P.O.V Narradora

Sophia entrou em casa carregando o pequeno filhote nos braços. Ele tremia levemente, ainda assustado com os eventos recentes, mas seus olhos curiosos já começavam a explorar o novo ambiente. Caminhando até a cozinha, Sophia colocou o filhote cuidadosamente sobre o balcão e, em silêncio, foi até a geladeira. Sua mente estava longe, mergulhada em pensamentos, enquanto pegava uma garrafa de leite.

Marie, pulou ágil sobre o balcão ao lado do filhote, olhando-o com desconfiança. Ela franziu o focinho e fez uma careta, claramente não impressionada com o novo “inquilino”. Sophia, porém, nem percebeu a interação. Estava perdida nas lembranças da noite

Flashback on

— Paul...? — Sophia sussurrou, sua voz quase sumindo na escuridão do beco.

Ela tremia, seus olhos fixos no imponente lobo diante dela. Era difícil acreditar que aquele enorme animal, de pelos acinzentados e olhos ferozes, fosse Paul. O mesmo Paul com quem havia trocado olhares tantas vezes, mas agora parecia algo completamente diferente.

O lobo a encarou por alguns segundos, seus olhos transmitindo algo que ela não conseguia decifrar. Em seguida, ele simplesmente se virou e saiu do beco com passos silenciosos, desaparecendo nas sombras da noite. Sophia permaneceu ali, estática, com mil pensamentos a atravessando a mente. Ela sabia das lendas, sabia que existiam lobos em Forks, mas nunca havia imaginado que eles fossem assim... tão reais, tão próximos.

Finalmente, recuperando um pouco de sua postura, Sophia endireitou os ombros e saiu do beco, chamando por Paul. Mas ele já havia sumido, rápido como um fantasma na noite. Ela ficou parada por um momento, sentindo a brisa fria do vento e a confusão misturada ao medo ainda vibrando em seu peito.

Flashback off

— Isso é tão confuso... — Sophia murmurou para si mesma, enquanto despejava o leite em um pratinho para o filhote. Ele começou a beber avidamente, alheio às turbulências da mente de Sophia.

Marie deu uma última olhada para o filhote, então para sua dona, e soltou um miado leve, como se dissesse “Não sei como você consegue se meter em tantas confusões.”

Sophia suspirou e sentou-se à mesa da cozinha, passando a mão pelo cabelo enquanto tentava processar tudo. Ainda podia sentir o cheiro de Paul... ou melhor, o cheiro do lobo. Era algo primitivo, forte, e não saía de sua mente.

— O que eu vou fazer agora...? — ela sussurrou, olhando para o pequeno cachorro que a observava com seus olhos inocentes.

Marie, sempre atenta, pulou para o colo de Sophia, como se sentisse que ela precisava de um momento de conforto.

— Paul... um lobo... — Sophia murmurou, ainda tentando entender como todas as peças daquela noite se encaixavam.

(...)

Paul entrou apressado na casa de Sam, seu peito subindo e descendo rapidamente enquanto ele lutava para recuperar o fôlego. Ele sentia o peso do que havia acabado de acontecer e sua mente estava uma confusão de emoções e pensamentos. Assim que viu Sam sentado no sofá, foi direto ao ponto, sem rodeios.

— Sam, eu... eu me transformei na frente da Sophia. — as palavras saíram rápidas, cheias de desespero.

Sam levantou os olhos lentamente, sem demonstrar surpresa. Ele já tinha lidado com muitas situações delicadas envolvendo o bando, mas sabia que cada uma delas era diferente. Paul se jogou no sofá ao lado dele, ainda ofegante, com as mãos trêmulas.

— Como assim, Paul? — Sam perguntou com calma, seu olhar sério, mas preocupado.

Paul passou a mão pelos cabelos, claramente agitado, tentando encontrar as palavras certas para descrever o caos que havia se desenrolado.

— Eu senti que algo estava errado... saí de casa e a encontrei sozinha, num beco. Um homem ou melhor meu pai, ele estava atacando ela. — Paul fez uma pausa, sentindo a raiva borbulhar ao relembrar a cena. — Eu perdi o controle. Ele tentou machucá-la e, antes que eu percebesse, me transformei. Na frente dela.

Sam ouviu atentamente, cruzando os braços e inclinando levemente a cabeça. Ele sabia o quanto uma transformação acidental podia ser perigosa, especialmente quando envolvia alguém que não conhecia a verdadeira natureza dos lobos.

— E o que ela fez? — Sam perguntou, sua voz calma tentando acalmar Paul.

— Ela... ela ficou paralisada. Assustada, obviamente. Mas o pior é que... ela me reconheceu. — Paul esfregou o rosto com as mãos, a culpa evidente em sua voz. — Ela chamou meu nome, Sam. Ela sabe que o lobo era eu. O lobo da floresta....Eu... eu a assustei.

Sam soltou um suspiro profundo, ponderando sobre a gravidade da situação. Ele sabia que Sophia era uma garota especial, alguém que Paul claramente se importa, mais que ele imaginava.

— Olha, Paul, o fato de ela ter te reconhecido significa que ela confia em você, de alguma forma. Mas você precisa ser honesto com ela, ou isso só vai piorar.— Sam aconselhou, mantendo seu tom firme, mas não agressivo.

Paul balançou a cabeça, ainda tentando processar tudo o que havia acontecido.

— Eu não sei o que fazer...— Paul admitiu, sua voz baixa e carregada de culpa. — E se ela me odiar? Ou pior... se ela nunca mais quiser me ver?

Sam observou Paul por alguns segundos antes de responder. Ele conhecia bem aquele medo. Havia passado por algo semelhante com Emily.

—Paul, você não pode fugir disso. — Sam disse, sério. — Você vai ter que encarar a verdade e contar a ela o que realmente está acontecendo. Se ela é importante para você, então ela merece saber.

Paul ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras de Sam. A ideia de abrir seu coração e contar tudo para Sophia o assustava, mas ele sabia que não tinha outra escolha. Não podia manter esse segredo dela, especialmente agora que ela havia visto a pior parte de quem ele era.

— E se ela não entender? — Paul perguntou, a incerteza em sua voz evidente.

— Ela é vampira, está no mundo sobrenatural.—Sam respirou fundo, colocando uma mão firme no ombro de Paul.— Se ela realmente se importa com você, Paul, ela vai entender. Pode não ser fácil, mas a verdade sempre é a melhor escolha. Agora, você só precisa ter coragem.

(...)

Sophia passou a noite inteira sem conseguir dormir, seus pensamentos rodopiando sem parar. O quarto estava em silêncio, exceto pela respiração suave de Marie e do pequeno filhote de cachorro, ambos dormindo profundamente sobre a cama. Ela estava sentada com as pernas cruzadas, seus braços abraçando o corpo, como se tentasse aquecer-se de algo que não era físico, mas emocional.

Ela não conseguia tirar Paul da cabeça. Tudo que havia acontecido no beco — a transformação, o medo, o confronto — parecia um pesadelo do qual ela não conseguia acordar. Mas era real, tão real quanto o frio que sentia agora.

Com um suspiro, Sophia se levantou cuidadosamente da cama, tomando cuidado para não acordar os dois pequenos companheiros. Caminhou em silêncio até a janela, seus pés descalços tocando o chão frio do quarto. Ela abriu a janela, permitindo que o vento gelado da madrugada invadisse o ambiente, agitando seus cabelos escuros.

A sacada era um de seus lugares favoritos. Ali, ela sempre se sentia em paz. Talvez fosse a vista das estrelas, ou o silêncio da noite. Ela se aproximou da cadeira na sacada e se sentou, abraçando seus próprios ombros para se proteger do frio, mas sem realmente se importar com ele.

O céu estava límpido, as estrelas brilhando intensamente. Sophia fixou os olhos nelas, mas sua mente estava distante. A noite fria, o encontro com Paul, as emoções confusas que surgiram quando o viu se transformar em um lobo... Tudo parecia tão irreal.

— Por que você não me disse?— murmurou para si mesma, sua voz apenas um sussurro que se perdeu no vento. — Por que você nunca me contou?

Ela sabia que havia algo especial em Paul, mas nunca imaginou algo tão... sobre-humano. A imagem do lobo grande e imponente, seus olhos familiares, continuava gravada em sua mente. Mesmo lobo que havia visto na floresta sentindo uma ligação.

Enquanto encarava o céu, uma lágrima silenciosa escorreu pelo rosto de Sophia, e ela rapidamente a enxugou com o dorso da mão. A verdade era que ela não sabia como se sentir. Ela não tinha medo de Paul — não verdadeiramente. Mas a revelação a abalava de um jeito que ela não sabia como lidar.

—O que você está escondendo de mim, Paul? — sussurrou novamente, desta vez mais baixo, como se as estrelas pudessem lhe dar uma resposta.

Marie, ainda deitada na cama, ergueu as orelhas, mas não se mexeu. O filhote, aconchegado ao lado dela, soltou um pequeno gemido enquanto dormia, mas continuava imerso em seu sono tranquilo.

Sophia olhou para eles, uma mistura de ternura e tristeza em seu coração. Parte de si queria esquecer tudo que havia acontecido, voltar ao normal, às noites tranquilas e à vida sem tantas perguntas. Mas outra parte sabia que as coisas tinham mudado. Ela sabia demais agora

Mais um capítulo amores espero que gostem 🥰🥰🥰

Haverá uma maratona sim, que vai acontecer sábado, mais queria saber qual horário vcs preferem

14:00 ou 17:00

A maratona terá entre 5/7 capítulos com capítulos finais do primeiro ato.

Meta 90 curtidas amores
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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️