Lucy segue para sua casa com aquele sentimento pesando em seu peito, ao mesmo tempo se sentia feliz, sem arrependimentos, uma mistura estranha de emoções.
    Quando chega em casa se depara com seus pais na sala, preocupados.
    – Filha, não nos assuste assim, chegando a essas horas em casa! – Diz a mãe dela nervosa.
    – O que foi mãe, está agindo como se fosse a primeira vez que passo a noite fora, já deveria ter se acostumado com essa rotina.
    – Escute sua mãe Lucy! Agora você sabe que existe um toque de recolher, não fique até tão tarde fora de casa. – Diz o pai.
    – Eu estive na casa de uma amiga, totalmente seguro.
    – Você nos mata do coração filha! E o trabalho? – Pergunta a mãe.
    – Vou subir para o quarto tomar um banho bem longo para relaxar e depois me arrumar para ir trabalhar. – Ela beija a testa de seus pais e sai.

    Ela sobe as escadas e vai para o quarto. Assim que entra nele, ela se depara com uma pessoa, o assassino.
    Ele estava sentado numa cadeira próximo a janela olhando para fora, em suas mãos estava a cartolina que Lucy tinha recebido em sua porta aquele dia, ele havia colorido o desenho. Lucy rapidamente entendeu a situação, conseguiu enxergar a faca presa a cintura daquela pessoa, ela sorriu, entrou em silencio e fechou a porta, se sentou em sua cama de costas para o assassino.

    – Justo agora, eu realmente não estou preparada para isso! – Disse Lucy enquanto tirava os sapatos.
    – Infelizmente ninguém nunca está! – Responde o assassino.
    – Nunca fiquei pensando muitos nesses assassinatos, embora sempre soube da possibilidade de ser morta, mas eu queria que fosse um pouco mais para frente. E eu vou ser morta por uma pessoa que eu nem consigo ver o rosto e tem uma voz tão estranha, por que está usando essa roupa estranha e essa máscara cobrindo o rosto?
    – Creio que saiba a resposta.
    – Sim, me desculpe! Sendo um assassino você não revela sua identidade a ninguém.
    – Eu posso revelar minha identidade a você, se é que isso faça alguma diferença.
    – Eu adoraria, pelo menos eu saberei quem você é. Eu só queria te pedir uma coisa...
    – E o que seria?
    – Pode poupar meus pais? Eles já estão velhos, merecem viver o resto de suas vidas.
    – Eu posso sim Lucy, eles não farão parte de minhas obras. Agora deite-se na cama, chegou o momento.
    – Tudo bem, eu queria ter tomado um banho antes. – Lucy dá um sorriso enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto.
    – De fato um banho seria relaxante, porém não temos tempo, sinto muito!
    – Eu sei, vamos em frente.
    – Como prometido, vou revelar quem eu sou.
    – Eu posso retirar a máscara?
    – Sim, tire! – Lucy retira a máscara do assassino.

    Ele sorri enquanto lentamente vai perfurando o coração dela. Lucy dá o seu último suspiro, o artista começava mais uma de suas obras.
    14:10, Amber já estava em frente ao escritório, tomava coragem para entrar.
    Do telefone no quarto de Lucy o assassino liga para o diretor Franklin, informa o endereço de onde se encontrava, e avisa que mais uma de suas obras estavam prontas.
    Amber entra no escritório e vai direto a sua mesa. Em cima de sua mesa ela encontrou um cheque com o valor de sua rescisão e os dias trabalhados, todos ao redor a fitavam com certa pena, a jovem pega suas coisas e sai sem olhar para trás.
    Sem perder muito tempo, logo após a ligação que fez ao diretor Franklin, o assassino desce as escadas da casa de Lucy, primeiro vai sorrateiramente por trás da mãe dela que estava sentada no sofá e a asfixia até a morte, em seguida vai em busca do pai que se encontrava no banheiro, e o acerta com uma facada certeira na cabeça.
    O detetive Adams é comunicado pelo diretor e rapidamente repassa ao FBI, um pequeno grupo se dirigia à casa de Lucy.
    Assim que saiu do escritório Amber perdeu toda a vontade de sair para procurar emprego, estava brava, resolveu ir ao banco descontar o cheque e voltar para casa.
    14:45, o FBI, o detetive Adams e o diretor chegam à casa de Lucy. A porta estava aberta, o corpo da mãe foi encontrado primeiro, depois o do pai, no primeiro andar, dentro do quarto Lucy foi encontrada deitada no chão, quase não encontrava sangue, estava tudo muito limpo, Lucy vestia uma camisola meia transparente, em seu rosto, um pequeno sorriso. Os policiais analisaram o seu corpo e notificaram a falta do coração, o corte foi preciso e apenas o coração foi mexido, o resto de seu corpo continuava intacto. O FBI começou a investigação, e logo entrou em contato com o lugar aonde a jovem trabalhava.
    16:15, Amber chegava em seu apartamento quando viu Henrique sentado na calçada em frente ao seu prédio.