Alice, levantou no meio da madrugada, e sentiu um desespero enorme.

Sentiu a falta de sua mãe.

As vezes o desespero batia, e naquela madrugada o desespero tomou conta de todo o ser de Alice.

As lágrimas caíram involuntariamente, deixando sua blusa enxarcada.

Escorregou pela parede, colocou a cabeça entre as pernas, e desabou.

As cenas do acidente, voltavam em sua mente, como se estivesse acontecendo naquele exato momento.

A crise voltava as vezes, e esse era o seu único medo.

Pegou o celular emcima da cômoda, desbloqueou a tela e foi nos contatos.

Encarou aqueles nomes, mas, um em si chamou sua atenção, Dylan.

Era a única pessoa próxima a ela no momento. Sua melhor amiga, morava em uma cidade vizinha, seria meio difícil chegar até ela em plena madrugada, além disso, tinha uma filha, com quem deixaria?.

Pensou várias vezes, até que criou coragem e apertou em ligar.

O celular tocou. Uma... duas... três... No quarto toque, ele atendeu.

-Alice?. -Ele perguntou com a voz rouca, por conta do sono.

-É... D-Dylan?, poderia v-vir aqui em c-casa, porfavor. -Ela perguntou, entre soluços.

-Claro, chego aí em cinco minutos. -Ele falou, e ela encerrou a ligação.

Em cinco minutos, ele chegou na casa de Alice, tocou a campainha e logo foi atendido pela moça, que ao contrário dos outros dias estava totalmente desarrumada.

Os cabelos estavam em um coque bagunçado, ela usava uma blusa grande e larga, que ficava como um vestido, com olheiras, e com os olhos inchados de tanto chorar.

-Alice, o que houve?. -Ele perguntou, totalmente preocupado com o estado da mulher em sua frente.

Ela continuou calada, apenas o abraçou, durante uns cinco minutos.

Ela o puxou, para sentarem no sofá.

Ele sentou, e ela se aconchegou aos braços dele.

-O que houve Alice?. -Ele insistiu, precisava saber o que havia acontecido.

-Ela morreu por minha culpa, Dylan. -Ela tremia freneticamente.

-Quem Alice?. -Ele perguntou preocupado, com o que acabara de ouvir.

-A minha mãe Dylan, por minha culpa ela morreu. -Ela chorou descontroladamente.

-Me conta essa história direito, eu não tô entendendo. -Ele pediu calmamente.

-Estávamos dentro do carro, e eu vi quando uma luz forte irradiou em nossa frente, eu tentei se desvencilhar do carro, mas, já era tarde, tudo escureceu e eu só ouvi a minha mãe dizer "Não esquece que eu te amo". -Ela se encolheu nos braços do homem.

-Não foi, sua culpa Alice. -Ele acariciou os cabelos dela.

Ela apenas escutou as palavras reconfortantes, do homem, que nos momentos mais difíceis a ajudava, e estava alí, em plena madrugada a ajudando a se recompor.

-Você está mais calma, então, preciso ir. -Ele fez uma cara triste, pra ver um sorriso estampado no rosto dela.

-Dorme aqui. -Ela sorriu.

-Então tá, me traz uma das suas roupas de menininha. -Ele chacoalhou os cabelos dela.

-Ah, qual é, tenho algumas roupas do meu irmão aqui. -Ela deu de ombros.

-Okay mocinha. -Ele sorriu. -Sabe Alice, eu nunca te ví com alguém, do tipo namorado, afinal, você namora com alguém?. -Ele falou, como se nem se importasse com a resposta.

-Ah, eu não curto muito relacionamentos, não agora no auge da minha carreira, quero sim, ter uma família lá na frente, mas, por enquanto eu quero mesmo, é me dedicar ao meu trabalho. -Ela deitou no sofá, e repousou a cabeça sobre as pernas do rapaz.

-Ah, agora entendo. -Ele sorriu.

Eles continuaram alí, em uma conversa animada.

Depois de horas conversando, foram dormir.

Dylan dormiu no quarto de hóspedes, e Alice no seu próprio quarto.

Dylan estava feliz, por estar se aproximando de Alice, aquilo era revigorante.