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Prólogo

─Mãe tô saindo! –Grito da porta, já me dirigindo até minha moto.─Onde você vai, filha? –Mamãe caminha rapidamente puxando meu braço antes que eu possa colocar o capacete.─Por aí. –Respondo simplesmente, mas ela não é boba e sabe muito bem onde estou indo. Irei até a quadra abandonada encontrar com algumas "amigas". 

Finalmente elas me deixaram entrar para as "inocentes". Um nome ridículo para uma gangue, porém não ligo, só quero fazer parte de um grupo. Me identificar.

Recebo um olhar suplicante dela, mas eu não vou fraquejar, não hoje. Solto meu braço do seu aperto e subo na moto, dando partida e saindo derrapante, cruzando a cidade em menos de dez minutos.No caminho penso se realmente vale a pena me juntar a elas. Eu sei que estou prestes a cometer uma das maiores cagadas da minha vida, mas no final das contas, o que tenho a perder não é mesmo?Quando estaciono no que resta da calçada velha, recebo um olhar entediado de algumas e curioso de outras.Coloco meu capacete no suporte e desligo a moto. Caminho a passos lentos até Melanie, a chefe das inocentes e levanto minimamente minha cabeça cumprimentando-a.Ela devolve a saudação e caminha até o meio da quadra sem dizer absolutamente nada. No momento não estou com medo, apenas sinto uma desconfiança delas. Fiquei surpreendida quando me mandaram um bilhete dizendo que hoje eu poderia participar da "iniciação", mas no final das contas, era isso que queria não é mesmo? A sigo até que ela para de repente.─Hoje você vai passar por um teste, se perder, está fora. –Diz e ao mesmo tempo, joga uma bola de basquete na minha direção. Pego o objeto no reflexo e olho para ela com a sobrancelha levantada. ─Vou ter que jogar basquete? –Pergunto curiosa e as garotas soltam uma gargalhada exagerada.─Sim, algum problema com isso? –Me lança um olhar impaciente.─Não. –Respondo sucinta e começo a fazer alguns movimentos com a bola. Corro até a cesta improvisada e faço uma jogada de três pontos perfeita. Sempre gostei do esporte, mas nunca me dediquei realmente a ele.Quando as garotas percebem que sei jogar, seus olhares mudam de burlescos a raivosos. Pelo visto não gostam de ser desafiadas.De repente uma onda de meninas com raivva me ataca e eu desvio de todas. É uma contra cinco. Algo totalmente desproporcional, mas não me importo, pois meu espírito competitivo não me deixa perder. Por mais não me dedique ao basquete, quando faço algo, faço bem. Não admito menos do que isso.Faço como cinquenta pontos sozinha e quando estou quase me desidratando de tanto suar, uma buzina soa distante. Ninguém dá bola e continuamos jogando até o barulho vai ficando cada vez mais irritante.─Mas que merda! –Digo e vou até o infeliz que resolveu me importunar.Caminho lentamente até o carro preto estacionado próximo à minha moto e bato com dois dedos no vidro fumê.Quando a janela se abaixa, a imagem de um homem bonito se revela e solto um suspiro involuntário. Ele é meio loiro e seus músculos são evidentes na blusa apertada.─O que quer? –Pergunto irritada.─Como se chama garota? –Replica.─Acho que não lhe interessa. É o seguinte, estamos no meio de um negócio aqui, e gostaria muito que não atrapalhasse com essa buzina azucrinante.Ele solta uma risada rouca e lança um olhar para o lugar onde eu estava a minutos atrás.─Meu nome é Michael Rogers, eu te vi jogando, e sei muito bem do que se trata tudo isso, mas você tem muito potencial. Eu sou treinador do time de basquete na Santa Helena e gostaria que fizesse um teste para uma bolsa esportiva, o que acha?Meus olhos se arregalam ante a oferta tentadora, mas eu não pertenço a esse lugar cheio de riquinhos. Meu lugar é aqui, na periferia.─Obrigada, mas eu passo. –Respondo seca e começo a voltar para a quadra, quando escuto uma porta batendo. Dois segundos depois, sua mão segura firme no meu braço, me impedindo de avançar.─Você não tem cara de marginal menina, pense na sua família, nos seus pais... eles ficariam felizes de saber que você tem uma chance de ser alguém.─Quem é você para dizer o que devo ou não fazer, heim? O que sabe da minha vida? –Digo ríspida ainda tentando me soltar.─Olha, me liga quando perceber que você é muito melhor do que isso. –Aponta para as garotas que sequer se mexem para me defender. Depois me passa um cartão com o seu nome e um número de telefone. Guardo o papel no bolso da calça e ele finalmente me solta.Muitas coisas passam pela minha cabeça nesse momento, uma delas é Emma. Será que estou sendo um bom exemplo para ela? Será que eu mereço mesmo uma chance desse desconhecido?Olho novamente para as garotas com a mesma cara de tédio e de volta para Michael que já está dentro do carro. A esperança estava estampada no seu rosto e por alguns segundos me vejo sendo alguém na vida.Observo seu carro se perdendo na rua estreita e balanço a cabeça exasperada. O que merda estou fazendo? Pego meu capacete e saio daquele lugar com a mente a mil.Duas horas depois chego em casa e papai me recebe preocupado.─Onde você estava Marjorie? E não se atreva a mentir para mim! –Sou surpreendida com seu tom bravo e sem querer solto uma risada de deboche.─Estava jogando basquete, ué. –Levanto os ombros e me dirijo até o banheiro para lavar minhas mãos sujas. Papai me persegue pela casa dando um sermão daqueles e escuto tudo calada. Não ligo para metade das coisas que ele diz, mas quando vejo Emma sentada na cama, seu olhar decepcionado me parte a alma.─Oi anjinho, como você está? –Tento me aproximar, mas ela simplesmente se afasta sem dizer nada. ─O que foi Emma, aconteceu algo? –Insisto e ela balança a cabeça como faz quando está brava.─Você fez mamãe chorar. E papai ficou bravo. Não gosto disso Gô.Abro e fecho minha boca várias vezes, mas nada passa pela minha cabeça nesse momento. Não consigo responder a isso. Minha irmãzinha está desapontada comigo e isso não posso suportar, além do fato de que fiz mamãe chorar. Caralho! O que merda estou fazendo com a minha maldita vida?Nesse momento, tomo minha decisão.Pego o pedaço de papel, a essa altura completamente amassado no bolso da minha calça e digito o número escrito no meu celular velho.─Já se decidiu? –Michael pergunta, atendendo depois de apenas dois toques.─Como sabia que era eu? –A curiosidade me invade e ele solta uma risada do outro lado.─Estava esperando que você se tocasse do que estava fazendo consigo mesma. Além do mais, não dei meu número para ninguém hoje. Então garota, o que resolveu?Não consigo não rir com ele. Michael parece tão sereno, tão tranquilo para um treinador. E se importou comigo. Um completo estranho.─Aceito. –A palavra saiu da minha boca com um suspiro. Talvez de alívio ou de medo, não sei ao certo, mas o que sei, é que é simples palavra terá o poder de mudar minha vida.─Fico muito feliz por isso, te espero amanhã no Santa Helena às sete e meia da manhã. Não tolero atrasos. –Viro meus olhos. Eu também não tolero atrasos, vamos nos dar bem. ─Ah, uma última coisa... –Diz depois de alguns segundos de silêncio.─Sim?─Como se chama?─Marjorie, mas todos me chamam de Margo.─Um prazer margo. Nos vemos amanhã. –E desliga.Respiro fundo e solto o ar lentamente pensando se fiz o correto. Vou até a cozinha e encontro meus pais abraçados com o semblante aflito. Eles não merecem isso. Eu farei o possível para passar nessa prova e entrar nesse colégio, serei a melhor filha que eles jamais tiveram.Conto a novidade a eles e vejo suas expressões mudarem de tristeza a felicidade completa. Abraço os dois em silêncio e eles beijam a minha cabeça me dizendo que tem muito orgulho de mim.Meus olhos se enchem de lágrimas e corro para o quarto. Não gosto que me vejam chorando. Aproveito para tomar um banho rápido e me preparo para dormir. Amanhã é um novo dia e tenho certeza que será um recomeço para mim.Acabo pegando no sono rapidamente e acordo no outro dia com o alarme que felizmente lembrei de ativar. Olho no relógio e são apenas cinco e meia, é cedo, porém se eu acordasse mais tarde, não chegaria a tempo.Tomo um banho quente, como um café da manhã reforçado, coloco meus documentos, algo de dinheiro que papai me deu ontem e meu celular dentro da mochila. Deixo um bilhete dizendo que já fui para o colégio em cima da mesa e saio devagar na minha moto até chegar na esquina, para não acordar nenhum vizinho mal-humorado.Chego na escola às sete horas. Ótimo, assim terei tempo de conhecer um pouco o lugar.O prédio está meio vazio, apenas algumas pessoas zanzando pelos corredores enormes, completamente diferente da escola que frequentei praticamente a minha vida inteira. Aqui os banheiros são limpos, as salas têm carteiras decentes e os quadros são de vidro. O edifício tem uns quatro andares e parece que foi pintado recentemente com as cores azul e branco. De repente escuto um barulho de música e caminho tentando encontrar a fonte. A medida que vou me aproximando, consigo identificar o som. É uma música de Ed Sheran, melancólica porém muito bonita. Espio pelo pequeno quadrado de vidro e vejo duas pessoas dançando na sala completamente vazia. Algumas paredes contêm espelhos e barras de metal. Interessante. Um garoto e uma garota dançam com uma leveza que parece que flutuam. Ele a lança pelo ar como se ela não pesasse nada, e depois a pega novamente, completamente sincronizados. Me pego hipnotizada pelos movimentos perfeitos, é inevitável não sentir um pouco de inveja dos dois. Essa desenvoltura, elegância e profissionalismo chamam minha atenção, mas o que mais me assombra é o olhar dele. Algo tempestuoso, como se estivesse com raiva e descontasse na dança.Estou tão perdida vendo-os que não percebo quando a música pára e eles me olham zangados.A garota caminha e abre a porta em um rompante e me olha debochada.─Perdeu alguma coisa aqui garota? –Sua voz melodiosa me tira do transe e levanto minha sobrancelha.─Na verdade, eu estava procurando a quadra de basquete, será que poderiam me dizer aonde fica? –Desconverso, já entendi que essa garota é a típica patricinha.─Não achou no mapa da escola? Pensei que todos soubessem aonde fica a quadra e... espera. Você é nova aqui? –Me olha de cima a baixo e tenho que segurar para não responder qualquer obscenidade.─Sim... quero dizer vim fazer um teste para o time de basquete... –Começo, mas ela levanta a mão bem na frente do meu rosto. O que essa garota tem?─Olha só Alex, carne nova no pedaço. É bom você saber querida, que nós mandamos aqui, então é melhor se cuidar e não mexer com a gente. –As palavras saem da sua boca como adagas envenenadas e eu não consigo mais me segurar. O tal Alex fica calado observando tudo com seu olhar autoritário. Idiotas.─Escuta aqui, patricinha, eu estou pouco me lixando para vocês dois e para quem manda nessa escola, se não puderem me dizer aonde fica a maldita quadra, eu mesma a encontrarei. E não se preocupem, que de vocês dois quero é distância. – Me viro e caminho até a entrada do colégio sem esperar pela sua resposta. Se essa garota acha que me intimida, é bom ela se cuidar, porque ao contrário dela, eu não tenho problema nenhum em quebrar uma unha ou os dedos se é que me entendem.Quando finalmente acho a quadra alguns minutos depois, o lugar está repleto de garotas uniformizadas e vejo o treinador no canto conversando com uma menina de cabelos pretos. Quando ela me vê, corre até mim e aperta a minha mão com um sorriso sincero.─Olá Margo, sou Amanda, vou te guiar no teste hoje ok? Você vai se sair bem, o treinador Rogers disse que viu você jogando ontem. –Sua voz animada me arranca um sorriso e balanço minha cabeça involuntariamente. Gostei dela. Outra garota me traz um uniforme e eu o coloco para treinar. Entra perfeitamente como se tivesse sido confeccionado para mim.Volto para a quadra e me aqueço antes de começar.E nesse dia dei tudo de mim. Joguei como nunca antes e deixei todos impressionados. O sorriso não deixava o rosto do treinador e eu sabia que estava fazendo tudo certo. Amanda me ajudou com tudo, me deu passes, indicou rapidamente as regras e inclusive levou a culpa de algumas coisas que fiz errado, somente para que eu não ficasse mal na fita.Depois que o treino/teste finalmente acabou, eu estava completamente molhada de suor, mas me sentia incrível, a adrenalina corria pelas minhas veias. Eu queria mais daquilo. Queria continuar sabendo que sou útil, que posso ter um propósito que não seja estar em uma gangue qualquer.Recebi olhares calorosos do time e nesse momento soube onde eu pertencia. O treinador disse que eu podia ir embora, que iria conversar com a diretora e que era garantido que eu entraria para o time. A felicidade me invadiu e as garotas entoaram seu grito de guerra em um sinal claro de que me aceitaram de braços abertos. Cumprimentei a todas e caminhei até a porta da quadra que dava acesso ao vestiário feminino.Precisava tomar um banho e trocar de roupa para dar as boas notícias para meus pais. Eles tinham muito que fazer agora, papeis de transferência e toda a burocracia que consiste em mudar de escola.Depois de muito tempo uma risada genuína brotou na minha face. Era isso eu seria parte de algo, mas aquilo era bom para mim, não me levaria a ruínas. A risada se esvai lentamente dando lugar a um franzir de cenho quando vejo o tal Alex parado na porta com sua típica pose autoritária.Bufo e tento passar por ele, mas sou detida pelo aperto da sua mão no braço.─Se não quiser problemas, é melhor ficar na sua, jogadora. –Ameaça e eu só consigo rir da sua audácia.─E se você não quiser ficar sem mãos, é melhor soltar meu braço, agora, bailarino. –Lanço um olhar mortal, mas ele nem se move, ao contrário, me dedica um sorriso cínico.─É sério, não mexa com a gente, como Melinda disse, somos nós que mandamos aqui. –Essa é boa!─Escuta aqui garoto, eu estou pouco me lixando para quem manda nesse colégio, eu só quero ter minhas aulas e jogar em paz, portanto, façam o que quiserem e não se metam no meu caminho, pois não me conhecem, casal de idiotas. –Sentencio e puxo meu braço com o máximo de força que me resta, passando por ele sem nem esperar por resposta. Nada e nem ninguém vai estragar esse dia, nem mesmo um riquinho metido a besta.Quem dera eu soubesse que esse seria o início do meu suplício.

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