Capítulo 12
Yoo Jeongyeon
Três semanas se passaram desde que Nayeon e eu começamos a namorar. Eu nunca pensei que Yoo Jeongyeon, a namoradeira sem vergonha, iria dizer isso, mas... Sim, meus caros, eu estou amando. E amando muito!
É meio estranho, já que eu nunca cheguei a ter um relacionamento sério, e o único que chegou a ser consideravelmente sério, foi um completo fracasso. Mas eu estou adorando e amando tudo isso. Com a Naeyon, tudo é diferente.
Obviamente, a nossa tentativa de manter as coisas escondidas foi um tremendo fracasso. Sunmi e a mamãe descobriram no mesmo dia que estávamos tendo algo. E em parte isso foi culpa minha.....
Tudo bem, eu admito que foi tudo minha culpa. Eu sou uma péssima mentirosa e não sou boa em guardar segredos.
Mas olhem pelo lado bom, a reação delas foi melhor do que esperávamos. Nayeon estava tão frenética e com medo da reação dos meus pais, que esqueceu que ela poderia estar errada. E foi exatamente isso o que aconteceu. Meus pais não nos criticaram, pelo contrário, eles super nos apoiam. Eles dizem que sempre desconfiaram, mas estavam esperando tomarmos alguma providência.
Está tudo indo perfeitamente bem! Jimin se mudou de vez para a base militar, mas não antes de ir, o próprio foi a delegacia e se auto denunciar por tentativa de estrupo contra a Naeyon o que chocou todo mundo. Ele seria preso, se as Im não dissessem que não seria necessário, e retirassem a queixa.
Aquele dia foi tão caótico que a mamãe chegou a passar mal duas vezes. Eu perdi as contas de quantas vezes Jimin se ajoelhou e pediu perdão a Im, a mesma que estava toda envergonhada e sem graça com a situação.
Perguntamos o motivo dele ter feito isso, e ele respondeu dizendo que entendia o que ela tinha sentindo. Que passou pela mesma coisa algumas semanas depois de ido a base militar do tio Namjoom. Jimin disse que se não fosse por um colega da base, ele estaria morto agora. Tal colega que agora é tão íntimo dele que todos desconfiam de seu relacionamento.
É algo bizarro de se ver, já que Jimin cansou de bater no peito e se assumir heterosexual. Mas o que posso dizer? As coisas podem te surpreender, meus caros.
Enfim... Isso é uma breve recapitulada de tudo o que aconteceu nas últimas semanas. Eu tirei algumas coisas, como o fato de Sana e Tzuyu estarem e agirem estranhas de uns dias para cá. Ou a Mina fujindo da pobre garota que a intitulamos como: "A gloriosa que deixa a Mina Cadelinha", ou, "A misteriosa e gloriosa Deusa da cama".
Obviamente ela quase nos matou por isso, mas deixou passar quando dissemos que iríamos parar com aquilo. Porém não mentimos, hehe!
O que podemos fazer, não podemos perder uma grade oportunidade como essa para tirar sarro da cara da Myoui. Afinal das contas, não é todo dia que vemos Myoui Mina cadelinha por uma garota de uma noite só, não é mesmo?
Mas voltando a minha mais nova vida amorosa, eu não sei muito o que dizer. A única palavra que eu consigo usar para descrever é "perfeição". Posso estar sendo repetitiva mas, me sinto a garota mais feliz e sortuda do mundo. Nayeon é a melhor pessoa para se ter ao seu lado. Ela é compreensiva, não é invasiva, é carinhosa, engraçada, adorável, e quando é necessário também consegue ter uma dupla personalidade e ser mais atrevida quanto eu.
Acho que sabem do que eu estou me referindo, não é mesmo?
Sobre avanços em nossa intimidade, temos tido ótimos progressos. As coisas têm esquentado um pouco entre nós duas, mas Nayeon ainda não parece pronta, e eu devidamente a entendo. Não quero a forçar a nada. Espero o tempo que for necessário, contanto que ela esteja bem e confortável com aquilo. Afinal, eu não estou com ela por desejo sexual, estou com ela porque a amo, e se ela ainda não está pronta, eu esperarei.
- Tá pensando na Nayeon outra vez? - Minha mãe zombou.
- Como sabia?
- Você nem disfarça mais. O meu bebê realmente se apaixonou dessa vez, que fofinho! - Ela levou a mão ao peito, sorrindo e secando uma lágrima imaginária.
- Ah omma, pare com isso.
- Não! Não é toda hora que eu vejo o meu bebê apaixonada, me deixa tá bom?! - Ela me fez rir.
- A senhora veio aqui só para tirar sarro de mim?
- Não, vim te avisar que a Naeyon está lá em baixo.
- Por que ela não subiu?
- Porque vocês já estão atrasadas. Agora corre e chispa para a escola, antes que eu te dê uns cascudos!
- Eita bichinha bipolar!
- Anda logo!
- Tá bom! Já estou indo.
Peguei minhas coisas, deixei um beijo estalado na bochecha da minha mãe e desci a escada correndo. Na pressa, acabei trombando com a Im, que quase perdeu o equilíbrio.
- Opa, desculpa, Naychu! - Sorri envergonhada.
- Para onde vai com essa pressa toda? - Ela riu.
- Desculpa, eu perdi a noção do tempo. Me esquecido horário.
- E também esqueceu a sua gravata - Ela tocou com o dedo o meu peito.
- Eita! É verdade!
- Sinceramente, você só não esquece a sua cabeça porque as duas são grudadas no corpo - Mamãe me fez rir - Toma - Ela jogou a grava em minha direção.
- Obrigada, omma. Quer fazer às honras? - Sorri divertida para Nayeon.
- Eu deveria? - Ela entrou na brincadeira.
- Eu adoraria - Segurei sua cintura e me aproximei dela.
- Cof cof! Eu ainda estou aqui!
- Desculpe, tia Tae - Nayeon rapidamente se separou, fazendo minha mãe e eu rirmos.
- Está tudo bem querida, mas eu acho que vocês duas deveriam ir agora, deixem para se divertirem depois, ok? De preferência, esperem eu sair para viajar mais tarde - Ela piscou.
E pronto, o rosto de Nayeon ficou completamente vermelho. Pobrezinha, as vezes a mamãe exagera um pouco.
- Omma, você sabe que ela fica com vergonha de qualquer coisinha, e a senhora ainda mete uma dessa?
- Eu apenas joguei no ar. É uma frase normal, desde quando diversão é apenas sexo? Vocês também podem assistir filmes, ou jogar videogame. Eu não fiz nada, vocês é que distorceram as coisas. E se chegaram a distorcer, ou é porque são duas pervertidas, ou porque já estão nesse patamar.
Na mosca, senhora Yoo. Belo ponto! Bela jogada!
- Eu não entendo mãe, a senhora é tão boa nesse ramo de desvendar as coisas, por que não investe nisso e se torna uma detetive? Porque sinceramente, ou a senhora é tão boa assim mesmo, ou você tem uma bola de cristal, porque eu vou te dizer, a senhora... Ai!!! - Nayeon deu um beliscão.
- Para de confirmar! - Ela falou entre os dentes, sorrindo sem graça para a minha mãe.
- Qual o problema querida?
- É qual o problema? Até parece que as coisas não estão esquentando entre nós duas.
Houve um momento de silêncio entre nós três e as duas estavam me encarando. Nayeon me encarava como se fosse me matar a qualquer segundo, então minha mãe me encarava surpresa.
- Ai meu Deus! Eu falei só para provocar e brincar um pouquinho, não sabia que estava certa! - Ela começou a rir. Eita, fiz merda!
- Hahaha... Me pegou direitinho mamãe, mas acho bom achar um jeito para me salvar de não ser morta.
- Eu não, briga de marido e mulher, não se mete a colher. Tenho que arrumar as minhas malas, então... Por que não se resolvem no caminho da escola? - Ela subiu as escadas dando risada. Ora sua Traidora! Deixa quando você precisar de ajuda para enrolar o papai e conseguir gastar dinheiro com comida! Você me paga, Yoo Taeyeon!
- N-Nayeon, eu te amo, sabia?
- Se prepare, Yoo Jeongyeon - Vixi, chamou pelo nome, tô fodida! - Vamos ter uma pequena conversinha amigável mais tarde. Ah não! Eu vou fazer melhor...
- O-o que vai fazer?
- Você verá - Engoli em seco sentido minha alma sair do corpo. O poder que esse olhar tem sobre mim, é incrível!
Ela pegou as suas coisas no sofá e saiu me olhando com seu olhar penetrante e medonho. Se uma pessoa pudesse matar com um olhar, eu já estaria dentro de um caixão!
Acho que eu a deixei brava. Isso é tudo culpa sua, mamãe!
O caminho para o colégio foi eu tentando acalmar a fera e pedir desculpa, mas ela estava se fazendo de durona, então precisei apelar e a agarrar assim que descemos do carro.
- Me solta, Jeongyeon! E-está todo mundo olhando!
- Não até você dizer que não está mais brava comigo.
- Não vou fazer isso.
- Naychu, ela me enganou. A mamãe me enganou e eu caí no jogo dela, tecnicamente, foi um acidente.
- Claro, então também será um quando a minha mão, "acidentalmente", voar na sua cabeça outra vez, certo?
- Olha, não é tão ruim assim, ok? Olha pelo lado bom, agora ela sabe que estamos tendo avanços íntimos e não vai ligar quando a gente estiver em nossos momentos.
- Ai meu Deus! V-você é tão sem vergonha assim? Teria coragem de fazer isso com os seus pais em casa? - Ela me encarou com os olhos arregalados e o rosto avermelhado.
- Bem, eu já fiz, então...
- Meu pai... Tá vendo, Hani? Me fez me apaixonar por uma maluca pervertida! - Ela olhou para o céu.
- Eu não sou pervertida, tá bom? - Nayeon levantou a sombrancelha, me fazendo suspirar - Talvez só um pouquinho.
- Só um pouquinho? Jeongyeon, você é a pessoa mais pervertida, sem vergonha, descarada e safada que eu já conheci.
- Mas você não reclamou quando quase caiu nos meus encantos naquela noite - Sorri maliciosa, a vendo engolir em seco e ficar estática.
- E-eu... E-eu... - Parece que alguém perdeu os argumentos, não é mesmo?
- Ficou sem palavras, foi? - Provoquei.
- Vai se foder!
- Sozinha não tem graça, você vem comigo? - Eu sei que devo parar, mas aí não tem graça. Eu gosto de ver ela toda bravinha.
Ela fechou os olhos e respirou fundo, me encarando em seguida e forçando um sorriso.
- Se ainda tem amor a vida, recomendo que se acalme um pouquinho, pequena Jeong, Ela se assustou quando segurei sua cintura e colei nossos corpos, dando um rápido selinho em seus lábios.
- Eu posso ser tudo, coelhinha, mas não sou pequena. - Sorri maliciosa.
Tudo bem, eu vou parar. Vou parar antes que ela exploda de tão vermelha que está.
Ela me empurrou e limpou a garganta, piscando os olhos frequentemente, coçando a cabeça como um costume de nervosismo.
- V-você não tem jeito!
- Mas você me ama mesmo assim, baby. Eu sei.
- Droga... - Ela murmurou, me fazendo rir.
Retornamos a andarmos para dentro da escola, mas paramos no meio do caminho quando vimos algo que nos deixou de boca aberta. Naquele momento o tempo parecia ter parado, e tudo o que conseguimos fazer foi abrir a boca que o queixo quase bateu no chão.
Sentimos um certo alguém pular em nossas costas, mas nem isso nos tirou do nosso pequeno transe de choque.
- Que caras são essas? Parece que virão um fantasma - Disse Mina antes de também olhar para onde nossos olhos estavam fincados, tendo a mesma reação que a nossa.- WHAT FUCK??! MINATOZAKI SANA E CHOU TZUYU SE BEIJANDO?!! - Ela gritou em nossos ouvidos, assustando o... Casal?
Eu acho que estou tendo alucinações, caso contrário, eu acabei de ver essa duas se beijando! Na boca! Um beijo bem íntimo por sinal!
Na mesma horas as duas se separaram e nos encararam com os rostos corados e com um sorriso sem graça. A nossa expressão era de surpresa total. Onde já pensou? As duas pestes juntas? As duas pestes que juraram que nunca iriam ficar juntas?
Ela se aproximaram com a maior cara de pau.
- É impressão minha, ou sei lá, eu vi coisas, mas vocês duas estavam se beijando??! Tipo... BEIJANDO??! - Disse Nayeon.
- Surpresa?- Sana recebeu um tapa de Tzuyu - Ai, amorzinho!
- Amorzinho?! - Falamos em união.
- Eu te falei que alguém iria ver, eu te falei! Mas você ouviu? Não! - Disse a Chou.
- Se acalme aí Poste, deixa o seu chilique pra depois, ok? Abre o bico agora mesmo, desde quando vocês estão saindo?! Vocês tão namorando e não nos contaram!? Cadê aquele papo de amizade sem segredos, hein?! - Mina cruzou os braços.
- Iihh, não dá chilique também não, se eu não posso, você também não pode!
- Será que tem como pararem com isso, e nos explicar o que está acontecendo aqui? Por favor?!
Ficamos boca aberta quando vimos a Minatozaki segurar a Chou pela cintura e colar os seus corpos, elas se olharam e sorriram uma para outra, nos encarando em seguida e entrelaçando os seus dedos.
- Tzuyu e eu estamos namorando! - Disse Sana.
- É... Fodeu! - Mina nos surpreendeu, recebendo os olhares de reprovação do novo casal - Olha só, não me levem a mal, ok? Eu amo vocês viadas, desejo tudo de bom, mas vocês são umas pestes! Imagine duas pestes juntas?! Compartilhando o mesmo cérebro?! Estamos fodidas!
- Eu concordo com o raciocínio dela.
- É, faz todo o sentindo. - Nayeon completou.
- Yah! - Elas exclamaram.
- Tá bom. Como começou? Quando? Onde?
- Bem, tudo começou naquela desta - Disse Tzuyu.
- Mas foi mês passado! Vocês estão escondendo isso desde o mês passado?!
- Na verdade não. Vocês não chegaram a
ver porque foram embora antes mesmo da festa acabar, mas depois que partiram para não sei a onde, teve um jogo de verdade ou desafio.
- Isso é tão clichê, parece até fanfic essa porra - Mina suspirou em desânimo.
- Falou a gay que gamou em uma garota que nem conhece, por um noite de sexo! - A Chou nos fez rir.
- E-eu não gamei em ninguém!
- Gaguejou, perdeu o argumento!
- Concordo - As meninas disseram.
- C-continua com a sua historinha, vai?
- Enfim, voltando... A garrafa parou em nós duas e fomos desafiadas pelo viado do Félix. Ele nos desafiou a nos beijarmos na frente de todo mundo, e a songa monga da Sana aceitou! Não é mesmo, Sana?! Ela olhou para a sua mais nova namorada, que sorriu sem graça e concordou - Eu aceitei só para não deixar ela sem graça na frente de todo mundo, mas depois daquele beijo tudo mudou. Passamos a agirmos de forma estranho perto uma da outra.
- Pois é, percebemos. Parecia que tinha uma tensão entre vocês duas - Disse a Im.
- Tiramos um dia para conversar, e no final acabamos nos beijando outra vez. Foi bizarro, mas depois percebemos que havíamos desenvolvimento sentimentos uma pela outra, e, bom, deu nisso. Agora estamos namorando! - Sana bateu palmas.
- Eu nunca pensei que vocês duas acabariam juntas.
- Vai por mim, nem mesmo nós duas passávamos isso. Para você ver como o universo é bizarramente confuso e maluco - Tzuyu nos fez rir.
- Meus parabéns a vocês! Pode parecer estranho, mas vocês combinam.
- Não sei se recebo isso com um elogio, ou como um insulto. O que quis dizer com "pode parecer estranho"?
- Nada, Tzuyu, nada.
- Viva ao novo casal!!!! - Nayeon evantou os braços.
- Não acredito que eu, a pregadora, sou a única solteira do bando! - Mina riu.
- Tá solteira porque quer, gata. Tem uma diva da cama que está correndo atrás de você, mas você está fugindo com medo de admitir que gamou por uma garota de uma noite só.
- Olha, eu estou muito feliz com relacionamento de vocês, sério mesmo. Mas eu vou matar a sua namorada agora, Sana, desculpa!
Mina se aproximou da Chou mas Sana entrou na frente.
- O meu amorzinho não! - Sana nos fez rir.
- Aí, vocês são chatas demais! Eu não gamei, tá bom? Eu estou livre! Não gosto de ninguém, ok?
- Então conversa com a gata, linda? Não dê falsas esperanças a ela.
- Exato, não custa nada bater um papinho com ela - Nayeon completou.
O sinal bateu, anunciando a hora de entrar para nossas devidas salas.
- Salva pelo bongo, minha cara Myoui!
- Ah, vão se ferrar, ok?! Vocês estão doidinhas da cabeça!
E assim ela saiu andando, para a sua sala, nos fazendo rir.
• • •
Após uma proposta repentina de Mina - que ela usou o relacionamento de Tzuyu e Sana como desculpa, quando na verdade é por outro motivo que ela insiste em dizer não ser devido a garota que não sai da sua cabeça - Estamos em um bar.
Uma pena a minha Im não poder vir com a gente. Nayeon disse que ficaria em casa para porque tinha alguns trabalhos acumulados, mas ela não se importou se eu viesse. Só me ameaçou dizendo que se eu olhasse para qualquer garota, ela me mataria. E ainda pediu para que Mina ficasse de olho em mim.
Como sempre, enchemos a cara. Bebemos mais do que deveríamos e agora estávamos todas bêbadas. Mas percebendo que daria problema se fossemos a escola de ressaca, decidimos pararmos por ali e irmos para casa.
- Entrem no carro, eu deixo vocês em casa.
- Viva! Carona de graça! - Sana
comemorou.
- Não acho que é uma boa ideia, Jeongyeon. Você está bêbada - Mina disse com um certo receio.
- Ah, deixa de ser medrosa, Minari.
- Tzuyu Zombou.
- Ela tem razão, eu não estou tão bêbada
assim. Eu estou em consciência.
- Não sei não... Não estou com um bom pressentimento.
- Então vamos andando.
- Ah não! Vamos de carro, eu mal consigo andar, estou tonta! - Sana exclamou.
- Não estaria se não tivesse bebido tanto - A Myoui rebateu.
- Para início de conversa, você que deu a ideia de irmos beber. Agora aguenta!
Mina suspirou e fechou os seus olhos.
- Vamos, Mina. Prometo que vou tomar cuidado, tá bom?
- Tá bom- Ela suspirou - Mas tome cuidado, é sério, eu não estou com um bom pressentimento.
- Que nada, o que de tão ruim poderia acontecer?!
E assim todas entramos no carro. Até aí tudo bem, tudo estava indo perfeitamente bem, eu estava correndo na velocidade indicada, respeitando as normas, tudo indo devidamente bem. Até que eu filho da puta desgraçado não respeitou o sinal e bateu em cheio na lateral do meu carro!
Tudo aconteceu tão rápido, que eu não tive nem tempo de frear. A batida não pegou no meu lado, e sim no lado do banco do passageiro em que Mina estava. A batida não foi tão forte, mas eu não tinha tanta certeza disso.
- Merda! Essa cara é maluco?! - Eu gritei - Vocês estão bem? Estão todas bem?
- Ai, minha cabeça - Sana reclamou.
- Yoo Jeongyeon! Você não sabe dirigir não?! Eu vou ficar com torcicolo! - Disse a Chou.
- Que bom que vocês estão bem. E você Mina?- Esperei por sua resposta, mas ela não respondeu, o que me fez estranhar - Mina?
E novamente ela não respondeu. Comecei a me desesperar. Me soltei do cinto e segurei o seu rosto, me surpreendendo ao ver o sangue escorrer pela sua testa e ela estar com os olhos fechados.
- Ei, Mina! Não tem graça, pare com esse tipo de brincadeira! - A sacudi, mas a mesma continuava não respondendo.
- Ai meu Deus! - Tzuyu Soluçou.
- Droga, Mina, responde!!!
-bUnnie, vê se ela está respirando! - Sana gritou.
Levei a minha bochecha para a frente do seu rosto, sentindo sua respiração bater na mesma, o que me tranquilizou um pouco.
- Ela tá respirando - Elas suspiraram aliviadas.
- Temos que levá-la a um hospital agora mesmo!
- T-tem um hospital aqui perto, é bem ali na frente.
- Vamos rápido!
Descemos correndo do carro, e nos surpreendemos ao ver o pedaço do vidro da janela do carro presa no seu braço. Sem mais demora, a peguei no colo cuidadosamente, com todo o cuidado para não machucá-la. Saímos correndo pela ruas, conseguindo os olhares de todos que passavam por nós.
Pelo caminho, vendo ela ainda inconsciente sem nos responder, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Droga! Ela ainda avisou! É tudo culpa minha, eu deveria ter ouvido!
Graças a Deus as pessoas, vendo o estado
da situação, abriram o caminho para que pudéssemos passar sem problema algum, e em pouco minutos chegamos ao hospital.
- Socorro! Alguém me ajuda por favor! - Gritei assim que entrei no hospital.
- Pelo amor de Deus, isso é um caso de emergência, por favor nos ajudem! - Tzuyu soluçou, com as suas lágrimas rolando pelo rosto.
Em questão de segundos uma equipe médico se aproximou e a tirou dos meus braços, a colando em uma maca e correndo com ela para uma sala de operação, devo ao pedaço de vidro em seu braço.
- Senhoritas, vocês não podem entrar, por favor esperam aqui fora - Disse a enfermeira.
- O quê? Não! Eu não posso deixar ela sozinha, eu...
- Senhorita, por favor. Mantenha a calma, tudo irá se resolver, mas eu preciso que se acalme.
- Meu Deus... É tudo culpa minha. É tudo culpa minha! - Me sentei no banco ao lado da sala.
- Eu preciso entrar agora para ajudar o médico, já volto para informar as notícias.
A vimos entrar na sala de operação. Sana chorava no peito de Tzuyu, que a abraçava e dizia que iria ficar tudo bem.
Com as mãos trêmulas, peguei o celular no meu bolso e liguei para a primeira pessoa que consegui pensar. Nayeon.
- Alô? Jeongyeon?
- N-Nayeon - Solucei.
- Você está chorando? O que aconteceu?
- Acidente, foi um acidente...
- Olha, se é pelo o que aconteceu de manhã, está tudo bem, eu não estou tão brava com você, e...
- Não, eu não estou falando disso, Nayeon, um acidente de carro, a Mina... A Mina... É tudo culpa minha!
- A-acidente de carro? Ai meu Deus, Jeongyeon, vocês estão bem? Ela está... Com ela está... Espera, não diga mais nada, onde vocês estão?
- Estamos no hospital SNUH.
- Eu estou a caminho, ok? Eu não demoro!
- Tudo bem. Por favor, tome cuidado.
- Eu irei. Eu te amo.
- Eu Também te amo.
Ela desligou a ligação.
Em menos de vinte minutos ela chegou correndo no corredor. Ela correu em nossa direção, me levantei e avancei em seus braços, escondendo o meu rosto em seu pescoço.
- O que aconteceu? Vocês estão bem? Se machucaram? - Ela perguntou preocupada.
- É tudo culpa mim, Nay. Ela avisou, mas eu continuei insistindo.
- Jeongyeon, isso não é verdade.
- É sim! E agora, se alguma coisa acontecer com ela, eu nunca vou me perdoar!
A ouvi soluçar e suspirar, tentando contar as suas lágrimas.
- Jeongyeon, o seu braço está sangrando. Tem um arranhão.
- Isso não importa agora, Nay. Eu estou preocupada com ela.
- Olha, eu já avisei a mamãe a tia Hyu, elas estão a caminho. Enquanto a isso, vamos nos acalmar, tudo bem? Vamos esperar os médicos com as notícias, ok?
- Tá bom.
Nos sentamos no banco, deitei minha cabeça em seu ombro, sentindo uma carícia em minha cabeça. Com o passar dos minutos, conseguimos nos acalmar um pouco, e na mesma hora os médicos começaram a sair da sala. Rapidamente nos levantamos, vendo os enfermeiros saindo com a maca em que estava estava deitada.
- Mina...
- Ela está bem. Tudo o ocorreu bem, o vidro foi removido e o sangramento foi estancado. Ela está fora de perigo, vai ficar bem.
- P-por que ela ainda está desacordada, doutor? - Sana perguntou.
- É a anestesia, ela deve acordar daqui a pouco.
- Podemos vê-la?
- Claro, vamos para o quarto em que ela vai ficar.
O fizemos e fomos todas para um quarto particular. Os médicos nos deixaram a sós. Nos aproximamos da maca, a vendo se remexer.
- Mina? Consegue me ouvir? Mina?
- Para de chorar... Idiota - Ela disse fraco, me fez rir.
A vimos abrir os olhos, o que nos fez desmoronar de vez. Dessa vez era um choro de alívio. A ajudamos a se sentar na maca.
- Eu sinto muito, eu não deveria ter insistido tanto!
- Eu também nem deveria ter dito que não conseguia andar, eu nem estava tão bêbada assim. Desculpa, Mina-ah! - Sana chorava feito criança.
- Ai, parem de chororo! Eu tô bem, não estão vendo? Não foi culpa de vocês, e sim daquele maluco.
- Eu juro que se eu encontrar aquele desgraçado, eu mesmo mato viu? Onde já se viu? Dirigir e não respeitar o sinal? - Nayeon disse incrédula.
- Você tá mesmo bem? Está doendo? Sente dor em algum lugar?
- Só o meu braço e cabeça que estão bem doloridos, mas tirando isso, eu estou bem.
- Os médico disseram que você vai ficar bem. Mas eu não confio muito em médico não, então me diga se sentir alguma coisa, tá bom? - Disse Sana.
- Mas ela vai ficar bem - Uma voz que não conhecíamos surgiu na sala.
A porta foi aberta, revelando uma figura de uma mulher meio alta, vestida em um jaleco. Mina arregalou os olhos quando viu a moça, que a encarava com uma expressão preocupada.
- U-unnie? - Mina disse.
- Unnie? - Nós repetimos.
- Vocês se conhecem?
-bParece que agora voce não conseguir fugir de mim, não é mesmo, Min? - A moça disse.
Demorou alguns segundos para que tivéssemos uma luz e lembrarmos de quem poderia ser essa mulher misteriosa.
- Ah!!! Você é a misteriosa e gloriosa Deusa da cama que deixou a Mina cadelinha!
- Jeongyeon!!!! - Ela me repreendeu, reclamando de dor em seguida.
- Deusa da cama, é? Gostei - A mulher sorriu maliciosa.
- Não é que ela é bonita mesmo? Agora eu entendo porque você fala tanto dela - Sana recebeu um tapa de sua namorada como resposta.
- Você fala de mim para suas amigas, Baby?
- Eita, chamou de baby... Ela tá na tua! Eu
te disse!
- Sumam daqui! - Mina exclamou com o rosto todo vermelho.
- Não, claro que não!
- Infelizmente vocês terão mesmo que irem para casa. Eu não quero separar vocês nem nada, mas...
- Quer ficar com ela sozinha, não é? Eu entendo... Essa sua cara não me engana - Tzuyu sorriu maliciosa.
- Quando é que isso vai acabar? - Mina nos fez rir.
- Não, senhorita...
- Tzuyu. Chou Diva Tzuyu.
- Senhorita Chou , infelizmente o horário
de visitas permitido já terminou, e agora, apenas o responsável da senhorita Myoui pode ficar a noite.
- A Tia Hyu e mamãe já estão a caminho,
Mina - Disse Nayeon.
- Não, eu não vou deixar ela sozinha com você!
- Senhorita, eu sou médica, sou a única que pode cuidar dela agora.
- E como eu posso saber as suas intenções com ela? Sabemos o que aconteceu entre vocês duas, sabe lá o que vai fazer com ela!
- Eu não tenho segundas intenções. O que aconteceu entre nós duas, e algo pessoal, não misturo o lado pessoal com o profissional. Nesse momento eu sou Son Chaeyoung, médica com um doutorado, e o segundo em andamento. O meu objetivo é cuidar dela, e ter a total certeza de que ela está bem.
- Jeongyeon, quer parar com isso? Ela é médica! - Nayeon me repreendeu.
- Mas, Nay, ela...
- Ai, só escutem o que ela está dizendo, por favor. A minha cabeça está explodindo - Mina suspirou.
- Mina.
- Está tudo bem, Jeong. Eu vou ficar bem. Ela não vai fazer nada. E a mamãe já está a caminho, eu não vou ficar sozinha. Vocês podem ir.
- Eu preciso fazer alguns exames de check up para ter certeza de que está tudo bem com a minha paciente, preciso estar a sós com ela para isso.
- Não está ajudando, ela já é desconfiada e você ainda fala isso? - Mina bateu em sua própria testa - Olha, só vão, ok? Amanhã vocês voltam aqui.
- Tudo bem. Aqui está o seu celular, milagrosamente ele resistiu ao impacto do carro. Me ligue qualquer coisa, se um certo alguém tentar fazer algo também.
- Tá, tá! Agora vão, já está tarde. Nayeon unnie, vê se acalma um pouco essa fera, tá bom?
- Pode deixar - Nayeon sorriu - Nos ligue e nos mantenha informadas, por favor.
- Pode deixar.
Pegamos nossas coisas e saímos da sala, não antes de eu olhar nos olhos da médica e tentar a amedrontar, a vendo sorrir amigavelmente mente e nos desejar uma boa noite.
Tzuyu e Sana pegaram um táxi, já que o meu carro foi pro brejo. Sorte que eu tenho seguro!
Assim que Nayeon e eu chegamos em minha casa, a primeira coisa que eu fiz foi me jogar no sofá.
- Toma, beba um pouco de água. As suas mãos estavam tremendo mais cedo, se acalme, você ouviu a médica, ela vai ficar bem e está fora de perigo.
- Foi horrível, Nayeon. Foi a pior imagem a se ver. Ela é minha melhor amiga desde que tínhamos cinco ou quatro anos, quando eu a chamei e ela não respondeu, eu pensei que tivesse a perdido. E se isso tivesse acontecido, eu iria me culpar pelo resto da minha vida.
- Não foi sua culpa, foi um acidente.
Vocês mesmas disseram que foi um outro motorista que não respeitou o sinal. Então não é sua culpa o que aconteceu, e sim dele. Pare de se culpar por algo que não fez, tá bom? - Ela segurou o meu rosto e sorriu fraco.
- Obrigada, Nay...
- Pelo o quê?
- Por estar aqui comigo. Obrigada.
- Eu sempre vou estar.
Segurei a sua mão e a beijei. Segurando o seu rosto em seguida e deixado um selinho em seus lábios. Tal selinho que acabou de tornando um beijo mais demorado e cheio de sentimentos. Quando o ar faltou, nos separamos para respirarmos e emendamos em outro.
A puxei para mais perto, a sentando em meu colo e abraçando a sua cintura com meus braços. Sua mãos traçava um trajeto do meu rosto aos meus ombros com alguns aperto de leve, enquanto nossas línguas dançavam em harmonia.
Me surpreendi ao vê-la descer os seus beijos para o meu pescoço, beijando, e mordendo se leve. Meu corpo passou a esquentar mais do que devia, meus hormônios estavam indo a loucura e aos pouco eu estava cada vez mais entretida com o que estava acontecendo.
Segurei o seu rosto em busca dos seus lábios e os beijei outra vez. Minha mão desceu para a barra da sua blusa, mas ela me impediu me segurando.
- Se sente melhor? - Ela perguntou ofegante.
- Sim, muito melhor - Ela riu.
- Ótimo... Vamos parar por aqui.
- Claro... Espera, o quê?! Por quê?
- Bem... - Sua mão desceu do meu pescoço ao meu abdômen, cansando arrepios por todo o meu corpo, parando no meu cinto. Os beijos e maltrato no meu pescoço voltaram, arrancando meu pesados suspiros.
Não consigo entender como apenas beijos e mordidas no pescoço - coisas que nunca foram minhas fraquezas - conseguem me deixar tão fora de si.
- Lembra que um certo alguém me deixou um pouco brava mais cedo? - Ela sussurrou em meu ouvido, me encarando e sorriso em seguida.
- Ah não.
- Ah sim.
- Você não faria isso comigo, não é? Não seria tão má ao ponto de me atiçar e parar, certo?
- Uma menina má deve ser punida.
- Existem outras formas de punição, eu conheço uma bem divertida que nós duas iremos gostar.
- Uma punição não deve ser algo que você goste. Deve ser algo que não goste e não queira que se repita, só assim você nunca mais irá abrir o bico.
- Você é má! - Ela riu, segurando o meu rosto e deixando um rápido beijo em meu lábios.
- Acho que agora você consegue aprender a mentir um pouquinho.
Ela se levantou e saiu andando para a cozinha. Me deixando sentada no sofá, incrédula com a audácia da garota baixinha!
Onde e quando foi que ela ficou tão atrevida assim?
- Nay, eu nunca mais vou abrir o bico, eu prometo! Mas não me deixa nesse estado! Meu corpo está em chamas! - Ela gargalhou.
- Esses olhinhos de gato abandonado não irão funcionar. Não dessa vez. Vamos assistir a um filme que esse fogo se acalma.
- Ahh!!! Eu não quero assitir filme, eu quero você!
- Fica para a próxima, baby. Talvez na
próxima você consegue.
Arregalei os olhos, não conseguindo conter um sorriso vitorioso.
- Espera, está me dizendo que você está pronta?
- Não, eu estou dizendo que talvez na próxima você consiga o que tanto quer. Mas... Por agora, eu só te darei um beijo. Nada além disso.
- Mas apenas beijo não vai ajudar a minha situação!
- O filme ajuda, vou colocar um desenho e rapidinho você acalma esse fogo.
- Eu não quero ver desenho, eu quero...
- Você me quer? - Céus, esse tom de voz me mata! Acabei mordendo o lábio inferior e engolindo em seco - Você me quer tanto assim? - Essa não, ela está se aproximando!
- Quero.
- Então... Mantenha o bico fechado, Bear - Ela deu dois tapinhas no meu ombro. Passando por mim com dois pacotes de salgadinhos - Vamos, vamos assistir a um desenho que vai te acalmar rapidinho.
- Você é tão má!
- Mas admita, você gosta.
- Odeio saber que você tem total razão sobre isso!
- Você deveria dar um jeito no seu... Amiguinho animadinho aí - Olhei baixo e vi um certo alguém dar sinais de vida.
- Por que você não faz isso por mim? - Sorri maliciosa.
- JEONGYEON.
- Não custa nada tentar, não é mesmo?
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