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Back to December


05/12/2021

O apartamento que Travis havia alugado em Nova York era silencioso, pequeno, e frio naquela manhã. Ele estava sentado à mesa da cozinha, uma xícara de café esfriando em suas mãos enquanto a luz pálida do inverno penetrava pelas janelas. Havia algo de inquietante no silêncio, como se cada segundo que passava trouxesse uma nova camada de peso ao seu peito. 

Desde que havia chegado à cidade, os dias se misturavam, uma sequência interminável de horas que carregavam a mesma melancolia. Nova York era diferente para ele agora. Não era a cidade vibrante e caótica de antes; era um cenário estático, uma tela sem cor. Tudo parecia girar em torno de Taylor e da luta interna que ela travava. 

Ele fechou os olhos, tentando bloquear a avalanche de pensamentos que ameaçava consumi-lo. Mas era impossível. As memórias vinham, incessantes, como uma maré implacável. 

A imagem de Taylor no hospital, pálida e quebrada, ainda era fresca. A fragilidade dela o marcara de um jeito que ele nunca havia imaginado ser possível. A mulher que ele amava, a mulher forte e resiliente que enfrentara tanto, estava reduzida a um casulo de dor. O brilho nos olhos dela, aquele brilho que sempre o fazia acreditar que tudo ficaria bem, estava apagado. 

E ele não a culpava. 

Como poderia? A dor que ele sentia pela perda da filha deles já era quase insuportável. Mas para Taylor, aquilo havia sido mais do que uma perda. Havia sido um roubo, uma mutilação. Amber não era apenas uma filha; ela era uma extensão de Taylor, a personificação de tudo o que havia de bom e puro nela. 

Ele deixou escapar um suspiro trêmulo e passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Mas era inútil. Quando o pensamento se voltou para Taylor novamente, a muralha que ele havia erguido começou a ruir. 

O aniversário dela estava chegando. Dia 13 de dezembro. Ele se lembrou de como costumava ser. Taylor adorava aniversários, não tanto pelos presentes ou pelas festas, mas pelas pequenas tradições. O café na cama, as cartas escritas à mão, as risadas compartilhadas com amigos e família. Era o tipo de dia em que o mundo parecia conspirar para ser gentil com ela. 

Mas este ano seria diferente. 

Ela não era mais a mesma. Ele podia ver isso em cada gesto, em cada silêncio prolongado. A vitalidade que definia Taylor havia se transformado em uma melancolia que pairava como uma nuvem permanente. Ela estava ali, mas ao mesmo tempo não estava. E ele se perguntava, todos os dias, se algum dia ela voltaria a ser a mulher que ele conhecia. 

Uma lágrima escorreu pelo rosto dele, quente e inesperada, enquanto olhava para a xícara de café intocada. Ele a limpou rapidamente, mas logo outra veio. E outra. 

— Você perdeu o brilho, Tay… — murmurou para si mesmo, a voz embargada. 

Ele sabia que a dor dela não era algo que ele pudesse simplesmente consertar. Ele sabia que não havia palavras mágicas, nem gestos grandiosos que pudessem apagar o que havia acontecido. Mas isso não tornava mais fácil assistir à queda lenta de alguém que ele amava tanto. 

E então, enquanto olhava para o vazio à sua frente, uma frase emergiu em sua mente, clara como um raio em meio à escuridão: 

Às vezes, o que mais dói não é o que perdemos, mas o que deixamos de ser depois da perda.

E era isso que o dilacerava. Ver Taylor perder partes de si mesma, pedaço por pedaço, enquanto ele se sentava impotente, incapaz de fazer algo além de estar ao lado dela. 

Ele respirou fundo, tentando se recompor. O aniversário dela estava chegando, e ele não tinha ideia do que fazer. Não era só uma questão de presentes ou comemorações; era uma questão de dar a ela uma fagulha, qualquer coisa que pudesse lembrá-la de quem ela era, de quem ela ainda podia ser. 

Mas como trazer luz a alguém que havia se afundado tão profundamente na escuridão? 

Essa pergunta ecoava na mente dele como se zombasse de sua incapacidade de encontrar respostas.

Travis respirou fundo enquanto ajeitava o blazer no corpo, os pensamentos ainda pesados enquanto descia o elevador para a garagem. Ele tinha uma reunião importante naquela manhã — sua equipe publicitária queria discutir a estratégia para o próximo ano, além de algumas questões sobre a próxima temporada de jogos. Mas, no fundo, nada disso parecia importar tanto quanto os ecos constantes que Taylor e a ausência de sua filha deixavam em sua mente. 

Quando as portas de aço escovado do elevador se abriram, ele foi recebido pelo silêncio abafado da garagem subterrânea, quebrado apenas pelo som distante de vozes. Conforme caminhava na direção de seu carro, as vozes ficaram mais claras, e ele avistou uma pequena família perto da entrada do estacionamento. 

A mulher, de cabelos negros e estatura baixa, segurava uma mochila infantil em uma das mãos e uma bolsa na outra. O homem, alto e de porte médio, vestia uma camisa do Kansas City Chiefs com o número de Travis estampado nas costas, o mesmo que a criança em seus braços vestia. A menina — ou menino, Travis não tinha certeza à distância — parecia ter cerca de dois anos, com cabelos claros e olhos brilhantes que exploravam tudo ao redor. 

Os olhos do homem se arregalaram assim que notou Travis. Ele deu uma cutucada leve na mulher e gesticulou discretamente em direção a ele. Em segundos, os três se aproximaram, o homem sorrindo de orelha a orelha enquanto segurava a criança com cuidado. 

— Senhor Kelce? — o homem perguntou, com um tom misto de nervosismo e empolgação. 

Travis sorriu de lado, já acostumado com a abordagem de fãs, mas não pôde evitar sentir uma pontada de nostalgia ao olhar para a criança em seus braços. — Sou eu. 

— Não acredito! — exclamou a mulher, com um brilho nos olhos. — Nossa filha é sua maior fã, mesmo que não tenha idade para entender. Meu marido e eu somos fãs de longa data, e… bom, poderia tirar uma foto conosco? 

Travis assentiu sem hesitar. — Claro. 

O homem rapidamente entregou o celular à esposa, posicionando-se ao lado de Travis com a criança no colo. A pequena segurava uma bola de brinquedo, completamente alheia à importância do momento para os pais. Travis se abaixou ligeiramente para estar na mesma altura que ela, dando um sorriso genuíno. 

Depois da foto, o homem estendeu a mão para apertar a de Travis. — Obrigado por isso. Você não faz ideia do quanto significa para nós. 

— Eu que agradeço por todo o apoio — Travis respondeu, tentando manter a conversa leve. 

Os três se despediram com acenos calorosos antes de caminharem em direção à saída, a criança balbuciando algo incompreensível enquanto apontava para um carro vermelho. Travis os observou se afastarem, o som de suas risadas ecoando na garagem. 

Ele permaneceu parado por um momento, os dedos ainda segurando as chaves do carro. Aquela cena simples — uma família começando o dia, com risos fáceis e a leveza de uma manhã comum — o atingiu como um golpe surdo no estômago. 

Por um instante, ele imaginou como seria se fosse ele e Taylor naquele lugar. Ele podia visualizar com clareza: Taylor com um sorriso tímido, os cabelos dourados presos em um coque despreocupado, segurando uma mochila enquanto ele carregava sua filha no colo, a pequena apontando com entusiasmo para algo que chamava sua atenção. 

Mas essa visão evaporou tão rapidamente quanto veio, deixando apenas a realidade dura e fria. Isso nunca aconteceria. Ela não estava mais ali. E Taylor… Taylor não era mais a mesma mulher que ele havia conhecido. 

Travis apertou os olhos, tentando afastar as lágrimas que ameaçavam se formar. Ele sabia que não podia se dar ao luxo de se perder nesses pensamentos. Havia uma reunião à sua espera, decisões importantes a serem tomadas. Ainda assim, enquanto caminhava em direção ao carro, um peso familiar se instalou em seu peito. 

A felicidade daquela família não era algo que ele invejava; era algo que ele havia perdido. Algo que ele e Taylor já tiveram. E, naquele momento, ele se perguntou se algum dia conseguiria aceitar isso sem que doesse tanto. 

Travis saiu da reunião com a cabeça cheia, um misto de frustração e uma necessidade urgente de alívio. O fim de tarde em Nova York trazia consigo uma leve brisa, o tipo de vento frio que cortava a pele, mas não fazia questão de lhe oferecer consolo. Ele estava em sua caminhada de sempre, rumo ao apartamento de Patrick. A cidade, com toda sua agitação, parecia não ter espaço para o vazio que ele carregava dentro de si. Ele estava em movimento, mas seu interior permanecia parado, como se o tempo tivesse congelado desde que Taylor começara a desmoronar, um dia após o outro.

Ao chegar no apartamento de Patrick, Travis sentiu um alívio momentâneo. Patrick sempre soubera ouvir, sem pressa de emitir julgamentos, sem pesar nas palavras. Travis já não sabia mais o que fazer consigo mesmo. Ele respirou fundo antes de tocar a campainha, e quando Patrick abriu a porta, a visão do amigo, com seu semblante descontraído, fez Travis se sentir, paradoxalmente, um pouco mais leve.

— Ei, cara, o que aconteceu? Parecia que ia despencar a qualquer momento na reunião,—  Patrick disse, com o tom de quem sabia que nem tudo estava bem, mas também não queria invadir o espaço do amigo sem uma abertura.

Travis deu um sorriso forçado, mas nada além disso. Ele entrou e se deixou cair no sofá, seus ombros pesando como se o mundo inteiro estivesse ali, esperando ser desabafado.

— Eu não sei, Pat... Eu me sinto culpado pra caralho—  ele começou, as palavras saindo sem uma preparação clara. — Ela... Taylor... Ela está se afundando cada vez mais. E eu fico aqui, em Nova York, sabendo que o brilho dela se foi. Não sei o que fazer com isso. E às vezes, me pego pensando, se algo acontecesse... se ela morresse... eu não sei como viveria, cara. Eu não sei como seguiria.—  Ele fez uma pausa, o peso das palavras atingindo-o com mais força do que ele imaginava. — Eu me sinto tão pequeno diante disso. Não sei se... se alguém vai conseguir tirá-la desse buraco. E, por mais que eu esteja aqui, não sei se sou suficiente.—

Patrick sentou-se ao lado dele, sua expressão de compreensão silenciosa. Ele sabia que era complicado, sabia que a dor que Travis sentia não era algo fácil de abraçar, e também sabia que ninguém, nem mesmo Taylor, poderia esperar que ele tivesse todas as respostas. Mas ele ainda estava ali, e isso, de algum modo, significava algo.

— Eu não sei o que ela sente, Travis. Não sei o que ela está passando. Mas eu sei que ela te ama. E que você é a pessoa que mais importa pra ela nesse momento. Você estar presente já é uma grande coisa. E talvez, no meio da tempestade dela, você seja o único farol que ainda pode ver.

Travis olhou para o amigo, um pouco surpreso pela simplicidade e sinceridade de suas palavras. Patrick estava certo, mesmo sem dar respostas definitivas. Havia uma verdade ali que Travis ainda não conseguia captar completamente, mas que seu coração, de alguma forma, sabia.

— Eu sei. Eu... sei. Mas isso não é o suficiente. O aniversário dela está chegando, Pat. E eu não sei o que fazer. Não sei o que eu posso fazer para mostrar que ainda vale a pena, para ela, para mim, para nós.—  Sua voz saiu mais baixa, o peso da responsabilidade afundando mais uma vez. — Eu quero que ela se sinta amada, sabe? Eu não sei... talvez se eu fizesse algo... alguma coisa que fizesse ela perceber que... que ainda existe um pedaço de esperança. Mas eu... não sei por onde começar.”

Patrick ficou em silêncio por alguns segundos, refletindo. Ele sabia que Travis estava realmente perdido, e também sabia que não havia fórmulas prontas para o tipo de dor que eles estavam enfrentando. Porém, uma coisa ele tinha claro: o que Travis precisava fazer não era sobre grandiosidade, mas sim sobre o simples e genuíno ato de estar presente.

— Cara,— Patrick disse finalmente, olhando nos olhos de Travis. — Eu acho que o mais importante é que você torne o momento especial. Independente do que você faça, o que importa é que você se mostre para ela. Não precisa ser grandioso, não precisa ser algo que ninguém jamais esperaria. Só tem que ser algo de verdade. Algo que ela sinta que vem do seu coração.

A sinceridade da fala de Patrick bateu fundo em Travis. Ele sabia que estava certo. Não seria sobre fazer algo perfeito, mas sim algo que, de alguma forma, tocasse Taylor no fundo de sua alma, algo que a fizesse ver que ela não estava sozinha, que ainda havia algo de bom no mundo, que ela era merecedora de amor, mesmo quando não conseguia se ver dessa forma.

Travis respirou fundo, o nó na garganta apertando mais uma vez. Ele ainda não sabia o que exatamente faria, mas Patrick tinha dado a ele uma clareza importante. O importante não era o gesto, mas o significado por trás dele.

— Obrigado, cara. De verdade. Eu precisava ouvir isso— Travis disse, com um sorriso pequeno, mas sincero.

Patrick sorriu de volta, mais leve agora, como se um peso tivesse sido tirado da conversa.

— Fica tranquilo, Travis. Eu sei que você vai encontrar o jeito certo. Só... só não se perca no meio do caminho, ok?

Travis assentiu, uma sensação de alívio começando a surgir no peito. Ele sabia que a jornada ainda estava longe de terminar, mas agora, havia algo mais claro na sua mente. Ele tinha que tentar, não importa o que acontecesse, e tinha que fazer isso com o coração aberto. Ele não podia mais se perder nas dúvidas. Porque, no final, a única coisa que ele tinha para oferecer a Taylor era isso: a sua verdade, o seu amor, e sua disposição em estar ao seu lado.

Notas da autora:

Feliz natal atrasado, pessoal :)
Queria ter postado esse capítulo ontem como presente de natal para vocês, mas acabou que não consegui...

Uma coisa, eu percebi que nunca deixei claro a linha do tempo dessa história, então irei colocar a data em cada capítulo a partir de agora. Lembrando que na história a pandemia não existiu :)

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