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3

Adrian Hades

Finalmente, de volta aos ares de Los Angeles. Hoje é um dia perfeito para se fechar negócios e, por que não, para um sorriso calculado. Acabo de concluir um investimento com a empresa da minha cunhada, mas agora tenho um assunto pendente a resolver. Saí da empresa da Crystal e estou a caminho do hotel de William.

Ao chegar, a recepcionista confirmou que Clara está realmente hospedada no quarto 219, exatamente o mesmo em que estou prestes a bater à porta.

- Adrian? Que surpresa agradável - disse Clara, com um sorriso que não alcançou os olhos. - Entre, por favor.

- William está aqui? Não estou disposto a surpresas desagradáveis - respondi, enquanto adentrava o quarto com a firmeza de quem controla a situação.

- Emocionante. Você quer café?- Clara ofereceu, tentando manter uma cordialidade que sabia ser inútil.

- Não, querida, não vou demorar. Apenas me diga o que você quer com William - minha voz saiu fria, direta, sem espaço para rodeios.

- Olha só para isso. Agora você é o amigo preocupado? O que acontece entre mim e William só diz respeito a nós dois e mais ninguém - sua voz tremia ligeiramente enquanto desviava o olhar, tentando esconder qualquer vulnerabilidade.

- Quando sair, feche a porta - disse ela, num tom que mal disfarçava a tensão.

Eu a observei por mais um segundo, avaliando cada nuance de sua expressão antes de me retirar. A porta se fechou atrás de mim com um clique final, mas a sensação de controle permaneceu intacta.


Enquanto esperava o elevador, repassei mentalmente a breve conversa. Clara estava claramente desconfortável, mas era impossível determinar se isso se devia à minha presença ou a algo mais profundo envolvendo William. A conexão entre eles precisava ser desvendada, e eu não deixaria nenhuma peça fora do lugar.

O elevador chegou e entrei, apertando o botão do térreo. As portas se fecharam e o reflexo no espelho me devolveu um olhar frio e calculista. Esse era o meu dom e minha maldição: a capacidade de manter a compostura e a frieza mesmo diante das situações mais complexas.

Voltei para o carro e me acomodei no banco do motorista, ligando o motor com um propósito renovado. Clara não me daria respostas facilmente, mas eu tinha outras formas de obter a informação que precisava. Telefones, registros, contatos. Nada estava fora do meu alcance.

Enquanto dirigia pelas ruas movimentadas de Los Angeles, a cidade parecia um tabuleiro de xadrez, cada movimento meticulosamente calculado. E eu, sempre alguns passos à frente, pronto para fazer o próximo movimento com precisão cirúrgica.

Decidi que era hora de fazer uma visita ao Mangé, o restaurante favorito da elite. Não era só pela comida, mas pelo ambiente, pelas conversas que se desenrolavam nas mesas ao redor, e pelas oportunidades de observar os jogadores de alto nível no seu habitat natural.

Chegando ao Mangé, a fachada discreta contrastava com a opulência do interior. O maître me recebeu com um aceno de cabeça, reconhecendo-me sem precisar de uma palavra. Ele me conduziu a uma mesa próxima à janela, onde a vista para o pequeno jardim interno oferecia um raro momento de tranquilidade em meio ao caos urbano.

A decoração era uma obra-prima de sofisticação. Lustres de cristal pendiam do teto, lançando um brilho suave sobre as mesas impecavelmente postas. O ambiente era calmo, mas carregado de uma tensão sutil, como se cada cliente estivesse ali para mais do que apenas uma refeição.

Sentei-me com a compostura de alguém que pertence àquele lugar. Havia uma segurança em saber como jogar o jogo, em entender as regras não ditas que governavam aquele espaço. Pedi um vinho tinto, algo robusto e complexo, que combinasse com a intensidade dos meus pensamentos.

Para o prato principal, escolhi o filé mignon ao molho de trufas negras, acompanhado de um risoto de açafrão. Uma escolha que refletia a minha preferência por sabores intensos e sofisticados, assim como a minha necessidade de manter o controle sobre cada detalhe.

Enquanto esperava, observei o movimento ao meu redor. Cada mesa tinha sua própria história, cada conversa era um possível ponto de interesse. Executivos discutindo negócios, casais em jantares discretos, e figuras solitárias, como eu, absorvendo o ambiente com um olhar clínico.

O garçom trouxe meu vinho, e eu o saboreei lentamente, permitindo que o sabor se espalhasse, cada nota uma lembrança de que, mesmo nos momentos de lazer, eu nunca baixava a guarda. Quando o filé mignon chegou, cortei a carne com precisão, apreciando a textura macia e o aroma envolvente das trufas.

No momento em que a primeira garfada derretia em minha boca, meus olhos se fixaram no palco ao fundo do salão. A luz do fim de tarde entrava pelas amplas janelas, banhando o restaurante em um brilho dourado. Em meio ao brilho suave, reconheci a figura esguia de Crystal, envolta em suas roupas de luxo, ajeitando o microfone com uma confiança que sempre me intrigava. Os raios de sol destacavam suas feições elegantes e a joia cintilante que pendia de seu pescoço, criando um halo quase angelical ao seu redor.

Crystal era conhecida por sua paixão pela música, mas eu nunca a imaginara disposta a se apresentar publicamente. Será que ela realmente vai cantar? A ideia era, no mínimo, surpreendente. Eu sabia que ela adorava ouvir música, mas será que tinha a mesma habilidade para cantá-la? Uma parte de mim estava cética e, devo admitir, um pouco apreensiva. Sinceramente, a perspectiva de ouvir sua voz me fazia imaginar se meus ouvidos não estariam prestes a enfrentar uma tortura sonora.

O murmúrio no restaurante diminuiu à medida que a atenção se concentrava no palco. Crystal respirou fundo e, com um gesto gracioso, sinalizou para o pianista iniciar. As primeiras notas do piano encheram o ar, criando uma atmosfera mágica que parecia envolver a todos. As teclas tocadas com maestria evocavam uma melodia suave e envolvente, como se cada som fosse cuidadosamente desenhado para hipnotizar a audiência.

Quando Crystal começou a cantar "Salvatore", fui pego de surpresa. Sua voz, longe de ser um desastre, tinha uma qualidade inesperadamente cativante. Havia uma vulnerabilidade em sua interpretação que eu nunca havia percebido antes, uma profundidade que contrastava com sua fachada sempre impecável. Cada verso era carregado de emoção, e aos poucos, o público foi sendo conquistado, incluindo eu. As palavras saíam de seus lábios com uma clareza cristalina, ressoando pelo salão e criando uma conexão íntima com cada ouvinte presente.

Enquanto a música preenchia o ambiente, continuei a degustar meu filé mignon, mas agora com uma nova camada de apreciação. A performance de Crystal se entrelaçava com o sabor da comida, criando uma experiência sensorial completa. O suculento filé combinava perfeitamente com a suavidade de sua voz, cada nota musical realçando o sabor da carne e vice-versa. Eu podia sentir a textura das trufas, o estalar leve das ervas frescas, e o calor do molho aveludado, tudo isso amplificado pela trilha sonora ao vivo.

Aquela tarde no Mangé revelou mais do que apenas um almoço sofisticado. Era uma lembrança de que, mesmo em um mundo onde cada movimento era calculado, sempre havia espaço para o inesperado, para os momentos que desafiavam nossas expectativas e nos faziam repensar nossas certezas. Crystal, com sua voz surpreendente, havia adicionado uma nova camada ao jogo, e eu estava mais do que disposto a ver onde isso nos levaria.

Enquanto ela cantava "Salvatore", observei o público ao redor. Rostos inicialmente céticos agora estavam tomados por expressões de pura admiração. Casais se aproximavam, mãos se encontravam sobre as mesas, e até mesmo os garçons pareciam se mover com um pouco mais de leveza. A música tinha um poder transformador, quebrando barreiras invisíveis e unindo estranhos em uma experiência compartilhada

- Obrigada - falou Crystal antes de sair do palco, enquanto os aplausos ecoavam por todo o restaurante.

Ela desceu com a mesma graça com que subiu, seus olhos brilhando com a satisfação de uma performance bem-sucedida. O restaurante estava em polvorosa, com murmúrios de admiração se espalhando como fogo em palha seca. Crystal, sempre atenta aos detalhes, aproveitou o momento para circular pelas mesas, verificando se tudo estava em ordem.

Quando ela finalmente chegou à minha mesa, hesitou por um breve segundo antes de se sentar sem pedir permissão.

- Pessoas educadas pedem permissão para sentar - falei, lançando-lhe um olhar desdenhoso.

- O restaurante é meu. Eu sento onde quiser - respondeu ela, o sarcasmo pingando de cada palavra.

Eu não pude evitar um sorriso irônico. Crystal sempre tinha uma resposta na ponta da língua, uma habilidade que eu, secretamente, admirava, embora nunca admitisse.

- Você sempre me surpreende, cunhadinha - repliquei, usando o apelido que sabia que ela detestava.

- O que seria da vida sem surpresas? - ela retrucou, seus olhos encontrando os meus com um brilho desafiador.

Havia uma tensão palpável entre nós, uma corrente elétrica que parecia vibrar a cada troca de palavras. Crystal pegou uma taça de vinho da mesa e deu um gole, seus lábios vermelhos deixando uma marca sutil no cristal. Eu observei cada movimento, intrigado pelo misto de elegância e ousadia que ela exalava.

- Admito, sua performance foi... inesperada - falei, tentando manter a voz neutra.

- Inesperada? - ela arqueou uma sobrancelha. - Isso é um elogio?

- Não se empolgue - sorri, inclinando-me para frente. - Só estou dizendo que você conseguiu não estragar minha tarde.

Ela riu, um som melodioso que parecia ecoar o final de sua apresentação.

- Ah, sim, porque estragar sua tarde seria um crime imperdoável, não é? - disse ela, com um toque de ironia.

- Absolutamente - concordei, brincando. - Afinal, quem mais teria a audácia de desafiar a diva do Mangé?

Crystal estreitou os olhos, o sorriso ainda dançando em seus lábios.

- Você é insuportável, sabia?

- E você não facilita - retruquei, levantando minha taça em um brinde. - Às surpresas.

Ela hesitou por um momento, mas então levantou sua taça, os olhos nunca deixando os meus.

- Às surpresas - repetiu, e nossas taças se encontraram com um tilintar claro.

Enquanto bebíamos, um silêncio confortável se instalou entre nós. Eu sabia que por trás daquela fachada de rivalidade havia algo mais profundo, uma atração que ambos relutávamos em admitir. Mas naquele momento, sob as luzes suaves do restaurante e embalados pela memória da música, parecia que talvez, apenas talvez.

Crystal colocou a taça de vinho de volta na mesa, seus olhos ainda fixos nos meus. Havia algo ali, uma chama que parecia mais intensa do que qualquer animosidade que já tivéssemos demonstrado um pelo outro. Eu sabia que não era só o vinho falando; havia uma conexão inegável, mesmo que ambos preferíssemos ignorá-la.

- Você sabe que não pode continuar me provocando assim para sempre, não é? - ela disse, sua voz suave, mas com um toque de desafio.

- Talvez não para sempre, mas por enquanto está sendo divertido - respondi, sorrindo de canto.

Ela balançou a cabeça, um sorriso leve nos lábios. Crystal sempre foi uma força da natureza, alguém que não se deixava abalar facilmente. E era isso que eu achava tão fascinante nela.

- E o que você vai fazer quando eu decidir que cansei de brincar? - ela perguntou, inclinando-se ligeiramente para frente, seus olhos brilhando com curiosidade.

- Aí, vou ter que achar outra forma de te irritar - respondi, piscando para ela.

Ela riu, e por um momento, toda a tensão pareceu se dissipar. Era fácil esquecer que éramos "inimigos" quando ela sorria daquele jeito. Mas logo o momento passou, e ela se recostou na cadeira, recuperando a postura.

- Você é um caso perdido - disse ela, balançando a cabeça.

- E você adora cada segundo disso - retruquei.

Ela não respondeu, mas o brilho em seus olhos me disse tudo o que eu precisava saber. Havia uma batalha constante entre nós, mas também havia momentos de trégua, onde a verdade de nossos sentimentos vinha à tona, mesmo que por breves segundos.

- Então, qual é a próxima apresentação? - perguntei, tentando mudar de assunto antes que a conversa se tornasse muito profunda.

- Estou pensando em algo mais clássico, talvez um pouco de jazz - ela respondeu, olhando para o palco como se já pudesse se ver lá.

- Jazz, hein? Você realmente sabe como manter as pessoas interessadas - comentei.

- Esse é o plano - ela disse, sorrindo. - E você? Como vai seu trabalho? Alguma novidade interessante?

- Nada que valha a pena mencionar - menti, sabendo que ela perceberia, mas não me importando.

- Claro, porque você é o tipo de pessoa que leva uma vida monótona e sem graça - ela provocou.

- Exatamente - concordei, piscando. - Alguém tem que equilibrar toda a sua intensidade.

Ela riu novamente, e por um momento, tudo parecia simples. Nós dois sabíamos que havia mais do que estávamos dispostos a admitir, mas por enquanto, esse jogo de provocações era o suficiente. Estávamos presos em uma dança complexa de sentimentos e palavras, e embora nenhum de nós soubesse onde isso levaria, estávamos dispostos a descobrir, um passo de cada vez.

Crystal olhou para o relógio, uma expressão de surpresa atravessando seu rosto. - Parece que o tempo voou. William deve estar me esperando - disse ela, levantando-se com um movimento gracioso.

Meu coração apertou por um instante ao ouvir o nome dele, mas forcei um sorriso. - Claro, não vou te segurar mais. Até a próxima, Crystal.

Ela hesitou por um breve momento, como se quisesse dizer algo mais, mas então apenas sorriu e se inclinou para um beijo rápido na minha bochecha. - Ciao - murmurou, sua voz suave e quase melancólica.

Enquanto a observava caminhar em direção à saída, percebi como sua presença iluminava o ambiente. Cada passo dela parecia ecoar no meu coração, deixando um rastro de incertezas e emoções não ditas. O barulho ao nosso redor parecia se dissolver, e tudo que restava era a lembrança de seu sorriso e o toque leve de seus lábios em minha pele.

"Recomponha-se, Adrian. Recomponha-se, Adrian. Ela é a mulher do seu melhor amigo", falei para mim mesmo.

Terminei de comer e paguei rapidamente a minha conta. Decidi ir para casa ver minha mãe.

Chegando lá, a casa antes alegre agora só abrigava lembranças de belos momentos. Fui em direção ao quarto da minha mãe, onde ela estava em coma desde aquele fatídico acidente.

- Mamãe, seu filho voltou - falei olhando para ela, mesmo que ela não me respondesse.

- Vou ficar aqui por um tempo e depois volto para a Itália - continuei, acariciando sua mão com delicadeza.

- A senhora é a única coisa boa que me resta. Poderia acordar, por favor? - falei, sentindo as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto.

A cada palavra, a dor da ausência dela parecia mais intensa. Sentia-me desamparado, navegando em um mar de incertezas e emoções confusas. O peso do silêncio no quarto era esmagador, e, por mais que tentasse ser forte, a vulnerabilidade me dominava.

Acariciei o rosto dela, esperando por um milagre, por qualquer sinal de que ela pudesse me ouvir, de que não estava completamente sozinha naquele vazio. As memórias de tempos mais felizes nos invadiam, preenchendo o espaço com uma saudade quase palpável.

- Eu te amo, mamãe - sussurrei, permitindo-me chorar.

Enquanto as lágrimas caíam, prometi a mim mesmo que faria de tudo para que ela soubesse, de alguma forma, que jamais a abandonaria.

Me sentei ao lado da cama, segurando sua mão entre as minhas, e comecei a contar-lhe sobre os últimos meses. Falei sobre a Itália, sobre as ruas de paralelepípedo, os cafés aconchegantes e as pessoas que conheci. Contei-lhe sobre a mulher que havia conhecido, a mesma que acabara de se despedir de mim. Descrevi seu sorriso, seu jeito de falar e como ela fazia meu coração bater mais rápido.

- Mamãe, às vezes me pergunto se estou fazendo a coisa certa - confessei, minha voz trêmula. - Sinto-me tão perdido sem você para me guiar.

O quarto estava imerso em um silêncio profundo, quebrado apenas pelo som dos meus soluços e pelo leve zumbido dos aparelhos médicos. A cada minuto que passava, a sensação de vazio dentro de mim crescia, mas eu sabia que precisava ser forte, por ela e por mim.

- Lembra-se de quando eu era criança e caía da bicicleta? - perguntei, tentando trazer à tona uma lembrança feliz. - Você sempre estava lá para me levantar, para me dizer que tudo ficaria bem. Eu daria qualquer coisa para ouvir isso de novo.

Acariciei sua mão, sentindo a pele fria e pálida sob meus dedos. Era difícil acreditar que a mulher vibrante e cheia de vida que eu conhecia estava agora presa nesse estado de inconsciência. A impotência era esmagadora.

- Mamãe, eu prometo que vou cuidar de você. Vou fazer de tudo para que você melhore - disse, tentando encontrar algum consolo nas minhas próprias palavras.

Ficar ali, ao lado dela, me fez perceber o quanto eu precisava dela, não apenas como mãe, mas como meu porto seguro, minha guia na vida. A cada dia que passava, a esperança de que ela acordasse diminuía, mas eu me recusava a desistir.

- Eu te amo, mamãe. Sempre vou amar - sussurrei, inclinando-me para beijar sua testa.

Fiquei ali por horas, falando sobre tudo e sobre nada, compartilhando meus medos, minhas esperanças e minhas dúvidas. A noite caiu, e a escuridão do quarto parecia refletir a escuridão dentro de mim. Mas, mesmo assim, continuei a falar, na esperança de que, de alguma forma, ela pudesse me ouvir e sentir o quanto eu precisava dela.

- Boa noite, mamãe - disse finalmente, levantando-me para ir embora. - Estarei aqui de novo amanhã.

Enquanto saía do quarto, um pensamento me ocorreu: talvez, ao cuidar dela, eu estivesse realmente cuidando de mim mesmo. E, de alguma forma, isso me deu a força para continuar, um dia de cada vez.


- Adrian! - exclamou minha irmã com sua voz alegre de sempre, surgindo no corredor como um raio de sol. - Como você está?

- Gigi! - respondi, estendendo os braços para um abraço. - Como você está? - perguntei, apertando-a com força.

- Ótima! - disse ela, com um brilho nos olhos. - Estou começando um novo tratamento de fisioterapia. Estou animada!

- Você não desiste, né? - falei, tentando não revirar os olhos. - A gente já foi para as melhores clínicas da América, da Europa, da Ásia, e todos os diagnósticos foram os mesmos.

- Bem, talvez a gente devesse ter tentado a África também - respondeu ela, com um sorriso travesso.

- Ah, claro - ri, balançando a cabeça. - Vem cá, minha Gigi - falei, puxando-a para outro abraço. - Você é um raio de sol, sabia?

- Claro que sei - disse ela, piscando. - Você só demorou uns 20 anos para perceber isso.

- Ah, deixa de ser convencida - brinquei, bagunçando seu cabelo. - Mas, sério, estou feliz que você não esteja desistindo.

- E por que eu desistiria? - perguntou ela, com um brilho determinado nos olhos. - Ainda tenho muito para viver e muitos lugares para explorar. Quem sabe? Talvez a cura esteja na próxima esquina.

- Ou na próxima clínica de fisioterapia - acrescentei, rindo.

- Exatamente! - concordou ela, dando-me um tapinha no ombro. - E enquanto isso, vou continuar a espalhar minha alegria contagiante por onde quer que eu vá.

- Isso é verdade - disse, sentindo meu coração se aquecer. - Você é a pessoa mais teimosa e otimista que eu conheço.

- E você é o irmão mais chato e protetor que existe - respondeu ela, dando-me um soco leve no braço. - Mas eu não te trocaria por nada.

- Nem eu a você, Gigi - falei, sorrindo. - Nem eu a você.

- Vejo que está de pé hoje, Gigi. Isso é um grande avanço - comentei, admirando sua determinação. - Daqui a pouco, você estará andando normalmente.

Ela sorriu, aquele sorriso luminoso que sempre me aquecia o coração.

- Um passo de cada vez, Adrian. Um passo de cada vez - respondeu ela com uma confiança tranquila que eu sempre invejei.

- Você é incrível, sabe disso? - falei, tocando levemente seu ombro. - Sua força me inspira todos os dias.

Gigi suspirou, o cansaço começando a pesar em seus olhos.

- Enfim, vou dormir. Estou muito cansada - disse, a voz suave, mas decidida. - Te amo, viu? E não se preocupe comigo.

Ela se sentou na cadeira de rodas com a graça de uma dançarina e começou a se mover em direção ao elevador. Fiquei ali, observando-a, sentindo um misto de orgulho e preocupação.

- Boa noite, Gigi. Eu também te amo - murmurei, mais para mim mesmo do que para ela. A porta do elevador se fechou, levando com ela a pessoa mais forte que eu conhecia.

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