Capítulo 6
Assim que retornamos ao apartamento do Eduardo, o meu amigo deitou o pequeno adormecido, na cama do quarto de hóspedes, e em seguida, nós dois fomos tomar os nossos banhos.
E depois de estarmos limpos e relaxados, nós retornamos à sala, e o Edu resolveu fazer uma de suas receitas fitness, pois ele insistia em dizer, que precisava mesmo cuidar da sua saúde física, pois já havia chegado à casa dos trinta anos.
E enquanto ele preparava uma massa de pizza à base de batata doce, eu me aproximei dele e o abracei por trás, encostando a cabeça em suas costas levemente musculosas.
― Obrigada por tudo mesmo, Edu! ― eu falei com sinceridade. ― Sem você, nada disso teria sido possível.
Ele então se virou para mim, e me enlaçou pela cintura, com seus braços longos. Depois disso, o meu amigo deu um beijo afetuoso, em minha testa.
― Não há mesmo o que agradecer, Bia ― ele disse com sinceridade. ― Eu já te disse, que amei passar o dia com você e com o Theo!
― Tem certeza mesmo de que não vamos te atrapalhar, ficando aqui até quarta-feira? ― eu perguntei, pois eu sempre ficava realmente muito preocupada, em ferir a privacidade das pessoas.
― Claro que não atrapalharão em nada! ― ele disse, e então me olhou com profundidade. ― E saiba logo de uma vez, que essa casa também é de vocês dois, Bia!
Eduardo então sorriu, e se virou novamente para a pizza, que ele gostava tanto de fazer. E eu me senti muito em paz, simplesmente por estar ali, pois o meu amigo era sempre tão cuidadoso e agradável.
― Você é mesmo muito maravilhoso, Edu! ― eu disse, cheia de euforia. ― No que posso te ajudar agora?
― Você se importa de arrumar a mesa, para mim? ― ele falou, enquanto literalmente colocava a mão na massa. ― Assim, quando o Theo acordar, ele vai poder comer em uma mesa bem bonita e arrumada!
― Eu duvido muito que ele vá acordar, mas eu arrumo, sim ― eu disse, e então logo fui para sala de jantar, arrumar a mesa.
Depois disso, eu aproveitei e deixei o restante do dinheiro que o Eduardo havia me dado para comprar presentes, em sua mesa de cabeceira.
E quando voltei para a sala, ele já havia colocado a pizza no forno, então se sentou no sofá e com um gesto de mãos, me chamou para que eu me sentasse, ao seu lado.
― O que acha de montarmos a árvore de Natal com o Theo, amanhã? ― ele perguntou, parecendo estar muito animado com aquela ideia. ― Pelo que eu me lembro bem, você gostava muito de me ajudar a montar, quando era pequena…
― Acho uma ótima ideia, Edu! ― eu disse, com um sorriso na face. ― E eu amava, sim. Principalmente colocar a estrela e o pisca-pisca.
― Então, ótimo! ― ele disse, cheio de expectativas. ― Sabe, Beatriz, conhecer o Theo me fez ter ainda mais certeza, de que eu desejo mesmo ter uma família…
Eduardo me encarou com seriedade, e então eu percebi que ele não estava brincando. Eu só não entendi por que o meu coração disparou, naquele minuto.
― E você é tão incrível, que merece mesmo, ter a melhor família do mundo! ― eu disse, ainda me sentindo meio estranha. ― E tenho certeza, que vai sim, encontrar uma pessoa muito especial, para que isso se faça possível…
O Edu apenas meneou a face, dizendo que sim, e então se encaminhou para a cozinha, para averiguar se a pizza já estava boa. E em compensação, eu fiquei sentada, muito pensativa sobre aquele assunto.
Como seria a minha vida, quando o Eduardo enfim encontrasse alguém, e formasse uma família?
Eu não sabia exatamente, mas não fazia sentido algum, eu pensar naquilo como algo doloroso, sendo que isso era o mais natural de acontecer. E aliás, o Edu merecia mesmo, ser muito feliz.
O meu amigo retornou então, com a sua fumegante e saborosa pizza em mãos, e logo nos sentamos para comer, pois o Theo estava mesmo apagado, no último sono.
Comemos em um silêncio desconfortável, pois o Edu também parecia pensar em algo, que não tinha a intenção de compartilhar comigo, e depois disso, somente escovamos os nossos dentes e fomos dormir, pois estávamos cansados demais, depois de um dia tão agitado.
Eu, no entanto, custei a dormir, pois apesar da presença do Theo ali comigo, dormindo feito um anjo, eu estava estranhamente agitada.
Mas por fim, depois de tanto me questionar sobre aquela ansiedade desproposital, acabei dormindo, sem chegar à conclusão alguma.
Quando eu acordei, no outro dia, me assustei ao ver que o Theo já não estava mais na cama. E ao caminhar meio sonolenta pelos corredores do apartamento do Eduardo, encontrei o pequeno, ajudando o meu amigo a preparar o nosso desjejum.
― A bela adormecida enfim acordou! ― Edu brincou, com o seu bom humor de sempre. ― E espero que esteja animada, pois hoje nós vamos passear no parque!
― Tia, olha o lanchinho gostoso que eu e o tio fizemos pra a gente! ― Theo disse, cheio de animação em poder ajudar.
Eu sorri, pois se tinha algo que realmente alegrava o meu coração, era ver o meu menino bem e feliz.
Caminhei até ele então, e beijei o topo da sua cabeça. E ao olhar para a mesa, percebi que ela estava mesmo, muito recheada, como sempre.
― Parabéns, meu amor! Deve estar tudo uma delícia, sim ― eu disse, olhando para o Theo, e depois disso voltei então o meu olhar para o Edu, que parecia mais animado do que o normal, para quem tinha acordado antes das sete da manhã. ― E lá vem você de novo, querendo me fazer andar!
― Faz bem para a sua saúde, Bia! ― Edu disse, enquanto se aproximava de mim e me abraçava com carinho. ― E se seus pés doerem, eu até te faço uma massagem depois… que tal?
― Tudo bem ― eu disse, ao ver a carinha de animação de Theo, que batia palmas, enquanto pensava em passear, e conhecer mais alguma coisa. ― Mas agora vamos comer, pois está quase na hora do meu mocinho favorito, tomar o seu remédio da manhã!
Nós então nos sentamos para comer, e eu logo vi como o Theo se alegrou, ao ver aquela variedade tão grande de coisas, para comer.
O pequeno então aproveitou um pouco de tudo, e depois de todos terem comido o suficiente, fomos nos arrumar, para uma caminhada no Parque da Liberdade.
E enquanto saíamos pelas ruas de Belo Horizonte, andando de mãos dadas, eu vi vários olhares serem direcionados a nós, como se fôssemos mesmo uma família de verdade.
E aquilo mexeu profundamente comigo, pois logo me lembrei de que na realidade, eu jamais poderia dar aquilo tudo para o Theo. Mas enquanto ele e o Eduardo se divertiam, correndo em torno no parque, eu encontrei um jeito de disfarçar a minha melancolia, afinal, aquele era um dia que deveria ser única e exclusivamente feliz.
Mas para mim era muito difícil ficar totalmente bem, quando eu sabia que o futuro era tão incerto.
Me pus então a caminhar em volta do parque, enquanto eu me perguntava o que eu poderia fazer, para que o sonho de me tornar mãe de Theo, pudesse se transformar em realidade.
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