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Stranger







Tenho um trabalho da faculdade para entregar em três dias e estou surtando porque se trata de um relatório sobre John Waterhouse e simplesmente todos os livros sobre John Waterhouse sumiram da biblioteca do departamento. Todos.

"Tem certeza que não houve uma devolução?", eu insisto com a bibliotecária, que crispa os lábios numa careta de desaprovação.

"Estou lhe dizendo, querido, só há dois livros no sistema, um foi pego hoje, e o outro foi pego... agora", soa como uma pergunta porque a bibliotecária não parece muito convicta.

"Agora?"

"Neste segundo", as sobrancelhas dela escalam a testa por detrás da armação dos óculos.

Eu levanto os olhos e escaneio o balcão de atendimento, as outras bibliotecárias registrando livros que estão sendo retirados. E simplesmente não posso acreditar quando meus olhos batem numa figura alta de boné preto perfurado com argolas. No mesmo instante tenho uma elucidação sobre a familiaridade de seu moletom no dia em que peguei Jimin no hospital psiquiátrico - era o emblema da faculdade. Da minha faculdade.

É absurdo demais achar que estou sendo seguido por esse garoto?

Perseguido.

Atormentado.

Ele está retirando o último livro de John Waterhouse. Meu livro, depois de ter roubado minha vaga. É demais. É abusivo.

Eu atravesso a biblioteca até o outro lado do balcão e paro atrás dele. É ridículo o quanto ele é alto e é ridículo que suas pernas sejam tão longas e fortes nesta calça jeans ridiculamente justa e que seu traseiro seja ridiculamente bonito visto deste ângulo em que estou.

E é ainda mais ridículo que eu pense essas coisas quando deveria estar com raiva.

E eu estou.

"Você."

Ele não se vira. Em vez disso, se inclina mais ainda por cima do balcão quando a bibliotecária lhe pergunta alguma coisa. A barra do moletom sobe e uma linha estreita de sua boxer branca aparece por baixo do cós da calça jeans, e em seguida a faixa nua de sua cintura. Ele estica o pescoço, e mais pele é exposta, sua nuca, a base de seu pescoço. Estou parado olhando para a pele desse garoto, é apenas pele, nem ao menos é grande coisa, mas não consigo piscar. Não consigo lembrar o que vim fazer aqui do outro lado do balcão.

Ah, sim.

Sentir raiva.

"Ei!", dessa vez eu falo mais alto. Penso em tocá-lo, mas isso é bem mais do que me permito com um estranho, com qualquer pessoa que não seja Jimin. Ou Yoongi.

Ele desce nos calcanhares e se vira para mim. Por um instante sua expressão é como me lembro, inexpressiva, ousada, mas então ele franze a testa e me encara, um mínimo de emoção perpassando suas feições.

"Você não é... o garoto do pisca alerta?"

Não me deixa nada feliz que ele me chame de garoto do pisca alerta, soa como algo indecente e suprimo um impulso de olhar para meus mamilos e checá-los. E mais uma vez ele está me fazendo perder a linha do raciocínio. Eu a recobro depressa.

"Desculpe, mas está retirando um livro que eu preciso. Preciso com urgência. Tipo, agora."

"Você não acha que isso soa arrogante?", ele dispara, me pegando de surpresa. Esperava estar com vantagem já que eu o surpreendi por trás, mas ele nem ao menos parece chocado. "Quer dizer, eu peguei a sua vaga e agora estou pegando o livro que você precisa. É arrogante."

Ele está realmente dizendo eu sou arrogante?

A bibliotecária termina de registrar os livros que ele está retirando e os desliza na direção dele. Ele os enfia dentro da mochila, acomoda a alça dela num ombro e me olha com atenção, como se só então estivesse a fim de me olhar de verdade.

"É algum tipo de stalker?"

Abro e fecho a boca, incapaz de conectar todos os pensamentos que estão eclodindo em minha mente. Como esse garoto consegue me irritar tanto e eu nem ao menos sei quem ele é? Como pode virar todas as acusações contra mim tão facilmente?

"Realmente preciso desse livro."

Ele faz menção de passar por mim, mas eu dou um passo para o lado depressa, ficando na frente dele. Sou mais alto, afinal, mesmo que minimamente. A proximidade repentina me deixa ansioso. Sinto o cheiro dele, suave e leve. Sua altura, seu olhar impassível no meu, sua beleza, tudo me pressiona e me impele a olhar para baixo, mas não o faço. Eu o olho nos olhos. Eu me perco na escuridão aveludada deles.

"Eu também preciso", ele diz. Sua voz é clara, nem agressiva, nem amigável. Apenas audível.

"É impossível", insisto. "A não ser..."

Mas é impossível. Ele não pode estar no mesmo curso que eu. Não pode frequentar as mesmas aulas que eu. Eu saberia. Eu o conheceria. Por mais avoado que eu seja, por mais totalmente alheio e reservado que eu seja, eu teria percebido esse garoto. Ele é uma presença petulante, um cheiro persistente, uma cor escura vibrante.

"Estou atrasado", ele manobra ao meu redor novamente e, dessa vez, estou tão confuso que perco o timing e o deixo escapulir. Mas me viro e ando depressa para alcançá-lo.

"Qual o seu curso?"

Acho que ele sorri. Não tenho certeza. É difícil acompanhá-lo quando suas pernas são duas vezes mais ágeis que as minhas e ele nem ao menos está correndo. Seja como for, ele não responde.

"Qual o seu nome?"

"Eu já disse", ele para de andar tão bruscamente que nossos peitorais quase colidem. Seus olhos fixam os meus e juro, juro que vejo uma emoção nova no fundo deles. Parece tristeza, uma tristeza agonizante. "Você não lembra?"

Sinto-me perdido. Ele não me disse o nome dele. Sei que não.

"Você não lembra", a voz dele abaixa a ponto de ser um sussurro e sua expressão muda tão rapidamente que não consigo acompanhar. Ela era impassível um segundo atrás e agora está dócil. Como na cafeteria, a mudança brusca no humor dele não faz sentido. Ele suspira fundo e diz devagar, quase parecendo cansado: "Jeon Jungkook."

Assinto. É um gesto automático e um pouco idiota.

"Jungkook, por favor, me deixe ficar com o livro", estendo a mão. Ele a olha com desinteresse. "É o mínimo que pode fazer depois de ter roubado minha vaga - sim, ela era minha. Recebi uma multa por estacionar em local proibido por sua culpa."

"O que estava fazendo lá?"

"O quê?", balbucio.

"O que estava fazendo num hospital psiquiátrico?", ele me olha intensamente, como se fosse uma pergunta importante e eu sinto uma euforia esquisita em querer dar a resposta certa a ele, extraí-la do oco do meu ser.

Mas não há nada a não ser a verdade, e algo me diz que ela não é o bastante.

"Meu irmão", eu respondo depressa, tendo um dejá-vu. "Espere, você já me perguntou isso. Naquele dia em que roubou minha vaga!"

Ele engole em seco, a língua molhando nervosamente os lábios.

"Aham. Você lembra? Lembra realmente?", os olhos dele estão praticamente me devorando.

"Se eu lembro... realmente?", pisco, atordoado. Jungkook suspira fundo, a expressão despencando. Ele ajeita o boné, puxando-o para baixo. A franja comprida afunda sobre seus olhos, ocultando-os como uma cortina.

Ele abaixa a cabeça e algo na forma como seus cabelos lisos cobrem seu rosto, algo no ângulo de sua mandíbula, algo na forma como sua boca está fechada numa linha firme, algo na pulsação de sua pele entre as clavículas marcadas é bruscamente familiar...

Algo a ver com o nome dele. Por mais que eu não lembre dele ter me falado, é tão familiar para mim, quase consigo lembrar de noites estreladas e frias em que minha voz o chamou sem parar.

Mas esta não é a resposta certa e eu me sinto de repente desesperado. Ele está frustrado. Toda a sua postura é de derrota, e nada disso faz sentido.

"Foi lá por causa do seu irmão, eu sei."

"O que isso..."

As barreiras dele se reerguem num átimo.

"Então peça para ele pagar a multa. Não foi por minha causa que você foi até lá, e não foi por minha causa que você esqueceu de ligar o pisca alerta."

Ele continua a andar e, dessa vez, eu não o sigo. Estou pregado no lugar. Jungkook. Ele conseguiu virar o jogo a seu favor outra vez, como uma cartada. Ele é bom nisso. Fico para trás, abandonado, com a sensação estranha de que conheço todos os jogos de Jungkook, e sei jogá-los muito bem.

Exceto que eu não sei.

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