Laura narrando

Pego a minha agenda e verifico se tenho algo mais marcado, como não tenho, pego a minha bolsa e saio do hospital. Pego um táxi e vou para a praça central, pago e saio.

Caminho um pouco, às vezes costumo vir aqui. Bom, é mais quando tenho pesadelos, no dia seguinte venho aqui para me distrair.
Olhos os carros que passam, alguns andam desesperados.

Vivo sozinha, mas, meus pais fazem muita falta.
Quando eu quis ser nutricionista, tive que enfrentar o meu pai, e se querem falar com alguém bravo.. Ele é essa pessoa.

{04 anos atrás}...

Desci as escadas, arrumando a bolsa em meu ombro. Cheguei á mesa do café e me sentei.

Laura: Onde está o meu pai? -Pergunto para a empregada-.

Empregada: No escritório.

Assenti e comecei a comer.
O meu irmão foi embora com a namorada há dois dias, o que torna a casa vazia.

Assim que terminei, fui até o escritório do meu pai, bati na porta e abri.

Laura: Pai?

Carlos: Fala, Laura.

Laura: Podemos conversar?

Nesse momento foi quando percebi que havia um senhor a mais na sala. Não o conheço, mas, é muito parecido com Henry.

Carlos: Esse é o Otávio Smith, um grande empresário de sucesso.
Otávio, essa é a minha filha, Laura.

O senhor que agora tinha nome, veio até mim e apertamos as mãos, como forma de cumprimento.

Laura: Satisfação. -Sorri fraco-.

Otávio: Bom.. Eu já vou. Até outro dia, Kennedy.

Eles apertaram as mãos e o mesmo saiu.

Estou habituada que as pessoas no nível do meu pai, se tratem pelo último nome, mas, achei que eram amigos.

Carlos: O que quer falar comigo, Laura?

Laura: Pai, lembra quando você disse que queria que eu fosse médica? -Me sentei em sua frente-.

Carlos: Como eu poderia esquecer?

Laura: Então... Eu estive pensando, e acho que não é isso quero para mim.

Falei tentando selecionar as melhores palavras.

Carlos: Como é? -Aumentou o tom de voz-.

Laura: Quero ser nutricionista. É basicamente a mesma coisa, pai.

Carlos: Não, você vai ser médica e pronto! -Falou firme-

Fechei os olhos e coloquei a mão fechada em cima da mesa, fazendo barulho.

Laura: Não! Você não vai decidir o meu futuro, eu sempre gostei de ciências. Porém, o meu sonho não é ser médica, eu quero ser nutricionista e ninguém vai me impedir. -Me levanto e saio do escritório-.