30 - Little Secret.
- Não mesmo?
- Uma vez, quando eu era criança, senti amor por apenas quatro pessoas, mas todas me deixaram. Algumas morreram e outras mudaram tanto que se tornaram desconhecidos. - Ele abaixa a cabeça, encarando os próprios dedos.
- Quem eram? - Pergunto calmamente.
- Minha mãe, minha... - Ele pausa, voltando a si. - ninguém. Não gosto de falar sobre o passado. - Harry se levanta. - Obrigado pelo filme, mas realmente tenho que ir. Até logo.
Ele logo sai da sala, deixando-me com minhas milhares de perguntas a serem respondidas.
- Só eu acho esse cara sinistro? - Matt pergunta, me assustando.
Eu apenas sorrio, nem confirmando, nem negando.
(...)
Acabamos de terminar o jantar. Harry jantou conosco. Saio da mesa após ajudar minha mãe a recolher a louça e a lava-la, caminho em direção a sala onde Harry, Matt e Thomas conversavam sobre alguma coisa. Passo próximo a porta de entrada, para poder chegar a sala, mas antes que complete meu caminho alguém bate na porta. Abro-a, encontrando alguém inesperado.
- Talyta? - Pergunto surpresa.
- Hey! - Ela quase grita, fazendo os olhares de todos se dirigirem a nós.
- Como conseguiu meu endereço? - Sussurro, puxando-a para fora e fechando a porta.
- Luke me deu, aliás, foi ele quem me mandou aqui. Ele quer falar com você.
- E por que ele não veio até aqui? Está tudo bem?
- Está sim, é só que ele quer ter uma conversa particular.
- Não posso sair agora, você pode falar isso a ele? - Pergunto.
- Por favor, Skye, vem comigo. Luke não vai gostar se você não for! Ele disse que é importante. - Ela implora.
- Tudo bem. - Suspiro. - Espera um pouco.
Volto para dentro de casa e vou até a cozinha procurar minha mãe, porém ela não está, então vou até a sala, onde á encontro sentada no sofá.
- Mãe, eu preciso sair. - Aviso.
- Está tudo bem? - Ela questiona.
- Sim. É que uma amiga está com dúvidas sobre um festival que vai acontecer na escola e quer saber se eu posso ajudar. - Apesar de estar muito desconfortável, sou obrigada a mentir.
- Mas essa hora? Não pode ser amanhã?
- Ela mora perto, daqui a pouco eu volto, prometo. - Faço cara de gatinho abandonado.
- Hum... tudo bem, mas volte antes das 23:00h. - Adverte.
- Obrigado! - Sorrio, pegando um casaco e um gorro.
- Precisa de ajuda? - Matt pergunta.
- Não, obrigado. - Aceno com a mão e logo saio de casa, deixando Matt, mamãe, Thommy e Harry.
Acompanho Talyta pelas ruas, que ela parecia conhecer muito bem, porém não seguimos até a pista de skate como eu imaginava, mas vamos por um lugar mais deserto.
Dentro de alguns minutos chegamos a uma parte não tão conhecida da cidade. Haviam alguns prédios com apartamentos e uma escada de incêndio ao lado de cada prédio.
Nós entramos em um deles, como não havia elevador fomos pela escada. No que pareceu o sexto andar nos paramos, Talyta bate em uma porta com o número "27" e logo ele é aberta, relevando Luke usando apenas calças pretas e tênis All Stars.
- Ela está aqui, agora me dar!
Talyta estende a mão e logo Luke coloca algo como um colar.
Ele me chama e logo nós entramos. O apartamento não era tão grande, havia uma sala com um sofá de couro e uma TV, também havia uma mesinha no centro e um carpete felpudo. Nas paredes haviam imagens de bandas de Rock e alguns porta retratos com fotos de família e, no canto, uma guitarra. Porém, a maior parte das coisas estavam cobertas por roupas e resto de festfood espalhados pela casa.
- Então, você roubou o colar dela? - Falo me referindo a Talyta.
- Sim. É que para ela aquele colar trás sorte, então eu o peguei porque ela não queria ir até a sua casa.
- Por quê? - Franzo o cenho.
- É que ela tem medo do seu vizinho. - Ele dar de ombros.
- Meu vizinho? - Levanto as sobrancelhas.
- Sim, uma vez estávamos passando perto da sua casa e vimos um cara de terno e chapéu saindo de lá. - Ele fala, enquanto procura uma camisa para vestir.
- Oh, claro. - Assinto. - Mas por que me chamou aqui?
- Bem, é que há uma coisa que eu não contei sobre a morte do Niall...
- O quê?
- Quando nós entramos o corpo, havia algo lá que eu peguei... o celular dele. Estava no chão e eu achei que estava quebrado, mas quando eu liguei percebi que estava pegando, e estava gravando quando tudo aconteceu.
- Por que estaria gravando? - Pergunto, sentando no sofá ao lado de Luke.
- As vezes, quando estava estudando, ele gostava de gravar as partes mais importantes. Escuta.
"... Bem aqui quem fala é Niall, e estamos em... Hã... 22 de maio. Prova de biologia. Assunto: células. Estamos na página..."
Faz-se um curto silêncio e passos são ouvidos ao fundo.
"Quem é você?"
" Não importa quem eu sou. Nunca importou. "
" Olha, a biblioteca está fechada, volte amanhã. "
" Eu não vou voltar amanhã, e nem você! "
Uma pancada é ouvida, provavelmente o corpo de Niall caindo sobre a mesa. E após alguns minutos, um barulho alto é ouvido, provavelmente o assassino derrubando as estantes e os livros."
- Isso foi...
- Assustador, eu sei. - Luke para a gravação.
- Como uma pessoa pode ser tão mau?
- Não sei, mas não podemos deixar isso acontecer outra vez.
- Você deveria levar isso para a polícia, poderia ajudar. - Sugiro.
- Não podemos confiar nos tiras. - Ele nega.
- E o que vamos fazer com isso? Não dá para reconhecer uma voz assim!
- Eu sei... - Ele suspira, passando a mão pela nuca.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que me lembro de algo de minha advogada disse, que eu deveria ter um álibi para aquela noite.
- Luke, sobre isso, tem algo que eu preciso contar. - Ele me encara, me deixando um tanto nervosa.
- O quê?
- Eu... bem, eles acham que eu matei Niall.
- O quê! - Ele arregala os olhos, desconfiado.
- Não fui eu, você sabe, estávamos juntos quando aquilo aconteceu! - Me defendo.
- Bem... - Ele relaxa um pouco - tem razão.
- Por isso preciso que você fale com minha advogada. Por favor, eu preciso de você. - Coloco minha mão sobre a dele.
- Tudo bem, vou te ajudar. - Ele sorrir fraco.
- Obrigado! - O abraço.
Assim que levanto o rosto, percebo que Luke está me olhando, então ficamos a centimetros um do outro. Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas, então volto para meu lugar, porém Luke segura meu pulso e me puxa em sua direção, me fazendo ficar ao seu lado. Logo sinto seus lábios quentes contra os meus, me fazendo quase saltar, logo sua mão vem para a minha cintura e me puxa para sentar em seu colo, e assim o faço. A medida que o beijo se intensifica, empurro seu peito, nos afastando.
- Que foi? - Ele pergunta.
- Eu... não posso. - Abaixo a cabeça.
- Por quê? Não gosta de mim?
- Não é isso, é que, bem, não estou pronta para estar em um relacionamento com ninguém. Sinto muito.
- Tudo bem, mas não precisamos assumir um compromisso. Que tal nos conhecermos melhor? - Ele levanta as sobrancelhas.
- Talvez. - Sorrio, e logo recebo um beijo na testa, depois Luke me aperta contra seu peito descoberto.
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