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2

Crystal Harper

Depois de um dia mais intenso que uma maratona de novelas mexicanas no restaurante, entre escolher decorações e montar o menu da primavera, finalmente cheguei em casa, sentindo-me exausta, mas triunfante.

— Felipe! — exclamei ao entrar na cozinha, esperando um pouco de simpatia.

— Senhora Harper — respondeu ele, com o tom sério de sempre, como se estivesse falando com a rainha da Inglaterra.

— Adrian virá jantar com a gente essa noite. Você poderia fazer Frrrozen Haute Chocolate como sobremesa? — perguntei, tentando não soar desesperada enquanto imaginava a cara de Adrian ao provar a sobremesa.

— Claro que sim — respondeu Felipe com a confiança de um chef estrelado. Eu até imaginei um pequeno aplauso e uma reverência em sua resposta.

Satisfeita com a confirmação de Felipe, saí da cozinha com um sorriso de vitória no rosto, já imaginando os elogios que receberia mais tarde. Subi para o quarto, onde esperava encontrar William, mas, claro, ele ainda não havia chegado.

— Ah, William, sempre atrasado como um trem numa segunda-feira chuvosa — murmurei para mim mesma. Olhei para o relógio, imaginando onde ele poderia estar. Talvez salvando o mundo, ou apenas preso no trânsito.

Decidi aproveitar a ausência dele para relaxar um pouco. Joguei-me na cama com o drama de uma diva de teatro, pensando em como seria bom se a vida viesse com uma trilha sonora épica para esses momentos. Talvez uma música clássica ou algo de um filme de aventura.

— William, onde quer que você esteja, espero que esteja trazendo algo mais do que apenas a sua presença encantadora — brinquei, olhando para o teto. Afinal, depois de um dia desses, eu merecia um pouco de diversão, humor e, claro, uma sobremesa de chocolate digna de um rei.

Sacudi a cabeça, dando-me uma injeção de ânimo.

— Vamos, Crystal, vamos — disse para mim mesma, levantando-me com a determinação de uma heroína de filme de época.

Dirigi-me ao banheiro e tomei outro banho, porque, convenhamos, uma mulher de estilo old money sempre está impecável. A água quente era um alívio para os músculos cansados, e o aroma do sabonete francês me transportou para um luxuoso spa em Paris.

Saí do banho e fui direto para o closet, um verdadeiro santuário de moda. Passei os olhos pelos vestidos como se estivesse escolhendo um troféu. Optei por um vestido preto longo, clássico e elegante, que abraçava meu corpo de uma maneira que apenas roupas feitas sob medida podem fazer.

Dei um toque de maquiagem básica, porque a verdadeira sofisticação está na simplicidade. Um pouco de rímel, um batom nude e um leve blush realçaram meus traços sem esforço. Penteei meus cabelos escuros , deixando-os soltos em ondas suaves, como se acabasse de sair de um filme dos anos 50.

Para finalizar, borrifei meu perfume favorito, Femme Fatale. O aroma inebriante de jasmim e sândalo me envolveu, me fazendo sentir como uma deusa moderna pronta para conquistar o mundo ou pelo menos, para impressionar  William no jantar.

— Agora sim — disse para o espelho, piscando para o meu reflexo. — Que venha a noite, com todas as suas surpresas e chocolates congelados.

E com isso, desci as escadas com a elegância de alguém que sabe o valor de um bom par de saltos e uma entrada triunfal, pronta para encarar o que quer que a noite trouxesse. Afinal, viver com estilo é a melhor vingança contra um dia atribulado.

Ao chegar na sala, me deparei com Adrian, confortavelmente sentado no sofá, com uma expressão que mesclava tédio e impaciência.

— Você já chegou? Ninguém me avisou — perguntei, tentando esconder minha surpresa e um leve desconforto ao vê-lo ali.

— Não quis incomodar — respondeu Adrian, com aquele tom despreocupado que me irritava profundamente.

— William chega em alguns minutos. Ele ficou preso no trânsito — falei, forçando um sorriso enquanto me aproximava.

— Perfeito. Então, novidades? — disse Adrian, erguendo uma sobrancelha de forma provocativa.

Suspirei, tentando manter a compostura. Adrian sempre soube como me tirar do sério com suas perguntas diretas e seu ar de superioridade.

— William decidiu abrir quinze joalherias na Suécia, a fim de expandir o negócio para toda a Europa. — Respondi, mantendo meu tom profissional, mas não resisti a um leve toque de ironia. — Parece que ele está determinado a conquistar o continente.

Adrian soltou uma risadinha, que soou mais como um desafio do que como humor genuíno.

— Ah, e William... — comecei a dizer, mas fui abruptamente interrompida.

— Crystal, cala a boca — disse Adrian, me cortando de forma brusca.

Senti o sangue ferver, mas respirei fundo. Havia uma linha tênue entre nossa rivalidade e algo mais, algo que eu não estava disposta a explorar naquele momento.

— Você tem um jeito adorável de pedir silêncio, Adrian — respondi, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Imagino que seja a sua forma peculiar de se comunicar.

Adrian inclinou a cabeça, com um brilho provocador nos olhos.

— William, William, William... Você só consegue falar dele? Isso é automático ou você se treina bastante? — perguntou ele, com um tom de desdém que me fez querer revirar os olhos.

Cruzei os braços, tentando não deixar transparecer o quanto suas palavras me afetavam.

— Talvez eu simplesmente prefira falar de pessoas que fazem diferença no mundo dos negócios, ao invés de gastar meu tempo com comentários insignificantes — retruquei, mantendo meu tom firme.

Adrian deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. Sua proximidade era perturbadora, mas eu não recuaria.

— Ou talvez você esteja apenas tentando esconder o quanto se incomoda com minha presença — disse ele, com um sorriso que misturava desafio e algo mais, algo que eu não queria admitir.

— Ah, por favor, Adrian. Não se dê tanta importância. — Minha voz saiu mais fria do que eu pretendia, mas eu precisava manter o controle.

— Claro, Crystal. Continue dizendo isso a si mesma. — Ele deu de ombros, mas não se afastou. — Mas nós dois sabemos que a verdade é um pouco mais complexa.

Nossos olhares se prenderam, e a tensão entre nós era quase palpável. Era como se uma corrente elétrica passasse pelo espaço que nos separava, carregada de sentimentos não ditos e desejos reprimidos.

— Talvez você devesse focar mais em suas próprias inseguranças ao invés de tentar decifrar as minhas — disse, tentando manter a compostura.

Adrian soltou uma risada baixa, mas não havia humor em seus olhos.

— Pelo menos eu não me escondo atrás de máscaras sociais e sorrisos falsos — retrucou ele, com uma intensidade que me fez prender a respiração.

Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu, e William entrou, trazendo consigo uma lufada de ar fresco e interrompendo o momento carregado.

— Desculpem a demora, o trânsito estava impossível — disse William, sem perceber o que acabara de interromper.

Dei um passo para trás, recompondo-me rapidamente.

— Sem problemas, William. Estávamos apenas nos atualizando sobre as novidades — falei, com a voz mais controlada.

Adrian apenas sorriu de lado, mas havia algo nos seus olhos que me dizia que nossa batalha estava longe de terminar. E, talvez, eu não estivesse tão disposta a evitar essa linha tênue entre rivalidade e algo mais.

— Então vamos para mesa? — perguntei sorrindo.

— Claro, minha rainha — falou William.

— Eu pedi para o chefe fazer um Frrrozen Haute Chocolate, vocês vão adorar — falei, começando a comer uma salada.

— William, fiquei sabendo das novidades. Parabéns — disse Adrian, sorrindo.

— Obrigado — respondeu William.

— Você sabe quem eu encontrei? Clara, sua ex-noiva — falou Adrian, e confesso que essa conversa já começou a me irritar.

— Ela está hospedada no seu hotel? — perguntou Adrian, e agora me virei para William. Ele coçou o nariz, o que significava que ele iria mentir.

— Não, ela não está hospedada lá — falou ele, olhando para mim. Mentiroso.

— Vou até a cozinha ver como estão as coisas. A sobremesa está demorando — disse casualmente, como se nada demais estivesse acontecendo. No entanto, eu apertava inconspicuamente o botão de gravação do meu celular ao deixá-lo para trás.

Ao sair da sala, deixei a porta entreaberta para poder ouvir a conversa. A gravação era um seguro, caso algo importante fosse dito. Encostei-me na parede do corredor, meu coração batendo acelerado, enquanto tentava controlar a respiração.

— Você realmente acha que ela não vai descobrir? — a voz de Adrian ecoou, baixa mas clara. — Clara está hospedada no hotel, e você sabe muito bem disso.

— Isso não é da sua conta, Adrian — respondeu William, a tensão em sua voz evidente. — Crystal não precisa saber de tudo.

— Ah, William, sempre tão protetor — Adrian riu novamente, mas desta vez havia uma nota de crueldade em seu tom. — Cuidado, segredos têm uma maneira de vir à tona nos piores momentos.

Eu sabia que precisava manter a calma, mas a raiva estava fervendo dentro de mim. Era hora de voltar e encerrar aquele jogo antes que ele fosse longe demais.

Respirei fundo, ajustei o meu sorriso e entrei novamente na sala, carregando a sobremesa que havia pedido na cozinha.

— Aqui está o Frrrozen Haute Chocolate. Espero que gostem — falei, colocando os pratos sobre a mesa. — Agora, onde estávamos?

Adrian e William se entreolharam, mas não disseram nada. O jogo havia mudado, e eu estava pronta para jogar.

A atmosfera na sala mudou assim que coloquei os pratos na mesa. A tensão disfarçada por sorrisos e palavras educadas estava prestes a alcançar um novo nível. Eu sabia que William estava escondendo algo, e a menção de Clara só confirmou minhas suspeitas. Eu precisava descobrir a verdade, mas tinha que ser cuidadosa.

Enquanto servia a sobremesa, William evitava meu olhar, concentrando-se na comida. Sentei-me, pegando minha colher e mexendo no Frrrozen Haute Chocolate, mas minha mente estava a mil, tentando decifrar a melhor maneira de abordar o assunto.

— Então, Adrian, como estão as coisas no trabalho? — perguntei casualmente, tentando parecer desinteressada.

— Estão indo bem, muito trabalho, como sempre — respondeu ele, forçando um sorriso.

— E Clara? Ela está se adaptando bem à nova situação? — perguntei, observando atentamente suas reações.

William congelou por um momento, a colher a meio caminho da boca. Adrian, por outro lado, observava a cena com um olhar divertido.

— Clara não está envolvida em nada disso, já disse isso — insistiu William, mas a hesitação em sua voz era evidente.

Adrian soltou um suspiro exagerado e se recostou na cadeira, parecendo mais relaxado do que nunca.

— Crystal, você realmente acredita nisso? — perguntou ele, não se preocupando em esconder seu desdém.

— Clara está aqui na cidade, e William está tentando esconder isso de você. Parece que seu querido marido não é tão confiável assim.

William lançou um olhar furioso para Adrian, mas não disse nada. Eu sabia que havia algo mais, algo que ambos estavam evitando me contar. Decidi que era hora de confrontar a verdade.

— William, por que está mentindo para mim?— perguntei diretamente, minha voz firme apesar da confusão interna.

Ele evitou meu olhar, mexendo nervosamente na sobremesa. A tensão era palpável.

— Crystal, depois a gente conversa — falou William, sem me encarar.

— Vamos conversar agora, meu amor — insisti, tentando alcançar seu olhar.

Ele finalmente olhou para mim, mas seus olhos estavam cheios de raiva e frustração.

— Crystal, você não entende que eu não quero conversar agora? — gritou ele, a voz ecoando pela sala.

Eu respirei fundo, sentindo a dor de suas palavras, mas não podia recuar agora.

— William — comecei, tentando manter a calma, mas fui interrompida por sua explosão.

— Saia daqui antes que eu desconte minha raiva em você — ele gritou, os olhos faiscando de fúria.

Por um instante, tudo parou. Eu olhei para ele, sentindo uma mistura de dor e desapontamento. A pessoa que eu amava estava se tornando irreconhecível diante de mim. Mas, em vez de me deixar abater, um sentimento de determinação cresceu dentro de mim. Apenas sorri, um sorriso triste e resignado, e caminhei em direção ao quarto.

Enquanto eu subia as escadas, ouvi Adrian soltar um suspiro pesado na sala de jantar.

— William, você está se afundando cada vez mais — murmurou ele, sua voz carregada de desaprovação.

Fechei a porta do quarto atrás de mim e me sentei na beira da cama, sentindo as lágrimas ameaçarem transbordar. Eu sabia que precisava ser forte, mas naquele momento, a dor era esmagadora. Peguei meu celular e olhei para a foto de nosso casamento, os sorrisos radiantes de um tempo que parecia tão distante agora.

Respirei fundo, tentando encontrar forças dentro de mim. Eu sabia que precisava enfrentar essa tempestade, descobrir a verdade por trás das mentiras e proteger meu coração. A batalha estava apenas começando, e eu não podia deixar que a raiva de William me destruísse. Eu precisava ser mais forte do que nunca.

No banheiro, removi minha maquiagem e troquei o vestido e os saltos pelo pijama. Fiz minha rotina de skincare e peguei o celular para ligar para minha mãe. Precisava ouvir uma voz familiar.

— Mamãe, como a senhora está? — perguntei, tentando esconder a rouquidão.

— Minha criança, você estava chorando? — perguntou minha mãe, seguida pela voz do meu pai: — Você estava chorando, girassol?

— Estava vendo uma série e o final foi trágico — menti, tentando afastar suas preocupações.

— Estamos bem. Amanhã seu pai e eu vamos fazer um cruzeiro de três meses, passando por 22 países. A conexão pode não ser boa — disse minha mãe.

— Tudo bem, minhas vidas. Amo vocês — falei, forçando um sorriso.

— Também amamos você — respondeu minha mãe antes de eu desligar.

Deitei na cama, sentindo um misto de tristeza e alívio. Embora feliz por meus pais, me sentia sozinha. Olhei para o teto, tentando encontrar uma solução. Sabia que precisava enfrentar William e descobrir a verdade. Fechei os olhos, decidida a lutar pelo meu coração. Amanhã seria um novo dia.

Na manhã seguinte, acordei sozinha, mas o som do chuveiro denunciava que não estava completamente só. Ao meu lado, uma caixa de veludo preta repousava sobre o lençol. Abri-a com curiosidade e encontrei um colar de ouro adornado com um diamante – provavelmente uma safira. Um sorriso escapou dos meus lábios ao admirar a joia.

William saiu do banheiro e foi direto para o closet. Nesse momento, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Ophelia, minha melhor amiga e assistente: "Temos um novo investidor, venha para a empresa." Logo em seguida, outra mensagem surgiu: "Você não vai adivinhar quem é."

Antes que eu pudesse responder, William apareceu diante de mim.

— Minha rainha, como você está? — perguntou ele, esboçando um sorriso.

— Bem. Você terminou? Preciso usar o banheiro — respondi, sem esconder minha pressa.

— Que tratamento é esse? Você nem vai agradecer pelo colar que eu te dei? — disse ele, com um toque de indignação.

— Obrigada — murmurei, levantando-me rapidamente e dirigindo-me ao banheiro.

A tensão no ar era palpável. Sabia que o dia seria longo, mas estava determinada a enfrentar cada desafio que surgisse.

A tensão entre mim e William era quase palpável. Seus olhos me encaravam com uma mistura de frustração e desejo. Eu sabia que algo estava errado, que ele escondia segredos que precisavam ser desvendados.

Entrei no banheiro e fechei a porta, precisando de um momento para respirar. O colar ainda brilhava em minhas mãos, um presente que parecia carregar um peso maior do que apenas um gesto de carinho. Por que William escolheria aquele momento para me presentear? O que ele estava tentando compensar ou esconder?

Depois de me recompor, saí do banheiro e me preparei para o trabalho. A mensagem de Ophelia ainda ressoava na minha mente. Um novo investidor. Quem poderia ser? E por que ela estava tão animada?

Escolhi um blazer vermelho profundo, blusa branca de seda, calça de alfaiataria preta e cinto de couro preto. Nos pés, scarpins pretos de salto alto. Acessórios incluíam brincos de ouro minimalistas e um relógio clássico. Completei o look com maquiagem impecável e batom vermelho. Estava pronta para enfrentar o dia e descobrir quem era o novo investidor.

Quando cheguei à empresa, Ophelia estava me esperando na entrada, seu rosto iluminado por um sorriso de mistério. A fachada do prédio era imponente, com vidros espelhados que refletiam o céu azul.

Logo na entrada, o lobby espaçoso exalava modernidade, com pisos de mármore, sofás de couro e plantas ornamentais cuidadosamente dispostas. O logo da empresa, em letras prateadas, brilhava na parede atrás da recepção, dando um ar de sofisticação e profissionalismo.

— Você não vai acreditar — ela disse, quase pulando de excitação.

— Quem é o novo investidor? — perguntei, tentando conter minha curiosidade.

Ela fez um gesto para que eu a seguisse até a sala de reuniões. Ao abrir a porta, meu coração quase parou. Sentado à mesa estava Adrian. Ele se levantou ao me ver, um sorriso suave brincando em seus lábios.

— Olá, é bom ver você de novo, cunhadinha — disse ele, com uma voz calma.

Minha mente girava com perguntas. O que Adrian estava fazendo ali? Por que ele tinha investido na minha empresa?

— Adrian — eu disse, tentando manter a compostura —, o que você está fazendo aqui?

— Investindo, obviamente — ele respondeu, o tom levemente sarcástico. — Achei que a sua empresa precisava de uma mãozinha.

— E você achou que seria uma boa ideia sem me consultar? — retruquei, a frustração evidente na minha voz.

— Eu não precisava da sua permissão — respondeu ele, levantando uma sobrancelha desafiadora. — Além disso, achei que seria interessante... trabalhar mais de perto com você.

A reunião começou, mas minha mente estava longe. Enquanto Adrian falava sobre suas intenções para o investimento, eu não conseguia deixar de pensar na complexidade da situação. Entre os segredos de William e o investimento inesperado de Adrian, minha vida parecia estar se transformando em um labirinto de emoções e mistérios.

— Você sabe que isso não vai ser fácil — sussurrei para ele durante uma pausa na apresentação.

— Eu nunca disse que queria que fosse fácil — ele respondeu, a intensidade em seus olhos me desarmando.

— Por que você está fazendo isso? — perguntei, a confusão e a raiva misturando-se em minha voz.

— Talvez porque eu gosto de desafios — ele disse, com um sorriso que não chegava aos olhos.

A reunião continuou, mas a tensão entre nós era palpável. Eu sabia que trabalhar com Adrian seria complicado, mas uma parte de mim, apesar de toda a resistência, não podia negar a faísca que sempre esteve lá, escondida sob camadas de desentendimentos e rivalidade.

— Não pense que vou facilitar para você — murmurei, enquanto virava a página dos documentos à minha frente.

— Não esperaria nada menos de você — ele respondeu, o tom carregado de uma promessa silenciosa de que as coisas entre nós estavam longe de se resolver.

A reunião continuou, mas a tensão entre nós era palpável. Adrian apresentava sua visão para a empresa com uma confiança calma que sempre me irritou e fascinou ao mesmo tempo. Cada palavra dele parecia ser cuidadosamente escolhida para provocar uma reação em mim.

— Então, basicamente, você quer reestruturar todo o setor de marketing? — perguntei, tentando esconder o ceticismo na minha voz.

— Exatamente — respondeu ele, sem perder a compostura. — Acho que há muito potencial não explorado aqui, e com algumas mudanças, podemos aumentar significativamente a nossa presença no mercado.

— Ah, claro, porque você sabe tudo sobre o nosso setor, não é? — retruquei, cruzando os braços.

Ele sorriu, aquele sorriso que sempre me desarmava, mas que eu me recusava a admitir.

— Eu sei o suficiente para ver que há espaço para melhorias — disse ele, com uma tranquilidade irritante. — Mas estou aberto a ouvir suas ideias, cunhadinha.

A palavra "cunhadinha" escorria de seus lábios como um veneno disfarçado de doçura. Eu sabia que ele fazia isso de propósito, para me provocar. E estava funcionando.

— Não me chame assim — sibilei, tentando manter a calma.

— Como quiser cunhadinha — ele respondeu, levantando as mãos em um gesto de rendição. — Vamos voltar ao trabalho, então.

A reunião finalmente terminou, e eu sentei na minha cadeira, exausta. Ophelia, que havia observado tudo em silêncio, se aproximou de mim.

— Você está bem? — ela perguntou, a preocupação evidente em seu rosto.

— Não sei — respondi, honestamente. — Trabalhar com Adrian vai ser... complicado.

— Isso é um eufemismo — ela disse, com um pequeno sorriso. — Mas você é forte. Vai conseguir lidar com isso.

Eu esperava que ela estivesse certa.

— Marcus Daven esteve aqui — disse Ophelia, olhando diretamente para mim.

— Quem diabos é Marcus Daven? — perguntei, confusa.

— O assistente do seu marido — respondeu ela, sem tirar os olhos de mim.

— O que ele queria? — perguntei, tentando entender a situação.

— Ele trouxe flores — disse Ophelia, saindo da sala e voltando com um buquê de jasmim nas mãos.

Peguei o buquê e abri o cartão que estava preso a ele. — "Para Ophelia, a mais linda de todas as deusas" — li em voz alta.

— O quê? — exclamou ela, corando visivelmente.

— Vamos para o Mangé, e você me conta essa história — falei, pegando minha bolsa e me dirigindo à porta.

Ophelia me seguiu, ainda vermelha e atordoada. O Mangé, nosso restaurante favorito e ao mesmo tempo meu restaurante, era o lugar perfeito para conversas confidenciais. Enquanto caminhávamos até lá, o aroma das flores se misturava com o ar fresco, criando uma atmosfera quase mágica.

Sentamo-nos em nossa mesa habitual, e pedi dois cafés. — Então, quem é Marcus Daven e por que está te mandando flores? — perguntei, curiosa.

Ophelia suspirou, olhando para o buquê sobre a mesa. — Ele é... bem, ele sempre foi muito educado comigo. Mas isso... isso é novo — disse, ainda incrédula.

— Você acha que ele está interessado em você? — perguntei, tentando entender.

— Não sei — ela respondeu, mordendo o lábio inferior. — Mas isso é algo que vamos descobrir juntas, certo?

Sorri para ela, sentindo que, apesar de todas as complicações, estávamos no meio de uma nova e intrigante aventura.

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