52 - Road.
- Não! - Grito, ao sentir mãos segurarem meus ombros.
Sou erguida, ficando de pé, mesmo sem forças para me manter naquela posição.
- Skye! - Uma voz ecoa em meus ouvidos, porém não é o suficiente para que eu pare de gritar.
- Me larga! - Me debato, ainda de olhos fechados.
- Skye, está tudo bem. - A voz soava calma. - Eu preciso que você olhe para mim, OK?
Abro os olhos lentamente, tendo a visão de Harry parado, me segurando.
Involuntariamente, coloco meu corpo para a frente, abraçando o rapaz, que parece surpreso com minha atitude.
- Está tudo bem. - Ouço ele sussurrar, acariciando meus cabelos.
Assunto freneticamente, tendo meu rosto molhado por lágrimas incessantes.
Sou obrigada a romper o abraço quando sinto algo quente em meu abdômen. Assim que me afasto posso notar minha blusa branca manchada por um líquido espesso e carmesim. Vinha de Harry.
- Você... Está ferido. - Sussurro, encarando o sangue que também estava em sua roupa.
- Não foi nada. - Ele faz uma careta, desviando o olhar para o chão.
- Você precisa de um médico! E... - Lembro-me que ele não era a única pessoa ferida ali. - Talyta?!
- Calma. - Ele diz com certa dificuldade. - Ela vai ficar bem. Nós só precisamos chamar uma ambulância.
Tateo nos bolsos, procurando meu celular, porém ele provavelmente teria ficado em casa.
Ao perceber isso, Harry fazer o mesmo, logo tirando um aparelho preto do bolso do terno.
- Droga! - Resmunga. - Aqui não tem sinal.
Abaixo a vista, encarando meus pés, sentindo mais lágrimas escaparem de meus olhos.
- Espera.
- O que foi?
- O que aconteceu com o homem? Que estava atirando. - Assim que meus olhos encontram os do rapaz, posso ver decepção neles.
- Ele fugiu.
Assim que ouço aquelas palavras, me desvencilho de Harry, correndo em direção a onde Talyta estava, uma vez que não haveria mais perigo se eu o fizesse.
Me ajoelho ao seu lado, encarando seu rosto pálido.
- Me desculpe. - Soluço entre o choro. - A culpa foi minha.
Levo minhas mãos até o local do ferimento, na altura do seu ombro, tentando estancar o sangramento. Logo minhas mãos e roupas estavam encharcadas de sangue.
- Você não deveria ter vindo aqui, ele me queria, não a você. - Sem perceber levo uma das mãos ao meu rosto, enxugando uma lágrima em minha bochecha.
- A culpa não é sua. - Alguém sussurra atrás de mim. - Você não puxou o gatilho.
Olho sobre o ombro, podendo ver Harry parado.
- Liga pra a polícia. - Soluço - Por favor.
- Eu não posso. - Ele dar de ombros. - O celular não tem sinal. E, mesmo que eu pudesse, não faria.
- O que? - Junto as sobrancelhas, confusa.
- Primeiro Niall, agora ela. - Ele aponta para a garota deitada no chão. - A segunda pessoa que se aproxima de você e é assassinada em poucos meses. A culpa já caiu para você uma vez, por que não aconteceria de novo?
Ele estava certo, por mais que me doa admitir.
- Mas... Nós não podemos deixa-la aqui. - Eu estava completamente desesperada.
- E não vamos. - Ele segura meu braço, fazendo-me ficar de pé. - Só precisamos encontrar uma casa por perto e pedir ajuda.
- Podemos colocar ela no carro? - Sussurro, ignorando sua sugestão.
- O pneu está furado, temos que ir a pé.
- Mas está frio.
- Eu sei. - Sorrir de canto. - Eu estou aqui. - Ele me abraça.
Eu estava completamente fora de mim. Meus pés apenas se moviam, involuntariamente. Meu olhar perdido vagava pela estrada deserta, enquanto Harry continuava me abraçando.
Várias vezes eu abri a boca para falar algo, mas fechei novamente. Pensamentos aleatórios surgiam em minha mente, por minutos eu me senti leve. Mas não leve por estar tranquila. Leve por estar vazia.
Aquela não era eu.
- ...Skye? - Ouço uma voz distante chamar. - Skye?
- Sim? - Olho para cima, vendo Harry me encarar de forma estranha.
- É a quinta vez que eu te chamo. - Ele pausa. - No que você está pensando?
- Eu... Nada. - Era a verdade.
- Hum. - Ele semicerra os olhos. - Tudo bem. - Suspira, logo soltando um "Aí!" e direcionando a mão para a ferida em seu abdômen.
- Você está bem?
- Estou, não se preocupe. - Assente.
Caminhamos mais alguns quilômetros, até pararmos em frente a um bar de estrada. Assim que entramos no local, todos os olhares são direcionados para nós dois.
O rapaz baleado e a garota coberta de sangue.
Ótimo.
Os homens mal-encarados seguravam suas garrafas de cerveja e abriam caminho, enquanto nos aproximamos do balcão.
Harry senta-se em um banco vazio, e eu faço o mesmo, recebendo olhares hostis de quem estava próximo.
O mais surpreendente, era a forma como Harry conseguia manter a postura misteriosa e forte, apesar do ferimento que não estancava.
- Eu posso usar o telefone? - Ele pergunta ao atendente do bar, que assente ligeiramente.
- É por aqui. - O ruivo barbado, por volta dos 50 anos faz sinal para que Harry o siga.
- Não é melhor que eu vá? - Seguro seu braço.
- Não precisa, está tudo bem. - Ele sorrir, em seguida levantando-se e seguindo o homem.
Durante os longos minutos que ele permaneceu fora, uma preocupação sem medidas tomou conta de mim.
Como se não bastasse os olhares de todos aqueles homens, eu ainda me arrependia de ter deixado Talyta só. E se o atirador voltasse?
Mil pensamentos rodeavam minha mente, quando sinto alguém tocar meu ombro.
- Você não parece bem. - Ao olhar para trás, posso ver quem falava.
Era uma mulher, além de mim, a única no local. Não sei exatamente quantos anos ela parecia ter, já que as inúmeras plásticas disfarçavam bem, e, acho que essa era a intenção.
Ela usava um espartilho de couro preto, que fazia seus seios saltarem, sendo cobertos apenas por seus cabelos platinados na altura dos ombros.
- É melhor você ir no banheiro se lavar, não achar, querida? - A mulher sorrir gentilmente.
- Acho que sim. - Assinto.
Sou guiada para um pequeno banheiro na parte mais afastada do bar.
Ao abrir a porta um cheiro forte invade minhas narinas, fazendo-me tossir.
Ignorando aqui, me posiciono em frente a pia, olhando para o espelho.
Eu estava péssima.
Sangue seco manchava minha bochecha, não era diferente quanto as minhas mãos, minha blusa e o joelhos da calça jeans claro.
Abro a torneira e lavo as mãos, em seguida levo um pouco da água gelada até meu rosto, tirando o sangue dali também. Passo água em meus cabelos e os prendo para trás, em um coque desajeitado.
Minha roupa continuava suja.
Sou tirada dos meus pensamentos quando a porta é sacudida por alguém que batia repetidamente do outro lado.
- Skye?! - Mais batidas. - Você está aí?
Abro a porta, me deparando com Harry, que suspira de alívio ao me ver.
- Graças a Deus! - Ele balbucia.
- O que houve?
- Nada. Eu consegui ligar para a ambulância, eles estão indo até a ponte.
- Que bom. - Sorrio de canto.
- Nós precisamos ir embora. Meu carro ainda está lá, com certeza vão me procurar para fazer perguntas. - Ele revira os olhos, claramente irritado com aquilo. - E você, será meu álibe.
O que?!
- O que? - O encaro.
- Eu só estava lá por sua causa, não pode deixar que achem que tive alguma coisa a ver com isso. - Ele se abaixa, ficando à minha altura. - Eu só tentei de proteger, Skye.
A forma como ele falava meu nome me fazia arrepiar.
- E o que eu devo dizer?
- Que passamos a noite juntos.
O QUÊ?!
- Eu não vou dizer isso! - Exclamo, sentindo minhas bochechas coradas.
- Oh, por favor! - Ele revira os olhos. - Não é isso que você está pensando, basta dizer que você estava no galpão quando tudo aconteceu. Vou dizer que meu carro foi roubado.
Ele parecia familiarizado com aquilo tudo de encobrir pistas.
- Bom... Tudo bem. - Eu estava tão exausta, que preferia pensar nisso depois.
Após sussurrar um "ótimo" ele me guia para fora do bar.
Sinto um calafrio percorrer minha espinha quando o vento frio se choca contra minha pele.
- Vamos voltar a pé? - O encaro.
- Não, não. - Ele tira algo do bolso, balançando entre seus dedos. Eram chaves - Um dos senhores bêbados fez a gentileza de me emprestar a moto.
- Você roubou isso?! - Arregalo os olhos.
- Ele me emprestou, de livre e espontânea vontade. - Dar de ombros calmamente.
Mesmo desconfortável, monto na garupa da grande moto vermelha, abraçando a cintura de Harry.
- Você está bem para pilotar? - Pergunto.
- Eu estou ótimo. - Ele responde, e tenho a impressão de ter ouvido uma risada que li é encoberta pelo barulho do motor.
Após alguns minutos, estamos de volta a casa.
Abro a porta devagar, tirando os sapatos dos pés. Penso em deixá-lo próximo a porta, porém. e, ao notar que estavam sujos de respingos de sangue, decido colocá-los entres os dedos, levando-os comigo.
Subo as escadas, suspirando de alívio ao perceber que a madeira não rangeu. Atravesso o corredor escuro, passando em frente ao quarto dos meus pais.
"Você acha que eles vão gostar da idéia?"
Ouço a voz da minha mãe sussurrar.
"É claro, querida. Ele está aqui há tantos meses, já é quase da família."
Papai responde.
Ao não ouvir mais nada, me direciono ao quarto.
Sobre o que eles falavam? Agora não importa. Já tenho preocupações demais para uma noite.
Tiro as roupas manchadas, com certeza o sangue não vai sair.
Suspiro pesadamente, pegando uma sacola de loja e colocando a calça e a blusa dentro, amarrando firmemente e deixando no banheiro do quarto.
Ligo o chuveiro, deixando a água quente lavar minha pele. O vapor preenche o ambiente, e apenas quando minha pele está começando a adormecer, desligo-o, fazendo a água cessar.
Caminho vagamente para fora do box, olhando fixamente para meus pés como se fossem algo muito interessante, mas não eram.
Me posiciono em frente ao espelho, encarando o reflexo embaçado. Noto uma mancha ao meu lado, então passo a mão por todo o espelho, limpando-o.
Não posso acreditar no que vejo.
Parado, ao meu lado, estava Talyta.
Salto para trás, automaticamente segurando a toalha com força ao redor do meu corpo.
- Não, não, não. - Fecho os olhos rapidamente.
Quando volto a abri-los, percebo que estou só. Completamente só.
Seria apenas meu cérebro pregando uma peça?
Balanço a cabeça, saindo rapidamente dali.
(...)
Viro-me na cama, sentindo uma forte dor de cabeça. Tento sentar, porém a tontura me faz voltar a repousar sobre a cama.
- Mãe! - Grito, embora sem forças.
- O que houve? - Ela responde do andar de baixo.
- Eu não estou bem. - Desta vez, minha voz sai realmente baixa.
Ouço passos na escada e logo a porta do quarto é aberta, revelando a jovem senhora com uma expressão preocupada.
- O que você está sentindo? - Ela caminha até a cama, sentando-se ao meu lado.
- Minha cabeça dói. - Antes que complete a frase, um calafrio percorre meu corpo, fazendo com que me encolha entre os lençóis
Mamãe pousa a mão sobre minha testa, verificando a temperatura.
- Meu Deus, você está queimando!
Me encolho mais. Eu odeio adoecer.
- Está sentindo dores na garganta, meu bem? - Ela franze o cenho.
- Não. - Balanço a cabeça, em negação.
- Bom, então descanse pouco, eu vou fazer um chá.
Assinto.
Ela levanta e caminha para fora, lançando-me um sorriso antes de fechar a porta atrás de si.
"Droga."
Olho em direção a janela, lembrando de tudo que aconteceu ontem. Harry está bem? Era a pergunta que não me deixava.
Eu preciso vê-lo, se agora ele está ferido a culpa é minha.
Ouço vozes no andar de baixo, não as reconheço, mas me preocupo ao ver mamãe entrar no quarto minutos depois, segurando a xícara de chá nas mãos, tendo a testa franzida.
- Quem estava lá embaixo?
- Era a polícia, queriam falar com o senhor Styles. - Ela me entrega a xícara.
- Sério?
- Sim, mas não deve ser nada demais.
Assinto.
Lembro-me bem do que aconteceu na última vez que a polícia esteve aqui em casa, Harry disse para não deixa-los ir até ele, e agora, estão o procurando. Por minha causa.
Assim que termino de tomar o chá e mamãe sai, me deixando só outra vez, sinto o celular vibrar na mesinha ao lado da cama. Pego-o e olho no visor, havia uma mensagem de um número que não estava nos meus contatos.
Desconhecido:
[ Você não pode fugir para sempre. ]
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Aeeeee finalmente temos 800k de leituras 😍 Eu estou tãaaao feliz, obrigada a cada um de vocês, principalmente aos q não desistiram pelo tempo q eu estive ausente, obg mesmo ♥
Hoje temos uma dica sobre a história:
Não acham suspeito Liam Payne ser o único 1D que ainda não apareceu?
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