e vítreos fixavam-se no triângulo escuro que ele claramente cobiçava. Ela aconchegou-se para recebê-lo, deslizando pelo colchão. Sentiu-o entrar dentro dela, preenchendo-a à bruta. Gritou, erguendo a anca para aumentar a dor, porque estava tão próxima do mais maravilhoso dos prazeres. Oh, o japonês teimoso também queria foder. Não se iria contentar com brincadeiras adolescentes. Ela emitiu um gemido de satisfação.
Mike desabou para diante, apoiou o seu peso nos cotovelos e iniciou os movimentos de vai e vem. Entrava e saía de dentro dela velozmente, investia maquinalmente, esfregava-se de uma forma egoísta, soltava pequenos urros. Estava a responder à sua própria necessidade, esquecendo deliberadamente a outra parte necessária à resolução da equação. Sexo no conceito mais cru. O homem a servir-se da mulher.
O cheiro do álcool repisado envolvia-os. Ela não se importava com a falta de sentimentos dele – ela só queria uma foda, de qualquer maneira. Ela, a mulher, também se servia do homem. Emitia gritos agudos de prazer, incitava Mike a ser mais rápido movimentando-se libidinosamente, agitando-se em convulsões sensuais que o transtornavam e o tornavam mais animalesco.
Chester ainda estava ao lado deles. Levantou-lhe a camisola interior e expôs-lhe os seios que se agitavam com as investidas de Mike. Lançou-lhes as mãos. Massajava o do lado direito e chupava o do lado esquerdo, atacando o mamilo rijo, num assomo voraz e aflito, enchendo-o de saliva. O contraste entre o frio do piercing e o calor da língua enlouqueciam-na.
Ela chamou por Chester. Ela disse o nome de Mike. Repetiu a lamúria, desvairada, derretida, completamente rendida. Anulava-se naquela piscina doce de puro prazer.
Estava a perder a sanidade. Era tão bom estar com os dois ao mesmo tempo!
Tão bom...
Esse suspiro saiu-lhe através dos lábios inchados.
- É bom... Sim...
E o orgasmo aconteceu. Dela e de Mike. Ao mesmo tempo. Numa explosão e num grito. Chester já se tinha satisfeito quando ela o chupara, mas empurrava-se de encontro à perna dela, o pénis mole, encharcado e peganhento, como se a fornicasse naquele ímpeto seco.
Mike enfiou-lhe a língua pela boca. Lilly respondeu ao beijo, abraçando Chester. Depois foi beijada por este e, nisto, era um beijo partilhado pelos três. Ela já nem sabia quem beijava, se ao Mike, se ao Chester. E às tantas, os dois beijavam-se também, numa luxúria cega.
Deitaram-se pesadamente ao lado uns dos outros, com ela no meio.
As suas respirações cavadas compunham uma estranha sinfonia desafinada no silêncio do quarto. Tentavam conciliar o fôlego e combater as tonturas. Continuavam bêbados e depois de tantas hormonas largadas no sistema, estavam cada vez mais fracos e inertes. Os perfumes que os rodeavam indicavam os múltiplos pecados acabados de cometer. Cheiro a sexo, cheiro dos corpos, masculinos e feminino. Os três sentiam-se satisfeitos, entorpecidos, gastos.
Chester ergueu a máquina fotográfica e, voltando a lente para eles, carregou no botão do disparo. Apanhados num clarão intenso de luz artificial. Apanhados pela objetiva. A ranhura expeliu o quadrado de papel e Chester deixou-o onde estava, devolvendo a máquina à mesa onde estavam as outras quatro fotografias. Mike. Lilly e Chester. Mike e Chester. Chester e Mike.
Na tepidez daquele quarto prenhe de cumplicidades esquecíveis, a imagem suspeita, que confirmava todo o crime, começou a materializar-se a partir da parte negra que ganhava contornos e definição. Três rostos corados, cabeças unidas, sobre um colchão coberto por um lençol amarrotado. Olhos baços pela bebedeira, lábios encarnados e brilhantes, rostos pálidos de cansaço. Dormentes de sexo e de sono.
- Parecemos aqueles tipos do vídeo dos Skunk Anansie...
Mike sorriu com a lembrança da Lilly. Chester acendeu um cigarro e pôs-se a assobiar "Secretly" após uma breve pausa em que processava, com os seus neurónios embotados, a que vídeo se referia ela.
- Não me importava de a comer – admitiu, no meio de uma nuvem de fumo. – A tipa que canta... Parece uma gazela.
- A Skin gosta de mulheres – esclareceu Mike. – Podia ser para ti...
- Não curto gajas – respondeu Lilly perdendo-se num suspiro.
- Eu curto uma gaja a comer outra. Dá-me tusa.
- Chester...
- Não querias ter essa cena na tua cama, Mike?
- Por favor...
- Não precisas de ser educado. Não depois disto... Acabaste de foder a Lilly. Acabaste de a foder à minha frente e com o Brad a dormir no sofá.
- Isto é demasiado...
- Eu sei que é contra a tua religião, mas se quiseres saber... Portaste-te muito bem. Foi uma orgia. Aposto que foi a tua primeira orgia, Mike.
O japonês cobriu o rosto com a mão.
- Estou tão bêbado... Chiça! Só pode ser isso... Bebi demais hoje. Não devia ter bebido tanto. Olha só o que fui fazer.
- Eu gostei, querido – informou ela num sussurro.
- Eu também gostei, querido – completou Chester, apagando o cigarro.
- Acho que quero dormir – disse Mike envergonhado.
- Sim, meu amor. Dorme. Eu abraço-te.
- Chester!
- O quê?
- Não sou o teu amor...
- Estava a falar para ela.
- Mentiroso.
- Sim, sou. Um grande mentiroso.
Como a Lilly estava no meio, beneficiou dos braços dos dois que se aconchegaram num ronronar delicioso. Mike encostou-se ao ombro dela e Chester deitou a cabeça no seu colo. Teve a impressão de que eles queriam abraçar-se com mais intimidade, mas estando ali ajudava a disfarçar essa necessidade inconfessa. Uma falta subtil...
Adormeceram imediatamente.
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