Say Goodbye
Hyungwon me abraça apertado, saudade da minha vareta, ele conseguiu um tempo afastado do trabalho por causa do assalto, mas retomou, senti falta dessa criatura. Trabalhamos enquanto conversamos, conversamos mais do que trabalhamos mas consigo terminar toda aquela pilha de papéis.
Semanas, meses se passam, começo a estudar pras provas finais, coisa que é difícil pra caralha mas Junior me ajuda as vezes e em outras Hyungwon me ajuda pra caramba. Me aproximo mais da minha vareta ambulante, e em todo esse tempo não tenho uma notícia sequer de Hyunwoo, ele simplesmente sumiu, já tentei ir na empresa mas não o encontrei.
O campeonato na faculdade acontece, os familiares dos alunos comparecem, e Júnior ao saber se empolga todo, tiramos algumas fotos antes de começar. Quando começa nossa torcida é forte, Hoseok está como touro, marcamos algumas pontuações como o outro grupo também, e rola um empate. A cena se passa como num filme, faltando cinco segundos pro jogo acabar, o tempo pára quando eu escorrego e dou um chute forte na bola que vai direto pro gol.
Vencemos!
Pulo no Hoseok junto com tantos garotos do nosso time, a vitória é nossa! Junior vem me dar os parabéns e Hyungwon aparece um tempo depois me abraçando, logicamente que vamos comemorar mas sem o Hoseok porque ele tinha outro compromisso importante. Bebemos num barzinho ali perto, danço com os dois igual um louco. Estou muito feliz embora sinta falta da pessoa que roubou meu coração, já sentindo o álcool pegar em mim, encerro a bebida e me despeço de Junior que se anima conversando com uns meninos, Hyungwon me acompanha até o apartamento onde nos despedimos.
Entro em casa acendendo a luz e vejo um homem sentado no sofá, meu coração dispara me deixando um pouco tonto, vou até ele que permanece olhando pra frente seriamente
-O que faz em minha casa?
-Tive uns problemas para resolver e...
-Não foi isso que te perguntei Hyunwoo! - falo alto
-Eu... - suspira - precisava te ver
-Já viu. - passo pra ir pro quarto mas ele me segura se levantando - me solta - recuo quando ele se aproxima até colidir com a parede
Suas mãos envolvem meu rosto e sua boca encontra a minha, suspiro me acalmando, seguro seus ombros sentindo falta do contato físico, subo elas e seguro seu rosto enquanto ele sela meus lábios algumas vezes, abro meus olhos vendo os dele ainda fechados, seu rosto esta contorcido como se sentisse dor
-O está acontecendo? - sussurro acariciando sua face, com um último selinho, Hyunwoo se afasta
-Não podemos mais nos ver - diz e espero alguma reação de brincadeira dele que simplesmente não vem, solto um riso sem a mínima graça
-Como assim Hyunwoo, o que está dizendo?
-Nada do que aconteceu entre nós era pra ter acontecido, tudo isso não passou de um enorme erro - a frieza como suas palavras saem me ferem, machucam de uma tal forma que nunca pensei que pudesse sentir
-Hyunwoo... eu sei que as coisas estão difíceis pra você....
-Não se trata de mim, se trata de nós, nunca deveria ter acontecido. Eu estava me sentindo carente e não tinha.... ninguém comigo
-AH E AGORA TEM?! VOCÊ TEM ALGUÉM HYUNWOO?! - grito com as lágrimas rolando por meu rosto, não apenas lágrimas de dor mas de raiva por suas palavras ditas tão cruelmente que a cada batida do meu coração machuca, como ele pôde fazer isso comigo?
-Eu sinto muito... - diz baixo com a voz um tanto embargada
-VOCÊ SENTE HYUNWOO?! DISPENSO SEUS SENTIMENTOS DE PENA... - soluço, está doendo, doendo tanto que até minha respiração está prejudicada - como... pôde fazer isso comigo Hyunwoo? Como? Eu amo você... eu... oh!- choro mais
-Adeus criança
-Hyunwoo... - vou até a ele e seguro sua mãos - não... não faz isso, eu te amo, por favor amor, podemos passar por isso, podemos continuar no anonimato - seguro seu rosto enxugando uma lágrima que escorre por ele - eu te peço, não me deixe... por favor - beijo ele novamente que retribui por pouco tempo até me afastar à força - Não... - caio no chão por não conseguir aguentar o peso do meu corpo. Minhas lágrimas saem descontroladas como se fossem aliviar a dor em meu coração. De todas as vezes em que disse que não o abandonaria nunca imaginei que o abandonado seria eu, agora eu sei o que dizem sobre o tal amor machucar... na verdade, ele não machuca. Mata aos poucos. Gemo sentindo a dor me consumir. Em momentos como esses as lembranças são nossas piores inimigas, seu sorriso me vem à mente, sua risada, seu jeito de menino, suas ironias e o jeito único como me chama de "criança"
Sou dele.
Mas ele não é meu, suas frias e medonhas palavras martelam em meu coração os transformando em caquinhos. Ele me usou esse tempo todo, fez o que quis enquanto tudo o que lhe ofereci foi meu simples amor que ele jogou fora sem pestanejar, como tudo o que ele faz sempre se resume ao "agora!". Não pode tudo acabar assim, não sem antes termos uma conversa, ele chega de repente e me diz que tudo acabou? Sem me dar uma explicação? O que está em jogo não é nada relacionado a ele e sim meus sentimentos, dos quais foram friamente desprezados, embora a dor seja gritante, tento me aquietar no silêncio noturno apenas eu e minha solidão.
~………………~
Piso fundo até a porta dele escutando uma mulher dizer todas as baboseiras cerimoniais de que eu não podia entrar e que ele estava ocupado, empurro a porta, to com uma raiva dos deuses, olho pra ele um tanto assustado que encerra a ligação
-Sr. Hyunwoo - a mulher começa
-Está tudo bem Jiang, deixe-nos à sós - diz formalmente, a mulher se cala e obedece - o que foi isso no seu olho?- se levanta
-Não ouse se aproximar Son Hyunwoo. Você disse tudo o que tinha a ser dito ontem, hoje é minha vez
-Criança...
-Não... - engulo o choro fechando os olhos me lembrando de todos nossos momentos juntos, ele me puxa pra sí sendo socado até que me deixe afastar, respiro fundo limpando uma lágrima teimosa e volto a abri-los - o que estava pensando Hyunwoo? Que sou como seus servos? Que sou como seus lacaios que fazem tudo o que você quer, te colocam no topo e que você os despacha depois? Eu... Hyunwoo, eu nunca amei nenhum homem antes, nunca fiz com ninguém à metade do que fizemos, nunca disse que amava sem realmente amar e veja agora: implorei pra um menininho, um moleque mimado, estúpido e subestimado para que ele não me deixasse. Sempre fui capaz de me resolver sentimentalmente e no entanto, ontem eu implorei pra que um cara qualquer não me deixasse, o cara que foi em minha casa ontem não tinha qualquer vestígio do meu Hyunwoo, daquele homem que me fez ter um ótimo final de semana, que me faz esquecer a maioria dos meus problemas, que me faz sentir protegido, que faz meu coração bater forte... do homem ao qual me entreguei sem arrependimentos. E você está certo, foi um erro termos acontecido, nunca imaginei que você fosse esse moleque medroso que se esconde atrás do papai quando a situação aperta, só eu sei o Hyunwoo maravilhoso que conheci - minhas lágrimas caem sem que eu possa controlar e é quando ele me olha - estaria mentindo se dissesse que cada momento não valeu a pena, vai estar guardado comigo. Eu espero... Hyunwoo, que sua nova compania te faça bem e feliz, se ela é sua felicidade... eu estou feliz por você. Nunca minta pra ela, nunca a decepcione, trate ela como uma joia... espero que ela cuide muito bem de você... e seja feliz.
-Você não entende...
-Vira homem e me explique Son Hyunwoo! Antes de qualquer coisa, vire homem, assuma a porra da responsabilidade com seus atos e não inclua terceiros nisso. Eu não entendo e não quero entender, e mesmo que eu quisesse você não seria capaz de me explicar. Você é uma criança desesperada e amedrontada com sua própria sombra e usa seus "brinquedos" como uma saída... só não se esqueça que pro labirinto que você entrou, não há uma saída. - me viro pra ir embora e ele me segura, tiro sua mão de mim e saio da sala me sentindo mais leve, desabafei, chorei e quase cedi mas não faria isso, agora ele sabe o quanto me feriu.
~××××~
O escuto dizer tudo o que está guardado dentro de sí, poderia gritar, segurá-lo, calar sua boca, beijá-lo, ou qualquer outra coisa pra que apenas parasse mas... não o fiz. No entanto, não esperava que por mais cruel que fosse suas palavras, seriam todas verdades, sou um pobre menino idiota escondido atrás das merdas do meu pai... pai esse que me deserdou. Deixei que isso chegasse longe demais, estou fazendo tudo isso por uma família que me desconsiderou, que tipo de ser humano faz isso?
~……………~
Em menos de um mês a festa de noivado acontece, presentes caros, falsidades e ganância tudo reunido em um só ambiente. Me sinto mal, todos me cumprimentam em despedida, acabara a festa.
O casamento é marcado quando os preparativos estão acertados, o movimento na empresa aumenta com alguma tramóia do sr. Son. Não ligo, apenas faço o que tenho que fazer e vou pra casa, minha simples rotina se resumiu a isso.
Só a isso.
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