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Marjorie


O caos se espalhava pelo corredor como um incêndio incontrolável. O som do desfibrilador reverberava pelas paredes, criando um eco que se misturava com o frenesi dos médicos e enfermeiros que lutavam para trazer Taylor de volta à vida. Blake e Tree estavam ao lado de Andrea, segurando-a, tentando oferecer algum suporte enquanto ela balançava para frente e para trás, chorando baixinho, como se estivesse se despedaçando em silêncio. Os olhos de Andrea estavam fixos na sala, incapazes de se desviar da imagem da filha lutando por sua vida. Cada segundo parecia um golpe de martelo no coração.

Brittany e Patrick estavam abraçados, os olhos arregalados, sem acreditar no que estavam vendo. Brittany, ainda segurando um copo de café frio que nem percebeu ter derramado em seu casaco, parecia em choque. Ela mal conseguia processar o que estava acontecendo. Selena estava ao lado de Tree, o rosto molhado de lágrimas, e tremia como uma folha no vento. Seus lábios se moviam em orações silenciosas, quase desesperadas, como se suplicasse a qualquer poder superior que pudesse ouvir.

Travis estava encostado na moldura da porta, os olhos fixos no corpo de Taylor na cama, cada fibra de seu ser focada em um único pensamento: ela precisa sobreviver. Ele queria se jogar na sala, queria gritar com os médicos, fazer algo — qualquer coisa — para trazê-la de volta. Mas ele estava congelado, seus pés pareciam de chumbo. O medo era paralisante, um medo que ia além de qualquer coisa que ele já sentira antes. Ele sentiu seu peito apertar, cada batida de seu coração mais pesada, mais dolorosa.

— Por favor, Taylor... — sussurrou Andrea, sua voz quebrada e sem forças. — Minha menina... volte para nós...

De repente, o som de passos apressados ecoou pelo corredor. Travis levantou os olhos e viu Scott, o pai de Taylor, e Austin, seu irmão mais novo, se aproximando rapidamente. Eles estavam pálidos, o rosto de Scott marcado por linhas de preocupação profunda, e os olhos de Austin brilhando de raiva e frustração. Eles tinham acabado de chegar de outro estado, o cansaço e o medo evidentes em cada movimento apressado.

Assim que eles chegaram, o olhar de Austin pousou imediatamente em Travis. Havia uma fúria em seus olhos, uma raiva que queimava como fogo. Ele mal precisou de um segundo para registrar o que estava acontecendo antes de avançar em direção a Travis, sua expressão se tornando ainda mais sombria. Scott, embora preocupado, parou por um momento para tentar acalmar Austin, percebendo a tensão crescente.

— Você! — Austin gritou, apontando um dedo acusador para Travis. — Isso é tudo culpa sua, seu desgraçado! Se algo acontecer com a minha irmã...!

Travis nem teve tempo de reagir antes de Austin avançar sobre ele, empurrando-o contra a parede com um choque violento. A raiva de Austin era quase palpável, seus olhos cheios de lágrimas de fúria e dor. O corredor se encheu de gritos e súplicas de quem tentava intervir, mas Austin estava determinado. Ele estava prestes a soltar outro golpe quando Scott segurou seu braço, tentando afastá-lo de Travis.

— Austin, calma! — gritou Scott, tentando ser a voz da razão, mas sua própria voz também tremia. — Não é o momento para isso!

— Não, pai! — Austin gritou de volta, sem tirar os olhos de Travis. — Ele fez isso com ela! Ele partiu o coração dela e agora ela está ali, lutando pela vida! Ele nem devia estar aqui!

Travis tentou abrir a boca para falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Ele sabia que Austin tinha razão, que ele tinha sua parcela de culpa. Ele sabia que tinha machucado Taylor, talvez mais do que ele sequer poderia imaginar. Mas, ao mesmo tempo, a dor de saber que ele poderia perder Taylor para sempre o deixava incapaz de formar qualquer resposta coerente.

— Eu... — Travis começou, sua voz falhando. — Eu não queria que isso acontecesse, Austin. Eu juro... Eu a amo mais do que tudo.

— Amar? — Austin cuspiu a palavra, seu rosto vermelho de raiva. — Você a amava quando a deixou? Quando a fez se sentir sozinha e perdida? Você a amava quando fez ela se afundar tanto que... que... — Ele não conseguiu terminar, sua voz quebrando em um soluço raivoso. — Minha irmã está naquela cama por sua causa!

Scott apertou o ombro de Austin, tentando puxá-lo para longe. — Austin, não agora. Precisamos estar unidos, pela Taylor.

— Unidos? — Austin riu, mas era uma risada amarga, cheia de dor. — Esse idiota não faz parte disso. Eu não vou fingir que ele é bem-vindo aqui. Ele devia estar longe, longe da minha irmã!

Travis ficou ali, imóvel, absorvendo cada palavra como um soco direto no estômago. Ele merecia aquilo, cada acusação, cada palavra de raiva. A verdade é que ele sabia que era culpado de alguma forma. Ele sabia que sua distância, sua decisão de se afastar, havia sido o gatilho para todo esse inferno. E ele só queria ter a chance de consertar, de pedir perdão, de abraçá-la e dizer que estava arrependido. Mas agora... ele temia que talvez nunca tivesse essa chance.

— Travis... — Brittany tentou intervir, sua voz suave, mas urgente. — Não é o momento de brigar. Estamos todos aqui pela Taylor.

Selena estava ao lado de Tree, observando a cena com os olhos brilhando de lágrimas. Ela queria gritar, queria culpar Travis, mas ela sabia que isso não ajudaria. Ela sabia que o que Taylor precisava agora era de todas as suas forças, de toda a positividade que pudessem reunir.

E então, o silêncio pesado da sala de espera foi quebrado novamente pelo som estridente do monitor no quarto de Taylor. Outro som de alarme, seguido pelo grito desesperado de um enfermeiro.

— Outra parada cardíaca!

O som era um golpe final, um choque elétrico que atingiu a todos. A médica que os tinha informado momentos antes disparou de volta para o quarto, e Travis, Austin, Scott, Andrea, todos sentiram a gravidade do momento se intensificar.

Travis tentou seguir a médica, mas foi detido por Patrick, que colocou uma mão firme em seu ombro, os olhos sérios. — Não. Deixe eles fazerem o trabalho deles.

— Por favor, Deus... — Andrea murmurou, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa, com as lágrimas escorrendo sem controle.

Naquele instante, todo o corredor parecia um cemitério de esperanças. Cada segundo que passava parecia mais sombrio, mais aterrorizante. A família e os amigos de Taylor estavam ali, unidos por uma dor compartilhada, por um desespero que apenas aqueles que estão à beira da perda total podem entender. Eles estavam esperando, esperando por um milagre que sentiam que talvez nunca viesse.

A sala de hospital estava em um frenesi controlado, uma dança de emergência e tensão enquanto os médicos e enfermeiros trabalhavam febrilmente ao redor do corpo pálido de Taylor. O som contínuo e agudo do monitor cardíaco preenchia o ambiente, uma nota monótona de desespero que esmagava os corações de todos que podiam ouvir. As mãos dos médicos moviam-se rápidas e precisas, aplicando compressões torácicas, enquanto uma enfermeira preparava uma nova dose de adrenalina.

— Carga pronta, 200 joules! — anunciou um dos médicos. Seus olhos estavam fixos em Taylor, mas havia uma sombra de incerteza ali, um medo de que seus esforços pudessem ser em vão.

— Clareando! — gritou a enfermeira, enquanto outro médico pressionava os eletrodos contra o peito frágil de Taylor e disparava o desfibrilador. O corpo dela se arqueou ligeiramente na cama, mas o monitor permaneceu inalterado. Um som contínuo e cruel.

Andrea, Blake, Selena, Tree, Brittany, Scott, e Austin estavam do lado de fora, observando a cena com olhos arregalados, as mãos cobrindo as bocas, as lágrimas escorrendo pelos rostos, impotentes. Eles se agarravam uns aos outros, compartilhando o peso do terror que tomava conta de cada um.

Travis, com as mãos trêmulas, estava praticamente colado na porta da sala de emergência, os olhos fixos no que estava acontecendo. Seu coração batia tão rápido e forte que ele quase podia ouvir o som ensurdecedor de seu próprio pulso. Seus lábios murmuravam uma prece silenciosa, desesperada, cada palavra um grito sufocado.

— Mais uma vez! — o médico ordenou, sem pausa, sem permitir que a esperança morresse em sua voz. O desfibrilador foi carregado novamente, a tensão no ar tão espessa que poderia ser cortada com uma faca.

— Clareando! — gritou a enfermeira novamente, e o corpo de Taylor mais uma vez se contorceu com a descarga elétrica. Todos prenderam a respiração. Mas o monitor continuava implacável, o som do silêncio batendo como um martelo nas mentes já desgastadas.

— Sem resposta... — murmurou o médico principal, sua voz pesada e arrastada, como se cada palavra estivesse sendo arrancada de dentro dele. — Vamos tentar mais uma dose de epinefrina.

O tempo parecia se arrastar como uma tortura prolongada. Os segundos se transformaram em minutos, e os minutos em eternidades. A cada intervalo de tentativas, a sala parecia cair em um silêncio mais sombrio, mais opressivo. A cada nova tentativa, as expressões nos rostos dos médicos ficavam mais sombrias, a desesperança começava a se infiltrar, uma verdade cruel que ninguém queria aceitar.

Travis sentiu um nó em sua garganta, um sentimento esmagador de impotência e culpa. A cada segundo que passava, sua alma parecia se despedaçar um pouco mais. Ele não podia perdê-la. Não daquele jeito. Ele ainda tinha tanto para dizer a ela.

Depois de várias tentativas fracassadas, um dos médicos olhou para o relógio e balançou a cabeça. O movimento era lento, pesado, carregado de uma dor que ia além das palavras.

— Chega... — disse ele, a voz quase um sussurro. — Hora da morte...

— NÃO! — Travis gritou, avançando para dentro da sala de emergência antes que pudesse se conter. Seus olhos estavam vermelhos, e lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Não! Tentem de novo!

Os médicos e enfermeiros se entreolharam, alguns com olhares de compaixão, outros de exaustão. Era como se Travis fosse apenas um homem quebrado diante deles, pedindo por um milagre que eles não podiam fornecer.

— Senhor Kelce... — começou o médico, tentando ser o mais gentil possível. — Fizemos tudo o que...

— Tentem de novo! — gritou Travis, a voz quebrando de dor. — Por favor... ela... ela ainda pode voltar...

Um dos enfermeiros tentou falar, mas Travis não permitiu. Ele deu um passo à frente, sua voz mais forte, mais determinada, quase insana de desespero.

— Tentem de novo, porra! — Ele rugiu, apontando um dedo trêmulo para o médico principal. — Façam alguma coisa!

O silêncio da sala era mortal. Travis estava à beira do abismo, o medo e a dor queimando em seus olhos. Os outros médicos olhavam uns para os outros, procurando respostas que não tinham. O médico principal respirou fundo, vendo a devastação no rosto de Travis. Ele sabia que eles estavam além do ponto de retorno, mas algo no rosto daquele homem desesperado o fez hesitar.

— Vamos tentar mais uma vez — ele disse finalmente, com um aceno de cabeça para a equipe. A decisão não era tanto de esperança, mas de dar à família um último esforço, um último fio de tentativa, mesmo que mínima.

Travis ficou ali, assistindo com cada fibra de sua alma, enquanto os médicos se preparavam mais uma vez. A adrenalina foi injetada, o desfibrilador carregado. Tudo estava apostado nesse último esforço, nessa última tentativa de trazer Taylor de volta à vida.

— Clareando! — gritou a enfermeira, e todos prenderam a respiração. O corpo de Taylor se arqueou mais uma vez, uma tentativa desesperada de seu corpo de responder ao chamado da vida.

O monitor permaneceu inalterado. O som persistente do silêncio se arrastava, cruel e inflexível.

...

O som da água caindo era suave, quase hipnótico, enquanto Taylor estava sentada debaixo de uma grande árvore, suas raízes se estendendo ao seu redor, abraçando-a. Havia uma calma estranha naquele lugar, como se o tempo não existisse, como se todo o caos e a dor tivessem ficado para trás, deixando apenas uma serenidade doce e melancólica. A cachoeira à sua frente desaguava em um lago cristalino, e as árvores ao redor balançavam suavemente ao som de uma brisa leve. O ar era fresco, carregado com o cheiro de terra molhada e flores silvestres.

Taylor estava ali, com os joelhos abraçados ao peito, o olhar perdido nas águas que deslizavam pela cachoeira. Ela não sentia medo, não sentia dor. Apenas uma sensação vaga de que algo não estava certo, algo muito importante que ela deveria lembrar. Mas cada vez que tentava agarrar esse pensamento, ele escapava como areia entre os dedos.

Ela fechou os olhos por um momento, sentindo a brisa acariciar seu rosto. E, quando os abriu novamente, uma figura estava ali, de pé a alguns metros de distância. Uma mulher de cabelos escuros, os olhos gentis e sábios, observando-a com um sorriso suave. Taylor a reconheceu imediatamente, apesar de não ter certeza se estava sonhando ou acordada.

Vovó? — ela murmurou, sua voz saindo baixa e hesitante. Parecia impossível, mas ao mesmo tempo, naquele lugar, tudo parecia possível.

Marjorie, com um vestido simples que parecia brilhar sob a luz suave, deu alguns passos em direção a Taylor e se sentou ao lado dela debaixo da árvore. Ela não disse nada imediatamente, apenas ficou ali, olhando para a mesma cachoeira que Taylor. Seus olhos tinham aquela tranquilidade de quem já viveu muito e entendeu o suficiente para não precisar de muitas palavras.

— Este lugar é bonito, não é? — Marjorie finalmente falou, sua voz cheia de ternura. — Sempre imaginei que o paraíso seria um lugar assim, cheio de paz.

Taylor assentiu lentamente, ainda tentando entender. Ela sentia o calor da presença de sua avó, o cheiro familiar que trazia tantas memórias. Mas, ao mesmo tempo, havia uma sensação de irrealidade, algo que ela não conseguia desvendar completamente.

— É... bonito, sim — Taylor respondeu, sua voz um sussurro. — Mas... parece um pouco solitário.

Marjorie sorriu de lado, olhando para Taylor com um olhar cheio de compreensão. — Às vezes, o silêncio é o que precisamos para ouvir o que realmente está dentro de nós, querida.

Taylor mordeu o lábio inferior, sentindo um nó apertar em sua garganta. Ela sentiu uma pressão no peito, como se o peso do mundo estivesse prestes a esmagá-la, mas ela não sabia de onde vinha essa sensação.

— Eu sinto como se... — Taylor começou, mas as palavras falharam. Ela olhou para sua avó, esperando alguma resposta, algum conforto.

— Como se houvesse uma escolha a ser feita? — Marjorie completou suavemente, os olhos fixos nos dela. — E que qualquer decisão tem o poder de mudar tudo?

Taylor assentiu lentamente, as lágrimas começando a encher seus olhos sem que ela soubesse exatamente por quê. — Eu só... não sei o que fazer. Tudo parece tão... confuso

— A confusão é apenas o coração tentando entender o que a mente já sabe — Marjorie disse, colocando uma mão gentil sobre a de Taylor. — Às vezes, quando estamos machucados, sentimos que fugir é a única maneira de encontrar paz. Mas... fugir nunca leva ao verdadeiro descanso, leva?

Taylor sentiu uma pontada de dor no peito, como se as palavras da avó tocassem uma ferida profunda que ela estava tentando ignorar. Ela abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas escorrerem silenciosamente.

— E se eu... e se eu simplesmente não puder continuar? — ela sussurrou. — E se não houver mais forças em mim para lutar?

Marjorie sorriu suavemente, apertando a mão de Taylor. — Você sempre teve força, querida. Mesmo quando pensou que não tinha. Eu vejo isso em você. Sempre vi. Mas... às vezes, a força não está em continuar lutando. Às vezes, a força está em reconhecer que precisamos de ajuda, em permitir que aqueles que nos amam nos ajudem a nos levantar.

Taylor levantou os olhos para sua avó, o rosto molhado de lágrimas. — E se eles não me amarem mais? E se... eu fiz tudo errado?

Marjorie balançou a cabeça, os olhos cheios de uma compreensão suave e de uma sabedoria além das palavras. — Quem realmente ama você nunca para de amar. Eles podem ficar magoados, confusos... mas o amor verdadeiro é maior que os erros, maior que os arrependimentos. E você, minha querida, tem muitas pessoas que te amam mais do que você imagina.

Aquelas palavras perfuraram o véu de desesperança que envolvia Taylor. Ela pensou em Travis, no olhar em seus olhos quando discutiram, na dor crua que viu lá. Pensou em sua mãe, Andrea, e como ela sempre esteve lá, mesmo quando as palavras delas se tornaram difíceis. Pensou em Selena, sua amiga de tantos anos. O amor estava ali, sempre esteve, mas a dor e o medo a cegaram para isso.

— Eu tenho medo, vovó... — Taylor admitiu, sua voz quebrando. — Tenho medo de não conseguir consertar as coisas. De não ser boa o suficiente.

Marjorie acariciou o rosto de Taylor, seus dedos gentis e suaves. — O medo é natural, querida. É humano. Mas lembre-se, o amor sempre encontra um caminho, mesmo nos lugares mais escuros. A pergunta é: você está pronta para escolher o amor de novo? Para escolher a vida, mesmo que isso signifique enfrentar todas as sombras?

Taylor respirou fundo, deixando as palavras penetrarem em sua alma. Ela olhou para a cachoeira, a água caindo sem cessar, renovando-se a cada segundo. Talvez fosse isso que a vida realmente era — uma série de escolhas, de renovações. E talvez, só talvez, ela ainda tivesse uma escolha.

— Eu... eu não sei como voltar — Taylor admitiu, sua voz suave, quase um sussurro.

Marjorie sorriu novamente, aquela luz calorosa em seus olhos. — Você encontrará o caminho. Ele sempre esteve dentro de você.

Marjorie se levantou lentamente, estendendo a mão para Taylor. A luz suave da cachoeira refletia em seus olhos, transformando-os em um brilho caloroso e acolhedor. Taylor olhou para sua avó, sentindo um peso no coração que ela não conseguia explicar. Havia algo mais ali, algo que Marjorie queria que ela visse. Ainda hesitante, ela pegou a mão da avó e deixou-se ser guiada.

Conforme elas se aproximavam da cachoeira, Taylor podia ouvir melhor o som da água batendo nas pedras, um ritmo constante que parecia quase uma canção de ninar. O chão estava macio sob seus pés, coberto de uma grama verde e fresca. O ar tinha um cheiro de vida, de água limpa misturada com o perfume das flores silvestres que cercavam o local. Ela sentiu uma paz estranha se espalhar por seu corpo, mas também uma curiosidade crescente, uma sensação de que algo importante estava prestes a acontecer.

Quando chegaram perto da margem da cachoeira, Taylor viu uma pequena figura brincando na parte rasa da água. Uma menina, com cachos dourados que brilhavam sob a luz suave. Ela estava de costas, seus pequenos pés chutando a água, fazendo respingos que captavam a luz do sol. Ela usava um vestido simples, branco como a espuma da cachoeira, e sua risada, quando ecoou, parecia o som mais puro e inocente que Taylor já havia ouvido.

Seu coração parou por um momento. Havia algo familiar naquela criança. Algo que ela sentia profundamente em sua alma.

— Quem é ela? — Taylor sussurrou, quase sem fôlego, enquanto seus olhos fixavam-se na garotinha. Ela sabia, de algum modo, mas não ousava acreditar.

Marjorie apenas sorriu, não respondendo de imediato. Ela deu um passo à frente, sua presença irradiando uma calma infinita.

A garotinha se virou, finalmente, e seus olhos encontraram os de Taylor. Olhos azuis claros, tão claros e cheios de vida. O mundo ao redor pareceu parar. O ar foi arrancado dos pulmões de Taylor, e lágrimas começaram a encher seus olhos antes mesmo de ela perceber. Aqueles olhos... tão familiares. Os mesmos olhos que Taylor via todas as vezes que olhava para o espelho.

A menina sorriu, um sorriso cheio de alegria e inocência, e de repente tudo fez sentido.

Olá, mamãe — a garotinha disse, sua voz tão doce quanto uma canção.

Taylor sentiu um soluço escapar de sua garganta, suas pernas quase cederam sob o peso daquela única palavra. Ela cobriu a boca com as mãos, o coração batendo com tanta força que parecia que iria explodir.

— Eu... eu sou sua mãe? — ela conseguiu murmurar, a voz tremendo.

Marjorie se inclinou levemente para Taylor, ainda segurando sua mão com uma firmeza gentil. — Esta é sua pequena, querida. A sua filha. Aquela que você nunca teve a chance de conhecer... até agora.

Taylor caiu de joelhos, incapaz de se conter, as lágrimas escorrendo por seu rosto como um rio caudaloso. Ela havia carregado aquela dor dentro de si por tanto tempo, a perda que nunca soubera como lidar. E agora, diante dela, estava o amor que ela nunca pôde dar, uma vida que nunca pôde proteger.

A garotinha deu alguns passos pela água, os pés mal criando ondulações na superfície. Ela parou a poucos metros de Taylor, inclinando a cabeça como se esperasse alguma coisa, uma permissão, talvez.

Eu... eu sinto tanto... — Taylor sussurrou, as palavras falhando enquanto soluços rasgavam sua garganta. — Eu queria tanto... eu queria tanto ter sido sua mãe.

A garotinha, com a calma e compreensão de alguém muito mais velha do que sua aparência sugeria, se aproximou e se ajoelhou na frente de Taylor, pegando sua mão. O toque dela era tão real, tão quente.

Eu sei, mamãe. Está tudo bem. Eu sabia que você me amava — ela disse com um sorriso brilhante. — Eu sempre soube.

Taylor começou a chorar mais forte, suas lágrimas caindo sem controle, a dor da perda se misturando com uma onda avassaladora de amor e saudade. Ela puxou a menina para mais perto, abraçando-a com toda a força que tinha, sentindo o cheiro de seu cabelo, o calor de seu pequeno corpo contra o seu. Era um abraço que continha anos de dor, de arrependimento, mas também de um amor incondicional que nunca morreu.

Eu te amo tanto — Taylor sussurrou, sentindo como se seu coração fosse explodir de tanta emoção. — Eu sempre vou te amar.

A garotinha se aninhou nos braços de Taylor, fechando os olhos e sorrindo, como se aquele fosse o lugar mais seguro do mundo.

Eu também te amo, mamãe. Sempre vou amar.

Por um longo tempo, elas ficaram ali, abraçadas. O mundo ao redor parecia sumir, e só o que importava era aquele momento, aquela conexão tão pura e eterna. Taylor sentia seu coração sendo curado, pedaço por pedaço, pela presença da filha que nunca conheceu, pela filha que, de alguma forma, sempre esteve com ela.

Depois de um tempo, Marjorie limpou a garganta suavemente, chamando a atenção de Taylor. A dor voltou a latejar no peito de Taylor quando ela olhou para sua avó. Ela sabia que esse momento não poderia durar para sempre, mas como ela poderia partir agora?

Eu posso... eu posso ficar aqui com ela? — Taylor perguntou, a voz cheia de desespero e esperança ao mesmo tempo.

Marjorie sorriu com tristeza. — A escolha é sua, querida. Mas... há outras pessoas que também precisam de você. Pessoas que ainda te amam e esperam por você.

Taylor olhou para a garotinha em seus braços, seu coração dilacerado. A garotinha a observava com um sorriso suave, como se entendesse tudo.

Você quer voltar, mamãe? — a garotinha perguntou suavemente.

A pergunta fez o tempo parar. Taylor sentiu o peso do momento, a gravidade da escolha que tinha diante de si. Ficar ali, naquele lugar bonito e seguro com sua filha, ou voltar para o mundo real, para enfrentar a dor, os erros, o amor que ainda podia ser restaurado.

Ela olhou para Marjorie, buscando a resposta em seus olhos. A avó sorriu suavemente.

— A decisão é sua, Taylor — ela disse calmamente. — O que seu coração diz?


Notas da autora:

Escrever esse capítulo me destruiu 🤧

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