Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 1

Tudo o que eu mais queria depois de chegar da faculdade, era deitar na minha cama e dormir, por horas a fio. Contudo, a expectativa era bem distante da realidade naquele momento, pois ao entrar no apartamento que eu dividia com mais duas garotas, percebi que seria uma missão impossível, adormecer naquele lugar.

Sabrina e Jussara estavam sentadas no sofá, ao lado de mais duas garotas, e espalhados pela nossa sala, haviam diversos caras, fumando e bebendo. A música estava nas alturas, e por falar nisso, eu sabia que teríamos problemas com o síndico e os condôminos do prédio, mais uma vez em menos de um mês.

― Boa noite, Beatriz! ― Sabrina me cumprimentou com alegria, mostrando que já estava bêbada. ― Você chegou em ótima hora...

Eu olhei para os copos de bebida espalhados pela sala e pela cozinha, e percebi que muito pelo contrário, aquela era uma péssima hora.

― Oi, gatinha! ― um dos sujeitos disse, se aproximando de mim e pegando uma mecha dos meus cabelos cor de mel, em seus dedos nojentos. ― Por que não se junta a nós nessa festinha?

Eu tentei desviar da bagunça que estava espalhada pelo chão, e fugi logo para o corredor, que levava aos quartos. E de lá já era possível ouvir gemidos abafados, que vinham do quarto de Jussara.

― Ah, não! ― eu disse com desgosto. ― Eu preciso dormir, porque amanhã vou acordar cedo...

Todos começaram a rir, como se aquela fosse uma piada infame e muito engraçada.

― Dormir? ― Sabrina questionou com escárnio. ― Que desperdício!

― Não liga não, Vlad! ― Jussara disse, e então me olhou com desprezo e deboche. ― Essa daí só é bonitinha, pois por dentro é careta e bobinha, feito uma idosa.

Eu suspirei e dei de ombros, afinal a opinião daquelas pessoas, pouco me importava. Eu só morava ali, porque precisava, pois só conseguiria me manter em Belo Horizonte, se dividisse a casa com outras pessoas, então o jeito era engolir vários sapos por semana, até eu me formar, ou então, arrumar um emprego, que pagasse um pouco mais.

Me arrastei até o meu quarto, e o abri com a chave. Afinal, eu não podia confiar que a Jussara e a Sabrina, não iriam transformar o meu aposento em motel, bordel, ou sei lá mais o que, na minha ausência, então só me restava trancar a porta, quando eu saía.

Peguei uma muda de roupa, para poder tomar banho, mas ao chegar na porta do banheiro, vi que o lugar estava um lixo, cheio de porcaria para tudo quanto era lado.

Fiz ânsia de vômito, e então resolvi que de maneira alguma, eu poderia passar a noite ali. Coloquei a muda de roupa que eu havia pegado, dentro da minha mochila, e voltei a fechar o meu quarto à chave, decidindo que iria até a loja de conveniências da minha rua, que para a minha sorte, funcionava vinte e quatro horas por dia.

Desci as escadas do meu prédio, agradecendo por sair do ambiente tóxico, que a minha própria moradia representava naquele instante. E quando pisei na calçada, vi que a Avenida Augusto de Lima estava bastante movimentada, mas mesmo assim, eu não podia me arriscar a ficar perambulando por ali madrugada à fora, ou então seria facilmente assaltada.

Caminhei até a loja de conveniências, e comprei um biscoito para mim, e depois de cumprimentar Rute ― a senhora que era dona dali ―, me encaminhei para a rua e me sentei ali na frente da loja, observando os carros passarem, enquanto eu comia.

Suspirei de chateação, sabendo que eu não podia gastar o dinheiro que eu estava juntando, para dormir em um hotel, ― mesmo que fosse um bem baratinho ― afinal, se eu me esforçava economizando, era porque eu tinha propósitos muito importantes, para serem realizados no futuro.

Me distraí com os meus pensamentos e com o barulho das pessoas, que entravam e saíam do Edifício Maletta, prontas para aproveitarem a noite mineira, com muita diversão. Eu, no entanto, não estava animada para isso, e nem muito menos, tinha companhia para um “happy hour” de última hora.

Eu me aprofundei tanto no meu íntimo, que nem notei a hora passar, e nem muito menos percebi, que havia alguém me chamando.

― Planeta Terra chamando Beatriz! ― Eduardo disse, enquanto bagunçava meus cabelos dourados, e me acordava de meus devaneios. Olhei para ele, muito perdida e então ele questionou: ― o que está fazendo aqui sozinha, há uma hora dessas?

― Boa noite, Edu! ― eu falei com desânimo. ― Problemas de novo, com as moradoras do apê. Elas acham que a nossa casa é um puteiro, e eu não sou obrigada a dormir, com ninguém gemendo no meu ouvido!

Eduardo gargalhou bem alto, mas eu não me chateei, pois sabia que ele apenas achava o meu jeito engraçado, e não simplesmente estava zombando da minha desgraça.

― Eu já te falei que deveria ficar lá em casa, Bia... ― ele disse, com bom humor. ― Não gosto nada da ideia de você ter que ficar lidando com esses caras barra pesada, que as suas colegas levam para o apartamento. Aqui não é mais Itatiaia, onde todo mundo conhece todo mundo. Esses sujeitos podem ser bem perigosos...

― Você não teve medo, ao quebrar a cara de um deles, outro dia! ― eu disse em tom teatral, enquanto me erguia da calçada e dava um soco em seu braço. ― E eu não posso ir para a sua casa e tirar a sua privacidade, senão para onde você levaria as garotas que conhece toda semana, no Tinder? E como não tenho vocação para ouvinte de gemidos estridentes, eu acabaria na mesma situação de agora, estando no seu apartamento!

Eduardo fingiu estar chateado com o meu comentário, mas um sorrisinho malandro surgiu em seus lábios, indicando que ele sabia que não era exagero da minha parte, falar aquilo.

― Não é para tanto, Bia... E, aliás, eu vou parar de uma vez com essa vida de Tinder, pois isso não leva à nada! ― ele disse, se mostrando emburrado.

― Encontrou mais uma maluca? ― eu perguntei, enquanto não me aguentava, e soltava uma gargalhada. ― Bem que eu percebi mesmo, que meia noite é ainda muito cedo, para você já estar indo para casa, em plena sexta-feira.

― Engraçadinha você, hein?! ― ele respondeu, com falso mau humor. ― Digamos apenas, que a noite não foi como eu queria... mas como ela ainda não terminou, que tal irmos lá para casa, e assistir algum filme ou série? Afinal, eu não posso te deixar dormir aqui sozinha, em frente ao Empório da Tia Rute.

― Deixa a Rute ouvir você falando assim dela, para ver se não ganha um peteleco na orelha ― eu disse, enquanto abria um sorriso sincero no rosto. ― E tudo bem, mas só se você fizer aquele capuccino para a gente...

― Faço até dois! ― ele disse, enquanto me puxava em direção ao seu carro, que estava estacionado, não muito longe dali.

Enquanto seguíamos em direção à Savassi, ― que era onde o Eduardo morava ―, ele então me contou que esteve com uns amigos, no barzinho do Edifício Maletta.

Na realidade, o bairro onde ele morava, nem era tão distante ali do Centro, mas não era nada indicado para ninguém, ficar transitando à pé, àquela hora tardia, então Edu sempre ia de carro, àquele point visado pela galera. Afinal, apesar de ser uma cidade maravilhosa,  e que eu aprendia cada dia mais a amar, Belo Horizonte também tinha a sua parcela de criminosos, assim como qualquer outra capital.

Não demorou muito, e chegamos ao prédio do Eduardo, que era muito mais luxuoso e seguro, do que qualquer outro que eu já houvesse colocado os pés, ali naquela cidade.

Subimos de elevador, até a cobertura, que era onde o Edu morava, desde que havia virado sócio de uma conceituada empresa, no ramo da Engenharia Civil. E apesar de ele já ter nascido em uma família de boas posses, o negócio do Eduardo com impermeabilizantes, só vinha crescendo, a cada dia mais.

Ao entrarmos no apartamento do meu amigo, eu logo me senti em paz, longe da companhia intoxicada, das minhas colegas de moradia.

― Posso tomar um banho? ― eu questionei com timidez, pois não gostava de incomodar ninguém. ― Eu tinha acabado de chegar da faculdade, quando encontrei aquela zona lá dentro de casa, então...

― Claro, Bia! Afinal, não quero dormir perto de um gambá! ― ele disse, em tom de brincadeira. ― Pode ficar à vontade. Na verdade, eu também vou tomar mais um banho, e tirar toda essa inhaca de festa, de cima de mim.

Nós dois rimos, e em seguida nos separamos; o Edu foi para o quarto dele, e eu entrei no aposento de hóspedes, que era onde eu sempre dormia, quando ia ali.

Eu tomei o meu banho tranquilamente, e vesti o conjunto de moletom, que eu havia colocado em minha mochila, quando então escutei a campainha tocar.

Saí do quarto, e vi que como o esperado, o Eduardo continuava cantando embaixo do chuveiro, e mesmo estranhando a presença de alguém ali ― sem que o porteiro tivesse anunciado ―, resolvi ir atender a porta.

Por burrice da minha parte, acabei não olhando no olho mágico, então assim que abri a porta, me vi sendo empurrada por um par de mãos furiosas, que me fizeram cair ao chão, e bater com a cabeça no piso.

― Então é por isso, que o Eduardo não quis me encontrar! ― a garota morena e alta gritou, enquanto me encarava com ódio. ― Arrumou uma novinha na rua, e trouxe para casa!

― Não é nada disso! ― eu respondi, enquanto me erguia do chão, desajeitadamente. ― Nós somos só amigos, moça.

― E você acha mesmo que eu vou acreditar, que ele estaria em casa em uma madrugada de sexta-feira, com alguma amiguinha pirralha dele? ― a moça questionou, enquanto apontava a sua enorme unha vermelha, para mim. ― Vocês deviam era estar transando, isso sim!

Eu sentia bastante raiva daquela mulher estridente, naquele instante, pois ela já havia chegado me agredindo, de graça, sem nem ouvir o que eu tinha para dizer, mas decidi que não valia a pena, gastar o meu tempo brigando com pessoa tão baixo nível, e nem muito menos, explicando o meu relacionamento com o Eduardo, pois ela parecia não querer raciocinar com coerência, sobre o assunto.

― Muito me espanta, ele trocar uma modelo gostosa como eu, por uma pirralha malvestida, que nem você ― a mulher continuou, enquanto me olhava de forma perniciosa. ― Quem vai a um encontro, vestida assim?

A moça desconhecida, apontou com deboche, para o meu confortável conjunto de moletom preto.

― É porque esse não é um encontro! ― eu falei, meio sem paciência, tentando explicar pela milésima vez, aquele detalhe.

Atraído pela gritaria da visitante, Eduardo surgiu na sala, ainda sem a camisa e com os cabelos molhados, do banho.

― O que você está fazendo aqui, Laila? ― Edu questionou, com uma expressão indignada na face.

― Foi para comer a novinha aí, que você saiu fugido de mim, lá do Maletta? ― ela questionou, apontando a sua garra carmesim, para o Eduardo.

― Deixa de ser louca! ― ele falou, cheio de raiva. ― Eu só não quis mais te ver, pois como eu te disse mais cedo, eu vi você se atracando com aquele cara, na quarta-feira... Então, nós não temos mais o que conversar!

Meu amigo então começou a empurrar a mulher irada, para fora do seu apartamento.

― Só por isso? ― ela perguntou, com desdém. ― Você também transa com outras pessoas!

A tal de Laila então olhou para mim, me fazendo ficar muito constrangida, no meio daquela discussão.

― Não olhe para mim, pois eu sou somente uma amiga! ― eu falei, e então joguei os braços para cima, indicando rendição.

― Eu estava saindo só com você, Laila, mas você é paranoica, e vê coisa aonde não tem ― Eduardo disse, cheio de mágoa ―, então, eu agora posso sair com quem eu quiser. Tchau! E não volte a aparecer aqui, ou então eu chamo a polícia para você!

Em seguida, ele bateu a porta na cara de Laila, e então se voltou para mim, com uma expressão muito chateada no rosto.

― Me desculpa por isso, Bia! ― ele pediu, enquanto me olhava com seus olhos cor de mel, e bagunçava os cabelos castanhos, por pura tensão. ― Eu não sabia que essa louca viria até aqui...

― Está tudo bem, Edu, mas por que não disse para ela, que somos só amigos? ― eu quis saber. ― Essa Laila é tão doida, quanto os amigos da Sabrina e da Jussara, e eu não quero essa maluca atrás de mim, por causa de nada.

― Porque eu não devo satisfações, para aquela ali! ― ele disse, mostrando que estava com o ego ferido. ― Mas fica tranquila, que a Laila é cão que ladra e não morde. Ela não fará nada contigo, até porque eu não deixaria.

― Não pareceu ― eu disse, enquanto acariciava o meu crânio dolorido, depois do tombo. ― Você conheceu ela no Tinder também? Só eu que acho uma loucura, marcar encontro com um desconhecido?

― Não ― ele respondeu, já se encaminhando para a cozinha, a fim de fazer o nosso capuccino. ― Foi o Kenedy quem me apresentou à ela. E é uma loucura mesmo, tanto que não quero saber mais desses aplicativos de relacionamento, pois só tenho arrumado encrenca.

E eu já não sabia mais, quem tinha o dedo mais podre: o Edu, ou o sócio dele, Kenedy, que também estava sempre metido em confusão, com alguma garota.

― Deus me livre ter a sorte que vocês têm, para o romance! ― eu disse e então ri, mas logo levei um cutucão de Eduardo.

― Zomba da minha desgraça mesmo, viu? ― ele falou, enquanto preparava os ingredientes do capuccino.

― Uma hora você vai achar uma garota legal, e que não coloque a sua vida em risco ― eu falei, ainda em tom de deboche. ― Mas por falar nisso, por que o porteiro deixou ela subir, sem avisar?

― Deve ter achado que ela era esperada por mim, mas irei avisar que não é, pois a Laila não é mais bem-vinda aqui ― ele disse de forma enigmática, mostrando que já esteve com ela ali, no seu apartamento. ― Agora que tal você escolher o filme, enquanto eu termino isso aqui?

― Está bem ― eu disse, ao perceber que ele estava desconfortável, e que queria encerrar aquele assunto. ― Vou escolher algo bem distante do romance, para você não pensar mais na sua má sorte!

Eduardo soltou uma gargalhada espontânea, e então me olhou com seus olhos cor de âmbar, que agora já estavam bem mais calmos.

― Combinado! Pode arrumar tudo lá no meu quarto então... e sem romance! ― Edu disse, me surpreendendo ao notar, que ele não pretendia ver o filme na sala.

Não questionei, pois o Eduardo só deveria estar tão exausto quanto eu estava, e por isso, deveria preferir assistir o filme deitado.

Escolhi uma trama de ação e suspense, e logo nós estávamos tomando os nossos cappuccinos, e vendo o filme, que por sinal, era muito bom. No entanto, como eu estava muito cansada da minha rotina puxada, acabei adormecendo, em algum momento, no meio daquela trama.

Quando acordei, meio zonza e perdida sobre onde eu deveria estar, percebi que ainda estava na cama de Eduardo, que dormia tranquilamente, ao meu lado.

Senti o meu coração disparar, ao ver que ainda estava ali, e então apenas me arrastei para fora da cama, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Contudo, quando eu já me retirava sorrateiramente do quarto, notei os olhos dourados de Eduardo, me observando na penumbra.

― Você dormiu, e eu não achei justo te acordar... ― ele justificou, ao perceber que eu estava incomodada com aquela situação.

― Obrigada ― eu disse com sinceridade. ― Agora eu vou ir para onde eu deveria estar, já há algumas horas.

― A cama deve estar gelada, mas boa sorte! ― ele disse, em tom de zombaria.

― Até de manhã, Edu! ― eu disse, me despedindo dele.

― Até lá, Bia! ― ele disse, soltando a cabeça de forma largada no travesseiro, logo em seguida.

Caminhei rapidamente para o quarto de hóspedes, e para a minha tristeza, a cama estava mesmo gelada, e menos convidativa do que a do Eduardo, mas aquele era o certo a se fazer, para não gerar especulações falsas, como as da Laila, então apenas me deitei, em silêncio.

Me cobri com as cobertas, e antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa, a exaustão me venceu, e eu então adormeci.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro

Tags: #romance