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Uma surpresa

Após ter feito aquilo e ir para casa como se nada tivesse acontecido. Dias haviam se passado sem nenhum movimento por parte de Alec. Pensei que ele ia ser mais inteligente e descobrir que a autora do arranhão era eu, mas como eu desconfiava ele era burro demais para fazer tal descoberta.
Por vezes o vi me lançando olhares desconfiados só que ele não falava nada sobre aquilo. Poderia ser minha paranóia, mas minha mente dizia que ele sabia e só estava esperando o momento certo para atacar, me pegar desprevenida.

Lorena me disse que ele estava furioso na festa, interceptando todos para saber quem fez aquilo com seu precioso carro e uma parte minha quis contar para Lorena, mas eu sabia que ela falava demais, podia dar com a língua nos dentes sem querer e o meu enterro seria encomendado assim que Alec descobrisse.

— Que tal se ficássemos vendo filmes para aproveitar o feriado de quinta-feira? 

— Nah, lembra que tenho que jantar na casa do Durand? Por mais que eu queira fazer isso com você meus pais não vão deixar. — Disse trocando a ponta da lapiseira deixando claro na minha expressão o quão insatisfeita eu estava.

— Você fala como se fosse um sacrifício. Daria de tudo para jantar uma vez por semana com aquele homem divino. 

— Eca, por que você não se declara pra ele. Já vi que ele tem um interesse por você. 

— Sério isso? É mentira Liz eu nunca notei e sempre sei quando os homens sentem. 

— Se quiser trocar de lugar comigo e ir no jantar eu trocaria de lugar numa boa.

— Acha que ninguém vai perceber a diferença entre uma brasileira e uma coreana? 

— Eu tinha esperanças de que ninguém percebesse. — Disse desanimada e deitei minha cabeça em meus braços. 

O professor nos olhou de cara feia e nos comportamos até o fim da aula. Sem conversas diretas somente com uma folha de caderno que era passada de uma para outra no intuito de marcar algo para após o jantar.

                          __***__

Chegamos na casa dos Durand  exatamente cinco minutos antes do combinado dos nossos pais.
Minha mãe tocou a campainha e aguardamos torcendo para que atendessem logo pois estava frio demais ali fora.
Ajeitei o casaco puído rosa dobrado nos punhos e me amaldiçoei por escolher justamente minha calça capri preta que deixava meus finos tornozelos à mostra que naquele momento encontravam-se arrepiados pelo frio.

Dona Carmem nos atendeu um minuto depois com um sorriso no rosto tenso. Seus olhos não tinham foco e sua alegria era forçada e ao entrar na casa me dei conta do porquê daquele comportamento
Um som alto que fazia com que as janelas tremessem tocava em um rock pesado vindo da parte inferior da casa.
Pelo o que me lembrava, Alec costumava ter um canto só dele além do quarto, um lugar em que ele costumava revelar as fotografias que tirava e, segundo sua mãe, para desanuviar a mente acelerada do garoto problema.

— Peço perdão pelo barulho incômodo, Alec está estressado. — O tom de voz arrasado dela e sua expressão de vergonha e tristeza me deixavam com pena.

Eu sabia que Alec era mimado por Carmem que fazia tudo por ele e adorava o filho único, às vezes até ficando cega para tudo o que fazia.
Minha mãe me contou uma vez que ela era assim porque muito antes de engravidar, Carmem descobriu que tinha cistos em seu útero e que aquilo dificultou muito em conseguir realizar o sonho de ter um filho. 
Quando ela descobriu a gravidez de Alec ficou radiante e tomou todos os cuidados para o que indicava ser uma gravidez difícil e que necessitava de um tratamento muito delicado principalmente na hora do parto.

Desde que o garoto era muito pequeno e fazia suas travessuras tudo era visto como coisa de criança, mas eu ali já via tudo o que tinha de ruim em Alec e que ele aproveitava do amor incondicional da mãe para escapar das broncas do pai.
O que estava acontecendo ali era um exemplo. Ela não conseguia dar um limite para ele, só porque estava chateado Alec deveria achar que todos deviam se curvar mediante a ele.
O único que conseguia parar o garoto rebelde era Raul, mas pelo visto ele não havia chegado.

— Não se preocupe, não está incomodando. — Minha mãe disse educada.

— Na verdade está sim. — Disse baixinho, mas minha mãe escutou e me deu um beliscão.

Seguimos dona Carmem até uma suntuosa sala de jantar, onde estava em uma mesa estava disposta uma série de travessas com Ratatouille¹, Cassoulet² e Boeuf Bourguignon³.
Tudo tinha um aroma maravilhoso e minha barriga roncou pela fome que sentia.
Me sentei na cadeira de sempre e esperei com impaciência que todos fizessem o mesmo.
Eles logo se sentaram e o senhor Raul entrou na sala com uma cara de poucos amigos.

— Desculpem o atraso, trânsito. — Ele disse tentando se justificar. — O Alec ainda estava chateado por causa do carro? — Ele perguntou  para a dona Carmem que assentiu.

— O que houve com o carro dele? — Minha mãe perguntou curiosa enquanto que se servia de tudo um pouco.

— Algum vândalo arranhou a pintura toda do carro enquanto ele estava em uma festa. 

Quando ele disse aquilo eu quase engasguei com a comida e com a risada que havia ficado presa em minha garganta. Minha mãe bateu nas minhas costas preocupada e fiz um gesto para indicar que estava tudo bem. 
Peguei o copo d'água e tomei um gole sentindo alívio quando a comida desceu. Encobri minha risada com o guardanapo para que ninguém visse minha alegria.

— Chamaram a Polícia? 

— Não se sabe quem foi, vai levar a nada. — Carmem disse tomando um gole de vinho.

Aquilo foi demais para mim, antes que deixasse minha risada escapar pedi licença e sai da mesa com a desculpa de que ia para o banheiro.
Corri para a cozinha e só permiti soltar minha gargalhada maléfica quando já estava no corredor que dava para a escada do andar de cima.

Saber que Alec estava mal me dava muita satisfação pois não era nem metade do que eu senti quando ele disse aquelas coisas no corredor da escola. Quando resolveu dar um de bom samaritano e pediu desculpas na tentativa de me afastar do Henrique.
Então sim, ele merecia aquilo e muito mais.

Olhei para um espelho de moldura oval posicionado no lado direito e dei uma gargalhada vitoriosa.
Eu parecia patética, sim. Ridícula, com certeza, mas nenhum pensamento negativo iria me tirar aquele prazer.
Mas o que tornava tudo melhor era o fato de que Alec devia estar quebrando a cabeça para saber quem foi o malfeitor.

— Do que está rindo Kang? — Dei um pulo ao escutar a voz da peste logo atrás de mim.

— Que susto garoto, parece assombração. 

— Sozinha aqui, rindo que nem louca. Fiquei curioso. — Ele disse com uma sobrancelha arqueada achando graça.

Eu estava desconfiada. Alec estava ali na minha frente e não me ofendia e nem dizia coisas ruins para mim, era estranho ele conversar comigo de maneira normal.

— Vou voltar para o jantar. 

— Espera Kang. — Ele disse me segurando pelo pulso. Olhei enviesado para sua mão me segurando para não socar seu rosto. Ele me soltou entendendo perfeitamente o recado.

— O que quer? — Disse exapserada só por ele estar ali na mimha frente.

— Preciso falar com você um assunto sério. 

— Não vejo um assunto para falarmos. 

— Vem comigo. — Ele disse me puxando em direção ao porão.

— Oh, oh garoto, quem disse que eu vou lá pra baixo com você. — Disse fincando os pés no lugar.

— Baixa a guarda um pouco Kang, só quero conversar. 

— E o que te faz pensar que de uma hora para outra você se tornou o mocinho e não o vilão. Que devo confiar em você. 

— Porque meu intuito é te fazer uma proposta e porque eu não contei para nossos pais que foi você que arranhou meu carro. — Ele disse me desafiando com o olhar a negar.

— Como soube? 

— Sei que você tem ódio e capacidade o suficiente para fazer aquilo e ninguém ali tinha motivo.

— Vai ver que você tem mais inimigos que o Batman e não sabe. 

— Minha maior inimiga é você arlequina. — Ele disse bem humorado.

— Pensei que ia me comparar ao coringa. 

— Você não é feia. — Ele disse olhando para trás enquanto me conduzia para dentro do porão.

Aquele local era conhecido como fortaleza do Alec.
Quando era mais novo o garoto tinha um lugar só dele que era repleto de gibis, bonecos de ação e vídeo games, tudo muito bem arrumado e decorado em um ar tipicamente masculino.
Com o passar do tempo a decoração teve mudanças, não tantas, mas teve. A paixão de Alec pela fotografia foi ficando muito mais evidente aos quatorze anos quando ganhou uma máquina profissional de seus tios e desde que aprendeu a usar ele transformou o porão em um local apropriado para aquilo. Fotos de  paisagens e por vezes tirada com polaróides enfeitavam o lugar.
Era óbvio que já entrei naquele porão e dei um jeito de estragar tudo e aquilo resultou em ele sumir com duas bonecas preferidas minhas, então entendi o recado, podemos nos odiar, mas tudo tinha um limite.

Fora que as palavras de Alec ficaram martelando na minha mente.
O que ele queria dizer que eu não era feia? Ele sempre fez questão de afirmar que eu não chegava nem aos pés das garotas da escola, que não fazia o padrão esperado. Então sempre interpretei que eu era feia ou tinha algo de errado. O que mudou? 

— Espera um pouco aqui fora para eu guardar umas coisas? 

— Que coisas? — Perguntei curiosa.

— É particular Liz, não seja intrometida. — Alec disse e entrou no quarto.

Esperei por alguns segundos antes de entrar no porão e ver Alec guardando algumas fotos em um grande livro encapado na gaveta. Só tive um vislumbre da grande letra L da cor branca criando contraste com o que parecia ser um álbum de fotos da cor preta.
Aquilo atiçou a minha curiosidade ainda mais e minha vontade de sair mexendo em suas coisas.

— Você não sabe esperar mesmo não é?! — Ele disse exasperado.

— Não vou ficar à sua disposição a noite inteira. Além disso, seus pais e os meus devem estar me procurando e iram estranhar se nos ver em aqui juntos sem um corpo estirado ao chão.

— Eles não vão estranhar, pelo contrário, meus pais iriam adorar nos ver em paz.

— O que quer dizer? Eles sabem que brigamos desde sempre, sabe que nos  odiamos.

— Eles te adoram Liz , meu pai faz questão de me dizer isso sempre. De esfregar na minha cara que eu sou um inútil enquanto que você é a menina perfeita.

Fiquei quieta sem saber o que dizer.
Eu duvidava muito que o senhor Raul fosse tão duro a ponto de dizer que o único filho era um inútil, não era coerente com o senhor bondoso que eu conhecia.

— Não acho que seus pais sejam ruins assim.

— Você não conhece meu pai Liz, você conhece o que ele quer que você conheça.

— Diz isso porque ele quer te obrigar a ter responsabilidades e acho isso muito bem feito. 

— Não se trata somente disso Kang e não me sinto à vontade para me abrir sobre isso com você, não entenderia. 

— Realmente, não entenderia. Eu não entendo mesmo por que estou aqui batendo papo com você como se fôssemos amigos de longa data. — Me levantei para ir embora, mas Alec me segurou pelo pulso delicadamente.

— Liz é sério, só me escuta. — Seus olhos suplicantes me fizeram ficar e me sentei de novo mesmo que não quisesse.

— Vá logo ao assunto Alec.

— Eu quero dizer que meu pai está me infernizando e quer que eu me comprometa com aquela maldita empresa do meu avô, mas o que é pior é que ele quer que eu assuma um compromisso com uma garota insossa filha de um sócio dele. Não tem cabimento.

— Você pode ir para outros caminhos se desejar Alec. Se parar de ser um idiota irresponsável ele larga do teu pé.

— É tarde demais para tirar a impressão de mais de dois anos Liz e se eu não fizer ele vai me tirar tudo.

— Arruma um trabalho então. — Dei de ombros com um sorriso irônico em meu rosto.

— A questão não é essa Liz meu pai vai fazer de tudo para dificultar a minha vida, e ele tem poder pra isso.

— E qual a solução então Alec e o que eu tenho a ver com tudo isso? Acho que não somos amigos suficientes para tais confissões, posso afirmar que nem colegas somos, estamos mais para inimigos mortais.

— Estive pensando muito sobre isso esses dias e tenho uma solução. Por mais insuportável que seja isso ter que me humilhar pra você eu não vejo outra saída e estou desesperado.

Minhas mãos começaram a suar de nervosismo e minha perna direita se movimentava mais depressa fazendo com que meu pé batesse ao chão provocando o único som suspenso no ar com o silêncio que se seguiu.

— O que eu proponho é que você seja a minha namorada por um mês. 

Meu coração parou naquele momento e senti como se pudesse desmaiar a cada segundo passado. 
Aquilo era impossível. Eu estava sonhando ou melhor tendo um pesadelo.

1: Ratatouille = prato francês à base de legumes ( berinjela e abobrinha) regados a um delicioso molho de tomate.

2: Cassoulet = é uma especialidade francesa e se trata de uma feijoada feita com feijão seco e diversas carnes que variam muito da época do ano ou do local.

3: Boeuf Bourguignon = famoso prato da culinária francesa. Feito com boi cozido em vinho tinto.

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