Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

10. Gêmeos

Não foi novidade acordar me sentindo diferente. Já sabia que o Universo havia mudado completamente a minha personalidade e eu era uma Julia nova naquela semana. Só não tinha certeza de qual Julia eu seria.

Peguei meu celular e já fui fazer minha higiene, checando as notificações das redes sociais e me atualizando sobre um assunto e outro. Nada que fosse muito importante e que já não soubesse, como as fofocas sobre a festa de Carolina que haviam acontecido há dois dias.

Quando desci para o café da manhã, minha família já finalizava sua própria refeição e não se incomodaram em notar minha presença atrasada para aquele evento que era a reunião dos Silva. Por isso me servi de leite e passei a beber enquanto digitava no celular uma mensagem para os meus amigos.

Eu: Bom dia, pessoal. Já me sinto diferente.

Carol: Seria um milagre você mandando mensagem a essa hora?

Lola: Qual o signo?

Eu: Não entendo de signos, Lola. Pelo menos os que ainda não vivi.

Gui: Eu acho que ela tá em...

- Julia Silva! - A voz do meu pai foi ouvida em alto e bom som, fazendo toda a mesa se calar e eu largar meu celular em cima da mesa. - Não está me ouvindo?

- Desculpa, pai. O que disse? - Pressionei os lábios, me sentindo culpada por ter mexido no celular enquanto poderia ter interagido com eles. Meu pai tinha razão em elevar a voz comigo.

- Não importa. - Balançou a mão na minha direção.

- Vamos indo? - Minha mãe sugeriu, salvando-nos daquele momento constrangedor.

Não demorou nada para que eu e meus irmãos estivéssemos do lado de fora do apartamento, embaraçados pela elevação do meu pai.

- Nossa, o que aconteceu para o papai estar tão nervoso? - Tuti quis saber, arrumando seu cabelos no espelho do elevador.

- Acho que eu ter mexido no celular ao invés de dar atenção para vocês foi o bastante para tirar ele do sério. - Desatei a falar, guardando o celular no bolso e um pouco traumatizada depois da cena que meu pai havia feito.

- Acho que não, Ju. - Davi interviu, o mais sensato de nós três. - Mãe, tem alguma coisa acontecendo?

Minha mãe ficou nos olhando por um momento, os lábios pressionados enquanto ponderava se deveria compartilhar com os filhos o que rondava seus pensamentos.

- Não se preocupem com isso.

As portas do elevador se abriram e nós fomos obrigados a esquecer o que havia acontecido. Se fosse o momento de sabermos, minha mãe teria contado, mas aquele era um assunto que só dizia respeito aos dois adultos.

No caminho para o colégio, deixei que Tuti fosse no banco da frente ao lado de minha mãe e sentei atrás com o meu irmão. O garoto mexeu no celular a princípio enquanto eu mordia a unha do polegar, mas logo que a melodia das caixas de som tomou o carro, ele resolveu me abordar.

- E então, como se sente? - Ele tinha a expressão ansiosa.

- Eu não entendo de signos, né Davi. Então não tenho certeza de que signo estou. Mas logo que chegarmos tenho certeza que nossos amigos terão uma opinião sobre isso.

Davi concordou, meneando com a cabeça e voltando a se sentar ereto. Quando eu julguei ser o melhor momento parar não pensar mais sobre a situação dos meus pais e pegar meu celular para me distrair, o carro estacionou em frente ao colégio.

Me despedi de minha mãe e Tuti com beijos no rosto, e me apressei para entrar no colégio. Estava muito ansiosa para encontrar meus amigos, para saber suas teorias sobre o signo da semana e para lidar mais uma semana com ele.

De repente me peguei gostando desse desafio do Universo.

Era confuso, mas era uma grande distração.

- Bom dia, amigos! - Abracei-os assim que encontrei suas figuras próximas da nossa sala - provavelmente apenas esperando os irmãos Silva.

- Por que você parou de responder? - Carol me chacoalhou e eu ri da sua irritação.

- Eu tive alguns acidentes de percurso, mas já estou aqui para vocês me analisarem e discutirem sobre mim.

- Minha teoria é de que você esteja em Gêmeos. - Guilherme olhou para mim, dando de ombros.

- Só porque eu dei bom dia no grupo? Não poderia ser, sei lá, uma Libriana?

- Libra? - Carol debochou. - Quem lembra de Libra, Julia?

- Não gosta mais de Libra? - Ergui a sobrancelha.

Algumas semanas antes, ela teria dito que Libra era o melhor signo do zodíaco por ser o ascendente de Lucas, mas os últimos acontecimentos haviam mudado sua opinião. A garota revirou os olhos e decidiu não retrucar, afinal não tinha muito o que dizer.

- Ninguém lembra porque Libra é um signo maravilhoso. - Davi resmungou, defendendo o seu signo.

Lola abraçou o namorado, concordando com ele enquanto beijava seu rosto e o abraçava.

Aquilo só nos arrancou mais gargalhadas.

- Então vocês acham que o Universo está seguindo a ordem mesmo? Áries, Touro e agora Gêmeos? - Quis saber, levantando um dedo a cada signo que mencionava.

- Esperamos que sim. Porque senão, além de deixar você louca, vai nos deixar loucos, né Julia. - Carolina jogou os cabelos, enquanto digitava alguma coisa no celular. - Mas vamos esperar o desenrolar dessa sua personalidade durante essa semana santa.

- Páscoa! - Lola bateu palmas, feliz porque comeria chocolates.

- Vai comemorar a Páscoa esse ano? - Carol quis saber, sempre sem papas na língua.

Heloísa e sua família seguiam a religião budista e por isso ela deixara de ganhar ovos depois que cresceu e passou a entender o que aquela data significava. Mas nós sempre trocávamos ovos entre nós, independente da religião que seguíamos ou não seguíamos.

- Ainda não oficializaram a união para os pais. - Ergui as sobrancelhas para eles, as mãos na cintura.

- Acredito que, por esse motivo - A garota apontou para mim antes de continuar. -, não. Mas não deixarei de ganhar dois ovos! - Lola mostrou a língua para a amiga que se limitou a revirar os olhos.

Quando o sinal tocou, impedindo-nos de continuar qualquer outra discussão e nos obrigando a ir para a sala de aula.

Ao entrar, me deparei com um grupo de amigos de Lucas em cima do garoto que parecia mais relaxado na aparência que o normal. Quando colocou os olhos em mim, senti poderia me desintegrar ali mesmo. Thomás conversava com o professor enquanto este apagava a lousa para ser usada naquele novo dia. Não me notou quando eu entrei, mas não me importei em ser notada naquele momento.

Não tínhamos algo como Lola e Davi. Estávamos longe de um relacionamento sério e não tinha porquê haver aquela cobrança... Certo?

Me peguei pensando se o sentimento por ele cresceria ou sofreria oscilações de um signo para o outro, até se eu havia beijado o garoto porque estava sob efeito de um signo. Mas preferia acreditar que não, ou acabaria partindo o coração do garoto pisciano.

Não troquei mais mensagens durante a aula e apenas me dediquei a anotar a matéria que era passada. A aula de literatura se iniciou e o professor pediu para que escrevêssemos uma matéria fictícia de jornal ou revista. Poderíamos até mesmo criar um roteiro para que a matéria se passasse na televisão.

Só notei o quanto eu fiquei vidrada em realizar aquela atividade quando ela estava finalizada e eu estava satisfeita. Achei que encontraria dificuldade, porque nunca fui muito boa em ficção ou em me expressar com as palavras, mas acreditava que ganharia um dez por aquela.

A possibilidade de me tornar uma jornalista pareceu tentadora. Ir atrás de furos, repassar notícias e dialogar boa parte do tempo me parecia uma ótima forma de passar o meu dia a dia. Ou talvez fosse só o meu lado Geminiano falando mais alto.

Quando fomos para o pátio na hora do intervalo, Thomás não veio para perto de mim. Na realidade, não havia visto o garoto perto de Lucas e seus amigos. O garoto cafajeste parecia choramingar por algo, o cabelo escondia parte do seu rosto, mas eu podia ver os olhares em mim vez ou outra.

Meus amigos comentavam banalidades com o meu irmão quando eu os interrompi.

- O que esse Lucas tem? - Franzi o cenho, ainda tentando entender o que tanto ele choramingava.

Guilherme olhou na mesma direção que eu assim como os outros e se pronunciou.

- Talvez algum parente tenha morrido. - Deu de ombros ao final da frase.

- Se algum parente tivesse morrido ele estaria no velório ou teria faltado. - Carolina afirmou, quase como se entendesse perfeitamente o que se passa na cabeça do garoto. - Isso aí é outra coisa.

- E quais são suas teorias? - Perguntei, curiosa pelo que a garota tinha a dizer.

- Se está tentando insinuar que eu mandei mensagem pra ele e sei o porquê dele estar com essa cara de cachorro que caiu da mudança, pode ter certeza que você se enganou. - Carolina fez uma expressão convencida e voltou a comer seu sanduíche.

- Não tá mais aqui quem falou. - Ergui as mãos em defesa e a conversa seguiu por um novo rumo.

Fiquei incomodada por eles não quererem falar sobre aquilo, mas ouvia com atenção o que cada um deles tinham para dizer sobre os novos casais que haviam se formado naquela festa.

- Mas acredito que o único deles que realmente se firmou foi a Julia e o Tom. - Gui finalizou a contestação.

Naquele momento vi meu irmão estufar o peito, o braço ainda envolto em Lola, enquanto se mostrava o irmão protetor que Tuti deveria ser, mas não se importava o bastante com a minha existência.

- Não sei não. - Resmunguei. - Não falei com ele hoje.

- É mesmo. Onde ele está? Não iam passar os intervalos juntos? - Carol quis saber.

- Sinceramente, estou muito ocupada me preocupando em ser o menos esquisita possível enquanto o Universo brinca comigo. - Respirei fundo. - Mas acho que vocês estão certos. Vou encontrar um momento pra falar com o Tom. Ele merece isso. Talvez ele até saiba o que está se passando com o esquisito do Lucas.

Dito isto, Carol se virou mais uma vez e encontrou o olhar fuzilante do garoto na nossa direção.

- O que quer que seja, saibam que vocês saberão assim que eu descobrir. - Garanti, me levantando junto com eles assim que o sinal bateu para o início de mais uma rodada de aulas.

Enquanto caminhávamos todos juntos, esquecemos um pouco do assunto garotos e nos lembramos que o feriado estava próximo. Apesar de nem todos ali virem de famílias religiosas, cada um iria passar de modo diferente com a sua família, mas era sagrado que na quinta-feira nos encontrássemos para a troca de ovos.

Antes que eu pudesse entrar na sala, a figura de Thomás recostada na parte de fora me chamou a atenção e eu vi sua cabeça indicar uma direção mais afastada da circulação de alunos.

- Já volto. - Toquei o braço de Gui, o mais próximo de mim, e o vi assentir enquanto adentrava com os outros.

Meu irmão foi para a sua própria sala, mas seu olhar não desgrudou de Thomás.

Assim que estávamos distantes o suficiente, pude ver suas maçãs do rosto avermelhadas e os cabelos cacheados mais emaranhados que nunca, como se ele tivesse passado a mão um zilhão de vezes até que ficasse daquele jeito. Parecia preocupado.

- O que aconteceu, Tom? - Cruzei os braços, recostando meu corpo na parede enquanto ele ficava disposto na minha frente.

O garoto esfregou o rosto com os dedos de anéis prateados de todos os tipos e tocou meus braços, sentindo a necessidade do toque para falar. Não me incomodei, só queria saber o que se passava na cabeça sempre avoada do pisciano.

- O Lucas está fazendo da minha vida um inferno. - Ele soltou calmamente.

Me desencostei da parede imediatamente, interessada no que ele tinha para me dizer. Não sabia o que o garoto havia feito, mas já senti meu coração acelerar pela raiva que passava a me dominar.

Antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, o inspetor nos interrompeu, informando que não poderíamos ficar no corredor.

- Vai lá em casa hoje pra gente conversar melhor? - Pedi e o vi assentir.

O garoto entrou cabisbaixo e eu pude ver o professor sentado em sua própria mesa, organizando seus papéis para iniciar mais uma aula.

Seu grupo de amigos, incluindo Lucas, pareceu realmente interessado na nossa entrada, mas pude ver que Thomás se isolou no segundo que se sentou próximo deles. Já meus amigos me olharam inquisitivos.

- Não conseguimos conversar. Chamei ele pra ir em casa, mas parece que tem a ver com o Lucas. - Foi o que eu consegui falar antes do professor tomar a palavra.

Meus amigos - discretos como eram - não deixaram de olhar para a gangue de Lucas e Thomás, que tinha o olhar perdido em algum ponto atrás do professor.

Sabia que seria difícil para que eu me concentrasse também.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro