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Capítulo 1


E

aqui estava novamente, em frente a uma televisão acompanhando um caso que ela mesma iria investigar. Ontem o marido da mulher desaparecida ligou pedindo a ajuda de Calipso e um tempo depois, a mulher foi encontrada largada em uma mata. Por mais que seu trabalho fosse apenas investigar desaparecimentos, aquele caso em especial havia despertado a curiosidade da investigadora.

— Quer mais um cafezinho moça? — ofereceu lançando um sorriso amigável.

—Estou satisfeita, obrigada. —falou pagando a conta da lanchonete.

A escola estava apenas a duas quadras dali e enquanto andava, anotava em sua caderneta tudo que deveria perguntar para Eduardo. Calipso podia sentir algo diferente naquela história, algo que não se comparava a nenhum outro que já havia pegado. Desde que começou a investigar, com seus 19 anos, ganhou popularidade durante os anos e se tornou detetive voluntaria, onde pegava casos de desaparecimentos sem cobrar nada das famílias.

O tempo nublado instigava ainda mais a imaginação dela, a fazendo pensar em todas as possibilidades possíveis para o desaparecimento da moça. Assim que chegou na escola, avistou Eduardo conversando com uma pessoa perto de um carro. Ele parecia estar tenso e assim que a mulher se afastou, pegou o celular e ligou para alguém. Calipso não queria incomodar, então andou devagar até ele terminar a ligação.

—Bom dia, você é o Eduardo certo? — perguntou estendendo a mão. — Sou Calipso, você me ligou ontem para investigar o desaparecimento de sua esposa.

—Bom dia, como vê, seu trabalho não será mais necessário. — resmungou apertando levemente as têmporas. — Clarisse foi encontrada ontem e está tudo em ordem.

—Por mais que ela já tenha aparecido, tenho muita curiosidade em descobrir o que de fato aconteceu. — revelou abrindo a caderneta. Calipso podia sentir a tensão de Eduardo ao tocar no assunto. — Clarisse comentou o que se lembrava do ocorrido quando acordou no hospital?

—Não, ela não se lembra de nada depois de acordar ontem. Tudo é um enorme buraco negro na mente da minha mulher.

Aquela revelação fez o sangue de Calipso gelar. Nunca é bom quando uma vítima não se lembra do que aconteceu, o mais provável era um trauma muito grande para causar aquele lapso na memória. Sem as memórias de Clarisse, seria extremamente difícil entender o que de fato aconteceu. Sem perder tempo, continuou lendo as perguntas.

—Quando acordou, Clarisse disse ou agiu de forma diferente? — perguntou e ao notar a hesitação de Eduardo, soube na hora que tinha algo acontecendo.

—Ela está estranha. Muito mais apaixonada e meio possessiva, vamos dizer. — respondeu suspirando alto.
— Uma colega me contou que Clarisse invadiu a casa dela essa noite e mandou ela ficar longe de mim.

—Isso é realmente muito esquisito. Se puder me passar, por favor, o local que ela trabalha, irei fazer umas perguntas aos colegas de trabalho.

Eduardo passou todas as informações necessárias e caminhou em direção a entrada da escola. Ao ver as informações, descobriu que Clarisse era aeromoça de uma companhia bem famosa em São Paulo. Aquele seria uma visita para amanhã, pois ela já tinha marcado de se encontrar com o irmão da vítima, que veio diretamente de Goiânia para ajudar Eduardo com o desaparecimento da irmã. Algo dentro da investigadora se revirava, ela tinha a plena convicção de que existia muita mais coisa naquele caso do que realmente parecia.
                              ***
O pequeno bar em que Calipso se encontrava ficava próximo a Liberdade. O local era pequeno, com cadeiras e mesas de plástico amarelo espalhadas pela calçada. Ela imaginou do porquê Francisco ter marcado em um local tão apertado. Alguns homens no bar a encarava com interesse e outros, com certa curiosidade. Calipso possuía um nome bem incomum em relação a suas origens. Vindo de uma forte descendência indígena, os traços marcantes estavam quase todos ali: cabelos lisos e finos, olhos pouco puxados e negros e a pele levemente avermelhada. Mas a característica que mais se destacava em Calipso e que chamava a atenção era os cabelos curtos com um tom de ruivo.

“—Minha filha, você e a única que pegou o lado europeu dos nossos ancestrais. Seu cabelo ruivo é a sua marca e por isso te dei o nome de Calipso. Calipso foi uma moça que foi queimada na fogueira em Salem por se parecer bruxa minha filha. Vê se pode?! Só porque nossa ancestral sabia fazer remédio com planta e tinha cabelo vermelho. Você puxou essa mulher independente e quero que nunca se esqueça disso.”
 
Ela se pegava pensando constantemente na avó que já tinha morrido. Sem uma mãe, a senhora foi a única que cuidou de Calipso até o final da vida. Sua mente finalmente focou na realidade quando um homem sentou de frente a Calipso. Ela observou que era um homem de aparentemente vinte e cinco anos. Usava uma blusa listrada de manga comprida, calça jeans, cinto e botina. A investigadora o imaginou sendo cantor sertanejo universitário, pois se assemelhava muito a muitos que destacavam nesse ritmo musical.

—Oi, você que é a investigadora ne. Sou o irmão da Clarisse. — se apresentou estendendo a mão. — Minha irmã já foi achada, acho que não precisa desse auê todo.

—Eu queria fazer algumas perguntas sobre sua irmã, mais para tentar entender o que aconteceu e encontrar um possível culpado. — comentou anotando alguns detalhes sobre Francisco.

—Se é o que você quer. Pode me perguntar que te falo tudo.

Calipso interpretou aquilo como um sinal verde para perguntar detalhes mais pessoais como família e personalidade. Ela esperava que aquela conversa fosse mais produtiva do que com Eduardo.

—Me disse que são naturais de Goiânia, como ela veio morar em São Paulo? Para estudo? — começou o questionamento se atentando aos sinais de desconforto que Francisco esboçava.

—Não moça, ela e meus pais não se davam muito bem sabe, era quase impossível aguentar os ataques de doidura dela. — revelou inquieto com o assunto, a todo momento ele tamborilava os dedos na mesa, em sinal de ansiedade. — Ela fugiu de casa quando fez 19 anos, acho que é pela mamãe a obrigar a fazer bale e aula de violino. Clarisse não gostava dessas coisas de mulherzinha.

—Como era esses ataques que acabou de falar? — a revelação sobre a família atiçou ainda mais a curiosidade da investigadora. — Pelo que vejo, sua mãe e irmã não se davam muito bem.

—Ela é meio explosiva, sai gritando com as pessoas e debochando. Qualquer coisa que tira ela do sério, a faz quebrar tudo que vê na frente. — comentou cabisbaixo, era notável a tristeza ao se referir a irmã. — Quando fez 18, abandonou as aulas que a mãe obrigava a fazer e começou a fazer boxe. Acho que ela ainda faz e ajudou muito a diminuir os ataques dela. Acho que foi por isso que foi embora, a mamãe quase bateu nela querendo que saísse das aulas de luta.

—Vocês mantiveram contato com ela depois disso?

—Não muito, a última ligação que tive dela foi no natal a uns 2 anos atrás. — respondeu pegando sua blusa de frio e se levantando. — Não quero mais falar disso, obrigada pelo interesse no caso da minha irmã.

Assim que saiu do bar, Calipso não demorou para sair também. Todos aqueles detalhes sobre a família e personalidade da vítima criava um perfil bem marcante: moça incompreendida pela família que fugiu de casa. Precisava investigar mais, cada detalhe descoberto era alimento para a vida de Calipso. Ela imaginou sua vida sem investigação e se descobriu viciada em desvendar casos. E assim percebeu que o único jeito de parar no meio de um caso seria ela mesma dentro de um caixão.

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