Capítulo Único
Os galhos batiam por todo o meu corpo, as árvores deixavam caminhos estreitos para passar e as aparições repentinas me forçavam a fazer manobras evasivas.
Enquanto o uivo sofrido machucava os ouvidos de Forks, os meus e os dos meu irmão, Maron, sangravam. Meu caminho era claro na minha mente, onde apareceram uma clareira e três pares de olhos vermelhos como sangue.
A adrenalina nas minhas veias veio de tudo menos da corrida. Quando eu cheguei na clareira, meus olhos também sangraram. Sam Uley, em sua froma desnuda e inconsciente, estava sendo cercado pelas três vampiras, que, quando apareci, se viraram para mim e depois para Maron e minha cunhada, Melissa, no outro lado do campo. Nós nos transfromamos.
Nossas unham viraram garras grossas e nossos caninos cresceram. Eu não sabia as cores verdadeiras dos meus olhos, mas minha sobrinha costuma dizer que eram como gelo.
Uma das frias foi em minha direção, enquanto as outras foram confrontar o casal de lobisomens. A vampira, alta de cabelos tingidos de azul, correu em minha direção. Eu estendi o braço e prendi seu pescoço na minha mão. Seu temor era perceptível em seu rosto de porcelana.
A vampira me empurrou com os pés e nós duas rolamos para trás. Ela se levanta antes de mim e chuta meu estômago. Eu bati com vontade em uma das árvores. Fui erguida pelo pescoço. Minha transformação tinha sido desfeita e isso pareceu ter dado coragem para a vampira, que sorriu e disse:
— Três filhos da lua, Caius tem uma recompensa gorda pelas suas cabeças.
— Vai ter que pegá-las primeiro. — rebati antes de enfiar minhas garras no seu braço e puxar para baixo.
Eu chutei o joelho esquerdo, forçando-a a ajoelhar, e soquei seu nariz uma vez, rachando-o. Tentei arrancar-lhe a cabeça, mas ela me puxou pelos cotovelos para baixo. Foi a vez dela de ficar em cima de mim e me socar, porém repetidas vezes, e tentar me decapitar. Meu nariz estava sangrando, tinha quase certeza que quebrou, e estava me preparando para imobilizar quando alguém jogou a fria no ar.
Levantei-me e coloquei o nariz no lugar. O estalo se seguiu pela minha surpresa ao ver um lobo de pelo prateado escuro. Paul não pareceu ter a mesma reação que eu, seu único objetivo e foco era acabar com um vampiro, o que conseguiu. Quando ele finalmente se virou para mim, suas quatro patas enormes retrocederam.
— Val! — Melissa me chamou. — Se já acabou com o seu, que tal me dar uma mãozinha?
Eu me virei para o casal. Marion estava ocupada com sua própria vampira, que parecia ter lixado as unhas apenas para aquela batalha. Marion tinha mais arranhões do que quando foi atacado por um gato quando ainda era um humano. Melissa tinha quatro vestígios de sangue que se estendiam das costas até a última costela.
Paul correu na direção de Marion, e eu na de Mellisa. Foi rápido. Eu enfiei as garras no queixo da vampira loira e arranquei a cabeça, enquanto Paul puxou a outra pelo braço, retirando-o do corpo, e Maron decapitou a fria.
Eu perguntei para Melissa se ela estava bem, mas os machucados tinham parado de sangrar e já estavam se curando. Então, pedi:
— Faça duas pilhas, uma de corpos e outra de cabeças e queime tudo.
— Eu sei o protocolo. — disse ela antes de puxam o corpo das frias.
O metamorfo fez um barulho com a boca indicando que precisávamos falar.
— Depois. — disse Maron.
Mas essa conversa não foi adiada. Nós ouvimos diversos quartetos de patas vindo em nossa direção. Melissa, não muito alto, disse enquanto ateava fogo nas pilhas de corpos de gelo.
— Estão atrasados.
Eu engoli em seco quando o lobo de Seth apareceu e se transformou na minha frente. Sua expressão era ilegível e eu não precisava vasculhar em sua mente para saber o que estava pensando, já tinha visto tudo pelos olhos de Paul. Não o culpava, o metamorfo não fazia ideia do que seu imrpinting era de verdade até aquele momento.
Todos foram embora levando o corpo de Sam para longe e nos deixando sozinhos. Seth tentou falar, mas sua voz falhou:
— Podia ter me contado...
— Eu não esperava que entendesse. — eu disse.
— Por que não? Acho que já sabe sobre o imprinting, deveria ter me contado.
— Você diz isso como se eu tivesse descoberto que se transformava em um lobo de dois metros.
Apesar de termos acabado de começar, já estávamos usando tons mais altos.
— Quando? Quando um vampiro finalmente me atacasse, ou quando Leah ameaçar me contar?
— Não coloque a minha irmã nisso!
— Nós ficamos juntas por um tempo, encare isso, Clearwater! Só porque seus ancestrais me escolheram não significa que somos exclusivos.
— O que isso significa?
Eu respirei fundo e disse:
— Eu sei como o imprinting funciona, Seth. Eu não preciso de um namorado e nunca vou. Não confunda atração com inveja, nossa relação não é como a deles.
— Esse não é o ponto.
— Esse é todo o ponto. Você precisa entender que eu não sou o que você pensa ou quer. Seus ancestrais escolheram a pessoa errada. O irmprining não é um presente, é uma punição, é nada.
— Val...
— Não! Você e a alcateia não sabem o que é um imprinting, não estão nem perto de descobrir. Seus ancestrais não querem que encontrem um amor, eles querem que encontrem uma esposa, um útero, um recipiente, uma boneca de pano, uma fêmea.
— Já chega! É suficiente.
Seth nem olhou para meu rosto antes de se transformar e correr para o mais longe que conseguir.
Eu me deitei na grama e adormeci com a lenha de porcelana me aquecendo e evaporando as minhas lágrimas. Um uivo agonizante foi a última coisa que ouvi.
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