Capítulo 23
POR ALEX
Acordo assustado depois de alguns minutos desmaiado. Olho para os lados e não encontro ninguém. O filho da puta do outro carro sequer parou para me ajudar.
Me solto do cinto de segurança e procuro meu celular. Não consigo mover minhas pernas, então acabo tendo certa dificuldade para encontrá-lo.
Quando finalmente o tenho em mãos, ligo para a emergência e explico o que aconteceu, tentando dar uma localização mais exata de onde estou.
Me dizem para continuar na linha até a ambulância chegar, mas o maldito celular está com a bateria tão baixa que acaba desligando no meio da ligação.
O socorro chega uns dez minutos depois e sou levado até o hospital.
A única pessoa que quero ligar para avisar do acidente, simplesmente sumiu, então peço para ligarem para papai.
Sou internado e levado para uma sala onde fazem uma enorme quantidade de exames, para no final das contas, constatarem que estou milagrosamente bem.
Quero ir embora, mas acabam me deixando em observação por uma noite.
Depois de tomar um monte de remédios para a dor, acabo pegando no sono e sinto meu peito apertar cada vez que a imagem de Marjorie aparece na minha mente.
A dor da batida não é nada em comparação com a dor que sinto por estar longe dela. Queria poder dizer o quanto lamento por tudo o que fiz ou deixei de fazer, mas para isso, preciso encontrá-la. Preciso fazê-la entender que ela é tudo para mim.
Sem Marjorie eu não sou nada.
******
— Meu Deus, o que aconteceu com você? -Melina aparece na porta com uma expressão tão assustada que chega ser engraçada.
— Sofri um acidente, não te contaram? -Respondo seco e ela faz uma careta.
Desde o dia em que Marjorie me contou das palavras que Melina lhe disse, nossa amizade não foi mais a mesma e tudo piorou quando por culpa dela e daquele beijo maldito, quase perco minha namorada. No final das contas, acabei a perdendo por minha própria culpa.
Nos reunimos para ensaiar e só.
Algumas vezes tenho que me segurar para não dizer algo do qual possa me arrepender, já que Melina não desiste fácil e sempre tenta ficar comigo a qualquer custo.
Nos conhecemos da vida toda, mas é como dizem, ninguém chega a conhecer uma pessoa completamente.
— Nossa Alex, não precisa falar assim. Fiquei muito preocupada com você, sabia? -Sua cara de inocente não me engana.
— O que veio fazer aqui, Melina? -Vou direto ao ponto e quase dou risada da sua cara que adquire uma tonalidade vermelha, provavelmente de raiva.
— Vim te ver, mas parece que você só pensa naquela jogadora idiota. -Solta e me sento rapidamente, lançando um olhar furioso para a loira.
— Melina, eu quero que vá embora.
— O que?
— Isso mesmo que ouviu. Não quero que fique mais nem um segundo aqui. -Estou com tanta raiva, que não seria estranho se estivesse rosnando.
— Você que sabe, gato. Mas não venha me procurar chorando, quando aquela vadia aparecer com outro. -Meus olhos se arregalam tanto, que é um milagre eles não saírem das órbitas. O que caralhos deu na cabeça dessa garota?
— SAIA JÁ DAQUI! -Grito e ela caminha lentamente pela porta, com um sorriso macabro no rosto.
Me deito novamente, sem nenhum cuidado e sentindo a dor pelo movimento brusco.
Minha amizade com Melina acabou. Não quero vê-la, nem falar com ela e muito menos dançar com ela.
Como eu pude ser tão cego todos esses anos? Fazendo tudo o que ela queria, me deixando ser influenciado por sua maldade, sem nem perceber.
Eu sou um idiota.
Eu deveria ter dito a Marjorie, que foi Melina quem roubou suas roupas naquele primeiro dia de aula e que eu não estava de acordo.
Inclusive, tentei achá-las a tempo e devolvê-las, mas acabei encontrando a garota só de toalhas, no meio do caminho.
Droga!
Respirei fundo tentando não chorar.
Preciso de um plano. Ela não pode ter ido longe.
Onde você está Marjorie?
Nem bem sou liberado do hospital, começo minha busca pela garota que amo. Sua mãe como sempre, não me disse nada concreto, mas acabou me dando algumas pistas, se foi sem querer, não sei, no entanto, o que importa é que eu vou achá-la, custe o que custar, leve o tempo que for.
E se no final das contas ela não quiser falar comigo, eu vou respeitar sua decisão, sabendo que fiz de tudo para recuperá-la.
Meu carro vai demorar um pouco para ser arrumado, então tenho que me limitar a investigar aqui dentro da cidade mesmo.
Eu sei que você não está longe, Marjorie. Meu coração ainda pode te sentir por perto.
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