Não conte nada a Baco
— Jisoo
— Jisoo Kim, 18 anos. Nacionalidade coreana. Suspeita por participação no assassinato e ocultação do cadáver de Roseanne Park...
— Suspeita com base em que provas, investigador?
O primeiro advogado perguntou. Ele era velho, mas pintava o cabelo de acaju, inclusive o bigode, e quando falava seus implantes branquíssimos eram capazes de cegar a quem olhasse por muito tempo. O segundo era mais novo e estava em pé, parecia ser carismático e usava um terno barato que fazia cócegas no braço desnudo de Jisoo. Ela estava no meio deles, tão espremida que poderia sumir se respirasse mais fundo. O investigador parecia cansado, impaciente e tinha uma cara de deboche que era natural, ou talvez fosse por causa dos advogados.
— Isso faz parte da investigação, senhores. É segredo de justiça. Não estamos no julgamento ainda, acalmem os nervos. — Ele tirou um lenço do bolso e limpou as lentes do óculo, como se tivesse tempo de sobra. — Só estou fazendo perguntas de praxe para a reconstituição dos últimos passos da vítima.
— E vamos esquecer que todo esse entusiasmo não é pela grande quantia em dinheiro que os Park lhe ofereceu para que pegasse o caso da filha deles. — O mais novo falou como se tirasse uma carta da manga.
O investigador sorriu forçado.
— Esqueci como é inconveniente conversar com advogados de cidade pequena. — Ele colocou o óculos novamente no rosto e prosseguiu com a conversa. — Jisoo, qual foi a última vez que viu Rosé com vida?
— A nossa cliente não tem obrigação de responder nenhuma das suas perguntas — eles disseram em quase uníssono.
Jisoo preferiu permanecer calada.
✢
(12 de março de 1995 - 1 dias antes)
Rosé estava deslumbrante.
O vestido de cetim vermelho caía elegantemente pelo seu corpo como se tivesse sido costurado ali, como se cada parte do pano a abraçasse e fizesse deles um só. Era uma pitada de tudo que o paraíso tinha para oferecer.
Ela foi até a penteadeira, se sentou e esperou que Jisoo se aproximasse. Elas faziam isso desde pequenas, primeiro Rosé penteava os cabelos de Jisoo e depois Jisoo penteava os de Rosé. Não aproveitava a sensação de ter os cabelos penteados, ficava apreensiva para chegar à sua vez e poder tocar naqueles cabelos alaranjados, observar a escova passar por eles, chegar até os cachinhos nas pontas e então voltar a raiz.
— Como estou? — Rosé passou um pouco de rouge nas bochechas.
Jisoo repousou uma mão no ombro dela e pegou a escova com a outra.
— Está linda, como sempre
Rosé largou o rouge e começou a passar um batom vermelho nos lábios.
— Só linda?
— Perfeita.
— Era isso que eu queria ouvir. — Ela sorriu largo e encarou Jisoo pelo reflexo do espelho da penteadeira.
— Por que precisa que eu te elogie sempre? — Jisoo perguntou. O barulho das cerdas assentando os fios ruivos preencheu o quarto, que cheirava a laquê e perfume floral.
— O que seria de você se não elogiasse, oras? — ela bufou. — Nunca pensei que isso te incomodaria.
Jisoo parou a escova na metade dos cabelos dela.
— Você saberia?
— Saberia o que?
— Se me incomodasse?
— É claro que sim. Eu te conheço, Jisoo!
A Kim voltou a pentear as madeixas da ruiva, usava uma mão para pentear e a outra fazia um leve carinho no ombro dela. Foi com os dedos até o pequeno colar no pescoço pálido de Rosé, tocando-o lentamente, sentindo a pele quente na ponta das falanges.
— Sabe o que é engraçado? Eu também conheço você, Rosé.
O quarto continuou silencioso, porém, algo a mais nascia no meio daquela quietude, um clima pesado e sufocante. Jisoo estava acostumada com ele, mas Rosé não. A mão livre agora foi parar na nuca dela, amava como se acomodava bem naquele espaço.
— Eu sou a única pessoa que conhece todas as suas facetas, o personagem que você usa com os seus pais e os adultos, professores, vizinhos... o que usa com as crianças, com Jennie, Lisa, os colegas da escola... e comigo.
Rosé riu, mas o som pareceu débil.
— Então você sabe que eu sou verdadeira só com você, não é? Você é a única pessoa que eu confio nessa cidade.
Jisoo crispou os lábios.
— Ah, é?
A pergunta morreu no ar por alguns segundos. Pelo reflexo, Rosé esboçava uma expressão indignada.
— Como ousa perguntar? É óbvio! Você andou demais com aquele trio idiota, eles colocaram coisas na sua cabeça, isso é preocupante!
Rosé se levantou e atacou os lábios de Jisoo, pressionando os corpos em um aperto grosseiro. A Kim ao menos teve tempo para respirar, seus lábios foram mordidos com força. Tentou empurrá-la, mas as mãos de Rosé eram fortes e só afrouxaram quando um fiapo de sangue começou a descer pelo seu queixo.
Rosé sorriu e pegou uma boa quantidade de sangue com os dedos, chupando-os logo depois. Uma bagunça de sangue e batom vermelho borrado pelos lábios.
— Juntas até depois do fim, Jisoo.
Sangue escorria pelo queixo de Jisoo, manchava a gola do seu vestido.
— Juntas até depois do fim — mentiu também.
✢
Estava acostumada a ser uma sombra. Foi tratada assim durante toda a vida. Sempre sabiam o nome de Rosé, nunca o de Jisoo, mas naquela noite, quando passaram pela porta da mansão do prefeito, essa constatação fez seu estômago revirar. Era como se estivesse vendo um embate de titãs, Jennie e Rosé. Todos queriam olhar, tirar um pedacinho, ter assunto para fofocar durante a semana em Huimang Hill. Jisoo só queria ir embora. A multidão se transformou em uma confusão difícil de distinguir e o mal-estar que se instaurava, tomou grandes proporções.
O primeiro instinto que teve foi empurrar todos para entrar no primeiro banheiro que aparecesse, qualquer lugar vazio para não passar a vergonha de vomitar na frente de ninguém. O suor frio descia pela sua testa. Empurrou uma porta fechada em um corredor anexo a sala e respirou aliviada ao cair no azulejo frio do banheiro.
Abraçou o vaso sanitário e vomitou tudo que comeu naquele dia, deixou ir embora toda a dor que a matava por dentro, fazendo com que se sentisse pesada, enfadonha, cansada. Se arrependia de todas as ações que fez na vida, se arrependia do plano, de esconder tantos segredos, de conhecer Rosé, se arrependia até mesmo de nascer. A culpa solapava suas decisões, perversa e maldita.
Jisoo se arrastou até a parede e colocou a cabeça entre as pernas, respirando fundo algumas vezes. Era como estar em um pesadelo muito ruim sem a possibilidade de acordar. A música do lado de fora já havia retomado há um tempo e entrou com força quando a porta foi aberta. Demorou alguns minutos para levantar a cabeça e, quando o fez, encontrou Lisa.
A tailandesa fechou a porta. Os cabelos estavam presos em um coque frouxo no topo da cabeça e os coturnos batucavam no azulejo. Um chupão se destacava na luz forte do cômodo. Jisoo se perguntou quem tinha sido o responsável, Jennie ou Kai.
— Eu sempre soube que isso ia acontecer, que você ia nos trair... — Lisa disse, com nojo.
Jisoo bufou.
— Então por que tentou?
— Porque eu pensei, por um segundo, que você precisava de ajuda, Jisoo!
— Ah, foi isso que você pensou? — Cuspiu no vaso, sentindo a boca amarga. — Pare de mentir. Você se aproximou de mim para ganhar vantagem, como todo mundo sempre faz! O mais engraçado é que se acha muito diferente da Rosé, mas deixa eu te contar uma coisa, vocês são mais parecidas do que gostariam de admitir!
— Rosé continuou aproveitando de você, continuou te sugando até não sobrar mais nada! — Era visível que a raiva que Lisa queria descontar era mais profunda do que demonstrava. — Eu admito que, quando conversamos pela primeira vez, eu só queria saber a localização do Retiro, mas eu passei a gostar de você, queria que fôssemos amigas.
— Eu não acredito em nada do que você diz.
— E acredita na Rosé?
— Eu não acredito em ninguém! Não mais! — Jisoo tossiu, as lágrimas apareceram novamente, e saliva se acumulava na garganta. — Nada do que você disser vai me fazer confiar em você de novo, não somos amigas, Lisa, não somos nem conhecidas.
Pela tremedeira que a fazia piscar mais que o normal e o bolo na garganta, como se fosse vomitar de novo, uma crise de ansiedade estava próxima. Pelo menos Lisa não a encarava com pena. Pena era um dos piores tipos de sentimento que poderia receber.
— Você nem parece que nasceu aqui, porra, Jisoo... você ainda não entendeu? Precisa começar a tirar vantagem de alguma coisa, senão vai continuar se ferrando repetidas vezes!
Jisoo levantou o dedão em um "joinha" trêmulo.
— Anotado.
A paciência de Lisa se esgotou.
— Vai a merda, Jisoo, você não quer conselho nenhum, não é?
— Estou cansada dos seus conselhos! Você se acha muito esperta, mas ainda não percebeu que não sou só eu que estou sendo manipulada aqui!
Lisa bufou, dando as costas para ir embora, mas Jisoo puxou a calça dela.
— Estou falando sério! — O choro atrapalhava a sua fala, fungou, engolindo catarro e muita saliva. — Por que ninguém acredita em mim!?
— Por que você mente, Jisoo! — vociferou Lisa. — Por que é a porra de um cão treinado que faz tudo que Rosé pede!
— O amor é isso! Ele te faz abdicar de escolhas próprias para seguir as escolhas de outra pessoa! E você aceita tudo, ouve tudo, faz tudo, porque tem medo de ficar sozinha! Você pode andar por aí, Lisa, achando ser livre e desimpedida, mas está tão presa a Jennie e Kai como eu estou presa a Rosé!
Lisa suspirou, desistente, e ajudou Jisoo a se levantar.
A Kim não tinha bebido nada de alcoólico, mas sua coordenação motora estava fraca, se sentia zonza. Lavou a boca debaixo da torneira da pia e jogou um pouco de água fria no rosto. Passou a toalha pelo rosto, a maquiagem ficou no pano branco.
— Precisamos sair daqui — Lisa sussurrou. Jisoo maneou com a cabeça e a seguiu para fora do banheiro.
Segurou forte no ombro da tailandesa para não se perder no meio da pista de dança. Os adolescentes curtiam a noite como se nada tivesse acontecido na última hora, alheios aos reais problemas que aquela casa escondia. Um embate naquela hora — ou em qualquer outra — era tudo que Jisoo mais temia, tanto por não estar psicologicamente preparada para isso, como por saber que não acabaria bem.
Pôde ouvir a própria respiração pesada antes de torcer a maçaneta porcamente encaixada da porta, estavam no corredor do segundo andar. Jisoo sabia disso. Lisa estava atrás de si.
As vozes lá dentro se tornam reconhecíveis.
— Olha quem veio se juntar a nós! Estava pensando que tinha me abandonado, Jisoo! — Rosé sorriu.
A tapeçaria antiga trazia um clima escuro a sala, as luzes amareladas estavam acesas em diversos pontos, mas uma semi escuridão estranha pairava. Rosé estava sentada em um sofá de veludo, com as pernas cruzadas enquanto enrolava uma mecha de cabelo no dedo.
Lisa entrou logo depois de Jisoo e não tirou os olhos de Jennie, que estava em pé, perto de Rosé. Kai se encontrava sentado na poltrona ao lado da namorada e suspirou aliviado ao ver Lisa.
— O que está acontecendo aqui? — Lisa perguntou, Jisoo fechou a porta.
— Jennie achou melhor tirarmos tudo a limpo — Kai respondeu, repousando os cotovelos na coxa.
— Essa é uma péssima ideia — Jisoo se ouviu falar, como se ainda seguisse o script.
— De péssimas ideias você sabe muito bem, não é Jisoo?
— Acho que essa conversa deveria ser entre garotas, Kai — rebateu.
Rosé gargalhou e quebrou todo o clima tenso da sala. Ela bateu palmas, como se estivesse num espetáculo.
— Acho que já temos o primeiro round! Pode entrar Jisoo e Kai! — Ela encarava os dois com olhos semicerrados, em pura provocação. — Por que não gostam um do outro? Essa é a hora de falarem!
Jennie apertou o braço da poltrona que Kai estava sentado.
— Precisa-se de motivos para não gostar de alguém? Eu sei que você não precisa, Rosé.
A ruiva rolou os olhos.
— Essa cidade é entediante, Ruby, às vezes eu preciso movimentar as coisas com minhas próprias mãos. Você sabe como as coisas funcionam.
Lisa se intrometeu.
— Já é a segunda vez que você nos lembra como "as coisas aqui funcionam", talvez se você explicar, podemos entender um pouco desse seu sadismo. — Ela caminhou até estar perto de Jennie, os grupinhos começaram a ser formados e a sala parecia se fechar.
As paredes diminuíram de tamanho na percepção de Jisoo, que continuava escorada na porta, tentada a sair correndo dali. O suor frio escorria pelas bochechas, as vozes pareciam desconexas, vagas, rodava como um carrossel sem fim.
— Não tente entender, você vai estar sempre por fora, Lisa — retrucou Rosé.
Ouviu o seu nome pairar na conversa, mas não conseguiu formar frases coesas para responder, ninguém parecia ligar. Jisoo não tinha nada além da maçaneta para apertar, a maldita maçaneta que estava mal encaixada. O metal frio pressionava a sua palma, não conseguiria dar dois passos para frente sem cair. O ar sumiu dos seus pulmões abruptamente. Por mais que estivesse buscando, arfando, tentando pedir socorro, nada de fato acontecia e as lágrimas começavam a se acumular na beirada dos olhos.
As três estavam de pé, Kai estava sentado, eles discutiam fervorosamente enquanto Jisoo tentava chamar atenção, qualquer atenção, qualquer coisa que a fizesse sair daquilo. Kai tirou os olhos de Lisa e parou na porta, em Jisoo. Enfim alguém viu Jisoo. Os lábios dele se repuxaram em um sorriso e ele fez uma arma com as mãos, fingindo atirar na própria cabeça.
Se não estivesse tão crente que iria morrer, poderia pensar na morte de Kai.
— Acho que Jisoo pode se defender sozinha... — Ouviu Rosé dizer.
— Eu... eu... não...
Mas saiu baixo demais.
— Ela não sabe andar sem que você mande! — Jennie rebateu com um dedo em aste.
— Isso não vai funcionar se vocês começarem a se atacar dessa forma! — Kai falou no meio das três, ele continuava encarando Jisoo, se deliciando com a cena.
— Isso não vai funcionar de qualquer jeito! Foi uma perda de tempo! — Rosé gritou.
— Você só vai embora quando eu disser que acabou!
— Como é que é, Jennie?
— Preciso repetir?
As duas se aproximaram, os narizes se encostando, a tensão no quarto grande o suficiente para engolir todos eles.
— Eu e Jisoo vamos embora agora e eu quero ver quem vai me impedir — Rosé disse entredentes.
— Você ao menos perguntou se Jisoo quer ir embora. — Lisa estava ao lado de Jennie, com a mão no ombro dela caso tudo fosse por água abaixo.
— Como se eu precisasse perguntar...
— EU ESTOU BEM AQUI! — Jisoo conseguiu gritar.
O ar entrou novamente nos seus pulmões como um jato. Quatro pares de olhos caíram sobre si.
Rosé crispou os lábios, caminhando para a saída.
— Vamos embora, agora — avisou.
Jisoo deveria sentir alívio, não é?
Deveria sentir-se bem. Rosé, sua salvadora, deusa, a garota que mais amava nesse mundo estava caminhando para levá-la para longe daquelas pessoas más, para longe de Kai. Para longe do pesadelo que tentava sair desde que nasceu. Mas a encarando ali, os cabelos ruivos, os lábios borrados de batom vermelho, os olhos semicerrados e tudo que a compunha, desde os saltos batendo na madeira do chão até o vestido que caia como uma luva pelo corpo esbelto... Jisoo só sentiu ódio. Sentiu ódio de Rosé.
Rosé a pegou pelo braço, agarrando-a com as unhas grandes e puxando-a para a saída. Jisoo arfou, com medo do pânico de antes.
— Me solta! — Se balançou, tentando sair das garras dela. — Me solta agora!
Jisoo, num ato desesperado, porque ninguém a ajudaria, nenhum deles faria um mínimo esforço. Eles só ajudavam os seus e Jisoo sempre esteve sozinha. Sempre esteve sozinha. Gritou, Jisoo finalmente gritou. Era tudo que mais queria fazer na vida, era tudo que desejava, gritou com toda a força que lhe restava. Viu medo perpassar pelos olhos de Rosé antes de empurrá-la. A maçaneta da porta soltou nas suas mãos e, com ela, bateu a haste de metal na cabeça da Park.
O objeto se chocou em um baque mudo contra a cabeça dela. Foi tudo muito rápido. Rosé soltou um arfar desesperado e tropeçou para trás, se desequilibrou do salto e caiu no chão. Os dedos de Jisoo, a maçaneta e a testa de Rosé estavam sujos de sangue.
Os quatro ocupantes da sala se encararam. Ao menos respiravam. Rosé jazia no chão da sala. Os olhos fechados, o sangue que não parava de sair pelos cabelos ruivos e o corpo imóvel.
Uma expressão de medo perpassou pelo rosto de Lisa.
— Jisoo... o que... você fez?
Kai e Jennie foram os primeiros a saírem dos respectivos lugares para socorrerem Rosé. Jennie chegou primeiro, caindo em cima da garota ruiva no chão e colocando a cabeça no meio dos seios dela.
— Ela tá respirando... — disse, aliviada. — Rosé está respirando!
Um bolo de angústia cresceu na garganta de Jisoo. Deixou a maçaneta suja cair no chão, o cheiro começava a marcar presença, cheiro de ferro e sal, cheiro de sangue. Seus lábios tremiam, mas o choro não vinha. Alívio não era um sentimento nem próximo de ser descrito "ela está respirando" não era para acabar assim. Não acertou com força o suficiente? Estava... triste? Não, desapontada. Talvez... desesperada. Sim, desesperada.
Kai empurrou Jennie o suficiente para passar um braço por baixo das pernas de Rosé. Com um impulso, ele tirou o corpo desmaiado do chão.
— Pegue a chave do monza, está no meu bolso. — Ele indicou o lugar com um menear de cabeça. Jennie pegou, sem refutar a fala do namorado, mas Lisa fez por ela.
— O que vamos fazer? Rosé vai acordar, seria melhor deixá-la aqui.
— Ela vai acordar e vai surtar, olha a situação de Jisoo, o que acha que vai acontecer quando Rosé acordar? — retrucou Kai.
— Vocês nunca se preocuparam com Jisoo, não é agora que vão começar. — Lisa encarou o casal com uma expressão chocada. — A garota tá viva, vamos torturá-la, é isso? Vocês estão malucos! Deixe-a acordar por conta própria!
— Se quiser ficar aqui, tudo bem! Rosé vem comigo e Jennie também. — Kai segurava o corpo da ruiva como se não pesasse mais que uma pena. — Vem conosco, Jisoo?
Ele foi gentil em perguntar, quando na verdade, era uma intimação que Jisoo não poderia recusar.
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