– Gabi?... – chama a mãe ao bater na porta.

–  Pode entrar...– responde olhando  pela janela o lindo jardim florido, a Sisi estava la embaixo discutindo com o Severino mais uma vez enquanto ele regava as flores.

– Eu...O que tanto olha? –  diz curiosa olhando para a filha.

– Nada. – ela fala se virando – Só a Sisi e o Severino discutindo mais uma vez – Ri fraco.

– Eles se amam, são grandes amigos, só não sabem respeitar as diferenças. – fala sentando na cama com a bandeija em mãos.

– Acho que realmente só existe amor em contos de fada – diz desanimada se aproximando da mãe – Ou pelo menos nos livros que leio... – Olha para o conto de fadas que se encontrava na bancada e pega um copo de suco da bandeja. – Do casal ambos não se respeitam.

– Não é verdade! Olha eu e o seu pai...  você e o Domênico também! – Ela tenta a contrariar mas não deu muito certo.

– Domênico... – repete o nome dele e ri ironicamente

– Olha, o amor existe sim! Vocês são a prova disso!

– Mãe! Existe amor, também entre as pessoas, não só entre namorados.

– Sim! mais não é porque ele ainda não te ligou que você vai se esfriar com ele, né Filha?  – a interroga com um olhar de repreensão

– Mãe.. Ele nem veio me ver, soube certamente que eu tinha sofrido um acidente e continua lá, nem para me mandar uma mensagem pelo menos um "oi"! – exclama indignada ao beber um gole do suco e  se virar para a janela novamente.

– Eu não gosto nem de lembrar... – sussurra a mãe.

[...]
" Uma luz incidente irradiava sobre mim, eu não conseguia me mover, o meu corpo simplesmente travou, o meu coração acelerava e tudo que consegui fazer foi cobrir meu rosto com as mãos, enquanto sentia uma dor horrível  e logo tudo escureceu" um flash tomou seu pensamento
[...]

– Olha, Tudo bem, mas não se afobe, ele vai te ligar uma hora ou outra! – diz ao tomar o copo já vazio das mãos de Gabriela, ao se lembrar de seu marido. – Ahh eu vou acordar seu pai se não ele nem pisa no colégio hoje. – revira os olhos  abrindo um sorriso de canto saindo em direção a porta, colocando o copo sobre a bandeija.

"Eu não sei como tive coragem de aceitar namorar com o Domênico, só banquei a boba de concordar porque ele é super popular por ser filho do prefeito " - pensava ela..

O pai de Gabriela sempre apoiou esse namoro, já que o prefeito é muito amigo dele.

Ela nunca gostou do Domênico, "eu também achava ele muito ambicioso"  só ... Que no mínimo talvez o mesmo gostasse da sua companhia ou do seu dinheiro... As suas amigas amavam ele, Kelly é a melhor amiga dele já a Cristina só conversava timidamente – Ela nunca teve ciúmes, mas seu namorado dava mais crédito para a conversa dos seus amigos do que a própria namorada.

Era a hora de comer, não é? Ela amava comer,  NADA! poderia arrancar sua fome, A primeira palavra que ela havia aprendido era CO-MI-DA, com certeza! Suco de manga com bolo, sempre foi seu lanche favorito.

Se dirigiu a bandeja para devorar um pedaçinho de bolo simples porém delicioso feito por Sintia, e quando iria aprecia-lo... Ela ouve um estrondo parecia vir da sala de estar e um grito agonizante, disse assustada;  – O que foi isso?! – Com curiosidade ela abre a porta e se aproxima da sacada.

E quando Gabriela a vê...se surpreende.

A sua mãe estava sem o seu matinal  brilho no olhar, ela estava com o cabelo bagunçado e pranteava abaixo da escada

A filha praticamente nunca viu a  mãe assim, abalada! Ela sempre teve um sorriso marcante e hipótese alguma nunca a viu chorar.

O Improssionante é que os cacos do jarro alaranjado que o seu pai presentiou Carla, estavam no chão por toda a parte, obviamente ela quebrou, o pior é que esse vaso ela tinha amado...

– O se-eu pai...– ela fala gaguejando– Foi embora! – grita desesperada.

Gabi ficou sem reação, a única coisa que pensou foi descer para acudi-la, ela rapidamente fitou a filha,  percebeu que ela estava prestes a tentar descer e subiu correndo pelas escadas e a agarrou em um abraço, só fecharam os olhos e a filha passou as mãos acariciando aquele cabelo loiro já solto, por um momento ela pôde sentir sua dor,  odiava ver a mãe sofrendo.

Quando menos percebeu, seus olhos ficaram avermelhados e lágrimas quentes rolaram sobre o seu rosto, foi ai que ela a abracou mais forte.

Esse foi o abraço mais longo de toda a sua vida!

– Filha... você tava chorando!? – fala ainda triste depois de algum tempo olhando seus olhos.

– Claro que não, foi só um cisco no meu olho! – diz  limpando seus olhos. Ela nunca foi muito de chorar, por isso que Carla estranhou.

– Sei... – ironiza a mãe e se levanta apoiando no corrimão.

– Porquê... E-le foi...embora?

Ela parece pensar em algo e responde rapidamente.
– Não sei... – Abaixa a cabeça. Gabi ficou um pouco confusa e começou a pensar o que poderia ser realmente o motivo dele sair por aquela porta e não voltar mais...

Em breve minutos ela percebeu o motivo.

– Mamãe! – chama a atenção da mãe que logo levanta a cabeca. – Foi por minha causa não foi? – pergunta triste.

– Não entendi. – fala desentendida se ajoelhando para ficar de frente a ela na cadeira de rodas, pronta para ouvir a sua explicação.

– Mãe! O papai foi embora porque se deparou com uma enorme dificuldade... Cuidar de uma deficiente ... – explica curvando a cabeça, a mãe aperta sua mão logo em seguida.

– Nã... Não foi isso! Foi porque... eu não sei. – diz mentindo, triste ja soltando a mão de sua filha. – Eu... vou descansar um pouco, meu amor, fica bem! – Se despede dando um beijo em sua testa e entra para o quarto.

De uma coisa Gabriela tinha certeza, sua mãe mentiu.

Ela entendia a mãe, tem horas que precisamos ficar sozinhas... Muitas vezes nós mesmos não conseguimos entender a nossa dor, Deus que sabe e conhece o nosso interior e por isso precisamos usar esse tempo para falar com Ele.

Porém, agora a garota afirmou a si mesma que o amor não existia de verdade, a separação de seus pais confirmava isso, só que ela estava muito enganada...

A mesma entrou para o seu cantinho e decidiu pintar algo para se distrair, mas não vinha a inspiração. Ela ficou tão desanimada que não poderia se concentrar no desenho.

O toque do seu celular soou abafado, provalvemente debaixo de algo, procurou abaixo do travesseiro, do lençol, do livro e nada...
– PORQUÊ, É QUE EU SEMPRE PERCO ESSE CELULAR!!! – grita furiosa.

Finalmente depois de ouvir de novo outro toque, segue o som e encontra...dentro da gaveta. Era...  O Domênico, O que será que ele queria?! Alguém preocupado com ela? Mas...Não importa quem te abandone o que importa é que maior é o que está contigo!

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Music: Ostras Feridas
Pr. Lucas

Lembre-se o Único Amor Verdadeiro e sem igual é o de Deus que deu seu filho para morrer na cruz, como Cordeiro no nosso lugar

Notas da Autora 》》

Não esqueçam de deixar sua estrelinha☆☆, um beijo, Deus abençoe todos vocês!♥♥