We had A beautiful, magic love there.
Travis estava em um estado de tormento absoluto, a raiva fervendo dentro dele como um vulcão prestes a entrar em erupção. Sentado no sofá da casa de Patrick, ele mal conseguia respirar direito, tamanha era a frustração que o sufocava. A briga com Taylor ainda ecoava em sua mente, cada palavra dita rebatendo em seu crânio como um martelo. Ele não conseguia pensar em mais nada, a não ser na sensação esmagadora de traição e perda.
Ele queria gritar, quebrar algo, extravasar toda aquela dor que se acumulava em seu peito. Mas em vez disso, Travis estava ali, sentado, parado, com os punhos cerrados e os olhos fixos no chão, tentando encontrar alguma lógica no caos de suas emoções. Cada vez que fechava os olhos, tudo o que via era a imagem daquela maldita caixa de madeira que Taylor havia lhe mostrado. A caixa com as fotos, com as memórias que ele nem sabia que existiam.
Aquele pedaço de madeira decorado por Taylor, um reflexo do amor que ela ainda sentia por ele, estava agora impregnado em sua mente como uma lembrança inescapável. Ele a odiava por ter guardado aquilo longe dele, por ter mantido aquele segredo por tanto tempo. Mas ao mesmo tempo, havia algo em seu interior que o impedia de simplesmente deixar para lá. Ele queria aquela caixa, queria aquelas memórias, mesmo que elas o destruíssem um pouco mais.
"Eu deveria deixar isso pra lá," Travis sussurrou para si mesmo, a voz saindo rouca e amargurada. "Deveria esquecer essa maldita caixa e seguir em frente."
Mas ele sabia que não conseguiria. Algo dentro dele, algo mais forte do que a raiva e o ódio, o puxava de volta para aquele apartamento, para aquelas memórias que Taylor havia guardado tão cuidadosamente. Ele queria aquelas fotos, queria segurar aquele passado em suas mãos, mesmo que o rasgasse por dentro.
Travis balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Ele sabia que ir até o apartamento de Taylor novamente era uma péssima ideia. Ele estava magoado demais, furioso demais. Mas quanto mais ele tentava se convencer a ficar longe, mais forte era o impulso de voltar lá, de confrontá-la novamente, de pegar a caixa e arrancar dela as respostas que ele ainda não tinha.
-"Droga," ele murmurou, levantando-se abruptamente do sofá. Seus movimentos eram rápidos e impetuosos, sua mente fervendo de um lado para o outro, incapaz de se acalmar. Ele sabia que estava agindo por impulso, mas não se importava. Naquele momento, tudo o que importava era pegar aquela caixa, e ele faria isso, mesmo que tivesse que encarar Taylor novamente.
Ele pegou as chaves do carro e saiu, sem sequer pensar em avisar Patrick ou Brittany. A raiva ainda queimava dentro dele, mas agora misturada com uma necessidade irracional de ter aquelas memórias em suas mãos. Ele dirigiu até o apartamento de Taylor, as mãos apertando o volante com força, os pensamentos voando a mil por hora.
Cada quilômetro que percorria só aumentava sua ansiedade, seu desejo de confrontá-la de novo. Ele sabia que não estava pronto para vê-la, que sua ferida ainda estava aberta e sangrando, mas algo mais forte o empurrava para frente. O impulso o dominava, cegando-o para as possíveis consequências.
Quando finalmente chegou ao prédio de Cornelia Street, Travis estacionou o carro e ficou ali por alguns segundos, respirando fundo, tentando acalmar os nervos. Ele estava prestes a fazer algo que sabia que poderia piorar ainda mais as coisas, mas, no fundo, ele não conseguia se controlar. Não podia mais voltar atrás.
Sem hesitar, ele saiu do carro e caminhou até a entrada do prédio, a mandíbula travada, os punhos cerrados. Cada passo ecoava em sua cabeça como um tambor, anunciando a aproximação de algo que ele sabia que não deveria fazer. Mas era tarde demais para desistir. Ele já estava aqui, e agora não havia mais volta.
Ele subiu as escadas rapidamente, a adrenalina correndo em suas veias, seu coração batendo forte no peito. Quando finalmente parou em frente à porta do apartamento de Taylor, ele hesitou por um breve momento, a mão pairando sobre a campainha. Travis sabia que estava à beira de um precipício, e que dar mais um passo significava mergulhar de cabeça em algo que poderia destruí-lo ainda mais.
Mas ele não se importava. Não naquele momento.
Com um movimento rápido e decidido, ele pressionou a campainha, e então esperou.
Quando a porta finalmente se abriu, Travis se deparou com uma visão que o fez hesitar por um breve momento. Taylor estava ali, diante dele, mas não era a Taylor que ele conhecia. Ela estava acabada, visivelmente abatida, o rosto pálido e os olhos profundamente marcados por olheiras. Parecia que a vida tinha sido drenada dela. Travis notou que ela parecia mais magra, quase frágil, como se o peso de tudo o que tinha acontecido a tivesse esmagado por completo.
Por um breve segundo, uma pontada de preocupação atravessou o coração de Travis, mas ele rapidamente a esmagou. A raiva voltou a ferver dentro dele, obscurecendo qualquer outro sentimento que pudesse surgir. Ele estava ali por um motivo, e não podia deixar que qualquer emoção o desviasse do que precisava fazer.
-"Travis?" A voz de Taylor soou baixa e surpresa, quase como um sussurro. Ela não esperava vê-lo ali, não depois de tudo o que aconteceu. Taylor estava claramente chocada, seus olhos arregalados enquanto tentava entender por que ele estava de volta.
Travis não perdeu tempo. -"Eu vim pegar a caixa," ele disse, sem rodeios, sua voz cortante e fria. Não havia espaço para cordialidade, nem para qualquer outro sentimento que não fosse sua raiva.
Taylor piscou, processando as palavras dele. -"A caixa?" ela repetiu, como se precisasse de um momento para se lembrar do que ele estava falando. E então, a lembrança pareceu atingir ela com força. A caixa das memórias, das fotos que ela havia escondido dele. Ela sentiu um aperto no peito, a dor que já estava presente ficando ainda mais intensa. -"Você quer a caixa?"
-"É o que eu disse, não é?" Travis respondeu, sua paciência já começando a se esgotar. Ele não queria prolongar aquilo mais do que o necessário. Cada segundo ali era uma tortura, ver Taylor naquele estado apenas aumentava sua frustração e dor.
Taylor hesitou, sua mente lutando para acompanhar a situação. Ver Travis ali, tão cheio de raiva, tão distante, a fazia se sentir ainda pior. Ela sabia que ele estava magoado, sabia que tinha todos os motivos para odiá-la, mas a dor de ver isso em seus olhos era quase insuportável. No entanto, ela sabia que não podia fazer nada além de lhe dar o que ele pedia.
-"Eu... vou pegar para você," ela murmurou, sua voz quase quebrando. Com passos lentos e pesados, ela se virou e caminhou até a sala, onde havia deixado a caixa. Cada movimento parecia exigir um esforço enorme, como se o peso de tudo o que estava acontecendo estivesse puxando-a para baixo, para uma escuridão da qual ela não sabia como sair.
Travis observou enquanto ela se afastava, sua raiva ainda queimando por dentro, mas agora misturada com uma sensação de vazio. Ele havia esperado sentir uma satisfação ao pedir a caixa, mas tudo o que sentia era um buraco ainda maior se abrindo em seu peito. Ver Taylor daquela forma, tão vulnerável e destruída, só fazia tudo parecer ainda mais confuso. Mas ele se recusava a ceder. Não depois de tudo o que ela tinha escondido dele.
Poucos minutos depois, Taylor voltou, segurando a caixa de madeira nas mãos trêmulas. Ela parou em frente a Travis, os olhos abaixados, sem conseguir olhar diretamente para ele. A caixa parecia tão pesada em seus braços, como se ela carregasse todo o peso do mundo nela.
-"Está aqui," Taylor disse, estendendo a caixa para ele, sua voz quase inaudível. Havia uma tristeza profunda em seus olhos, mas ela sabia que não tinha mais direito de pedir qualquer coisa. Não depois do que fez. -"Pode levar."
Travis pegou a caixa das mãos dela sem dizer nada, mas quando seus dedos roçaram nos dela, ele sentiu o quanto ela estava fria. Taylor estava gelada, quase como se estivesse doente, mas ele empurrou esse pensamento para o fundo de sua mente. Não queria pensar em mais nada. Só queria sair dali.
-"Obrigado," ele disse, sua voz dura e distante.
Enquanto ele se virava para sair, Taylor, sentindo a desesperança enraizar-se mais fundo, tomou um último impulso de coragem. Com a voz fraca, quase engolida pelo peso de tudo o que tinha ficado sem dizer, ela falou:
-"Eu queria ter te contado..."
Travis parou na porta, o corpo tenso. Aquelas palavras cortaram o ar, penetrando como uma faca em seu coração. Ele não se virou imediatamente, mas as palavras dela ecoavam em sua mente, inflamando a raiva que ele tentava segurar. O ressentimento, que até então ele mantinha a duras penas, começou a borbulhar, subindo à superfície como lava pronta para transbordar.
Quando ele finalmente se virou para encará-la, os olhos dele estavam cheios de uma dor profunda, entrelaçada com uma raiva contida que Taylor nunca tinha visto antes. Ele deu um passo em sua direção, cada palavra que ele pronunciava carregada de amargura e ressentimento, mas dita em um tom baixo, quase mortal, que cortava mais do que qualquer grito poderia.
-"Queria? Você queria ter me contado?" Ele balançou a cabeça, quase em descrença, enquanto continuava. -"Você diz isso agora, depois de anos, depois de esconder algo tão importante de mim? Você acha que isso resolve alguma coisa? Você acha que essas palavras fazem alguma diferença agora?"
Taylor sentiu o chão se abrir sob seus pés. Cada palavra de Travis era como um golpe direto em seu coração, um lembrete cruel das escolhas que ela fez e das consequências devastadoras. Mas ela não conseguia responder, porque sabia que ele estava certo. Ela sabia que merecia ouvir tudo aquilo, mas a dor ainda era quase insuportável.
Travis continuou, cada palavra sendo pesada com o peso da traição e da mágoa. -"Você tirou de mim a chance de ser feliz, Taylor. Você tirou de mim a única coisa que eu mais queria na vida. Eu sonhava em construir uma família com você, em estar ao seu lado em cada momento, em ver nossa filha nascer, segurar ela nos braços, ensinar ela sobre a vida... e você simplesmente... me roubou isso."
Taylor sentiu as lágrimas acumulando em seus olhos, mas ela não as deixou cair. Ela sabia que ele não queria vê-la chorar. Ele estava ferido demais para qualquer consolo, e ela sentia que não tinha o direito de pedir perdão. Mas ouvir as palavras dele era como reviver aquele pesadelo todo novamente.
-"Você foi egoísta, Taylor," Travis continuou, sua voz ficando ainda mais dura, como se cada palavra fosse uma lâmina cortante. -"Você achou que estava me protegendo? Me poupando de uma decisão? Tudo o que você fez foi tirar de mim a escolha. Você decidiu por nós dois. E agora, você espera que eu simplesmente aceite isso? Que eu apenas engula essa dor e siga em frente?"
O silêncio caiu entre eles, pesado, esmagador. Taylor não conseguia respirar direito, o peso das palavras dele a esmagando de dentro para fora. Ela queria dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas as palavras pareciam presas na garganta, sufocadas pela culpa e pelo arrependimento.
-"Você destruiu tudo, é tudo culpa sua!" Travis finalmente disse, a voz baixa, carregada de uma tristeza que parecia infinita. "Você destruiu o que tínhamos, o que poderíamos ter tido. E eu te odeio por isso."
E com essas palavras, ele virou as costas para ela, sem olhar para trás. Ele abriu a porta com um movimento firme, o som da porta se fechando atrás dele soou como o som de um último adeus.
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