Capítulo 29
A médica me dedica um olhar de compaixão enquanto limpa minha barriga com um pedaço de papel.
Tento parecer tranquila, mas por dentro estou triste pela reação de Alex. Será que ele finalmente percebeu o peso da nossa situação?
Prefiro não pensar nisso e prestar atenção ao que a mulher na minha frente está dizendo sobre tomar vitaminas, ácido fólico e mais algumas coisas para a saúde do bebê.
Uma pequena lágrima escapa pelo meu rosto quando deixo o consultório. Retiro o celular do bolso já me preparando para pedir um táxi, quando Alex aparece na minha frente, com uma expressão estranha.
— Achei que tinha me deixado aqui sozinha. - Acuso e ele arregala os olhos, envergonhado.
— O quê? Eu jamais faria isso Marjorie…
— É, mas você saiu correndo do consultório. - Insisto, no que o garoto chega mais perto e me abraça, me pegando de surpresa.
— Me desculpa, ok? Eu… precisava de ar. Minha intenção não foi te assustar, você sabe que sempre vou estar aqui por você, por vocês… - Passa as mãos na minha barriga e sinto um arrepio percorrer minha espinha. — Eu só, ver o nosso menino… aquilo foi… mágico. Eu vou ser pai, Marjorie. Você tem noção do quão feliz eu estou? - Me abraça e não consigo evitar sorrir.
— Eu também estou muito feliz, mas se você sair correndo assim novamente, vai se ver comigo, meu amor. - Ameaço e agora é a sua vez de cair na risada.
— Sabe, eu estava tão chateado esses dias, porque queria que você aceitasse o meu pedido de casamento, pensei que você não me amasse mais. Fiquei com muito medo disso. Mas depois de hoje, eu tomei uma decisão. Eu vou te esperar, Marjorie. Eu te amo, tanto que não cabe no meu peito, e agora meu coração transborda com um novo ser que está crescendo cada dia mais. Eu amo nosso filho, vou amá-lo até o dia em que eu morrer. Digam o que quiserem, que sou jovem, que estou desperdiçando minha vida… eu não ligo. As únicas coisas que me importam nesse momento são vocês dois e vou fazer de tudo para protegê-los e dar tudo o que merecem. Eu sei que quando você se sentir pronta, vai me dar uma resposta para a pergunta que fiz no parque, e quando chegar esse dia, se a resposta for sim, serei o cara mais feliz da face da terra. - Quando Alex finalmente termina de falar, estou chorando tanto que minha blusa fica molhada com as lágrimas. Não consigo entender o que fiz para merecer alguém como ele.
Seguro seu rosto e beijo seus lábios delicadamente, sentindo o seu sabor embriagante.
— Eu também te amo seu bobo. Você sabe muito bem disso, sequer pense o contrário. - Colo minha testa na sua e ficamos assim por alguns minutos, absorvendo um ao outro, nos tranquilizando com o calor dos nossos corpos, até que nos separamos, enrosco meus dedos nos seus e caminhamos até o estacionamento.
Alex me deixa em casa com a promessa de que virá mais tarde e me levará para jantar.
Quando entro, mamãe e Emma já estão em casa e correm ao meu encontro para saber como foi a consulta.
Mamãe se sentia muito culpada por não nos acompanhar, já que tinha trabalho e Emma teve que ficar com a vizinha, pois odeia hospitais.
— Como foi querida? O bebê está bem? - Perguntou enquanto me guiava para o sofá.
— Sim mamãe, ele está muito bem, saudável, no tamanho perfeito...
— Vocês conseguiram ver o sexo? - Pergunta de repente me fazendo rir.
— Sim! É um menino! - Grito e tanto ela quanto Emma pulam de alegria, me abraçando e dizendo coisas que sequer consigo compreender.
Ficamos a tarde inteira procurando nomes para bebê, tentando achar um que combine ou que tenha um significado até que quando olho para o relógio, já está quase na hora de Alex aparecer.
Graças a Deus mamãe me dá uma ajuda para que me arrume rápido, faço uma maquiagem simples e coloco uma roupa folgada e sapatos confortáveis.
Sento no sofá e mexo no celular enquanto espero pelo meu namorado.
Alguns minutos depois escuto um carro estacionando, passos e o barulho da campainha.
Sem nem esperar que me levante, mamãe corre para atender a porta.
A partir desse momento, tudo vira uma confusão de abraços, choro e... Sacolas.
— Alex, o que é tudo isso? - Pergunto depois que mamãe se acalma. Ele tem mais de cinco sacolas daquelas de lojas nas mãos, o que me deixa curiosa.
Ele então se aproxima e me beija carinhosamente antes de explicar o que está acontecendo.
— Eu passei no shopping antes de vir para cá e não resisti... - Solta com cara de menino levado.
— O que você aprontou, Alexei? - Sorrio divertida e recebo uma piscada travessa.
De repente, ele começa a abrir uma por uma as sacolas de papel, e vai tirando peças de roupas de bebê, sapatinhos, luvas, gorrinhos, mantas... Aquilo me deixa tão emocionada que quando percebo, estou chorando como uma criança.
— Ei... O que houve? Você não gostou? Porque eu posso trocar se quiser é só ir até o shopping e...
— Eu amei Alex, você não tem ideia do quanto. - Beijo seu rosto e o vejo ficar ainda mais radiante. Depois de acabar de mostrar as coisas, guardamos tudo e me despeço de mamãe e Emma que não param de sorrir.
Vamos até o carro e Alex me pede para ir entrando, que ele esqueceu algo no porta malas.
Quando ele volta, está com uma sacola diferente nas mãos, me deixando intrigada.
Aquela é vermelha e pequena, parece de uma loja bem cara.
— Eu também vi isso e achei que combinaria com você. - Sussurra retirando uma caixinha retangular preta de veludo de dentro da sacola.
Quando ele abre, me deparo com uma pulseira de ouro com um símbolo do infinito no meio, adornado com pequenas pedrinhas, que me fazem suspirar.
— É linda, Alex. Você não precisava...
— Eu não precisava, mas eu quis. Vêm me deixa colocá-la. - Pede e estendo o braço, tremendo de emoção.
Alex prende a jóia no meu braço e o levanto para ver melhor.
— Vire o pingente... - Diz baixinho no meu ouvido e faço o que ele manda.
Meu coração quase para ao ler a frase atrás do símbolo.
"Te amarei até o infinito."
Lágrimas escorrem novamente pelo meu rosto, mas dessa vez estou rindo igual uma boba.
— É lindo, amor. Obrigada. Eu também te amarei até o infinito. - Sussurro antes de beijar sua boca, selando a promessa das nossas vidas.
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