|Capítulo 16|
P.O.V Narradora
Sophia abriu os olhos lentamente, piscando para clarear a visão embaçada. A luz intensa em seu rosto a fez franzir a testa, e ela sentiu a cabeça latejar enquanto tentava se situar. Olhou ao redor, notando que estava em um lugar escuro e desconhecido, com paredes de pedra úmida e um teto baixo. O ar era pesado, carregado de um cheiro metálico que ela não conseguia identificar. O medo começou a tomar conta dela, o coração batendo descompassado no peito.
De repente, ela ouviu passos ecoando pelo chão de pedra, o som fazendo seu estômago revirar. Com a respiração acelerada, ela virou a cabeça na direção do som, seus olhos ainda tentando se ajustar à escuridão. Um homem apareceu na penumbra, caminhando lentamente em sua direção. Ele tinha cerca de trinta anos, alto e com uma presença intimidadora. À medida que ele se aproximava, Sophia conseguiu ver seus olhos, um vermelho intenso e ameaçador, o que a fez estremecer.
Ela tentou se levantar, mas sentiu que seus braços e pernas estavam amarrados com força. Puxou as cordas, sentindo a textura áspera contra sua pele, mas elas não cederam. O desespero começou a tomar conta dela, a respiração tornando-se mais irregular.
— O que você quer? — Sophia conseguiu perguntar, sua voz saindo mais fraca do que gostaria. Ela tentou manter a calma, mas o medo era palpável em cada palavra.
O homem se agachou ao lado dela, um sorriso frio surgindo em seus lábios. Ele inclinou a cabeça, observando-a como se estivesse estudando cada movimento seu.
— Não se preocupe, querida — respondeu ele, a voz suave, mas com uma nota de crueldade que fez o sangue de Sophia gelar. — Só quero conversar. E você vai ouvir, queira ou não.
Sophia tentou se afastar, o pânico crescendo dentro dela, mas não havia para onde ir. Ela estava presa, vulnerável, e o homem não parecia ter pressa. A ansiedade a dominou, seus pensamentos se embaralhando enquanto ela tentava desesperadamente encontrar uma maneira de escapar.
— Paul... — sussurrou ela, quase como uma prece. Ela sabia que ele viria por ela, mas a dúvida e o medo começaram a crescer, sufocando qualquer esperança que tentava se agarrar.O homem riu baixinho, como se tivesse ouvido seu sussurro.
— Ele não vai chegar a tempo — disse ele, levantando-se e se afastando um pouco, ainda mantendo os olhos fixos nela. — E até lá, vamos nos divertir um pouco.
Sophia fechou os olhos por um momento, tentando controlar a respiração, mas cada som, cada movimento do homem a fazia estremecer de ansiedade. Ela estava sozinha e, pela primeira vez, não tinha certeza se alguém viria para salvá-la.
(...)
A atmosfera era opressiva e carregada, o cheiro metálico de sangue e medo pairava no ar. Sophia estava amarrada, seu corpo inclinado para a frente, com os cabelos espalhados pelo rosto frio. O vampiro estava diante dela, seu olhar maligno fixado em seu rosto pálido.
Ele caminhou lentamente até onde ela estava, e Sophia sentiu um frio na espinha quando ele começou a passar os dedos pelos seus cabelos, afastando algumas mechas do seu rosto. O toque era suave, quase gentil, mas havia algo de perturbador na forma como ele manipulava seus cabelos.
— Olha só para você — disse o vampiro, sua voz carregada de sarcasmo. — Que tipo de vampira é você, afinal? Parece tão fraca assim. — ele puxou bruscamente os cabelos de Sophia, forçando-a a levantar a cabeça. Ela tentou manter a calma, mas a dor a fez gemer baixinho. O vampiro se afastou e caminhou até uma mesa próxima, onde havia uma pequena caixa.
Com um sorriso maléfico, ele abriu a caixa e retirou um passarinho, um pequeno ser com penas delicadas. Sophia observou em horror enquanto ele se virava para ela, o passarinho lutando em sua mão.
— Por favor, não machuque o passarinho — implorou Sophia, a voz tremendo de medo e desespero.
O vampiro apenas riu, um som cruel e divertido. Ele segurou o passarinho entre os dedos e, com um movimento rápido, quebrou seu pescoço. O pequeno corpo do passarinho ficou imóvel, e Sophia não pôde conter o soluço. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela tentou desviar o olhar, mas não conseguia.
O vampiro observou cada expressão de terror e tristeza no rosto de Sophia com um interesse perturbador. Ele parecia fascinado pela forma como ela reagia, a forma como suas lágrimas se formavam e escorriam.
De repente, um forte vento entrou na sala, quebrando as janelas e fazendo o vampiro se virar. A força do vento era tanta que parecia querer arrastá-lo, mas, antes que pudesse reagir, o vento cessou abruptamente.
O vampiro rapidamente se aproximou de Sophia novamente, puxando seu cabelo com força, fazendo o vento parar, o homem olhou novamente para Sophia com uma expressão de surpresa e curiosidade, ele se aproximou dela.
— Você é diferente.— disse ele,Sophia olhou para ele com certo medo.
(...)
Sophia não sabia quanto tempo havia passado desde que fora capturada, mas a fome e a sede já a dominavam, deixando-a fraca e desorientada. Seu corpo suado tremia enquanto os cabelos desgrenhados cobriam parte do seu rosto, e a sensação de desespero crescia a cada segundo.
O vampiro entrou novamente no cômodo, observando-a com um olhar sarcástico. Ele se aproximou dela lentamente, avaliando sua condição lastimável.
—Eu vou sair por um tempo—ele disse, com um tom de deboche. —Mas não se preocupe, não precisa tentar escapar... Não que uma vampira como você vá conseguir sair daqui viva, de qualquer forma.
Ele riu cruelmente antes de sair, deixando Sophia sozinha na escuridão. Ela ficou ali, ouvindo com sua audição aguçada, os sons do vampiro entrando no carro e o motor se afastando. O silêncio que seguiu foi preenchido apenas pelo som de sua própria respiração ofegante.
Olhou para o pequeno passarinho morto no chão, as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos enquanto a culpa a consumia.
—Me desculpe... Eu sinto muito.— ela murmurou, a voz embargada pela tristeza.
Desesperada, começou a se debater na cadeira, tentando se soltar. O esforço fez com que a cadeira se movesse, até que, com um empurrão final, ela tombou, jogando Sophia no chão, próxima ao corpo do passarinho. Ela continuou a olhar para ele, fechando os olhos enquanto as lágrimas continuavam a cair.
De repente, uma luz suave e calorosa começou a emanar de Sophia, embora ela não estivesse consciente disso. A aurora dourada que a cercava parecia trazer vida ao que estava morto. O passarinho morto ao lado dela ergueu lentamente a cabeça, piscando como se tivesse acabado de acordar de um sono profundo. Ele se levantou e voou até Sophia, bicando suavemente seu rosto, tentando despertá-la.
Sem sucesso, o passarinho olhou ao redor e viu uma janela aberta. Com um último olhar para Sophia, ele voou em direção à abertura, saindo do local em busca de ajuda.
(...)
Paul estava encostado em uma árvore no meio da floresta, tentando recuperar o fôlego após horas de busca incessante por Sophia. A frustração e o cansaço o consumiam, mas ele não podia se dar ao luxo de desistir. A ideia de pedir ajuda ao Alfa havia cruzado sua mente várias vezes, mas o orgulho de querer encontrá-la sozinho o impedia de fazê-lo. Seus instintos gritavam, mas sua mente estava uma confusão.
Perdido em seus pensamentos, Paul quase não percebeu quando um pequeno passarinho passou voando em alta velocidade à sua frente. Ele só notou quando a ave voltou, parando bruscamente em frente a ele, batendo as asas agitadamente. Paul franziu a testa, confuso.
—O que é que você quer?—murmurou, achando a situação absurda.—Eu não falo com animais, sabia?
O passarinho parecia mais determinado do que qualquer outra ave que Paul já havia visto. Ele voava de um lado para o outro, como se estivesse tentando dizer algo importante. Paul revirou os olhos e, para seu próprio desconforto, se pegou falando com o pássaro.
—Isso é ridículo.—munurrou Paul—Estou realmente conversando com um passarinho...—
De repente, o passarinho, irritado com a falta de compreensão de Paul, desceu rapidamente e, com suas pequenas patas, puxou um tufo de cabelo de Paul, fazendo-o dar um pulo para trás.
—Ai! Mas que porra!— Paul exclamou, agora irritado.—Está me pedindo para te seguir, é isso?— perguntou, o
passarinho parou de voar por um momento e, com a cabeça, fez um movimento afirmativo. Paul olhou para ele com ceticismo, mas, sem muitas opções e com uma esperança desesperada, suspirou pesadamente.
—Tá bom, tá bom, eu vou te seguir. Mas se alguém souber que eu fiz isso, você vai se arrepender de ter mexido comigo, entendeu?—ele disse, ainda incrédulo por estar prestes a seguir um passarinho.
Com isso, o passarinho voou na frente, guiando Paul através da floresta, enquanto ele o seguia, torcendo em silêncio para que essa jornada improvável o levasse até Sophia.
(...)
O passarinho levou Paul até uma casa isolada, quase fora dos limites de Forks, perdida no meio da floresta. A construção parecia abandonada e estava coberta por musgo, com tábuas de madeira rangendo sob o peso do tempo. Assim que se aproximou da entrada, Paul sentiu o cheiro inconfundível de Sophia, misturado com o cheiro nauseante de um vampiro.
Sem hesitar, ele correu em direção à porta e a arrombou com um chute poderoso, quebrando-a em pedaços. A visão que o esperava no interior da casa fez seu coração disparar: Sophia estava amarrada a uma cadeira no chão, pálida, suada, com os cabelos caídos sobre o rosto. Ela estava completamente imóvel.
—Sophia!—Paul gritou, atravessando o espaço em um instante. Ele se ajoelhou ao lado dela e rapidamente começou a desamarrar as cordas que a prendiam. Seus dedos tremiam de urgência enquanto puxava os nós, libertando-a. Ele afastou com delicadeza os fios de cabelo que cobriam seu rosto, revelando seus olhos fechados.—Sophia, por favor, acorda...—sua voz estava carregada de desespero. Ele a chamou novamente, mas não houve resposta. Ela parecia estar presa em um sono profundo, talvez induzido pelo esgotamento ou pela tortura a que havia sido submetida.
Paul a levantou nos braços com cuidado, como se ela fosse feita de vidro, temendo que qualquer movimento brusco pudesse machucá-la mais. Ele olhou para o passarinho, que agora estava pousado em seu ombro, observando Sophia com olhos atentos e quase humanos.
—Obrigado...—Paul murmurou, quase sem acreditar que estava agradecendo a um pássaro. O pequeno companheiro apenas inclinou a cabeça, como se entendesse a gravidade da situação. Ele ficou em silêncio enquanto Paul carregava Sophia para fora da casa, guiando-os de volta à segurança.
(...)
Na reserva, a inquietação tomava conta de todos. A ausência de Paul e Sophia se tornara um tópico de preocupação constante. Os homens estavam divididos entre manter a calma e a frustração crescente, e as piadas nervosas de Quin, Jared e Embry apenas tornavam a situação mais tensa. Sam, quando estava presente, pedia para que se calassem, mas o desconforto estava claro em seu rosto.
Billy estava na casa de Sam, observando o movimento frenético. Ele andava de um lado para o outro, claramente ansioso. De repente, uma figura familiar emergiu da floresta, Paul carregava Sophia em seus braços. O alívio e a preocupação se misturaram no grupo quando Billy chamou a atenção de todos, sua voz grave ecoando na quietude da reserva.
—Paul está voltando!—Billy exclamou, sua voz carregada de esperança.
Todos correram para fora da casa. Sam, com uma expressão de preocupação severa.
—Emily, precisa preparar um quarto. Rápido!— Sam imediatamente pediu a Emily para preparar um quarto para Sophia.
Jacob, com uma expressão de angústia, se aproximou de Paul assim que ele cruzou o limiar da casa.
—Paul, o que aconteceu? Onde você esteve?— perguntou Jacob
Paul estava exausto, seus olhos estavam fixos em Sophia, que parecia frágil e pálida em seus braços. Ele balançou a cabeça, incapaz de encontrar palavras.
Emily correu para preparar o quarto, enquanto os outros olhavam, preocupados. A expressão de Billy se tornou sombria ao ver Sophia.
—Ela precisa de sangue.— comentou Billy—Não de sangue animal, mas... sangue humano.
Um murmúrio de surpresa passou pelo grupo. Sam se aproximou, sua expressão decidida.
—Eu vou cuidar disso. A prioridade é estabilizá-la.— respondeu Sam, Billy assentiu, seu olhar ainda voltado para Sophia. Paul, embora aliviado por tê-la de volta, estava visivelmente abalado.
—Obrigado, Sam. Por favor, faça o que for necessário.— enquanto Sam e Billy se moviam para resolver a situação, Jacob observava Paul, percebendo o quanto ele estava devastado
Mais capítulo postado amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️
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O que acharam desse capítulo amores??
Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️
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