Prólogo
— SEGUREM FIRME!
— AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
Em círculos e círculos, meia dúzia de piratas passavam mal, enquanto a outra metade fechava os olhos e rezavam para não morrer. Jack tinha perdido o cargo de timoneira para as forças do oceano e, a partir daquele ponto, o Nadia Keane estava à mercê da sorte. Girava e girava e girava, cada vez mais sendo sugado para dentro do redemoinho.
Então, parou de girar.
O navio foi obrigado a submergir, sem nem antes dar aviso prévio para os Saqueadores da Barra darem um último respiro. De repente, foi como se nenhuma lei da física que Poeta conhecia fizesse sentido. A embarcação foi impulsionada para frente, em direção ao desconhecido, em uma velocidade absurdamente impossível. Rápido. E mais rápido.
A princípio, piratas estavam acostumados a segurar a respiração. Não estava sendo um grande problema para a maioria dos marujos até então. Talvez, em mais alguns segundos, as coisas começariam a se complicar.
Como era o caso de um certo criado de bordo.
Dimitri levou a mão ao peito, sentido seus pulmões queimando por dentro. Seu fôlego não era tão ruim, mas sua cabeça...
Flashes.
De repente, estava de volta àquela noite de tormentas. Ventos impiedosos e ondas imensas faziam o barco inteiro tremer. Tossiu. Algo havia batido forte em sua barriga. Uma verga da embarcação se soltara e o arremessara direto para o mar. Gritos. Silêncio. Gritos. Silêncio. Ele subia para a superfície, mas logo era puxado novamente para as profundezas. Gritos. Silêncio. Chuva. Sangue.
Olhou para as mãos.
É verdade, estavam ensanguentadas naquela noite. Olhou para seu corpo. Espera...
Aquele sangue não era dele.
Se não é meu, então de quem... e o pouco ar que lhe restava foi tirado, quando uma mão de unhas compridas agarrou seu pescoço.
A mulher misteriosa da banca 25.
Dimitri arregalou os olhos. Umma aproximou-se do garoto e o desdenhou com o olhar.
— Acha mesmo que é um homem do mar? Olhe para você... está tremendo de medo que nem um covarde!
— DIMITRI! — alguém chamou.
Era aquela voz. Aquela mesma voz que ele ouvira tempos atrás. O garoto tentou se desvencilhar para procurar quem era, mas a deusa das tempestades segurou-o mais forte.
— Ele está chamando... Dimitri. Será que é mesmo seu nome?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro