Capítulo 11
Yoo Jeongyeon
Exatos cinco minutos se passaram desde que eu praticamente me abri para a Nayeon, e a mesma está calada, me encarando com os olhos arregalados desde então. É como se ela tivesse entrado em um estado vegetativo ou tivesse sido desligada da Terra.
Tudo bem... Essa não foi o tipo de reação que eu estava esperando!
É sério que ela não vai dizer nada? Nem ao menos pra me rejeitar? Esse clima está acabando comigo! Por que ela está me olhando assim?! AHHH!!!
Eu já estou começando a me sentir uma idiota por ter dito isso. Por quê? A Jeongyeon de antigamente nem se importaria se levasse um fora de primeira, mas por que eu estou tão nervosa assim? É só um fora! O que está acontecendo com você, Jeongyeon?
Eu não aguento mais isso!!!
- N-Nayeon? Ainda está aí? - Decidi quebrar o silêncio - Nayeon? Olha, o que eu disse...
- V-você estava brincando? Você estava brincando, não é? - Ela riu de nervosismo. - Ela quer que seja uma brincadeira? Meu Deus, ela não gosta de mim?!
- B-bem, eu... - Fechei os olhos e respirei fundo. Não, eu não vou mais fugir disso. Onde já se viu? Yoo Jeongyeon com medo de levar um fora?
Mina tem razão, se eu perder tempo demais, se eu continuar embromando e nunca dizer o que sinto, posso acabar perdendo ela. Posso acabar perdendo ela para outra pessoa por ter medo de me arriscar!
- Não. Eu não estou brincando, Nayeon. Eu gosto de você. - Ela agora tinha uma expressão mais leve, mas ainda parecia que estava duvidando do que eu estava dizendo - Sinceramente, eu não sei quando isso começou. No início eu pensei que fosse doideira da minha cabeça, afinal, eu tenho alguns parafusos a menos - Eu ri, enquanto ela me encarava atentamente.
- Mas, quando eu percebi que passava tempo demais te admirando, ou pensando em você. Como também não consigo te tirar da minha cabeça em momento algum, ou quando não quero me afastar de você, que quero estar ao seu lado a todo momento. Ou no momento em que percebi que... Dependo de você. Nayeon, eu acho... Acho não, agora eu tenho certeza de que eu me apaixonei por você.
- Por favor, para - Ela me surpreendeu.
- O quê?
- Quero dizer,continua! Não! Para! AHHH! - A encarei completemente confusa. Ela quer que eu pare, ou continue? Não entendi!
- Desculpa, Nayeon, mas eu não estou entendo.
- Nem eu! - Ela se levantou da cadeira, passando a caminhar de um lado para o outro com suas mãos na cabeça, mexendo em seu cabelo. - E-eu não sei o que pensar ou dizer. V-você gosta de mim?! Isso é... Isso é impossível! Por isso eu repito, você tem certeza de que não está brincando comigo? Porque se estiver, Yoo Jeongyeon, se considere uma mulher morta! - Ela me ameaçou, me fazendo rir.
- Vem aqui - Ela me encarou desconfiada - Anda, senta aqui - Bati no espaço próximo a mim na maca.
Mesmo ainda desconfiada, ela se aproximou e se sentou perto de mim. Segurei a sua mão e posei a minha em seu pescoço, acariciando a sua nunca. Nayeon seguia todos os meus passos atentamente.
Passei minha língua pelos meus lábios, descendo o meu olhar e encarando os seus. Sem mais tardar, selei nossos lábios de uma vez, o que a assustou. Demorou alguns segundos para que ela entrasse em jogo, levando sua mão a minha nuca e afundando seus dedos entre os fios do meu cabelo.
Não faz tanto tempo desde a última vez em que nos beijamos, mas para mim pareceu uma eternidade. Há algo em seus lábios que sempre que eu os beijo, sempre fico com gosto de quero mais. Eles são extremamente atraentes e viciantes!
Algo que em pouco tempo e vezes se tornou o meu mais novo vício. Tal vício que eu nunca irei me enjoar. É um vício que eu quero ter pelo o resto da minha vida. Im Nayeon, é o seu nome.
Infelizmente a falta de ar se fez presente e precisamos nos separar, colando nossas testas e fechando nossos olhos. Ela estava ofegante. Eu estava ofegante. Conseguia ouvir as batidas do meu coração. Não só ouvir, como também sentir ele praticamente saltar no meu peito.
- Isso responde a sua pergunta? Te faz ter a certeza de que eu não estou brincando?
- S-sim.
- E o que me diz sobre isso? Eu meio que acabei de me declarar para você, então preciso de uma resposta. - Ela se afastou e olhou em volta. Um olhar estranho. Definitivamente essa não é o tipo de reação que eu estava esperando!
- Você não gostou? Ai meu Deus, é claro que não gostou! Quem gostaria de receber uma confissão em um hospital? E-eu sinto muito! Eu deveria...- Parei de falar por alguns minutos para poder pensar - Ou talvez você não goste de mim! - Ela rapidamente me olhou - É isso! Você não gosta de mim! Eu sabia, eu sabia. Que idiota eu sou, eu...
- Jeongyeon, se acalma! - Ela segurou o meu rosto outra vez - Não é nada disso do que você está pensando. Eu gosto de você, tá bom? Gosto muito! Muito mais do que eu deveria! Eu sei que posso estar me precipitando, então por favor não pense que eu estou querendo apressar as coisas, mas eu estou loucamente apaixonada por você. Jeongyeon, eu te amo!
Pronto, posso morrer agora! Obrigada!
Eu não entendo, era isso o que eu queria ouvir, mas por que eu senti que a minha alma tinha saído do meu corpo?
Meu estômago embrulhou, meu coração acelerou loucamente, houve uma explosão de emoções dentro de mim. Me senti a pessoa mais feliz do mundo, como se eu tivesse acabo de ganhar na loteria.
- Então por que você ficou estranha de repente? - Ela suspirou.
- Não me entenda mal, Jeongyeon, eu digo a verdade em relação ao o que eu sinto por você. Confesso que nunca me senti tão atraída e apaixonada por alguém, como eu estou por você. Mas... - Hmm, não gostei desse "mas" não, hein?! Nunca é bom quando se tem um "mas"! - O que eles vão dizer?
- O quê? Eles quem?
- O seus pais, Jeongyeon, o que eles irão dizer? - Ela se levantou outra vez - Jeongyeon, eu terminei com o seu irmão há alguns dias, não tem nem um mês, o que seus pais dirão quando descobrirem que eu estou saindo com um outro filho deles? E se eles acharem que eu sou uma garota descarada que parte pra cima de qualquer um? Que vive em relacionamentos? Que não quer nada sério?! - Não aguentei e acabei rindo, a vendo me encarar com um olhar mortal - Você está rindo?! É sério que você está rindo?!
- Perdão, Nay, mas eu não consegui aguentar. Você é tão fofa e adorável - Sorri de orelha a orelha. Suas bochechas ficaram vermelhas e um sorriso bobo apareceu em seu rosto, logo a mesma abaixou a cabeça rindo timidamente.
- Mas isso é sério, Jeongyeon! - Ela recompôs a postura.
- Eu sei disso, mas isso não é verdade. Meus pais nunca achariam uma coisa dessa de você, eles te amam, sem dúvida você é a melhor nora que eles já tiveram. E outra, tenho certeza de que eles já desconfiam de alguma coisa.
- C-como assim?
- Por céus, Nayeon, está na cara! Qualquer um consegue ver que há uma tensão entre nós duas. A sua mãe é a prova disso, ela vive fazendo brincadeira e trocadilhos sobre isso. Admita Im, temos algo - Sorri convencida, a fazendo rir.
- Tem razão, quase todo mundo estranha a gente. Mas mesmo assim, Jeongyeon, é sério! Acho mesmo que a sua mãe não vai achar estranho? Quero dizer, isso sério bizarro.
- Você não quer?
- Que tipo de pergunta é essa? É claro que eu quero! Já perdi as contas de quantas vezes eu sonhei com você. Você não tem noção do estado do meu coração agora e no momento em que você disse que gosta de mim. É sério, só faltou eu desmaiar. - Ele me fez rir - Mas eu tenho medo, Jeongyeon. Tenho medo do que eles irão dizer.
Suspirei. Eu até que a entendo. Ela tem razão, não sabemos o tipo de reação que os meus pais terão. Ela mal terminou com o Jimin, e dizer que estamos namorando fará uma grande confusão. Pelo menos agora. Tenho certeza de que os meus pais não irão criticar o que temos, pelo contrário, eles irão nos apoiar. Mas talvez, pelo menos agora, eles possam não reagir do jeito que queremos.
- Tudo bem - Ela me olhou confusa.
- Tudo bem o quê?
- Eu te entendo, vamos esperar.
- Não, eu não quero esperar - Tudo bem, agora mesmo que eu buguei! O que ela quer fazer?!
- Im Nayeon, você é uma das pessoas mais indecisas que eu já conheci! - Ela riu.
- Jeongyeon, eu não quero esperar nem mais um segundo. Eu... E-eu quero você - Não fala assim, bebê. Assim eu não aguento! - Mas não quero que eles saibam. Não agora.
- Acho que entendi. Você quer fazer às escondidas, é? - Sorri maliciosa. Ela arregalou os olhos e corou bruscamente.
Houve um minuto de silêncio entre nós para que eu percebesse o que tinha acabado de dizer. Na mesma hora eu me desesperei, sentindo meu rosto esquentar e a vergonha me consumir.
- N-não foi nesse sentido que eu quis dizer! Eu juro! - Levantei a mão eu forma de juramento.
- A-ai meu Deus, fui eu que distorci as coisas e criei esse momento constrangedor, desculpa! Suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas, o que me fez rir.
- O que aconteceu com você, Im? Normalmente você nem entenderia o duplo sentido do que eu disse.
- Como eu disse, morar na mesma casa e passar tanto tempo com Mina, tem me mudado bastante.
- Eu percebi! Ela conseguiu tirar a sua inocência! Cadê aquela Nayeon inocente que eu conseguia enrolar e você nunca percebia?
- Yah! - Ela me fez rir.
- É brincadeira, Naychu. Não me mata, ok? Você não mataria a sua namorada, não é?
- Namo...Rada? - Ela tentou esconder um sorriso bobo, mas não conseguiu.
Aguenta coração, aguenta! É bom se acostumar, rapaz. É daqui, pra pior!
- Não é isso o que somos agora?
- S-somos?
- Não somos? - Levantei uma sombrancelha - Ah, já entendi.
- Entendeu? Entendeu o quê?
Me levantei da maca e me pus de pé. Cheguei perto dela, a vendo dar um passo para trás. Segurei sua mão e a acariciei, olhando diretamente em seu lindos olhos escuros.
- Im Nayeon, você aceitar aturar todas as minhas chatices, o meu lado galanteador, a minha beleza imensurável, o meu lado descarado e safado, as minhas lerdeza, o meu lado um pouco ciumento, o meu coraçãozinho frágil, mais o meu amigui... - Ela arregalou os olhos - Esquece essa parte. Vamos tentar de novo - Ela riu, me arrastando junto.
- Aceita me dar um chance para tentar algo com você? Aceita ser minha namorada daqui pra frente?
- Mas é claro que eu aceito, Jeongyeon! - Me surpreendi ao vê-la pulando em meus braços e se agarrando eu meu pescoço.
A felicidade explodiu dentro de mim, me sentia a pessoa mais feliz do mundo. Sem sombra de dúvidas! Acho que eu nunca me senti tão feliz na vida!
Abracei a sua cintura e a rodei no ar, rindo de sua cara de medo e recebendo diversos tapas no ombro. A pus no chão e beijei a sua bochecha.
Nos encaramos por alguns segundos, sorrindo uma para outra, nos aproximando aos poucos. Minhas mãos ainda estavam posadas sobre a sua cintura, enquanto agora os seus braços estavam em volta ao meu pescoço. No momento em que nossas bocas se encostaram de leve, a porta foi aberta e a médica entrou na sala. Rapidamente nos separamos e agimos como se nada tivesse acontecido.
- E-eu sinto muito! Não queria atrapalhar em nada, só queria avisar que já cuidei das suas papeladas, você já está de alta. Pode se trocar e ir para casa - O rosto da moça estava vermelho. Mas não mais do que o de Nayeon. A garota parecia que estava passando mal!
- Está tudo bem. Obrigada, doutora.
- Eu estou indo agora, podem voltar ao o que estavam fazendo antes de eu entrar. E mais uma vez, desculpe por ter atrapalhado - Ela sorriu sem graça.
- Pode deixar - Nayeon pisou no meu pé.
- E-ela está brincando, não é, Jeongyeon? - Nayeon riu de nervosismo.
- É, é brincadeira, Tia.
- Bem, não parecia brincadeira quando eu entrei. Mas, quem sou eu para dizer alguma coisa, não é mesmo? Enfim... Eu estou indo agora - A médica saiu da sala, deixando a Bae de boca aberta.
Ela me encarou com cara de desacreditada, me fazendo rir alto.
- O quê? Eu nem disse nada.
- Ah, não? "Pode deixar, doutora"? Jeongyeon, ela vai pensar que estávamos fazendo coisas!
- E não estávamos?
- Estávamos, mas... E-e a parte de esconder?
- Ai, Nayeon, ela nem nos conhece. Estamos a salvo, não se preocupe. Agora... - Me aproximei dela - Temos algo pendente a resolver, não é mesmo?
- Sinceramente, não sei dá onde saiu esse lado safado descarado!
- Mas você gosta, eu sei.
- Gosto mesmo - Ela me fez rir.
Enfim nos beijamos outra vez. Um beijo mais demorado, com direito a línguas se tocando, e um levo mordida provocativa da minha parte.
- Você sabe que as coisas entre nós duas não serão mais as mesmas, certo?
- Sim, eu sei. Mas eu não ligo, contanto que eu esteja com você e estejamos bem, está perfeito.
- Não me acostume assim, Im, quando eu me apego a algo, não desgrudo mais.
- Bom saber disso, Senhorita Yoo. Bom saber - Ela sorriu.
- Você é inacreditável, Nayeon!
- Mas agora uma coisa sério. Você sabe que teremos que mentir para os nossos pais sobre algumas coisas, não é?
- M-mentir?
- Sim, mentir. Por quê? Você não sabe mentir?
- Claro que eu sei! Quem não sabe mentir? Isso é tão fácil. Eu sou a melhor nesse ramo.
• • •
- Vocês estão namorando, não é? - Esses olhos intimidadores não!
- O-o quê? N-namorando? Nayeon e eu? Haha...Haha! - Ela está me encarando. Aqueles olhos não! Droga, eu não consigo! - É, estamos.
- Jeongyeon! - Nayeon me repreendeu.
- Desculpa, Naychu, mas eu simplesmente não sei mentir! Ainda mais com a sua mãe me olhando desse jeito! Os olhos dela são tão...
- Intimidadores? É, eu sei - Sunmi riu.
- Ahh! Eu sabia, sabia, sabia! Sabia que vocês estavam de rolo! Eu te disse Sun, eu te disse! - Hyuna nos assustou quando começou a pular no sofá, arrancando risadas de sua futura esposa.
- É, você disse, querida. Ainda bem que eu não apostei com você.
- Sinceramente, Jeongyeon, me lembre de nunca te contar um segredo. Nunca! - Nayeon bateu em sua própria testa - E você ainda disse que era a melhor no ramo.
- Eu tentei, tentei ao máximo, mas eu não consigo mentir.
- Nem disfarçar? É tão fácil.
- Não para mim, todos temos nossas fraquezas. Que nem a sua, você não consegue disfarçar quando está brava. Já eu, não consigo mentir.
- Mas ela nem chegou a te perguntar, você se auto dedurou.
- O que eu posso fazer? A sua mãe parece que consegue me ver por dentro com esses olhos! - E assim todos riram.
- Eu não quero nem ver quando você chegar em casa e encarar a sua mãe -
Nayeon suspirou.
- Relaxa, baby, eu consigo enrolar a
mamãe.
- Ah, mas ela vai ficar super feliz quando souber disso - Engoli em seco na mesma hora.
- P-Por favor tia Sun, não faz isso comigo! Eu faço qualquer coisa se a senhora não contar a ela!
- Eu não diria isso, Jeongyeon - Sunmi avisou.
- Tarde demais. Dá banho no Zero para mim?
- Mas tia, aquele cachorro é um pestinha! Da última vez fui eu quem cai na banheira e tomei banho, quando deveria ser ele no meu lugar - Ela riram.
- É largar ou pegar, minha cara. Você não quer que a sua mamãe saiba o que você disse, não é mesmo?- Suspirei em rendição.
- Trato fechado.
- Depois eu é que sou a intimidadora. - Disse Sunmi - Enfim... Quando foi que vocês começaram o relacionamento? Eu sempre soube que no final vocês acabariam juntas!
- Hoje mesmo, omma.
- Quem pediu quem?
- Eu.
- Bem que eu pensei, a Nayeon não tem coragem para fazer isso - Prendi minha risada, vendo a Im me encarar furiosa.
- Eu tenho coragem sim, ok? Eu...
- AHHHH!!!! - Um grito dentro da casa nos assustou.
O efeito foi tão alto que fez o meu ouvido zunir.
- Puta merda, o high note foi mais agudo que o da Mariah Carey!
- É, acho que aconteceu outra vez - Sunmi suspirou.
- O que aconteceu?
- Não sabemos exatamente. A Mina chegou assim do colégio. Ela grita toda vez que o celular toca, mas nunca atende.
- Talvez ela não goste da pessoa que está ligando - Nayeon disse.
- Eu não acho, ela não gritaria se realmente fosse o caso. Eu nunca a vi assim antes. - Hyuna parecia preocupada - Jeongyeon, você a conhece desde criança. Ela não quer me deixar entrar, você pode tentar conversar com ela? Pelo menos para saber o que está acontecendo.
- Claro, eu posso tentar.
- Eu agradeço.
- Certo! Vamos lá! Eu já volto, baby - As bochechas da Im se tornaram vermelhas.
- Baby? Olha que fofinho, amor! Elas já até se chamam com apelidos carinhosos!
- Omma! - Nayeon me fez rir.
Subi as escadas balançando a cabeça em negação enquanto ria. Quando mais perto eu chegava do quarto de Mina, mas
os gritos ficavam agudos. Bati em sua porta algumas vezes, e não demorou muito para que ela fosse aberta.
- Jeongyeon? O que faz aqui? - Ela disse.
- Eu deixei a Naeyon em casa, mas acabei entrando na casa da Mariah Carey. Está fazendo o quê? Gravando um single com apenas high notes?
- Sua idiota, não é nada disse - Ela olhou em volta pelo o corredor, me puxando para dentro do quarto e o fechando logo em seguida.
- O que foi isso?
- Nada, eu só não quero que a mamãe ouça. Não quero que ela faça a mesma coisa ao que ela acabou de fazer com a Nayeon, depois de descobrir sobre o namoro de vocês.
- Você sabe?
- Como não saberia? Primeiro que a sua cara de bobalhona apaixonada não me engana. Segundo que eu sou sua melhor amiga e te conheço. E terceiro porque a Sunmi gritou tão alto que acredito que até mesmo a vizinhança inteira ouviu.
- É, você tem razão.
- De qualquer forma, parabéns pelo namoro! - Ela sorriu, batendo no meu ombro - Se você vacilar com ela, eu mesma te mato, ouviu?
- Você me conhece a mais tempo, não deveria estar dizendo isso a ela?
- Não, você é a que tem mais chances de fazer merda e estragar tudo.
- Haha, muito engraçado.
- Realmente seria engraçado se eu não estivesse a beira do precipício a ponto de pular e conhecer Deus antes da hora.
- Eita menina depressiva! É brincadeira, não é?
- Quem dera se fosse - E novamente o seu celular tocou - Quando é que isso vai acabar?! - Ela puxou os seus cabelos.
Ela caminhou até a sua cama, se jogando na mesma e agarrando o seu travesseiro. Me assustei quando ela afundou a cabeça no travesseiro e abafou o seu grito.
- Não vai atender?
- Não.
- Quer que eu atenda?
- Não! - Ela exclamou - Nem ouse!
- Então atenda, ora.
- Não!
- E por que não?
- Por que... Por que eu não sei o fazer!
E assim o quarto ficou em silêncio.
Só eu que então estou entendendo nada, ou é só na minha lerdeza entrando em ação outra vez?
- Eu não estou entendendo. Por que você não sabe o que fazer?
- É a mulher com quem eu passei a noite ontem, entendeu agora? Ela está me ligando!
- E por que você não atende?
- Por que você não fala com ela?
- Eu não quero.
- Você não quer, ou não consegue? - Bingo! Acertei na mosca!
- Isso não importa.
- Mina, você está com vergonha de falar com ela? Por quê? Você nunca sentiu vergonha de quem você dormiu. Por que com ela é diferente?
- É exatamente isso o que eu me pergunto! Por quê, Jeongyeon? por quê?! - Me sentei só seu lado e a deixei falar - Eu não entendo, realmente não entendo. O que está acontecendo comigo? Eu normalmente não ligo se a pessoa com quem eu dormi, me ligue no dia seguinte. Não sinto vergonha disso, mas por que eu estou com tanto medo de falar com ela? Meu coração acelera toda vez que o nome dela aparece no celular, só falta ele sair pela minha boca de tão acelerado que fica! É como se... Por que você está rindo, hein?!
- Desculpa, é que é engraçado, sabe? Mina, você está com medo. De falar com ela, porque se apaixonou.
- O quê? Claro que não! Eu gosto de outra pessoa, Jeongyeon. Isso é impossível.
- Então atenda a ligação.
- Eu não consigo. Eu....
- Mina, é normal se apaixonar. Existem diversos jeitos para isso acontecer. Pode se levar anos, meses, dias, ou até mesmo horas e minutos. Por qualquer pessoa. De qualquer jeito. E você, minha cara, está apaixonada - Bati em seu ombro.
- Isso não é possível - Ela se sentou na cama.
- Claro que é!
- Mas eu gosto de outra pessoa, Jeongyeon.
- Me responda, é a mesma coisa? O que você sente por uma, é a mesma coisa que sente pela outra? - Ela se calou.
- Não. O que eu sinto por ela... É mais complexo. Mais forte.
- Talvez o que você sinta pela outra garota seja apenas um sentimento de amizade. Uma amizade forte que te fez se sentir confusa em relação ao que sente. E agora sim, você esteja apaixonada por alguém. Pela mulher da noite passada - Ela não disse mais nada. Apenas me encarou surpresa.- Vou usar as suas próprias palavras, suas sábias palavras que me ajudaram e que tenho certeza de que também vão te ajudar - Respirei fundo - Vê se não demora para se confessar para ela. Não deixe que o tempo aja por si mesmo, tome atitudes. Não perca as oportunidades, perder tempo demais pode acabar fazendo com que você a perca para alguém.
Está confusa? Faça um teste e descubra se o sente, realmente é amor. Só não a machuque. Se ela está te ligando tanto assim, ou é porque se viciou no seu corpo - Ela riu, batendo no meu braço.
- Ou é porque, assim como você, ela se apaixonou.
- Nunca pensei que algum dia, Yoo Jeongyeon me daria conselhos amorosos.
- Fazer o quê? Eu sou uma caixinha de segredos, baby - Pisquei para ela, a fazendo rir.
- Obrigada, Jeongyeon. - Ela me abraçou.
- De nada, Minari. Eu sempre estarei aqui quando precisar.
Fiquei mais um tempinho conversando com ela, até me ligar e lembrar que tenho uma mãe raivosa que odeia atrasos, e que deve estar querendo comer o meu coro por não ter ido para casa após o colégio e não ter dado sinal de vida algum.
Na mesma hora eu me despedi dela e desci correndo às escadas. Abracei as minhas tias, deixando um beijo na bochecha de cada uma delas.
- Tchau, meu bebê - Dei um rápido selinho nos lábios da Im, a vendo se surpreender e olhar para sua mãe. A mesma que estava com um sorriso todo bobo.
- Jeongyeon!
- O quê? Elas já sabem.
- Ah, esquece. Toma cuidado ao dirigir. Sem acidentes, pelo amor de Hani.
- Sim, senhora!
- Me liga quando chegar em casa.
- Vai ter que me aturar a noite inteira, baby - Pisquei para ela.
- Senti uma pitada de duplo sentido aí, viu?
- Mãe!!! - Nayeon a repreendeu.
Consegui roubar mais um beijo dela. Eu sei, eu sei. Eu deveria me controlar um pouco. Mas não tenho culpa se a boca dela é tão boa de se beijar. Como eu disse, é viciante!
- Tchau, Naychu.
- Tchau, Bear. Vê se não abre o bico para a sua mãe - Ela riu.
- Eu não vou. Consigo esconder as coisas da minha mãe.
- Ah é? É o que vamos ver.
- Está duvidando de mim? Eu sou a mestra nessa área.
• • •
- Essa felicidade toda, você se prontificando para fazer o jantar, ou você não parando de cantarolar... Está namorando, não é? - Me engasguei com a minha própria saliva.
É.. Fodeu!
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