Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

No Lento Trabalhar dos Bastidores

     Imersa na amarelidão de sua cozinha, cor esta que não gostava pois em sua opinião o apartamento deveria ser todo em branco,  apartamento este com seus 7 andares, bem velho e precário, construído após o final da primeira guerra mundial, as paredes finas e cheias de mofo onde não se fazia nada entre elas que os vizinhos não soubessem. No quinto andar do prédio encontrava-se Amber Mitchell, desfrutando de seu jantar engendrado por coisas que achara no fundo de sua geladeira como ovos, picles, maionese, tomate, bacon e uma nada convidativa geleia de uva que parecia estar vencida. Tudo misturado entre 2 fatias de pão e ali estava sua refeição do dia apesar de já ser quase 23hs, ela sentou-se à mesa para comer, foi um dia puxado, afinal, Amber acordou cedo para sua massante rotina, ir a faculdade e logo em seguida sem nenhum descanso correr para o escritório onde trabalha, enfiada no meio de enormes pilhas de papeis e com os irritantes telefones que tocavam sem parar, entretanto isso não a impedia de executar seu trabalho de forma excepcional. 

     - Que horas são? - Disse Amber ao acordar na cozinha, deitada sobre a mesa. 


     Enquanto fitava o relógio na parede ela esfregava os olhos, a jovem se levanta e vai em direção ao banheiro para tomar banho. Quando ligou o chuveiro e a água atingiu o topo de sua cabeça uma rápida lembrança invadiu sua mente, no dia seguinte haveria prova.


     – Ah que droga! Eu tinha anotado na maldita agenda e mesmo assim não lembrei.


     Com um sorriso amargo e algumas lágrimas escorrendo pelo rosto - nada pelo que já não tivesse passado antes - ela desistiu de seu banho na metade, se enrolou na toalha e foi direto para a cama. Ali deitada, com seus longos e vermelhos cabelos molhados fechou os olhos para dormir, já eram 2hrs da madrugada. 

     Mesmo com os olhos fechados na penumbra de seu quarto que ficava virado para a rua, ela já não conseguia mais dormir, pensava ininterruptamente na prova, o tique-taque do relógio na cozinha não ajudava, deixava Amber cada vez mais nervosa e ansiosa. 


     – Estou a 2 anos fazendo Arquitetura, consequentemente morando a dois anos neste buraco que chamo de lar, - ela refletia melancólica - não sei se vou me formar e... sinceramente já não aguento mais o barulho desse maldito relógio! – levantou-se da cama indo até a cozinha e pegou o relógio, o desligando – Meu avô me deu isso como um presente de despedida, claro, o que mais ele poderia me dar!? - ela largava o objeto sobre a mesa.

     Ouvia-se gotas de chuva batendo forte contra a janela,  "ah meu Deus, não consigo dormir",   bradou ela em pensamento rolando na cama impaciente.  A noite impetuosa seguia firme e Amber já havia desistido de dormir, na verdade, sua vontade era desistir de tudo. 


     – Já não aguento mais essa vida, precisei sair do meu conforto no interior para buscar a porcaria de um sonho que sinto cada vez mais distante, quem em sã consciência manda a neta com 19 anos a esta selva de pedra atrás de um sonho de mentira!? 2 anos de humilhação, sofrimento, pouco sono, moradia precária e um salário que não me sobra praticamente nada! – suspirou a jovem.  – Mas que porra!!! 

  Ela se levantou da cama inquieta e acertou um chute no criado mudo que fica ao lado de sua cama, derrubando-o no chão causando um grande barulho no meio da madrugada. Não demorou muito e logo se escutou  gritos vindo debaixo de seus pés. 

     – Que barulheira é essa aí menina? Tem criança dormindo aqui! – Reclamou sua vizinha de baixo com a voz mistura á de choros de bebês.

      Quase entrando em surto, Amber respira fundo e se lembra da aula na universidade, em sua sala de aula tinha mais sossego e de brinde ainda podia contemplar de longe o seu amor platônico, Dylan, ele sempre causava um sentimento de felicidade nela, apesar de nunca terem se falado.   

     – Vai para o inferno sua velha doida! – sussurrou a menina.

     Olhou novamente para o relógio, mas desta vez no de seu despertador, faltavam 15 minutos para às 6 da manhã. Como já havia se levantado, decidiu ir se arrumar para sair. 

     – Como vou sair de casa com essa cara de zumbi? - ela olhava seu reflexo no espelho do banheiro-  Precisava mesmo eu ter uma insônia logo depois de um cochilo na mesa? Que se dane!

     Após escovar os dentes, se vestir com as primeiras peças de roupa que encontrou no guarda-roupa e colocar o necessário em sua bolsa, ela se preparava para deixar o apartamento. Quando cruzava  a porta saindo seu despertador finalmente tocou. 

     – Ótimo, quer saber, vou programar para ele tocar sem parar, já que está ligado na tomada mesmo, não vou dar sossego para essa velha e as crianças dela até a noite.

      Amber programava o aparelho.

     – Hoje definitivamente estou no fundo do poço..., saindo de casa no horário em que deveria estar acordando. – Ela resmungava se afastando do quarto e saindo do apartamento.

     Enquanto descia os lances de escadas do prédio em silêncio, - que não tinha elevadores por ser muito antigo - Amber escutava as notícias matinais da vida alheia, algumas vozes reclamando, xingando, ou o barulho de TV ligada, tudo isso acontecendo apesar de ainda ser tão cedo. Seu ouvidos sempre aguçados captavam tudo, não que ela gostasse de saber das vidas alheias, porém ninguém fazia questão de falar baixo para omitir tais informações.  

     Deixando o prédio e chegando na rua, a jovem caminhava fazendo seu trajeto em direção ao metrô; o céu ainda cinzento a lembrou de não ter pego o guarda-chuva. No início da escadaria que dava acesso a entrada do metrô havia um mendigo, um senhor de aproximadamente 60 anos que estava sempre ali pedindo, Amber sempre que tinha lhe dava algum trocado. Enquanto se aproximava do homem ela fuçava na bolsa procurando moedas para entregar a ele, faltando menos de um metro até chegar a ele, o homem de repente se chacoalha violentamente caindo deitado no chão se debatendo cada vez mais, ela desesperada não sabendo o que fazer se aproxima dele e começa a gritar por socorro a todos que passavam perto, porém ninguém parava para ajudar.   

     – Socorro, este senhor está morrendo, alguém por favor ajude ele, ou alguém ligue para ambulância!! Rápido por favor!

     As pessoas que passavam se deparavam com a aflição da menina, alguns mais curiosos chegavam perto para ver, mas logo se afastavam. Ninguém se pôs a ajudar o mendigo.
     Passados alguns minutos de todo aquele desespero no qual Amber se encontrava, o homem finalmente parou de se mexer, enfim parecia ter morrido. Só então o dono de uma loja de antiguidades que ficava em frente às escadarias do metrô ligou para a ambulância pedindo que viessem retirar o corpo. 

     – Já não era sem tempo, esse mendigo atrapalhava a circulação dos meus clientes e tinha um mal cheiro que adentrava meu estabelecimento. - o homem encarava o corpo do mendigo ao chão com desprezo.

     A jovem em estado de choque se levantou vacilante, algumas lágrimas escorria por seu rosto tamanho a angústia que havia passado naquele momento. Sem poder fazer mais nada ela desceu a escadaria e seguiu o seu rumo.
     Entrando no carro do metrô logo se posicionou em pé na frente de duas adolescentes sentadas no banco que conversavam alegres e descontraídas.

     – É realmente uma pena que o Nirvana tenha cancelado o show na Filadélfia, eu tinha guardado dinheiro para a ocasião e iria mesmo se precisasse sair escondido dos meus pais. - dizia uma garota de cabelos pretos volumosos usando uma blusa branca que tinha um nó pouco acima da altura da barriga.
     – Fale por você, além de não ter a permissão dos meus pais para ir à Philadelphia eu também não tenho dinheiro algum, gastei tudo que tinha no final de semana que passei com o John naquele spar chique. - respondia a garota ao lado com o  mesmo estilo de penteado e com o mesmo nó na blusa, que era xadrez vermelho e preto.
     – Sério que você foi!? Que inveja... um spar até que seria legal, se bem que esse seu namorado é um sanguessuga, ele deveria arrumar logo um emprego e te bancar, não você bancar ele.
     – Inveja é algo muito ruim sabia? Só porque está aí encalhada a mais de 3 meses vem colocar defeito no meu relacionamento. – ela dá risada.

     Naquele momento Amber tinha começado a se dar conta do quão vil e suja era a nossa realidade e como as pessoas se interessavam apenas por elas mesmas, não que ela tivesse sido muito diferente durante a vida, porém a memória e o gosto amargo continuava em sua boca. Sua viagem de metrô continuou e passado um bom tempo ela chegou ao destino. Assim que entrou no prédio de sua sala a jovem percebeu o quão vazio o lugar estava. Quando entrou em sua sala e tomou seu acento, viu o espaço frio e deprimente em que estava, aquilo refletia sua vida até aquele momento. 

     – Bom dia! – disse o professor recém-chegado.
     A menina com a cabeça baixa, cheia de sono, mas que não conseguia dormir, respondeu:
     – Bom dia!
     – Como é seu nome mesmo? - ela rapidamente a observou enquanto colocava as coisas em sua mesa.
     – Amber, senhor. - ela respondia com a voz distante.
     – Atah, Amber por favor você poderia colocar as provas viradas sobre as mesas dos alunos? Ninguém chegou ainda e sua ajuda seria ótima.
     – Tudo bem. - ela se espreguiçava. 

     Com o olhar ainda meio turvo a menina seguiu de mesa em mesa distribuindo as provas, como o professor mandou, e ao colocar a última prova sobre a mesa perguntou: 

     – Se por acaso eu caísse no chão me debatendo, aqui e agora, o senhor me ajudaria? - Amber mantinha um semblante sério. 
     – Mas que pergunta é essa menina??– perguntou o professor sem entender nada – É claro que eu lhe ajudaria!
      A menina com um olhar cético mudou a pergunta:
     – E se eu fosse alguém que o senhor nunca tivesse visto e aqui não fosse uma sala de aula? O senhor me ajudaria da mesma forma? - continuou ela -  E se eu não fosse uma mulher e sim um mendigo velho sentado na rua?
     – Já chega Amber! - ele se irritou - Não sei o que você está tentando dizer ou fazer com essas perguntas, mas não devo explicações a ninguém, muito menos a você!!
     – Toc toc!! Dá licença... - um rapaz surgia à porta -  bom dia.  Tem algum problema se eu entrar na sala agora? 
     – Claro que não Dylan, entre e fique à vontade, espero que tenha se preparado para a prova de hoje! - o humor do professor voltava ao normal. 

     Amber envergonhada com a repentina chegada de Dylan abaixou a cabeça e voltou ao seu lugar.  Aos poucos o resto dos alunos foram chegando e a sala ficou cheia. Com algumas poucas e rápidas palavras o professor explicou o que esperava da prova, depois de explicar tudo ele finalizou com uma piada para descontrair, e então foi dado início a  prova. Coincidentemente a prova de História da Arquitetura era a pior matéria de Amber, e justo a que ela não havia estudado. Ela nem desvirou a prova, não tinha o que fazer, só queria olhar para Dylan que sentava lá na frente perto da porta, ele era o garoto normal da sala, assim como ela. A sala era composta basicamente por alunos modelos, aqueles que sempre tiravam as melhores notas, eram populares, ocupavam uma alta posição na hierarquia da vida acadêmica, por outro lado, Amber era uma aluna do interior que ainda estava no processo de eliminar seu sotaque, não se vestia muito bem, vivia afastada de todos e estava vivendo o início de uma depressão que só crescia aos poucos. Dylan, seu amor platônico não tinha tantos problemas quanto ela aparentemente, era um rapaz esforçado,  simpático, entretanto o que seria talvez seu maior defeito era justamente fazer de tudo para andar com os alunos modelo, tentar se enquadrar nos padrões deles;  afinal, no fundo no fundo todos querem ser aceitos, bem vistos, e populares, certo?   

     Desferindo um forte grito e batendo a mão em sua mesa, o professor anuncia o fim da prova.
   
     – Muito bem pessoal, acabou, passem as provas para frente e caiam fora daqui.- ele se posicionava na saída da sala.
     – Professor, quando saberemos o resultado das provas? – perguntou uma aluna.
    – Se tudo der certo e eu não beber demais este fim de semana, na próxima quinta-feira dia 10, hoje é dia 03 correto?
    – Sim.
    – Então, dispensados!  
     Amber se levantou do seu lugar e andou rapidamente à porta tentando se misturar aos demais enquanto saiam.
    – Mocinha!! – disse o professor.
    – Sim? 
    – Amanhã ao término de sua aula me procure na sala dos professores, quero conversar com você! – ele a encarava com os olhos semicerrados.

     Sem dizer nada Amber saiu da sala as pressas, sabia que de alguma forma tinha se metido em encrenca, ele poderia ter visto sua prova em branco quando elas foram passadas para frente? Tentando se polpar dos pensamentos a jovem foi ao refeitório.

    – Bom dia, um café puro por favor. – pediu Amber. 
    – Uma moça tão nova bebendo café puro? É de se surpreender, geralmente as meninas da sua idade pedem um suco ou um refrigerante.– exclamou a senhora que trabalhava numa espécie de cantina.
    – Não sou como as meninas da minha idade! – Amber lança um olhar cansado arqueando uma de suas sobrancelhas – Provavelmente nenhuma delas precisa trabalhar e com toda certeza não sofrem de insônia. – conclui Amber pegando o copinho de café que a mulher lhe entregava.
    – Você fala um pouquinho diferente, é do interior?
    – Fredericksburg! 
    – Meio longe hem, veio aqui só para estudar mesmo? – a mulher da cantina demonstrava grande curiosidade. 
    – Senhora, me desculpe, mas isto não vem ao caso, eu só quero o meu café! – Amber largava o dinheiro no balcão de mármore da cantina.
    – Perdão, não era minha intenção me intrometer tanto.– a mulher se assustava pela reação de Amber.

    – Nunca querem saber de mim, e agora querem saber até o número da minha identidade?– pensava ela saindo de perto da mulher – Que saco!! Nem vou para a próxima aula, vou direto trabalhar, quem sabe chegando mais cedo eu saia mais cedo também, preciso dormir. – Pensou Amber. 

     Da faculdade ao seu trabalho era um trajeto um pouco mais curto, porém mesmo assim precisava tomar um ônibus. E dentro do ônibus os sentimentos se misturavam, a morte daquele senhor praticamente em seus braços, Dylan chegando de repente a assustando e deixando seu coração palpitante, – isso a deixava um pouco excitada – a curiosidade sobre o que o professor queria conversar, e claro, o sono que ficava cada vez mais forte. 
     Assim que chegou no escritório já correu a procura de seu chefe. Bateu na porta de seu escritório e muito cautelosamente entrou.

    – Bom dia Sr. Willians.
     – Bom dia Amber, o que faz aqui tão cedo? – perguntou o chefe dela um pouco surpreso.
     – Gostaria de saber se posso começar a trabalhar agora e sair mais cedo? – ela pedia como uma criança educada. 
    – Senhorita Mitchell, aqui é um escritório de advocacia e não um barzinho onde você entra e sai a hora que quiser! E que cara horrível é essa?
    – Justamente por isso senhor, não dormi bem esta noite, na verdade não dormi nada. Por favor deixe que eu comece agora e saia mais cedo, nem horário de almoço eu preciso fazer. – insistiu ela. 
    – Escuta, agora são 11hrs da manhã, – ele olha no relógio em seu pulso – eu tenho uma reunião às 13hrs, vou pedir que coloquem alguns processos na sua mesa para você revisar e mandar para a Lucy, se terminar tudo pode ir embora. – finalizou ele sinalizando com as mãos que ela saísse. 
    – Muito obrigado senhor, e desculpe o transtorno.

    Amber era uma das duas estagiárias que trabalha no escritório, a outra era Lucy Paterson, uma linda mulher loira, alta de olhos claros, com certeza muito cobiçada pelos homens, inclusive os que ali trabalhavam, contudo o grande problema é que por ser atraente e bastante dengosa quase não fazia nada, tudo recaia sobre as costas de Amber, que trabalhava sem reclamar, porém guardava um certo rancor da colega. Um caso que havia ocorrido há 3 meses só piorou a visão que Amber tinha de Lucy.
     As duas foram ordenadas a irem ao fórum entregar e buscar alguns documentos, no caminho indo para o fórum Lucy se mostrava entusiasmada, ansiosa para chegar logo. Sem entender o motivo Amber apenas a observava.
    Entrando no fórum Lucy jogou sua bolsa cheia de documentos em cima de Amber, alegou precisar muito ir ao banheiro e que voltaria logo para ajudá-la, sem se dar conta de nada Amber ficou ali fazendo o que lhes foi solicitado. Haviam se passado basicamente 30 minutos e nada de sua companheira aparecer, entretanto ela continuou, empenhada em terminar logo com aquele monte de papel. Passou-se uma hora e nada de Lucy, Amber havia finalizado toda a papelada, pegado a bolsa pesada e a colocado nas costas, olhou para os lados em busca da colega de trabalho, mas não a viu, Amber já preocupada saiu em busca dela.
     Andando pelo fórum adentro reparou em como ele era enorme e cheio de gente, afinal nunca havia explorado o local, só ia até lá cumprir com suas obrigações e nunca teve a oportunidade de perambular pelo local. Andou praticamente o lugar inteiro, verificou os banheiros, mas não a  achou, já preocupada com desaparecimento – que fazia mais de uma hora –, ela começou a perguntar aos demais por quem cruzava, mas sem resposta. Até que ao longe avistou uma senhora limpando um grande quadro pendurado na parede. 

    – Oi, boa tarde. Eu queria saber se a senhora por acaso viu uma moça perdida por aqui, praticamente da minha idade, um pouco mais velha talvez, mais alta do que eu um palmo, loira, vestindo uma blusa vermelha e uma saia preta. A senhora viu alguém assim por aqui? – Amber questionava enquanto tentava segurar as pastas pesadas.
    – Ah eu vi sim, perto do almoxarifado, é só seguir reto por aqui até o final do corredor e virar à direita.
    – Obrigado senhora.
  
    – Almoxarifado? Não tínhamos documentos, nem nada para resolver no almoxarifado. – Pensou Amber.

    Já na porta do almoxarifado Amber bateu, mas sem resposta foi logo girando a maçaneta e abrindo lentamente a porta, para a sua surpresa não avistou ninguém, o lugar era enorme também, cheio de corredores formados por estantes bem altas inundadas de documentos, como já estava lá dentro, decidiu então procurar.
    O peso da bolsa já estava a incomodando e sua preocupação só aumentava, foi então que viu uma portinha ao final de um corredor entre as estantes, Amber caminhou até lá. Descrente de que acharia alguma coisa naquele quartinho abriu a porta foi entrando, foi quando se surpreendeu com Lucy, nua, por cima de um homem amordaçado com uma gravata enquanto fazia sexo. Amber rapidamente bateu a porta e voltou correndo para fora do almoxarifado, saiu do fórum com raiva batendo os pés.

    – Aquela vagabunda, eu preocupada com ela, me matando com essa papelada pesada dos infernos e ela lá, transando com um cara que obviamente só quer usá-la. Aquela idiota! Sem falar neste lugar, é um caos, qualquer um pode entrar, se enfiar num quartinho e transar? Fóruns deveriam simbolizar justiça, lei, e ordem, mas pelo visto este aqui simboliza a putaria.

    Desse dia em diante Amber guardou rancor de Lucy, a jovem trabalhava duro enquanto a outra curtia a vida, no fundo também sentia um pouco de inveja, Lucy era sinônimo de beleza, um objeto de atração masculina, enquanto ela era sinônimo de trabalho escravo, toda desengonçada e estranha. 
    Assim como o chefe havia ordenado, Amber sentou-se e começou a revisar os processos , enquanto é claro, Lucy sentada próxima a sua mesa só falava ao telefone.
    No início a moça estava indo bem, revisando rápido e com atenção todos os processos porém por conta de demasiado sono rapidamente foi diminuindo o ritmo e se curvando sobre os papeis, por conta de uma forte dor de cabeça já nem conseguia pensar direito, mesmo assim a lentos passos conseguiu terminar tudo. Chegava às 18hrs, teria demorado um pouco mais que o previsto, porém os papeis foram entregues a Lucy, que sem perder a oportunidade soltou uma piadinha infame:

    – Caramba, por costume você já é acabada, mas hoje, excedeu os limites, o que aconteceu? Foi atropelada por um caminhão? – riu Lucy enquanto recolhia os papeis das mãos de Amber.
    – Lucy, tenha um ótimo fim de tarde. – praguejou Amber.

    A jovem pegou suas coisas e sem olhar para trás saiu do escritório, correu para o metrô, muitos minutos depois, chegando na estação que desembarcaria lembrou de como seu dia havia começado, viu que em nada afetou a vida das pessoas a falta daquele senhor que praticamente morava naquela escadaria.
     Chegou por volta das 19:15, na frente de seu prédio sua vizinha do andar de baixo estava conversando com um carteiro, Amber logo lembrou do despertador barulhento que tinha deixado tocando, envergonhada e com medo de represálias abaixou a cabeça enquanto passava pela mulher.
  
    – Ei menina!! – disse a vizinha num tom alto.
 
    Amber arrependida, ficou nervosa pensando que seria repreendida por causa do despertador e foi logo se desculpando.

    – Olha vizinha, desculpa mesmo pelo despertador, sei que a senhora tem filhos pequenos, eu tive uma noite péssima, não consegui dormir e quis descontar no primeiro que eu vi, sei que isso é errado, não podemos descontar nossos problemas nos outros, eu sinto muito mesmo! – Amber com o olhar caído e corpo envergado se desculpava com a mulher.
    – Do que você está falando? Escutei sim um despertador barulhento tocando, mas logo parou. – dizia a mulher aparentemente não entendo a situação. 
    – Como assim? Ehh... Então por que me chamou? O que a senhora gostaria?– perguntava a jovem mais confusa ainda.
    – Eu nada, só queria dizer que tem correspondência na sua caixa do correio.– a mulher apontava para a caixa de correios e voltava a conversar com o carteiro.
    – Ah sim, obrigado então. – respondeu Amber toda envergonhada.
  
    Ela abriu sua caixa de correio, pegou o que estava lá dentro e subiu correndo, já não se aguentava mais de sono. Logo quando entrou em casa achou estranho o despertador estar desligado, o aparelho ainda estava programado para tocar sem interrupções, só pararia se alguém tivesse apertado o botão de dispensar, mas ela n ão ligou para isso. Sem muito mais energia até mesmo para pensar sobre o assunto, Amber deitou-se na cama e foi dormir, sem noção do que havia se iniciado ao seu redor.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro