II - Milão
No fim do concerto em Milão, última etapa da digressão asiático-europeia, no início de setembro de 2018, houve um encontro com os fãs. Mike Shinoda estava elétrico. Os concertos tinham corrido especialmente bem e não era previsível, de todo, que assim acontecesse, dois meses antes.
Ou mesmo um ano antes.
Faziam trinta dias que estava na estrada e os dias tinham-lhe parecido imensos e demasiado curtos, num contrassenso que o tinha mantido num nível elevado de adrenalina. Como se não pudesse parar ou a magia iria evaporar-se e mostrar-lhe que era tudo uma elaborada ilusão – que ele não estava mesmo ali, que não existia aquela maravilha.
Os espetáculos, no seu conjunto, tomando em consideração que tinha sido uma digressão e que, portanto, deveria haver uma certa homogeneidade, foram muito diferentes. Foram experimentais – uma base comum e as diretivas adaptaram-se à medida que se ia obtendo o retorno do que estava a acontecer. Foram apresentações maleáveis, quase improvisadas, que se montaram em cenários diversos. Grandes palcos, salas pequenas, multidões, assistência reduzida, de dia e de noite, apresentações curtas e outras longas, dentro e fora de portas.
Havia, todavia, uma nota comum: a música.
Ele salvou-se através da música, como sempre tinha sido. E como ele sabia que tinha de ser, mas precisou de reunir toda a sua coragem para dar efetivamente aquele passo em frente e subir a um palco.
A morte de Chester Bennington tinha-o deixado arrasado e deprimido. Era muito natural que assim fosse, mas Mike nunca julgara que a sensação fosse tão atroz, visceral e violenta. Foi tudo tão repentino e inesperado que esse murro o derrubou e o deixou a sangrar, imóvel, no chão. E desse chão ele não se conseguiu levantar durante muitos dias. Tinham-no obrigado, praticamente, a fazer o concerto de tributo, em outubro, ao amigo, uma apresentação que ele detestara, do princípio ao fim – por não se achar à vontade, por estar tomado de um pavor indescritível que lhe fazia tremer os joelhos, por se sentir demasiado indigno de se apresentar com os Linkin Park sem Chester Bennington ao seu lado, no microfone. Sentira frio e calor, sentira uma tristeza desmedida e uma euforia ilimitada.
Aguentou-se nessa noite à custa de calmantes e de orgulho. Apresentou-se com o seu melhor aspeto, foi cordial e atencioso, digno e correto como um anfitrião num funeral.
O luto prolongou-se por demasiado tempo. Ele queria sair do poço, mas a escuridão era mais confortável e ele deixava-se ficar, aninhado num canto, recluso do seu sofrimento.
Então, a música tinha vindo em seu auxílio. Com raiva e impotência, ele escalou as paredes escorregadias do poço onde se refugiava e entrou no estúdio que lhe tinha infundido tanto terror e tanta piedade. Compôs. Começou por uma pequena canção de homenagem, "Looking For An Answer" que escrevera apenas oito dias depois da morte do amigo num rascunho tosco, com o auxílio do telemóvel. A canção, essa, foi apresentada ao mundo em outubro de 2017, no concerto de tributo a Chester Bennington, no Hollywood Bowl. Uma forma de se ajustar novamente ao seu lugar fora da escuridão.
Essa foi a sua primeira canção. Era amarga e soturna, num tom de lamento profundo. Era ele a mostrar-se como verdadeiramente se sentia – feito em farrapos. Como o casaco esfiapado que vestira nessa noite, que o ajudava a proteger-se de calafrios ininterruptos.
There's an emptiness tonight
A hole that wasn't there before
And I keep reaching for the light
But I can't find it anymore
And I ask myself out loud
Have I been lost all along?
Was there something I could say
Or something I should not have done?
Was I lost all along?
Was I looking for an answer when there never really was one?
Existe um vazio esta noite
Um buraco que não existia antes
E eu continuo a tentar alcançar a luz
Mas já não a consigo encontrar
E eu pergunto a mim mesmo em voz alta
Eu estive sempre distraído?
Havia alguma coisa que eu podia dizer
Ou alguma coisa que eu não devia ter feito?
Estive sempre distraído?
Estava à procura de uma resposta quando na realidade não havia nenhuma?
Seguiram-se outras canções, felizmente para a sua sanidade, temas que iniciaram o processo de cura. Em janeiro de 2018 lançou um EP, um Extended Play com quatro canções. Mergulhou a fundo no estúdio. Uma vez ali entrado não queria sair mais até deitar para fora tudo o que andara a resguardar na sua alma. Tinha de fazer soar a sua voz e a melhor maneira seria fazê-lo através da música. Também regressou à pintura e sentia o sangue a ferver nas veias com a força criativa que o inundava. Tinha de criar, inventar e rasgar a bolha impenetrável que o rodeava, subtraindo-o ao mundo. Não tinha vivido nada naqueles meses até ao inverno. Apenas se tinha arrastado como um autómato, corpo maquinal sem alento.
Começou pela angústia, vomitou em notas tristes e letras zangadas a dor que guardava. Depois foi-se suavizando. Deixava pedaço após pedaço dessa coisa ruim que ele usava como capa. Despia-se lentamente, mas com muita vontade. Até que voltou a sentir-se melhor e foi capaz de mostrar sorrisos genuínos.
O EP transformou-se num álbum com dezasseis canções que a veia inspiradora fluía imparável. Apareceu uma data de lançamento em junho e, de repente, Mike Shinoda dos Linkin Park iria editar um disco e impunha-se a mais velha forma de divulgação de um trabalho musical: espetáculos em palco.
Mike pensara muitas vezes, no verão de 2017, que nunca mais iria conseguir subir a um palco. A experiência de outubro deixara-o ainda mais amedrontado e inseguro. Descrevera as sensações dúbias na canção "Over Again". Ao mesmo tempo, porém, sabia que querendo continuar a ser músico teria que se apresentar em público.
Imaginou, então, um espetáculo mais simples – ele e uma mesa de mistura equipada com um teclado. Algumas canções antigas remisturadas, outras novas do álbum a ser editado em junho. Apoio de samples pré-criadas. No mês de maio aparecera, despido de artifícios, no palco do KROQ Weenie Roast 2018. O público não tinha sido muito entusiasta, mas ele retirara dividendos da experiência. Não tinha sido tão desolador como em outubro e sentia-se bem no final da apresentação – que foi, como acontecia com todos os espetáculos dos Linkin Park, amplamente divulgada nas redes sociais, com a sucessiva publicação de vídeos das músicas que cantara. Ora, se se sentia bem, significava que estava a curar-se e que precisava de tomar aquele remédio com mais regularidade.
As redes sociais estavam a ajudá-lo. Apesar de uma pequena parte lhe deixar mensagens fastidiosas, desanimadoras e maldosas, a maioria, a esmagadora maioria daqueles que o contactavam por essa via queriam partilhar consigo a sua dor e a sua revolta por terem perdido tão cedo Chester Bennington. Ele viu-se amparado nesses braços invisíveis que lhe davam consolo e que também lhe pediam ajuda.
Em junho o seu álbum, com o sugestivo título de "Post-Traumatic", foi publicado e a receção foi maravilhosa, acima das suas expetativas. Os membros dessa grande família que compunham o grupo de fãs de Linkin Park em todo o mundo compreenderam que ele precisava de contar a sua história daquele último ano, precisavam também de fazer a catarse coletiva, e estavam a comprar o disco. Mike sentiu que estava na altura de se apresentar, sem medos. De experimentar ir mais além. De olhar a vida de frente e de abraçar o desafio.
Com um staff mínimo, decidiu fazer as malas e partir numa digressão pela Ásia e pela Europa. O público desses países tinha sido sempre bastante generoso com os Linkin Park e antes ele fizera um inquérito numa das suas páginas da Net para saber onde os fãs queriam que ele fosse atuar. Com a ajuda da mulher, Anna, e mais dois amigos que fizeram de road manager, Mike desenhou o mapa das cidades que iria visitar. Hong Kong, Xangai, Tóquio e Singapura, na Ásia; Leeds, Paris, Colónia e Moscovo, na Europa. Apenas para citar alguns dos lugares.
A cidade italiana de Milão, no norte de Itália, encerrava a digressão e Mike Shinoda estava feliz. Muito feliz.
Fizera tudo sozinho e a terapia resultara maravilhosamente bem. Tomara o remédio em doses desaconselhadas, mas a sobrecarga tivera o efeito de sarar a maleita, de lhe restaurar a confiança perdida. Sentia-se grato, acima de tudo. Humildemente agradecido por ter encontrado resposta no lado mais escuro, aquele que ficava em frente do palco. O seu público, que derivava do público fiel aos Linkin Park, ele sabia-o, aceitava-o e comungava com ele a mesma tragédia, a desgraça e o sofrimento. O luto era dele e era deles. Se ele sentia umas saudades brutais de Chester, aprendera a compreender que as saudades daquela gente anónima que mal o tinham conhecido eram tão sinceras quanto as dele.
O que ele mais gostara fora de falar com o público antes da apresentação da canção "Numb". De lhes dizer coisas que as pessoas precisavam de ouvir, que também ele precisava de ouvir para se sentir menos trancado naquele estado de nulidade. Um alívio doce regado a lágrimas salgadas. Ele chorara umas poucas vezes, as pessoas choravam com ele. Depois cantavam todos juntos e aquela alegria especial da música voltava a encher o recinto. O espetáculo continuava porque tinha de continuar e era mais uma cidade conquistada na rota que ele tinha traçado e que iria cumprir.
Milão era a etapa final e Mike Shinoda sentia-se completo. Os espetáculos tinham evoluído gradualmente e de um concerto de um homem só com os seus instrumentos, passou a ser um concerto de uma banda. Tinha encontrado músicos, tinham tocado juntos mesmo sem ensaios, tinha corrido bastante bem e ele sentia-se mais motivado do que nunca. Depois da Europa faria uma pequena pausa e iria partir em viagem pela América do Norte e Canadá, confiante de que seria tão bem acolhido em casa como o fora no estrangeiro. Iria modificar alguns detalhes, mas o importante era que iria cantar e tocar ao vivo, falar com os fãs e estar com eles entre luz e som.
A Janet, a sua assistente pessoal, chamou-o impaciente e ele pediu-lhe que verificasse se estava apresentável. Ela disse-lhe que sim, mexendo-lhe na franja arrepiada só para fazer um gesto fingido de que estava a compor qualquer coisa. Disse-lhe que já estava atrasado, ele sorriu-lhe, pousou-lhe as mãos nos ombros e pediu-lhe que não se preocupasse. A alegria deixava-o mais descontraído. Aquela era a segunda vez que estava com os fãs, naquele dia. A primeira acontecera antes do concerto. Ele aparecera saudando-os a partir de um estrado, fizera-lhes perguntas sobre que canções queriam no alinhamento para aquela noite. A todas as canções, a multidão respondia com um ruidoso aplauso. Queriam todas, percebeu ele, eufórico. E ele cantou-as. Linkin Park, Fort Minor, as suas mais recentes. Neste segundo encontro, que ele queria mais calmo – estava esgotado do concerto – utilizaria o mesmo estrado para receber os fãs que lhe quisessem dar uma palavra e que buscavam um autógrafo. Um meet & greet em duas partes, improvisado nos bastidores onde ele tinha acabado de atuar, uma arena moderna multiusos situada numa zona dedicada a exposições. Uma sala foi disponibilizada e foram criados corredores de segurança para as pessoas, com barreiras de fitas para formar uma fila ordeira.
Ao entrar na pequena sala Mike foi acolhido por uma aclamação ruidosa dos seus admiradores que o esperavam de pé durante uns largos cinquenta minutos. Levantou os braços, saudou-os com entusiasmo, pediu-lhes desculpas pelo atraso e perguntou se podiam começar. Recebeu nova aprovação das pessoas que queriam vê-lo e estar com ele. Era um sentimento verdadeiro e o seu peito encheu-se de calor.
No palco principal já tocavam os Thirty Seconds to Mars e o som da música provocadora e irrequieta chegava até ali, abafado. O seu concerto tinha sido inserido num pequeno festival de fim de verão chamado Milano Rocks 2018 e ele lembrara-se dos inúmeros festivais onde tinha tocado com os Linkin Park. Começaram por ser banda de apoio, tinham sido nos últimos anos a banda principal do cartaz. E ele voltava agora para o lugar de artista secundário. Não se importava. Era refrescante ter um patamar menos complicado por onde iniciar uma nova etapa – ele estava a iniciar uma nova etapa, ainda que no seu currículo musical não fosse um novato.
Sentou-se a uma mesa. Alinhou as várias esferográficas que lhe tinham colocado à disposição. Reparou na pilha de folhas coloridas que ele deveria utilizar para assinar o seu nome e escrever uma dedicatória, a quem a solicitasse. Havia outra pilha na ponta da mesa. Um muro de garrafas de plástico com água. Ele abriu uma e bebeu um pouco, para refrescar a garganta. Fez sinal ao segurança para que o primeiro admirador avançasse. O rapaz estava com dois amigos, deixaram passar os três. O limite era mesmo esse – três pessoas ao mesmo tempo. Os outros dois eram mais velhos, teriam quase a mesma idade do que ele. Fãs antigos, os primeiros fãs de Linkin Park. Persistentes e cheios de recordações. Mike sorriu-lhes e cumprimentou-os.
- Olá, como estão? Gostaram do espetáculo? Boa, isso é muito bom!... Oh, muito obrigado!
Distribuía autógrafos e procurava trocar algumas palavras com quem se tinha predisposto a participar naquele encontro. Podiam estar a ouvir o Jared Leto, a cantar no outro concerto, tinham preferido em vez disso estar com ele e ele sentia-se, mais uma vez, agradecido, emocionado e mimado. Queria devolver o que sentia sendo atencioso, mas isso estava a fazer demorar o evento e a Janet fazia-lhe sinais com as mãos para que fosse mais rápido. A fila de admiradores parecia não diminuir.
Mike trocou de esferográfica. Já lhe doía a cara de tanto sorrir. Estava muito cansado, mas não queria abandonar os fãs. Gostava de estar com eles. Eram pessoas verdadeiras que tinham sofrido, em menor ou maior grau, a mesma perda que ele – num nível diferente, eram, contudo, um luto e uma dor idênticos. Aquelas eram as mesmas pessoas que lhe dispensavam comentários nas redes sociais que o inspiravam. "Stay strong, Mike". "We love you, Mike". Era melhor ouvir aquilo de viva voz do que ler em palavras frias num telemóvel, num tablet, num monitor de um computador.
Havia quem pedisse para autografar camisolas, fotografias imprimidas em papel comum, os bilhetes do concerto. Havia quem lhe contasse uma breve história sobre como estavam ali – por admirarem o seu trabalho, por nunca terem ido a um concerto dos Linkin Park e aquela era a sua oportunidade, porque queriam homenagear o Chester e cantar com ele "In The End". Alguns tinham vindo de outros países. De Espanha, de Portugal, da Suíça, da Alemanha mesmo que ele já tivesse também tocado em cidades alemãs. Histórias de viagens e de sacrifícios vários que terminavam em glória no norte de Itália porque o concerto tinha sido ótimo e tinha sido tudo o estavam à espera que fosse. O coração dele foi tocado por toda essa empatia e ele sorria mais.
À frente da mesa chegou uma adolescente acompanhada da irmã mais velha. Num inglês macarrónico disse-lhe que o admirava muito, ele voltou a agradecer. Perguntou quem era mais fã. A mais velha avançou afirmando-se como a melhor das duas, porque tinha todos os álbuns dos Linkin Park e mais alguns argumentos que o fizeram rir-se. Recostou-se na cadeira depois de lhes ter autografado uma folha, desenhando um pequeno Boris no canto inferior esquerdo, a meia cantora que se tornara famosa num dos seus vídeos recentes. A todos deixava um desenho, mínimo, num dos cantos do papel autografado. Variava sempre que canto era, para não se cansar.
O par de miúdas desceu o estrado. Já não faltavam muitas pessoas para serem recebidas por ele, pois os seguranças tinham fechado o acesso à sala para que aquela sessão não se tornasse interminável. Fora a Janet a tomar a decisão, de certeza. Ele, na verdade, não se importava – estava fatigado e se aquilo se prolongasse, era bem capaz de cair para a frente, adormecido, sobre a mesa, sem poder controlar o cérebro que se desligaria automaticamente. E no meio das caras todas que ainda aguardavam por ele houve uma que se destacou
Um halo luminoso rodeou aquele rosto como se lhe tivessem apontado um holofote – uma ilusão de ótica que o deixou aturdido. Uma mulher. Entre outras que estavam ali dentro. Mike ficou paralisado com aquela visão. Quando julgava que nada mais o iria surpreender na reta final da digressão, todo ele estremeceu, atravessado por uma corrente de ar, deixando-o gelado até aos ossos. A impressão que lhe causou foi tão potente que a esferográfica lhe escorregou por entre os dedos e caiu no chão.
Ela avançava na fila, com duas crianças pela mão. Duas meninas, com sensivelmente oito e dez anos. Distraía-se a falar com as miúdas, dava-lhes indicações e demonstrava uma alegria genuína. Estava bastante mais velha. O cabelo diferente, mas era ela. De certeza. Tinham-se passado quase vinte anos... Estavam todos mais velhos, diferentes, com outra bagagem. Remorsos, alegrias, experiências, o pacote completo. Perdas e ausências. Ela tinha estado naquele concerto e fora vê-lo. Com as filhas. Acanhou-se com uma lembrança dela a penteá-lo com os dedos, num gesto caloroso, diferente daquele que lhe fizera a Janet. O sorriso era o mesmo apesar das rugas de expressão em redor dos lábios.
Mike murmurou:
- Merda...
Sentiu-se, de repente, vulnerável. Agarrou numa garrafa e despejou a totalidade do seu conteúdo, bebendo a água com alguma sofreguidão. Só via a ela.
Os olhos desanuviaram outra vez e ele focou o rapaz que lhe estendia o papel desdobrável que retirara da caixa do CD do "Post-Traumatic" para que ele o autografasse. Forçou um sorriso e disfarçou a sua perturbação com uma tirada espirituosa. Agarrou noutra esferográfica. Retirou-lhe a tampa tão depressa que esta voou por cima do seu ombro. O rapaz não tinha dado pela sua distração e pediu-lhe uma dedicatória para a namorada. Um nome. Mike ouviu-o e escreveu-o maquinalmente. Só se lembrava do nome da mulher. De como tinha soado quando ele o tinha pronunciado, há muito tempo. Cantava-o na sua cabeça sem parar, como um refrão.
Lilly. Era a Lilly.
Ao se conhecerem, ele detestara-a de caras. Continuara a detestá-la mesmo depois daquele dia... O tal dia em que estiveram juntos. Os três. Ele, ela. E o Chester. Depois foi uma memória esbatida, chegando a ser insignificante e mínima, uma nota de rodapé esquecível, até todo o acontecimento ter subido e se transformado num imenso parágrafo da introdução da sua vida atual. Por causa de um acaso fabricado pelo destino.
Em Milão, ela regressava. Contra todas as probabilidades.
Em pânico, chamou mentalmente:
"Chester! Ajuda. E agora, o que faço... amigo?"
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro