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Into the Darkness




oioioi

obrigada pelos votos e comentários <3

Boa Leitura!


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1.

Abro os olhos e a primeira coisa que vejo é a espinha dorsal de Jimin. Ele dorme de lado, a coluna alinhada à minha barrinha. Suas omoplatas marcam o tecido fino da regata branca enquanto ele respira devagar. Tenho essa visão todas as noites desde que posso me lembrar. A nuca de Jimin. O caminho aveludado de seu couro cabeludo. As ondas difusas de seus cabelos se espalhando no travesseiro, confundindo-se com o cetim da fronha, seu ombro redondo recortado contra a luminosidade da janela.

O dia tem aquela claridade azul neon de qualquer hora entre cinco e seis da manhã, quando o ar ainda é limpo e fresco e cheira a orvalho. É a minha hora preferida do dia desde que Yoongi me fez gostar dela. No verão, ele acordava essa hora, entrava no meu quarto quando todos ainda dormiam e me arrastava para fora da cama. Atravessávamos o terreno até as rochas aninhadas no aclive e ele me mostrava as mariposas dormitando, suas asas de veludo tremulando em espasmos.

Ele levava um dedo até os lábios para que eu não as acordasse.

E então, só então, ele me beijava.

"Elas são sensíveis às mudanças do ar em volta", ele dizia, roçando nossos lábios quentes de sono, a voz um sussurro rouco, "Respire devagar."

Mas eu não respirava, mesmo que quisesse. Porque Yoongi estava me beijando. 

Pisco para o céu azul arroxeado lá fora e tenho a sensação de que acordei com um barulho. É uma impressão vaga, mas então olho por cima do ombro e vejo a porta do meu quarto aberta. Tenho certeza de que Jimin a fechou quando migrou para cá. Ele sempre a fecha porque é um costume adquirido da época em que nossos pais ainda não tinham desistindo de nos fiscalizar. 

Jimin sente meu movimento e se mexe no colchão, murmurando alguma coisa. Beijo a curva quente de seu pescoço.

"Está tudo bem. Volte a dormir."

Afasto as cobertas e meus pés deslizam para o chão. Jimin se ergue nos cotovelos, os olhos apertados de sono.

"Aonde você vai, Tae? Que horas são?"

Uma parte de seu cabelo está levantada e eu passo os dedos por ela, arrumando as mechas que se desfazem como camadas de seda.

"Acho que ouvi um barulho."

Ele levanta e olha pela janela. Jimin parece mais alto e magro quando acorda, talvez por que está amarrotado, ou talvez porque a regata justa do pijama exponha seu dorso esguio e definido.

"Não tem ninguém lá fora. Deve ter sido a casa estalando."

"A porta está aberta."

Estou falando em murmúrios e Jimin me olha como se eu estivesse exagerando.

"Vou verificar", ele diz, então contorna a cama e sai do quarto. De repente sinto um pânico corroendo meus nervos.

"Jiminie, não!", mas ele não volta.

Me enrolo no roupão e desço atrás dele. Eu o encontro quando Jimin está voltando da cozinha após ter verificado as portas e as janelas dos fundos da casa. Vou até as janelas da sala e olho lá para fora. O terreno está deserto e silencioso, mas vejo as luzes da casa amarela acesas ao longe, tremulando no horizonte anil como uma chama fraca. Posso jurar que há alguém olhando para cá numa das janelas do segundo andar. É distante demais para que eu tenha certeza e quando estreito mais os olhos, a impressão se desfaz. É só uma janela.

2.

"O que tem ali?", Jimin pergunta e eu pisco, e só então me dou conta de que a torrada está esquecida entre meus dedos e meu café esfriou porque passei os últimos cinco minutos olhando pela janela, na direção da casa amarela.

"Quem morava ali?"

"Hã?", Jimin soa confuso. Volto minha atenção para ele. Seu cabelo precisa urgentemente de um corte, as mechas estão começando a frizar no alto, fazendo com que ele pareça um tipo de anjo rebelde.

"Não consigo lembrar quem morava ali. Faz tanto tempo que ela está sendo alugada."

Ele segue meu olhar. Seu perfil é afiado, o nariz longo e reto, os lábios cheios, o queixo quadrado e as argolas e piercings prateados entremeando-se aos fios loiros.

"Não importa", ele diz com um desinteresse estranho, como se tentasse barrar algo mais grave de se formar em sua expressão, então cutuca seus ovos mexidos. "Você vem comigo?"

Levo um instante para me lembrar do que estávamos falando antes de sentarmos à mesa, enquanto ele preparava nosso café da manhã. O cemitério. O túmulo de Yoongi.

"Podemos esperar um pouco mais?", olho para a cicatriz no pulso dele. Ela é um risco prateado em sua pele pálida. "Teremos tempo."

Jimin sorri para mim enquanto mastiga de boca fechada e o resultado é engraçado. Sua boca forma um biquinho manhoso. Eu sorrio.

"Não vou ter um surto, TaeTae. Prometi que não farei isso nunca mais."

"Mesmo assim. É o Yoon. Ver onde ele está, lembrar de como aconteceu e que...", limpo minha garganta porque minha voz começa a ficar embargada. "ele não está mais aqui, é pesado, Jimin. É pesado demais."

"Mas você está comigo."

"Estou", num gesto sincronizado, nossos dedos se entrelaçam por cima da toalha de mesa. Minha mão é maior que a dele, sei que posso passar segurança, sei que posso protegê-lo tanto quanto ele me protege. É uma questão de sobrevivência. "Por isso tenho o direito de decidir, vamos esperar um pouco mais."

Jimin assente. Ele é imprevisível. Às vezes é impossível convencê-lo, ele simplesmente se revolta. Em outras, é ridiculamente fácil. Por mais que seja meu irmão gêmeo, nunca sei quando terei que lidar com seu lado difícil.

"E o que vamos fazer até lá?"

"Aproveitar?", sugiro e nós dois caímos na gargalhada. Eu me recomponho depressa, mas Jimin desliza para o lado, rindo sem parar. Reviro os olhos. "Eu sei, é idiota."

"Não tem nada para fazer aqui!"

"Eu sei."

Ele se endireita na cadeira e fita a paisagem estagnada dos penhascos lá fora.

"Eu poderia escrever", ele murmura.

"Escrever? No seu diário?"

Ele assente.

"Como a terapeuta pediu. Sobre Yoongi. Sobre o que vivemos aqui."

"É uma boa ideia", eu confesso, oferecendo-o um sorriso encorajador. "E, quando você terminar... vamos juntos ao cemitério."

"Fechado", ele levanta da mesa de repente, tomado por um ânimo novo. Sou puxado pelo pescoço quando Jimin passa por mim, pressiona meu rosto contra sua barriga rígida e beija o alto da minha cabeça. Deixo escapar uma gargalhada rápida porque seu nariz funga em meu pescoço.

"Pare com isso!"

"Seu cheiro é bom de manhã."

"Meu cheiro é bom sempre!"

A risada dele troveja em meu ouvido. Eu relaxo, totalmente arrepiado, e então ele me solta para recolher os pratos.

"O que você vai fazer hoje?", ele fala da cozinha.

Meus olhos disparam de volta para a casa amarela, felinos.

"Explorar."

3.

Jungkook está em pé no alto das rochas na base do precipício, olhando para as lanchas da guarda costeira que circulam pelo mar como sondas. Hoje não está chovendo, embora o tempo esteja fechado. Ele não está usando preto, por mais que suas roupas sejam, de toda forma, escuras. Calças rasgadas e um suéter azul comprido cujas mangas alcançam seus dedos. Não usa boné, e pela primeira vez tenho uma visão completa de seus cabelos castanhos e lisos. Eles deslizam para lá e para cá conforme o vento bate, brilhando ao sol como mogno.

Eu me aproximo pela areia da praia, aproveitando que ele não pode me ver porque está meio virado de costas. Suas pernas são longas e fortes, delineadas pela calça justa que termina nas Timberlands cor de caramelo. Ele tem algo entre os dedos que reparte e atira na direção das gaivotas. Elas dispersam em círculos no ar antes de embicarem em busca do que quer que ele tenha jogado.

"Está praticando observação?", falo da areia. Ainda há uns bons dez metros nos separando, mas o vento está ao meu favor e Jungkook se vira depressa, os grandes olhos escuros sobressaltados. Eu aponto para os penhascos. "Veio olhar para eles?"

"Ah", ele diz simplesmente e me dá as costas. Meu coração contrai num espasmo de rejeição, mas então Jungkook olha para mim outra vez, sorrindo, e eu fico completamente estático de surpresa. "Elas estão gostando!"

Eu pisco. Ele sorri como uma criança para as gaivotas se agitando ao seu redor e atira outra migalha. Em que momento da noite o Jungkook arrogante e intragável se tornou um garoto fofo e manso?

Será que estive sendo a peça errada de nós dois esse tempo todo? As pessoas dizem que sou inacessível, frio e antipático. Nunca me importei com isso porque sempre me dei bem com Jimin e Yoongi, mas cresci com eles. Não precisei aprender a lidar com eles, eu sempre apenas soube. Jungkook é o primeiro garoto que tenho vontade de me aproximar. É possível que eu não tenha feito isso da forma mais... delicada.

Eu me aproximo mais, tragado pelos movimentos de Jungkook. Ele agita a mão no ar como se tentasse comandar o voou das gaivotas e ri quando elas giram atraídas pela migalha. É bonito. Ele. A paisagem o cercando como uma pintura. Quero marcar essa visão em mim até que se torne uma cicatriz.

Sei que doerá.

Jungkook é claramente o tipo de garoto que machuca amar.

Mas eu o quero.

Não é uma decisão que estou tomando agora, eu a estou aceitando neste instante. Não sei quando ela foi tomada, se no momento em que ele desceu de sua picape no estacionamento do hospital psiquiátrico, ou quando subiu as escadas do auditório e nossas peles se tocaram, ou antes de tudo isso. Muito antes.

Escalo as pedras devagar. Sinto o olhar de Jungkook em mim, sua expressão alerta me diz que ele está pronto para me segurar num reflexo caso eu deslize, a linha de seu maxilar fica dura quando ele morde os dentes em resolução. Mas eu não deslizo e ele não se move. Mesmo assim, imaginar a força de seu corpo sólido me subjugando é um pouco atordoante e eu respiro fundo quando me alinho ao seu lado.

"Tente você", ele estende o braço na minha direção, oferecendo suas migalhas. Eu pesco uma e a jogo com um peteleco na direção das ondas. As gaivotas gritam e mergulham no mar, disputando depressa o alimento antes que afunde.

"Acha que vão encontrar alguma coisa?", ele pergunta. Levanto a cabeça e fico um pouco decepcionado por ele não estar olhando para mim e sim na direção da guarda costeira ao longe.

"É difícil. A correnteza aqui é muito forte, leva tudo para o fundo e para dentro do mar. Quanto mais o tempo passa, mais as chances de encontrar algo diminuem."

Tenho a atenção dele outra vez. Seu olhar escuro me estuda de perto.

"Você conhece toda a ilha?"

"Não tanto. Só essa parte. Cresci aqui com meu irmão", não sei por que não menciono Yoongi. Falar o nome dele para Jungkook me parece errado, como se eu estivesse sendo injusto com ambos.

"Seu irmão", Jungkook ecoa. Sua boca está repuxada de lado num sorriso irônico.

Decido não trilhar esse caminho com ele, assim como decidi não trilhá-lo com Jimin. Não sei por que há essa chispa de tensão entre eles, mas não vou avivá-la.

"Porque acha que a pessoa pulou?", retomo.

"Porque acha que ela pulou? Pode ter sido jogada."

"Você disse que era uma pessoa."

"E, pelo que já tentaram me convencer, pode ser que nem ao menos tenha sido uma pessoa."

"Então você realmente não tem certeza?"

Jungkook franze a testa e posso ver que está lutando com seu orgulho próprio em admitir que talvez não tenha mesmo visto o que achou que viu porque a cortina de chuva era grossa demais. Na claridade do dia, suas pintas acendem na pele clara como uma constelação e eu as ligo com o olhar, uma por uma, traçando seu rosto bonito em minha mente.

Como deve ser tocar nesse garoto? A textura de sua pele, a temperatura dela, a sensação em meus dedos? É irritante admitir que essa pode ser tornar a minha próxima obsessão.

"Espero que encontrem", ele diz por fim. Então atira uma migalha, e esse é o sinal de que este assunto está enterrado para ele.

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Votem e comentem, amores <3

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