Im Nayeon

"Acorda! Ele está te traindo!"

"Você gosta mesmo dele?"

Essas palavras tem se repetindo em um ciclo infinito na minha cabeça desde que uma vez foram ditas. Elas foram o motivo da minha insônia durante a noite inteira.

Fazem algumas horas desde a bendita festa que Jimin me convidou para ir. Fazem algumas horas que eu não falo com Jeongyeon. Fazem algumas horas desde que... Desde que ela me beijou.

Eu não deveria estar pesando tanto assim em uma coisa que é errada. Droga, eu beijei a minha cunhada!

Mas isso simplesmente se repete em um ciclo perturbador e infinito na minha cabeça!

O pior não é saber que o beijo aconteceu, e sim as consequências que ele trouxe consigo. Aquele não foi o meu primeiro beijo, como também não foi o último, mas o que eu senti foi completamente novo. Uma corrente elétrica percorreu por todo o meu corpo, eu me arrepiei com sua mão fazendo contato com a minha cintura, meu coração foi a loucura, tanto pelo ato repentino quanto por um outro motivo que eu não faço a mínima ideia do que seja!

Nunca antes na vida eu pensei que diria isso, mas, eu gostei. E gostei muito! Gostei muito de algo que eu não deveria gostar. Gostei do beijo de uma pessoa que não era o meu namorado.

Isso é errado, Nayeon! Isso é extremamente errado! Mas... Mas eu gostei.

Naquele momento de fraqueza e euforia, tudo o que eu consegui fazer como reação foi a empurrar e dar um tapa na sua cara de uma maneira quase que: involuntária. Não que eu quisesse que chegasse a aquele ponto, para falar a verdade, eu nunca quis. Mas eu estava tão inerte com aquilo que não conseguia raciocinar direito. O meu cérebro parou de funcionar, e por mais que eu não quiser fazer aquilo, foi o meu modo de reação e defesa.

Ela estava errada por ter feito o que fez, mas eu estou mais ainda por ter gostado de uma merda de um beijo estúpido!

- Omo, já está acordada? - A voz invadiu o quarto, me tirando de meus pensamentos Querida, você não é de acordar cedo, e a sua cama está perfeitamente arrumada. Você dormiu? - Mamãe perguntou.

- Não, não consegui dormir. Bom dia, Omma..

- Bom dia, meu anjo - Ela se aproximou,
beijando a minha testa e se sentando na
minha cama- - Quer me dizer o motivo de não ter conseguido dormir?

- Eu também não sei o que aconteceu. Eu acho que estou com insônia outra vez.

- Eu não acho que seja isso. O médico disse que você está em perfeito estado. Tem certeza de que é outra coisa - Ela fez cara de desconfiada - Tem certeza de que não passou a noite pensado em alguém? - Na mosca, Im Sunmi!

- Não - Menti a vendo levantar uma de suas sombrancelha e sorrir divertida, o que me fez suspirar - Tá bom, eu estava pensando em uma pessoa. Mas a senhora não conhece e...

- Era a Jeongyeon? - Ela encarava suas unhas. Meus olhos se arregalaram. Tenho uma vidente dentro de casa a esse tempo todo e nunca soube! - Pela sua cara eu acertei.

- N-não acertou não. Eu não estou pensando nela.

- Quer mentir para mentiroso? Eu te conheço, minha filha. Te carreguei por nove meses na barriga, cuidei de você até hoje, sei quando mente. Além do mais, você é péssima mentindo - Revirei os olhos, arrancando sua risada - Quer conversar?

- Omma, o que você sentiu quando beijou a mãe da Mina, a tia Hyu? - Seus olhos se arregalaram e suas bochechas se tornaram avermelhadas.

- I-Im Nayeon! - Ela me repreendeu.

- Ai, até parece que não sabe que todos já desconfiam. Assim como você é minha mãe, eu sou sua filha e te conheço. Vai, me diz o que sentiu, por favor! - A sacudi ouvindo seu suspiro.

- Por que quer saber sobre isso? Espera! Não me diga que você beijou a... - Ela levou a sua mão para sua boca, me olhando surpresa.

- E-eu vou me arrumar para ir a escola.

Me levantei rapidamente da cama e segui para o meu closet morrendo de vergonha.

Não tenho mais dúvidas, Im Sunmi é sim uma vidente, e se não for isso, é um vampiro que consegue ler mentes!

- Nayeon, trate de me dizer o que aconteceu! Você beijou ela, não foi?

- E-eu beijei ela? Q-quem? Eu não beijei ninguém - E de fato isso é verdade. Eu não a beijei, ela me beijou!

- Claro, então você não vai se importar se eu for perguntar pessoalmente a ela então, certo?

- Claro... Espera, o quê?! Não! Você não pode fazer isso! Eu já estou morrendo de vergonha de olhar na cara dela, quer que eu suma de vez do mundo? - Ela começou a rir.

- Então você admitiu?

- F-foi só um beijinho.

- Claro, só foi um beijinho. Então você pode me explicar que marca vermelha é essa no seu pescoço?

- O quê?!

Sai correndo para frente do espelho, me surpreendendo ao ver que realmente tinha uma marca vermelha no meu pescoço. As imagens retornaram a minha mente, e por mais que eu estivesse sobre o efeito do álcool naquele momento, eu me lembro perfeitamente de Jeongyeon me prendendo na parede, segurando a minha cintura, beijando o meu pescoço e até mesmo mordendo.

Na mesma hora eu a escondi em baixo da minha mão e me virei, vendo minha mãe com um sorriso malicioso estampado no rosto.

- Não é o que está pensando!

- E o que eu estaria pensando?

- Não sei, mas tenho certeza que você está distorcendo as coisas. Seja lá o que pensou, não é isso o que aconteceu.

- Então está querendo dizer que não foi ela que mordeu o seu pescoço e deixou essa marca?

- Exato!

- Tem certeza de que só ficaram entre os beijos mesmo? Quero dizer, eu não ligo se você se relacionou de outra maneira com ela, mas eu deveria saber já que é a sua primeira vez.

- Omma!!! - Alguém me tira daqui!

- Querida, está tudo bem. Eu não cheguei a te dizer, mas a minha primeira vez também foi com uma mulher, e...

- N-não foi isso o que aconteceu! Eu não transei com ela! E também não a beijei! Foi ela, foi tudo culpa dela! Ela me beijou a força, com também me prensou na parede e fez essa bendita marca no meu pescoço!

- Ela te prensou na parede?! - Me assustei por ela se aproximar de repente - Omo! Eu não sabia que ela tinha tal audácia! Quero dizer, ela bem que tem cara de atrevida, mas nunca passou pela minha cabeça que ela faria isso com você. Querida, diga a Jeongyeon que ela tem minha benção.

- O quê?! Do que está falando, mãe? Ficou doida? Eu namoro!

- Mas você gostou do beijo. A sua cara não me engana mais - Essa foi certeira, Sunmi!

- E-eu... Preciso me arrumar!

- Me diga, ela beija bem? Ai, que pergunta idiota, é caro que ela beija. Para o seu rosto estar tão vermelho assim e você ter passado a noite em claro pensando nela, é claro que ela beija bem. E pelo visto, muito bem - Ela gargalhou.

- Sai do meu quarto!

- Querida, está tudo bem. Você beijou a sua cunhada, o que tem demais nisso?

- Tudo! Isso é errado, eu namoro. Tem noção que eu o trai.

- E como sabe que ele talvez não esteja fazendo a mesma coisa? - Fiquei em silêncio por um bom tempo.

Todos dizem isso, estou começando a acreditar que talvez seja real. Que ele realmente está me traindo. E tudo faz sentido. Desde a primeira vez que Jeongyeon alertou, até ontem quando vi aquela marca em seu pescoço. Uma marca parecida a que tenho no meu.

Acho que desde o início eu já sabia, só não queria acreditar que isso estava acontecendo comigo.

- Nayeon, eu vou te perguntar algo muito sério e preciso que seja sincera comigo, tudo bem? - Ela segurou os meus ombros e olhou no fundo dos meus olhos - Você gosta mesmo daquele rapaz?

- Eu... Eu não sei.

- O que sente por ele é o mesmo que sente pela Jeongyeon?

- Não.

- O que difere esses sentimentos?

- Eu não sei! Tudo está tão confuso! Omma, tem noção que eu acho que estou a um fio de não enlouquecer de vez? Que nem dormir direito eu consigo? Omma, acha que eu deviria ir a uma clínica psiquiátrica? Acho que estou tendo algum problema, sei lá, deve ser algum transtorno e...

- Para de dizer besteira, minha filha! Você está em perfeito estado, só está finalmente se apaixonando por uma pessoa. E dessa vez, pelo o visto, é pra valer!

- A senhora que está dizendo besteira! Como eu poderia me apaixonar pela irmã do Jimin? Jeongyeon e eu somos apenas amigas. E aliás, tivemos um pequeno desentendimento ontem.

- Pois trate de se resolverem. Quero que minha futura nora venha me visitar o mais breve possível!

- Omma!

- O quê? Eu estou falando o que eu estou prevendo no futuro. Você sabe que eu sou boa com palpites, meu radar nunca erra. Você verá - Ela piscou para mim

- A única coisa que eu estou vendo, é uma coisa extremamente impossível de acontecer. Eu? Apaixonada? Pela Jeongyeon? Não me faça rir. - Gargalhei.

- Tudo bem, eu também estava assim quando comecei o meu relacionamento com Hyuna há dois meses atrás. Também negava que estava sentindo coisas por alguém que conheci a pouco tempo, mas não se preocupe, em breve você também vai se tocar - Meus olhos se arregalaram.

- Ai meu Deus! Você admitiu! Você admitiu que estão tendo um rolo! - A mesma fechou os olhos e suspirou arrependida, percebendo a merda que tinha acabado de fazer. Eu sabia, sabia, sabia! Eu disse para Mina que o plano daria certo!

- O que disse, mocinha? - Vixi, sujou! Pra quê inimigos se você mesma se entrega. sozinha?! Pode começando a se explicar agora mesmo!

- Então, eu... Eu tenho que me arrumar!

Sai correndo e me tranquei dentro do banheiro, ouvindo as batidas na porta.

- Im Nayeon, abra essa porta agora mesmo! Vamos apenas conversar, mocinha!

- Eu não caio mais nesse papo! Eu não vou abrir porta alguma.

- Pois bem, eu espero! Você vai ter que sair de qualquer jeito. Além do mais, eu posso aproveitar essa oportunidade e usar o seu celular para mandar uma mensagem para a minha futura nora, o que acha?

- Pode tentar, a senhora não sabe a senha mesmo - Zombei.

- Ah, não? Está desconfiando de sua mãe? Pois saiba que eu sei sim senhora!

- Impossível, é a senha mais difícil do mundo!

- E desde quando, "NayNay22/09" é uma senha difícil? - Fodeu! - Olha o que temos aqui, deixa eu ver... Yoo Jeongyeon, Yoo Jeongyeon... Olha que fofinho, você salvou o contato dela como "Jeong"! Já tem até apelidos carinhosos! Você está mesmo se apaixonando, o meu bebê está amando! Vou mandar um oi para ela, por você.

- Omma, espera! Não faz isso!

• • •

Muito bem, Nayeon, vamos lá! Você precisa fazer isso. Precisar a encarar outra vez!

Eu sei que disse a eu mesma que iria tentar manter as coisas como eram antes do que rolou noite passada, mas eu meio que me escondi na escola durante o dia todo!

Mas eu cansei! Preciso a encarar. Precisamos conversar.

E com essa decisão, reuni todas as minhas forças, guardei minhas coisas assim que o sinal anunciou a hora da saída e que todos estavam liberados, seguindo caminho pelos corredores lotados em busca da mesma.

Era meio impossível encontrá-la no meio daquele tanto de alunos, mas graças as informações de Tzuyu, consegui sua localização e a encontrei no banheiro. Assim que ela me viu, seus olhos se arregalaram, tanto por ver ali de repente quanto por eu ter entrado como um furacão, completamente ofegante.

- Nayeon? Você está bem?

- Graças a Hani eu consegui te encontrar. Precisamos conversar.

- É sobre ontem, não é? Olha, eu sinto muito pelo o que eu fiz. Agi sem pensar, não deveria ter feito aquilo.

- Espera, está dizendo que foi um erro?

- S-sim! - Ela negou com a cabeça, deixando minha mente completamente confusa.

- O quê!?

- Eu disse que sim - Ela repetiu o ato.

- Se foi um erro, por que está negando com a cabeça?

- Por que foi um erro. - Ela novamente negou com a cabeça, me fazendo suspirar.

- Olha, vamos conversar sobre isso depois, eu não vim aqui para isso.

- Ah, não? O que quer comigo então?

- Bem, eu... Eu acredito em você.

- Acredita? Em quê? O que você acredita? - Isso é sério? Ela realmente não sabe, ou está tirando com a minha cara? Sinceramente não dá para saber com ela com essa cara de confusão total!

- O Jimin, eu acredito no que você disse. Acredito que ele está me traindo - Ela se surpreendeu.

- Isso é sério? Finalmente decidiu abrir os olhos? O que te levou a perceber? Eu cansei de te avisar e mesmo assim você continuava com aquele papo furado de que ele não faria isso.

- Uma noite em claro de pensamentos. Vários pensamentos! - Inclusive o beijo que tivemos na noite passada!

- Graças a EXID e Wonder Girls! Eu estava ficando putassa com você. Cara, está na cara! Espera, isso fez sentindo? - Ela fez uma cara engraçada - Ah, esquece! A questão não é essa. Fico feliz que finalmente tenha caído na real. Quero dizer, é algo triste demais, eu não deveria estar feliz assim, e...

- Eu entendi, Jeongyeon - Ri de sua embolação com as palavras.

- Mas então, você véi aqui apenas parar dizer que acredita em mim? Uau! Eu fico honrada com isso.

- Na verdade não. Eu não vim aqui apenas para isso - Ela franziu o cenho, insinuando para que eu continuasse - Preciso da sua ajuda.

- Minha ajuda? Com o quê?

- Preciso que me ajude a vê-lo em ação.

E assim o silêncio se instalou. Enquanto mantia a minha postura, ela me encarava com uma expressão indescritível.

- Espera, deixa eu ver se entendi. Você que ver o se "namorado" te traindo?

- Exato!

- Desculpa a pergunta, mas, você está bem? Tomou algum remédio que não deveria? Quer que eu te leve ao hospital, porquê... Quem, em sã consciência, quer ver a pessoa com quem namora a traindo?! - Ela começou a rir descontroladamente - Quando eu penso que não me surpreenderia mas com você, eu mais me surpreendo. Você é uma figura, Im. Isso foi ilário! - A encarei com um olhar mortal, enquanto ela continuava rindo.

- Já deu, não é?

- Desculpa - Ela parou de rir na mesma hora.

- Para sua informação, eu estou em perfeito estado, ok? E segundo, não eu não estou maluca, eu sei o que estou fazendo. Preciso tirar a conclusão de uma coisa, e para isso, preciso ver ele em ação para ver se estou certa do que estou pensando.

- E o que você está pensando?

- Eu, bem... Não posso dizer agora. Quando descobrir, eu digo. Mas, você vai me ajudar ou não vai?

- Tudo bem, eu te ajudo. Se envolve você finalmente largar aquele idiota, eu sempre irei ajudar com o maior prazer do mundo. Ninguém merece ficar com aquele cara.

- Obrigada. Mas o que fazemos agora?

- Bem, hoje mais cedo ele pediu permissão a mamãe para que pudesse ir a sorveteria com um amigo, mas, como eu disse, Jimin não tem amigos. Eu te busco às cinco e meia, iremos a tal sorveteria que ele marcou de se encontrar com o seu "amigo" às seis horas.

- Tudo bem! - Sorri toda radiante a vendo rir.

- Essa é a primeira vez que vejo uma pessoa que está preste a descobrir que está sendo traída, sorrir tanto assim. Como eu disse, você não cansa de me surpreender, Im.

- Nos vemos as cinco e meia, então.

- Sim senhora!

Saímos do banheiro e seguimos nossos caminhos. Eu tinhas exatas uma hora para me arrumar, então não demorei no caminho de casa como sempre faço.

Entrei em casa como um furacão, assustando minha mãe que assistia a um programa de culinária na televisão. Segui para o meu quarto, jogando a mochila sobre a cama e correndo para o chuveiro. Acabei me distraindo um pouco e passei mais de vinte minutos tomando banho. Saí às preças e procurei uma roupa discreta e não chamativa no meu closet. Após estar finalmente pronta, fiquei usando um pouco o celular, até ver a mensagem que avisava que a Yoo já estava em frente ao meu portão.

Peguei meu óculos escuro e coloquei no rosto, desci as escadas rapidamente.

- Mãe, eu vou sair, ok?

- Tudo bem, tome cuidado e... Que porra de roupa é essa? - Ela explodiu em risadas - Está indo a uma festa fantasia? Você parece uma stalker vestida assim toda de preto e pra quê esse cachecol?

- Quer parar de me zuar? Eu estou com frio, simplesmente isso!

- Tudo bem, só estranhei, já que você tem um grande fetiche por moda e sempre quer andar para ganhar o centro das atenções. E com certeza você ganhará. Você se destacará no meio da multidão vestida, as pessoas nem vão se aproximar de você, com medo de serem assassinadas - E lá estava ela rindo outra vez.

- Eu estou indo agora, não quero continuar ouvindo as suas implicâncias com as minhas roupas. Tchau!

- Tome cuidado! E diga a Jeongyeon para ter juízo, viu?

- Como sabe que ela está aqui? E o que quer dizer com "juízo"?

- Tchau, meu amor! Mamãe te ama, você
sabe disso. - Ela me fez revirar os olhos.

- Também te amo.

Resolvi sair de casa fechando o portão sorrateiramente, encontrando Jeongyeon parada no portão. A mesma que assim que me viu, se aproximou e me deu um mata leão.

- Pega ladrão, Ó! Pega ladrão! Alguém me ajuda! Tem um uma ladra assaltando uma casa na vizinhança! - Ela gritou no meio da rua.

- Yah! Qual é o seu problema? Que maluquice é essa de ladrão? Sou eu, caramba!

- Nayeon? É você?

- Não, é a Emilly Watson, de Harry Potter. É claro que sou eu! Será que tem como me soltar? Eu estou começando a ficar sem ar! - Na mesma hora ela me soltou, a olhei com um olhar mortal e a vi engolir em seco e sorrir envergonhada.

- Desculpa, Nay, é que você vestida assim e saindo de fininho daquele jeito, pareceu mesmo que você era uma ladra.- Ela riu.

- Haha, muito engraçado!

- Por que está vestida assim? Achei que o plano era não chamar atenção e não sair na rua parecendo um assaltante.

- Meu Deus! Eu só estou vestida de preto e com um óculos e cachecol tapando a boca, nada demais!

- Nah, você parece um assaltante.

- Será que tem como irmos logo? Você parece a minha mãe tirando sarro de mim.

- Tudo bem, tudo bem. Vamos, entre no carro.

E assim foi feito, seguimos o trajeto até a sorveteria conversamos sobre algumas coisas aleatórias. Assim que chegamos no local, entramos na sorveteria e nos sentmos alguma mesas atrás de uma garota alta e extremamente bonita, mas estranhamos ao não ver Jimin...

- Tem certeza de que é esse sorveteria? - Sussurei.

- Absoluta. Sobe essa máscara, alguém pode te ver e aí seria Bye bye para o seu plano.

Ficamos por mais alguns minutos ali, até que um figura conhecida sair de dentro do banheiro e seguiu rumo a mesa em que a garota estava sentada. Era ele.

Não tiramos conclusões precipitadas, no começo eles apenas conversavam e sorriam um para o outro, poderiam ser apenas bons amigos. Mas quando ele segurando mão da menina e se aproximou para beijá-la e fazendo tal coisa, minhas dúvidas sumiram.

Tranquei o maxilar e fechei firmemente o punho. A raiva me tomou por completo.

- Nayeon...

- Vamos sair daqui.

Peguei minhas coisas e sai andando para fora do local. Estranhei Jeongyeon ter demorada um pouco mais, mas logo a vi sair dali com dois sorvetes em mãos. Entramos no carro e seguimos em direção ao parque em silêncio. Nos sentamos em um banco próximo ao lago, e passamos bom tempo em silêncio.

- Nayeon, eu sinto m...

- Eu estava certa.

- O quê!?

- Eu estava certa, eu estava enganada sobre os meus sentimentos.

- Eu não estou entendo o que está querendo dizer.

Suspirei e me virei para a mesma, que me encarava confusa.

- Eu descobri que estou sendo traída, mas... Eu não me sinto machucada, Jeongyeon.

- Como assim?

- Eu não me sinto triste. Quero dizer, sinto uma raiva tremendo por ele estar fazendo o que faz, mas é só isso. Eu não me sinto triste, não sinto meu coração se despedaçando, não estou machucada como pensei que ficaria.

- Isso é bom, certo?

- Em parte, sim.

- E o que é a parte ruim de tudo isso?

Que eu estava certa. Estava certa por ter confundindo os meus sentimentos e ter achado que estava gostando de Jimin, quando nada verdade... É por você que estou desenvolvendo sentimentos.

- E-eu disse que tem parte ruim?

- Bem, acho que sim.

- Ah, não, não tem parte ruim. Isso é ótimo! Significa que eu não estou machucada e que eu não gostava do Jimin, da maneira que achava que gostava.

- Isso é ótimo! Fico feliz e aliviada em saber que você não está apaixonada por aquele mulherengo! - Ela sorriu.

- É, eu também! - Retribui ao seu sorriso.

- E o que está pensando em fazer agora?

- Algo que eu já deveria ter feito desde a primeira vez em que você me alertou e eu não dei ouvidos.

- E o que seria?

- Dar um ponto final em tudo isso.

E tentar ver se esses sentimentos que talvez eu sinta por você, sejam passageiros ou definitivos.