A Vida no Interior
Primeiramente os bombeiros foram acionados, a comoção era enorme, dois locais em chamas, as pessoas se preocupavam apenas em segurar as chamas ao máximo usando baldes com água e mangueiras de jardinagem, pois o fogo poderia se espalhar e atingir as casas vizinhas. A polícia também foi acionada, Amber que a muito esperava na delegacia, acabou pegando no sono, não ficou sabendo de nada naquele momento. Helicópteros sobrevoavam os locais, filmavam o incêndio em tempo real, a notícia na TV começou a circular como um incêndio criminal, porém ainda não sabiam que se tratava das casas das vítimas assassinadas aquela semana.
17hrs, o diretor Franklin ainda na faculdade, está assistindo à TV e reconhece as casas, rapidamente liga para o departamento de polícia e tenta conversar com o detetive Adams, sem sucesso, ele é informado que o detetive ainda não havia chegado da reunião, então o diretor pergunta pelo policial Jackson, que também não estava no local, o diretor desliga e começa a pensar no que fazer, quando de repente seu telefone toca.
– Alô!! Detetive Adams?? – Atende o diretor.
– Ora ora, parece que já fez amizade com a polícia não é mesmo diretor! – Responde o assassino.
– Essa voz!! Você de novo seu maldito!! O que quer?
– Como sempre, sem educação! Enfim, pelo barulho que estou escutando a sua TV deve estar ligada correto?
– Sei que foi você!
– Não nego, afinal, quem mais poderia ser!?
– Diga logo o que você quer!
– Como não está tentando me enrolar na linha suponho que não tenham grampeado o telefone de seu escritório na faculdade.
– ........
– Polícia incompetente né!
– Fala logo desgraçado!!!
– Todos são tão apressados, só querem pular para o fim da história sem viver a jornada completa, sinto pena de vocês.
– Eu é que sinto pena de você.
– Imagino que sinta, porém não sou eu quem está de mãos atadas. Me diga diretor, acharam alguma coisa relevante ou ainda estão comendo na minha mão??
– As medidas já estão sendo tomadas.
– Claro que estão! Sem mais delongas, gostaria de deixá-lo ciente do que vem a seguir...
– O que seria?
– Curioso??
– ..........
– Vou deixar um enigma para que o senhor e seus amiguinhos da polícia resolvam. Acho melhor o senhor anotar.
– Você é doente!
– Lá vai: Possuo o conhecimento, muitos vem a mim mas poucos conseguem me decifrar, em minha composição muito é irrelevante, porém se encontrar os detalhes um novo mundo pode se abrir para você, existo em grandes quantidades entretanto aquele de mim que você procura habita dentro de uma alma.
– Por Deus do seu, o que você está tentando ganhar com isso?
– Tempo!
– Tempo??
– Até mais diretor, nos encontraremos em breve.
O diretor não pôde mais esperar, o assassino queria ganhar tempo para alguma coisa e com toda certeza não era uma coisa boa, o diretor pega o papel onde estava anotado o enigma e vai para a delegacia.
18:40, Amber acorda, percebe que o tempo passou e ninguém veio falar com ela, bateu na porta e o policial que estava de guarda abriu.
– Oi. Escuta policial, alguma notícia de quem viria falar comigo? Estou aqui a bastante tempo e ninguém veio.
– Então moça, o policial Jackson teve que sair logo depois que a trouxe, e o detetive Adams estava voltando de Nova Iorque, só que houve um contratempo...
– O senhor poderia me dizer qual seria esse contratempo?
– Um incêndio!
– Incêndio? Desculpe minha ignorância senhor, mas incêndios não seriam a especialidade dos bombeiros?
– Sim, mas pelo que fiquei sabendo o incêndio é criminoso.
– Entendo!
– Aguarde mais um pouco, logo alguém deve aparecer para te encaminhar a algum lugar.
– Entendi, obrigado policial.
Uma hora antes, 17:40, o detetive Adams retornava de Nova Iorque quando recebeu uma chamada no rádio.
– Detetive, Câmbio!!
– Aqui é o Adams, câmbio!
– Que bom que conseguimos contato com o senhor. Não tivemos notícias suas desde manhã quando o senhor partiu para a reunião.
– O rádio está com interferência desde Nova Iorque. O que seria?
– Surgiu uma emergência.
– Que emergência policial?
– Dois incêndios senhor!
– Incêndios? Mas porque me contactar, acionaram os bombeiros?
– Sim senhor, os incêndios começaram por volta das 16:30, moradores se mobilizaram para tentar amenizar e os bombeiros foram acionados, o motivo de entrar em contato com o senhor é porque recebemos a informação de que os locais que estão em chamas são as casas das vítimas do Buddha Puzzle!
– Puta merda! Contactaram o policial Jackson?
– Sim senhor, agora pouco estabelecemos contato com ele e o direcionamos aos incêndios também.
– Estou indo direto para lá!!
Simultaneamente o diretor Franklin chega à delegacia na esperança de encontrar o detetive ou policial Jackson.
– Boa tarde senhor, em que posso ajudá-lo? – Perguntou um policial na recepção da delegacia.
– Boa tarde, sou o diretor Franklin e vim procurar pelo detetive Adams ou policial Jackson.
– Entendo! Eles não se encontram senhor.
– Poderia entrar em contato com pelo menos 1 deles, tenho informações sobre o serial killer e sobre esses incêndios!
– Eles estão justamente indo em direção aos incêndios, mas peço que aguarde o retorno deles aqui, se formou um trânsito enorme de alguns quilômetros, mesmo se quisesse ir até lá o senhor não chegaria tão cedo.
– Sim, só me resta esperar, tomara que eles voltem logo, é urgente!
19hrs, Amber novamente bate na porta e chama pelo policial.
– Pois não moça!
– Queria usar o banheiro.
– Tudo bem, eu a guio até lá.
O policial levava Amber através do corredor para ir ao banheiro quando eles cruzam com o diretor Franklin, a jovem logo o reconheceu e virou o rosto disfarçadamente, o diretor sem saber quem era a jovem, apenas olhou.
Ainda 19hrs, zona norte, casa de Catherine, Jackson e Adams conversam.
– Jackson, agora que o fogo de ambas as casas está sob controle poderemos avaliar melhor o início desses incêndios, mas para mim está claro quem o fez!
– Sim detetive, eu diria que está óbvio demais!
– Outra coisa Jackson...
– Sim?
– Notei que esteve meio sumido em alguns momentos dessa investigação, digo, em momentos em que precisei de sua presença.
– Desculpe se vê desta forma, porém eu estou sempre fazendo o meu trabalho, preciso fazer o controle da multidão também, averiguar o perímetro...
– Sim eu entendo. Mas me diga, quando me ligaram do departamento eu perguntei por você e eles me disseram que tinham acabado de lhe informar sobre os incêndios.
– E o que isso tem a ver??
– Me ligaram por volta das 17:40, e fui informado que os incêndios haviam se iniciado entre 16hrs e 16:30, ou seja, uma hora antes, então por que demorou tanto para receber o chamado?
– Eu tinha ido até o centro da cidade resolver algumas coisas, como pagar minhas contas por exemplo, estive fora da viatura e esqueci o rádio dentro dela.
– Então quer dizer que nem com a Amber na delegacia você estava?
– Como eu disse, fui resolver meus assuntos pessoais! E se me permite perguntar, por que o senhor também demorou tanto para atender ao chamado?
– Primeiro que eu não devo satisfações a você Jackson, mas se quer tanto saber, o rádio da minha viatura estava totalmente fora de sinal lá em Nova Iorque, e o trânsito que eu peguei voltando estava enorme, devido a estes incêndios! Quer saber de algo mais, policial?
– Não senhor, ficou claro para mim.
– Ótimo! Agora vamos voltar para a delegacia, preciso falar com aquela menina de uma vez por todas.
20hrs, delegacia de Manhattan, o detetive e o policial Jackson chegam, e logo na entrada eles se deparam com o diretor que os aguardava, o diretor corre e tentar explicar o que aconteceu, porém Adams veio determinado a conversar com Amber e não queria demorar mais 1 minuto para interrogá-la. Teve então a ideia de fazer tudo junto, interrogar Amber e escutar o que o diretor tinha a dizer. Os três foram em direção a sala em que Amber aguardava, e lá mesmo começaram.
– Amber, fico feliz em ver que pôde comparecer. – Disse o detetive.
– Sim, eu gostaria de ajudar.
– Sei que pode!! Deve conhecê-lo, o diretor da sua faculdade.
– Sim eu o conheço! Olá diretor Franklin.
– Olá moça. – Responde o diretor.
– Jackson, pegue o gravador, quero que tudo seja registrado.
– Sim detetive. – Responde Jackson.
– Primeiro eu gostaria de começar com você Amber, seja direta e sincera comigo! Foi você quem ligou avisando sobre o possível suicídio de Catherine!?
– Não senhor!
– Você sabe que não pode mentir para um policial, eu posso te prender por isso.
– Tenho noção disso senhor. Mas gostaria de dizer algo...
– Fale!!
– Eu acho que vi o assassino pela janela.
– Quando foi isso, e como pode dizer que era o assassino??
– Nesta madrugada, eu não posso confirmar que seja o assassino, mas a pessoa vestia uma roupa preta e usava um capuz que cobria o rosto, estava encarando minha janela.
– De fato é muito suspeito, entretanto eu não posso mobilizar as forças policiais para isso sem provas mais concretas.
– Só achei que seria importante contar isso a vocês.
– Você tinha ideia do que se tratava sua convocação até aqui?
– Vocês suspeitam de mim, que eu seja o assassino!
– É uma hipótese Amber! Agora quero ouvir o que tem a dizer senhor diretor.
– Na frente dela? – Pergunta o diretor.
– Sim, agora efetivamente ela faz parte disso.
– Pois bem então! O assassino me ligou esta tarde por volta das 17hrs.
– Após o início dos incêndios, correto?
– Sim. Ele confirmou que era o causador de tudo aquilo, e nos deixou um enigma.
– Enigma??
– Sim, eu anotei neste papel, vejam!
O diretor coloca o papel sobre a mesa, todos leem, mas a princípio ninguém faz ideia o que significa.
– “habita dentro de uma alma”?? O que isso quer dizer? – Exclama Adams.
– Outra vítima! – Diz Jackson.
– E todo o resto, nada faz sentido, outra pessoa morta, mas como o conhecimento está dentro da alma dela? – Fala o diretor mais confuso ainda.
– Amber?? – Questiona o detetive.
– Eu não sei, nunca fui boa nessas coisas.
– Eu perguntei a ele a razão de estar dando um enigma, ele me respondeu dizendo que era para ganhar tempo. – Diz o diretor.
– Tempo? Se ele já matou essa tal pessoa da alma então ele quer ganhar tempo para quê?? – Pergunta Jackson.
– Não sei, mas como estamos todos aqui eu devo informar o que foi decidido na reunião em Nova Iorque.
– Por favor nos diga detetive. – Pede o diretor.
– Resumindo! Primeiro, todos escutaram a fita deixada pelo assassino, como devem se lembrar, na fita era dito que o assassino fazia essas “obras” para alguém, precisamos encontrar esse alguém e descobrir se esta pessoa é uma possível vítima, ou um possível cumplice. Segundo, a questão da voz, o assassino não revela nem mesmo sua voz, ou seja, seu gênero é desconhecido. Terceiro, alguém já foi morto pelas mãos dele antes da própria Jane, checaremos todos os registros de assassinatos nesses últimos 4 anos, não podemos deixar nada passar. Por último, o Orgão de Segurança Nacional decidiu segurar mais um pouco a intervenção do FBI, mas eles nos darão total suporte nas informações que possamos precisar.
– Um toque de recolher seria uma boa ideia detetive?? – Pergunta Jackson.
– Sim, vamos aplicar o toque de recolher a partir de segunda-feira, precisamos de tempo para organizar e posicionar policiais pela cidade antes de começar.
– Desculpem interromper, mas o que farão no que diz respeito a mim? – Pergunta Amber levantando a mão.
– Por enquanto nada Amber, mas já te deixo informada, você é uma suspeita, saiba que a próxima vez que for chamada aqui será em voz de prisão. – Disse Adams.
– ...........
– Está liberada por hoje, vou pedir que alguns policiais façam uma ronda nos arredores de seu apartamento, só para desencarno de consciência.
– Quer que eu a acompanhe senhor? – Pergunta Jackson.
– Não Jackson, quero você por aqui mesmo.
– Também estou liberado detetive? – Pergunta o diretor.
– O senhor também pode ir, ainda vamos manter a vigilância de sua casa, nunca se sabe.
– Obrigado detetive.
Cada um foi saindo e seguindo o seu rumo, Amber se sentia um passo à frente do que estava antes, alertou a polícia sobre a pessoa de capuz, e mesmo que a polícia a tratasse como uma suspeita a vigia sobre ela ficaria maior e talvez pudesse surpreender o assassino de alguma forma. Amber nem ao menos se lembrou do encontro com Henrique no telefone público, foi direto para casa, a sexta-feira havia terminado.
Sábado, 11:30 da manhã, alguém acaba de embarcar em um avião, seu destino, interior dos EUA, Fredericksburg.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro