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Capítulo 18

Estamos em maratona, 50 comentários nos trazem de volta amanhã, se não a gente se vê na quinta.
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História co-escrita com Kami_Cavalcante

Eu daria o mundo à Luísa; sei que parece coisa clichê, mas é real. Como oferecer a ela uma garçonniere?

Um apartamento no centro e uma renda?

Como se ela fosse uma teúda e manteúda do século passado?

A mensagem de Maria Helena ainda me deixava tenso.

“Eu descobri quem ela é.”

Também por qual razão eu não pensei com a cabeça de cima? Tirar Luísa do trabalho para transar na praia com minha noiva no prédio ia abrir espaço para julgamentos.

A encontrei na academia e devo dizer que vê-la suada mexeu com meu consciente e com meu subconsciente. Qualquer coisa que eu fui falar lá perdeu a importância, eu enfrentaria o mundo por aquela mulher cor de café.

— Você parece nervoso.

— E estou; me perdoe, Maria Helena me mandou isso...

Mostrei a mensagem pra ela e algo estranho aconteceu, Luísa parou de falar e olhou para uma moça parada perto de nós, ela estava abraçada a um homem que parecia excessivamente desgostoso. Olhei para o casal desconhecido, aquilo a afetava de várias formas e eu estava prestes a descobrir a primeira.

Respirando fundo, ela começa:

— Felipo, eu era noiva e meu ex-noivo tinha uma amante. Estávamos prestes a casar e o peguei me traindo com minha, até então, melhor amiga... — Ela para e dá um sorriso amargo. — E agora eu sou a amante descoberta.

— Nós podemos enfrentar isso. Juntos. — Chego à conclusão de que sou capaz de tudo e qualquer coisa por ela. — Será um escândalo a princípio, mas depois não haverá mais imposição alguma. E eu não me imp...

— Case com Maria Helena.

Os olhos negros estavam cheios de lágrimas e a puxei para mim.

— Não gosta de estar comigo?

— Não vê que nossa história é suja e que a atração que sentimos um pelo outro vai manchar qualquer coisa?

— Do que está falando?

— Como falaremos do nosso relacionamento? — Sua voz embargada faz com que eu me sinta culpado por tudo e qualquer coisa que possa ter causado a ela. — “Ah ele era o noivo do casamento que eu estava organizando, foi assim que eu o conheci.”

— Não. Nós nos conhecemos em um bar e transamos como quaisquer bêbados com uma vida sexual ativa. — Rapidamente minha mente me leva a semanas antes, quando a tive pela primeira vez em meus braços. — Maria Helena é minha noiva prometida; por Deus, ela é virgem, eu nunca a toquei, eu nem ao menos sinto desejo por ela. Segure a minha mão, Luísa.

Ela se afastou sem me olhar, virou as costas e saiu.

Ali eu percebi que estava apaixonado e não fazia ideia de como conduzir um sentimento daqueles. Eu poderia ter seguido a minha amante? Até mesmo a palavra era abjeta naquele contexto.

Foda-se que minha noiva sabia.

Foda-se que eu era um adúltero.

Se Luísa quisesse ficar comigo, eu estava disposto a tudo.

Fui para casa, dispensei todos os empregados, liguei para minha mãe e pedi que ela viesse até meu apartamento imediatamente; assim que ela concordou, desliguei e tomei um banho. Logo que saí do banheiro encontro Maria Helena no meu quarto, só Deus sabe como ela havia parado ali.

— Nicole de Oliveira, conhece esse nome?

Havia sido um affair há alguns meses, sexo puro, um passatempo que já não existia e que eu sequer me lembrava até agora.

— O que tem ela, baronesa? — sabia que Maria Helena detestava o título.

— É essa puta que você está colocando acima de mim? Até a cerimonialista você sequestrou! — reclama — Perdeu totalmente os escrúpulos..., sabe como é difícil para uma pessoa como ela arranjar um emprego? Ainda bem que eu não sou preconceituosa e entendo a luta de classes. Tanto que a coloquei à frente de tudo; logo ela vai te procurar e te dar uma lista de modelos de ternos e...

Encarei Maria Helena, ela sequer julgava Luísa como uma rival, ela não a via como uma mulher.

— A mulher que eu quero não é puta, gostaria que você a respeitasse — interrompi aquela ladainha.

— Uma vulgar, Felipo! Eu me preservei para você, me guardei para nossa noite de núpcias...

— Nunca te pedi isso. Saia e dê. Estaria me fazendo um grande favor!

Para minha surpresa, ela se sentou na minha cama com cara de choro, a larguei lá e fui para o closet pegar uma roupa mais confortável. Falaria com minha mãe, a faria entender que eu estava apaixonado e casar com qualquer outra mulher me faria o mais infeliz dos homens.

Voltei com os cabides e encontrei Maria Helena completamente nua na minha cama. O corpo era quase sem curvas, o púbis tinha uma penugem dourada, os mamilos eram cor de rosa; não vou negar, era uma visão atraente, mas nada além.

— Vista-se pelo amor de Deus.

— Eu quero me dar pra você, você é homem, deve sentir falta disso — argumenta. — Felipo, nós vamos nos casar e...

— Maria Helena não faça isso, por favor.

— Eu te imploro. — Ela vem até mim e eu congelo. — Me faça sua mulher. — O corpo nu cola-se ao meu e eu a solto.

— As coisas não funcionam assim.

— Eu não vou suportar perder meu noivado, eu deito em qualquer posição e...

A campainha tocou e eu vesti a calça que havia separado, minha mãe estava cansada de me ver nu, aquela conversa não poderia esperar.

— Felipo! — Escuto sua voz, mas não me dou ao trabalho de voltar a ela.

Abro a porta e Luísa entra. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Maria Helena aparece vestida com a minha camisa, como se para ela fosse a coisa mais natural e corriqueira.

— Ai que bom que você veio. Eu mudei de ideia quanto ao terno, acho que um cravo vermelho seria melhor, então a boutique da... — Luísa deu um passo para trás, mantendo a porta aberta.

— Me desculpe atender assim, Luísa...

— Não precisa contar para a moça sobre nossas intimidades, Felipo. — Sua voz me enoja, mas minha maior preocupação no momento é Luísa e o que ela vai pensar de toda essa situação. — Não seja deselegante falando sobre nossa vida pessoal; vai lá pra dentro se vestir, anda.

— A gente não...

— Meu filho, que susto! — Minha mãe atravessou Luísa como se ela fosse invisível. — Quando você ligou eu pensei que...

Eu mal ouvia, meu corpo parecia se desmanchar quando vi a mulher da minha vida indo embora.

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