P.O.V Narradora

Na manhã seguinte, Sophia estava na cozinha, movendo-se com uma calma forçada enquanto preparava o café da manhã. Ela vestia uma calça jeans confortável, tênis preto e um moletom aconchegante, seus cabelos escuros soltos e caindo suavemente pelos ombros. A luz da manhã entrava pela janela, iluminando suavemente a cozinha enquanto o cheiro de café fresco preenchia o ar.

Marie estava sentada sobre o balcão, observando tudo com seus grandes olhos felinos, enquanto o pequeno filhote de cachorro, ainda sem nome, também estava curioso ao seu lado. Sophia sorriu para os dois, pegando duas pequenas vasilhas e colocando ração para ambos.

— Aqui está, amiguinhos.— ela disse, colocando as tigelas sobre o balcão, observando com carinho enquanto os dois se aproximavam, curiosos.

Enquanto o filhote começava a comer, Sophia se encostou no balcão, olhando para ele e pensando. Um nome... Ele precisava de um nome. Ela cruzou os braços e começou a listar opções.

— Tom? Jerry? Tata? — sugeriu ela, inclinando a cabeça para o lado com um sorriso brincalhão.

O filhote parou de comer, levantando a cabeça e olhando diretamente para ela com um olhar quase crítico.

—Não, não! — resmungou o filhote, fazendo Sophia rir com a expressão teimosa dele.

— Não gostou? — perguntou Sophia, surpresa por entender a reação do filhote. O pequeno olhou para ela com os olhos arregalados, como se também percebesse que ela o entendia.— Eu consigo ouvir vocês, sabia? — disse ela, ainda rindo, enquanto o filhote a encarava, confuso mas fascinado. — Bom, prometo que vou pensar em um nome melhor.

Ela se afastou do balcão e pegou sua bolsa, pronta para sair.

— Eu vou sair, então, por favor, se comportem, tá? — disse ela, olhando para os dois. — Marie, cuida do seu novo amigo.

Marie olhou para o filhote com um ar de superioridade felina, como se não estivesse muito impressionada com a ideia de cuidar dele. Mas antes que ela pudesse protestar, o filhote deu um pulo e começou a brincar com as patas dela, o que fez Marie dar um pequeno salto surpresa.

Sophia riu baixinho, balançando a cabeça enquanto via os dois interagirem. Era um alívio poder rir e se distrair, mesmo que por um momento, após tudo o que havia acontecido na noite anterior.

—Até mais tarde, vocês dois — ela disse, enquanto saía pela porta.

(...)

Sophia estacionou o carro em frente à casa dos Black, sentindo o nervosismo crescer em seu peito. Ela respirou fundo antes de descer do carro e caminhar até a porta. A madeira rangeu levemente quando ela bateu, e após alguns segundos, Billy abriu a porta com um sorriso caloroso.

— Bom dia, Billy. Desculpa pelo incômodo — disse Sophia, educadamente, sentindo-se um pouco desconfortável por aparecer tão cedo.

— Incômodo? Você nunca seria um incômodo, Sophia.— Billy respondeu com um sorriso amigável, movendo a cadeira de rodas um pouco para o lado, permitindo que ela entrasse, caso quisesse.

— O Jacob está por aqui? — perguntou Sophia, um pouco nervosa, olhando além da porta, esperando encontrar o rapaz.

Antes mesmo que Billy respondesse, um som de passos rápidos ecoou pela casa. Jacob, que já havia sentido o cheiro familiar de Sophia, apareceu rapidamente na sala, o rosto iluminado por um sorriso ao vê-la.

— Oi, Sophia. — ele disse, os olhos curiosos. — Quer conversar?

— Sim, se tiver um momento... — Sophia respondeu, com um leve sorriso, tentando manter a calma.

Jacob assentiu e se despediu do pai com um breve aceno de cabeça.

— A gente já volta, pai.— ele disse.

— Tudo bem, se cuidem.— Billy respondeu com uma piscadela em direção a Sophia, que sorriu em retorno.

—Obrigada, Billy. Até mais. — disse Sophia, acenando enquanto se afastava com Jacob, sentindo o peso do que queria falar aumentar com cada passo.

(...)

Sophia e Jacob caminhavam lado a lado pela praia, o som das ondas quebrando suavemente ao fundo. O ar estava frio, e Sophia sentia o vento batendo contra seu rosto, mas sua mente estava completamente focada no que precisava falar. Ela olhou para Jacob, que andava distraído, as mãos enfiadas nos bolsos do casaco.

— Jacob, eu preciso te perguntar uma coisa.— disse Sophia, parando abruptamente.

Jacob parou também, franzindo a testa enquanto virava para encará-la.

—Claro, o que foi?— perguntou ele, confuso.

Sophia respirou fundo, hesitando por um momento antes de falar diretamente.

— Sobre os lobos que existem aqui em Forks. — disse ela, fixando os olhos nos dele.

Jacob congelou, sua expressão ficando tensa por um instante. Ele rapidamente tentou disfarçar, passando uma das mãos na nuca, como se estivesse desconfortável.

— Lobos? Do que você tá falando? Não tem lobos em Forks, Sophia. — ele respondeu, tentando parecer casual.

Sophia cruzou os braços, claramente indignada com a mentira.

— Jacob, eu sei que tem. Não adianta negar. O Edward me contou sobre eles anos atrás. Eu só... achava que eles não existiam mais. Por mais que sentia que tinha lobos em Forks.— ela disse, sem esconder sua frustração.

Jacob apertou os lábios, desviando o olhar por um instante enquanto passava a mão novamente pela nuca, um gesto que ele fazia sempre que estava nervoso.

—Sophia, isso não é algo que eu...— ele começou, mas Sophia o interrompeu.

— Paul se transformou na minha frente.— disse ela, sem entrar em detalhes, mas com firmeza.

Jacob arregalou os olhos, surpreso e alarmado. Ele ficou em silêncio por um momento, claramente processando a informação. Sophia se aproximou um pouco mais, os olhos implorando por uma resposta.

— Por favor, Jacob... me diz a verdade.— ela pediu, com uma suavidade que deixou Jacob sem saída.

Ele suspirou profundamente, olhando para o chão por um momento antes de finalmente levantar a cabeça e encará-la.

—Tá bom, eu vou te contar. Mas o que eu vou te dizer, você não pode contar pra ninguém, Sophia. Isso é algo muito sério, faz parte da nossa herança, da nossa história... dos Quileutes. — disse ele, sua expressão grave.

Sophia assentiu, grata e ao mesmo tempo ansiosa pelo que estava prestes a ouvir.

— Eu prometo, Jacob. Não vou contar a ninguém. — ela garantiu.

Jacob caminhava ao lado de Sophia, o vento da praia bagunçando os cabelos dos dois enquanto ele explicava sobre a história dos Quileutes. Ele falava com um tom sério, mas também com um certo orgulho ao contar sobre o trato feito com os Cullen há muitos anos, um pacto que mantinha o equilíbrio entre lobos e vampiros na região.

— Então, os Cullen e a nossa tribo têm esse acordo...— Jacob começou a explicar, olhando para o mar enquanto falava. — Eles não entram no nosso território e nós os deixamos em paz, contanto que não machuquem ninguém.

Sophia fez uma careta, processando o que ele dizia. As peças finalmente começavam a se encaixar na mente dela, mas ainda havia algo que a incomodava.

— Mas você sabe o que eu sou. — ela disse, sem rodeios. — Por que eu posso entrar na reserva então?

Jacob deu de ombros, um sorriso malicioso aparecendo em seu rosto.

— Meu pai gostou de você. E, bem... você tem um jeito diferente de encantar as pessoas, princesinha Cullen.

Sophia parou e olhou para ele, arqueando as sobrancelhas, claramente surpresa com o apelido.

— Princesinha Cullen? — repetiu, com um tom divertido, mas também um pouco incrédulo.

Jacob riu, jogando a cabeça para trás.

— Esse é o apelido que os meninos deram pra você. — ele explicou. — Você sabe... com todo esse jeito de Cullen perfeita, que fala com animais.

Sophia revirou os olhos, mas não conseguiu esconder um sorriso. Apesar de tudo, era difícil ficar irritada com Jacob.

— Bom, que honra. — ela disse com um tom sarcástico, mas ainda rindo.

Enquanto eles continuavam conversando, sem perceber, Paul caminhava com Embry e Jared não muito longe. Ele mantinha um olhar distante, perdido em seus próprios pensamentos, até que seu olhar se fixou em Sophia e Jacob juntos, conversando na praia. Uma onda de ciúmes o atingiu de forma inesperada, fazendo seu corpo enrijecer instantaneamente. A lembrança do que aconteceu no beco ainda era muito fresca em sua mente. Ele achou que Sophia precisava de tempo, que ela estaria processando tudo, e que ele ainda teria a chance de explicar o que realmente havia acontecido.

Mas agora, ali estava ela, rindo com Jacob.

Paul não conseguiu segurar o rosnado que escapou de sua garganta, seu corpo vibrando de raiva. Ele se virou bruscamente, os punhos cerrados enquanto começava a se afastar da cena, claramente irritado. Embry e Jared se entreolharam, percebendo o estado de Paul.

— O que deu nele? — perguntou Jared, franzindo a testa, confuso.

Embry balançou a cabeça, observando Paul se distanciar.

— Ciúmes... — murmurou, com um pequeno sorriso de canto. — Ele tá pirando por causa da princesinha Cullen com Jacob.

Jared soltou uma risada baixa, mas ambos continuaram observando Paul se afastar, sabendo que ele estava prestes a explodir a qualquer momento.

Jacob mantia os olhos fixos no horizonte enquanto parecia ponderar suas próximas palavras. Sophia percebeu a mudança de humor, a leve tensão que se formava entre eles. Ela inclinou a cabeça, curiosa e confusa ao mesmo tempo.

— O que foi?— ela perguntou, quebrando o silêncio.

Jacob suspirou e olhou diretamente para ela, como se estivesse prestes a revelar algo importante.

— Tem uma coisa a mais...— ele disse, hesitando.Sophia franziu o cenho, sentindo a curiosidade crescer.

— O que você quer dizer com "uma coisa a mais"?— ela questionou, a voz firme. —Você já me contou sobre os lobos, as lendas e o trato com minha família. O que mais poderia ser?

Jacob passou a mão pela nuca, um gesto nervoso que não escapou aos olhos atentos de Sophia. Ele sabia que estava prestes a tocar em um assunto delicado, algo profundamente ligado à natureza dos lobos, e aquilo o deixava visivelmente desconfortável.

— É algo que acontece entre os lobos...— ele começou lentamente, medindo suas palavras. — E não é algo que podemos evitar.

Sophia estreitou os olhos, sua curiosidade misturada com uma crescente inquietação.

— Do que você está falando, Jacob?— ela perguntou, a impaciência começando a transparecer. — Me diz logo.

Jacob respirou fundo antes de responder, finalmente deixando escapar a palavra que ele sabia que mudaria a dinâmica da conversa.

— Imprinting.

Sophia arqueou uma sobrancelha, o termo não fazia sentido para ela.

— Imprinting? O que é isso?

Jacob sorriu de leve, mas sem o humor de antes. Ele sabia que teria que explicar da melhor forma possível, mesmo que fosse complicado.

— Imprinting é... — ele começou, tentando encontrar as palavras certas. — É como... quando um lobo encontra alguém que se torna a pessoa mais importante da vida dele. Mais do que família, mais do que qualquer outra coisa. É algo instantâneo, uma conexão inquebrável. Não é exatamente uma escolha. É como se o lobo não pudesse viver sem essa pessoa.

Sophia piscou, tentando processar aquilo. A ideia parecia surreal.

— Você tá me dizendo que é tipo... amor à primeira vista? — perguntou ela, com uma mistura de descrença e curiosidade.

Jacob balançou a cabeça, apressando-se a esclarecer.

— Não exatamente. É muito mais profundo que isso. Não precisa ser romântico, pode ser protetor, como de um irmão ou amigo. Mas o lobo... ele fica ligado àquela pessoa para sempre. É inevitável.

Sophia ficou em silêncio por alguns segundos, seus pensamentos a mil. Era uma ideia tão estranha, mas ao mesmo tempo, algo na explicação de Jacob parecia fazer sentido, especialmente considerando o que tinha acontecido com Paul.

—Então, é isso que aconteceu com.. — ela começou a falar, mas parou, não querendo terminar a frase.

Jacob a encarou, sabendo exatamente o que ela queria dizer, mas deixou que ela mesma chegasse à conclusão.

— Paul.— ela finalmente completou, sua voz baixa, como se estivesse tentando se convencer,Jacob apenas assentiu, confirmando.

Sophia desviou o olhar, tentando digerir aquela nova informação. Agora, tudo começava a se encaixar de uma forma estranha e inesperada. O comportamento de Paul, a maneira como ele a olhava... tudo fazia mais sentido agora.... deixei aquele dia.... a primeira vez que viu ele na floresta.

—Isso é... muita coisa para processar. — ela admitiu, cruzando os braços como se tentasse se proteger da verdade que acabara de descobrir,Jacob deu um meio sorriso, compreensivo.

— Eu sei. — respondeu ele, suavemente. — Mas você precisava saber.

Mais um capítulo amores espero que gostem 🥰🥰🥰

O que acharam desse capítulo amores????

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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️