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II

segundo e último capítulo ^^

fiquei muito feliz com os comentários e votos de vcs, não imaginei que iam gostar tanto dessa 2S fluffy kkk não costuma ser meu estilo, mas eu amei escrever ela!

enfim, boa leitura <3

__________

1.

Depois que Jungkook concordou em denunciar os abusos sofridos, Taehyung não voltou à questão, esperando o tempo do híbrido. Ele sabia que levar Jungkook para a delegacia para registrar uma denúncia seria fazê-lo reviver toda a tortura e Jungkook ainda estava sensível ao sofrimento do passado. Mas Taehyung o acalmou prometendo que eles iriam assim que Jungkook se sentisse melhor.

Enquanto isso, Taehyung tinha dias difíceis tentando ficar no trabalho no Centro de Adoção ao mesmo tempo em que tentava não pensar nos beijos de Jungkook. Tudo relacionado ao híbrido o afetava demais, e ele não era idiota para não aceitar que estava se apaixonando mais e mais por Jungkook. O jeito meigo e sensível dele, o coração puro, o riso fácil e o temperamento brincalhão - os sinais eram claros para Taehyung, ele inteiro vibrava em reação a Jungkook, sua voz, seu cheiro, seu toque. E ele não queria se iludir, mas às vezes se pegava percebendo que Jungkook também estava reagindo a ele.

Como quando chegava em casa e o híbrido o montava no sofá da sala, beijando-o no rosto e pescoço implorando por carinho. Fazia um par de semanas que Taehyung notara a umidade molhando as calças de moletom de Jungkook nessas ocasiões e a excitação do híbrido naturalmente despontando contra sua barriga. Jungkook claramente morria de vergonha, mas Taehyung fazia de tudo para naturalizar o momento e não tornar tudo ainda mais humilhante para ele do que já fora.

Ambos sabiam o que estava acontecendo. O cio de Jungkook vinha, despertado pelo contato intenso com Taehyung e a confiança que aos poucos eles construíam juntos.

2.

Foi meio sem querer que Jungkook descobriu que fazer bolos o ajudava a distrair a mente dos efeitos do cio. Ao pensar na receita, ele não pensava no quanto queria beijar e tocar em Taehyung, o que era uma lívio, porque desejar isso colaborava para que seu corpo reagisse das formas mais constrangedoras e seu coração sofria. Ele não nutria nenhum tipo de expectativa de que um homem como Kim Taehyung o quisesse.

Então, uma tarde ele estava vendo videos pelo youtube e caiu em um tutorial sobre doces. Ficou encantado com o brilho colorido dos glacês e resolveu arriscar uma receita, que foi um desastre. Mesmo assim, Jungkook insistiu até que conseguir algo minimamente comestível. Era realmente bom com bolos e cupcakes e até mesmo tortas. Ainda não tinha conseguido chegar no ponto certo do glacê, mas era só uma questão de prática.

Todo domingo, Taehyung acordava com cheiro de bolo por todo o pequeno apartamento. Levantava da cama ainda descabelado e de olhos inchados e encontrava o híbrido em shorts e moletom, descalço, cercado por vasilhas, batedeira e uma variedade de ingredientes, as orelhas sujas de trigo e massa de bolo.

"Como você consegue se sujar nas orelhas?", perguntava gentilmente, esfregando um pano de prato nas pontas felpudas. Ele nem imaginava que Jungkook se sujava de propósito só para ter Taehyung o tocando tão perto, falando consigo com a voz derretida feito mel.

"Prove, Tae", Jungkook oferecia a colher de pau com restos da massa que ele recém colocara no forno.

"Está uma delícia", e Taehyung não mentia, os bolos de Jungkook eram realmente bons. Afagava os cabelos do garoto, sorrindo ao perceber as bochechas macias corando e os dentinhos proeminentes puxando o lábio inferior.

Após o surto de beijos de Jungkook, o híbrido estava tomando mais cuidado com suas demonstrações de afeto, para a infelicidade de Taehyung. O clima entre eles ainda era ameno e doméstico, mas havia uma tensão que não existia antes, porque os limites estavam borrados. Quando Taehyung tocava em Jungkook, o híbrido corava e parecia adorar, mas ficava imóvel, ombros cheios de rigidez, e quase sempre se afastava bruscamente, orelhas contorcendo e respiração ofegante.

Taehyung não sabia o que fazer a não ser respeitar o espaço do garoto. No entanto, era realmente difícil quando o híbrido o olhava com aqueles grandes olhos brilhantes e meigos. Era difícil demais quando sentavam juntos no sofá da sala para jogar ou ver filmes e séries e Taehyung tinha que respirar o cheiro bom de Jungkook tão de perto, sentir o corpo quente e macio do híbrido a um esticar de mãos e não tocá-lo. E era praticamente impossível quando Jungkook, nessas mesmas tardes, deitava com a cabeça em seu colo ou se aninhava na lateral de Taehyung, pernas por cima do colo do humano.

"Tae, faz carinho", Jungkook pedia manhosamente, ronronando em seu pescoço.

Taehyung fitava o teto com um suspiro devastado, o coração vibrando. Implorava por forças para resistir a Jungkook, mas era um pobre coitado que fazia qualquer coisa que seu híbrido queria.

3.

Taehyung chamou Jimin para conversar durante o intervalo do café, no Centro de Adoção.

"Tae, você sabe que não é recomendado que híbridos passem o cio com humanos", Jimin o alertou, preocupado, "Por mais que Jungkook dê sinais de que quer isso, dificilmente um humano consegue acompanhar o ritmo de um híbrido."

"Isso não é o que me incomoda, na verdade", Taehyung confessou. Era a primeira vez que falava com alguém sobre seus sentimentos em relação a Jungkook. "Jungkook é muito afetuoso e sensível, passar o cio com ele, por mais que seja um cuidado que quero ter, porque não aguento a possibilidade de que ele se sinta sozinho ou desamado mais uma vez, pode confundir tudo, Jimin. Se ele realmente não sentir o mesmo por mim, vai ser muito mais doloroso e difícil separar as coisas depois."

Jimin sorriu, passando o braço pelo ombro do amigo em solidariedade.

"Por que você está subestimando tanto o nosso garoto? É verdade que o cio afeta emocionalmente os híbridos, mas não significa que Jungkook não tenha uma opinião, que não possa fazer escolhas."

Taehyung piscou, surpreso por não ter realmente levado isso em conta. Ele dera a escolha a Jungkook tantas vezes, ir para casa com ele, falar ou não sobre seu passado; Taehyung sempre dava a Jungkook a escolha. No entanto, estivera tão preocupado em sufocar seus próprios desejos para não atropelar os de Jungkook que ignorou totalmente a possibilidade simples de que Jungkook podia sim querê-lo.

"Ele me beijou", Taehyung disse, no que Jimin arregalou os olhos, a boca formando um O de surpresa que fez o outro corar ao lembrar da manhã em que Jungkook o atacara com beijos afoitos e inocentes, "Mas foi só uma reação sem malícia, tínhamos dormido juntos, ele acordou feliz e me beijou. Ele pediu desculpas depois."

"Vocês dormiram juntos? Deus, Taetae, você o chamou para sua cama?"

"Não!", Taehyung espantou-se, "Não, claro que não, eu acordei e ele estava lá, nos meus braços, só deixei que ele ficasse."

Jimin riu.

"Taehyung, pare de arrumar desculpas. Jungkook pode ser inocente e não saber exatamente o que fazer com o que sente, mas ele sente. Por que acha que ele foi dormir com você? Ninguém dorme com outra pessoa à toa, ele queria intimidade emocional e proteção porque confia em você nesse nível."

"Você é que está deduzindo isso."

"Não teste minha paciência", Jimin deu um peteleco na orelha de Taehyung. Eles riram e a conversa encerrou junto com o intervalo.

No entanto, Taehyung ficou o resto do dia pensando nas palavras do amigo.

4.

Chovia na volta para casa. Era início do outono e o ar cheirava a umidade e terra molhada, as temperaturas caindo bruscamente ao anoitecer.

Taehyung passou numa loja de conveniência, comprou leite de banana, o preferido de Jungkook, e alguns doces para o híbrido. Para si, comprou lamen e salgadinho de algas. Pagou tudo e entrou no metrô. Ao checar o celular, leu as mensagens habituais de Jungkook, "hyung, venha logo ^^", "hyung, sinto sua falta", "hyung, veja, uma borboleta entrou em casa", e a foto tremida do que mais parecia um ponto amarelo no teto que de fato algo em forma de borboleta. Taehyung sorriu. E respondeu na janela do chat:

Bebê, vista um agasalho, vamos dar uma volta.

Jungkook começou a digitar quase instantaneamente.

Está chovendo, hyung :(

Taehyung riu.

Não tem problema, um pouco de chuva não mata. Mas fique aquecido.

Alguns minutos depois, Taehyung entrou em casa e se deparou com Jungkook o esperando no sofá, olhos grandes em expectativa, orelhas brancas esticadas no ar. Usava um moletom grosso preto e jeans da mesma cor, tênis simples nos pés. Ele sorriu e ficou de pé assim que Taehyung fechou a porta e deixou as compras sobre a bancada da pia. Mal teve tempo de se virar e Jungkook já estava o abraçando e enterrando o rosto em seu pescoço.

"Oi, Gukie", Taehyung o afagou nas costas, o apertando contra si e fechando os olhos com a sensação maravilhosa de estar em casa, com Jungkook nos braços. "Eu trouxe o jantar, mas então pensei em fazermos algo diferente hoje, o que acha? É sexta-feira."

A verdade é que, desde a conversa com Jimin, Taehyung sentiu vontade de passar um tempo perto de Jungkook, fazendo algo diferente de ficarem em casa sendo domésticos. Ele queria levar o híbrido para ver as ruas, comer algo inusitado, vê-lo sorrir e se alegrar com cada novidade. Se eles realmente iam fazer isso, avançar para outro nível, ele queria viver isso com Jungkook, tratá-lo como a sua pessoa.

Ele respirou fundo, sufocando um gemido quando Jungkook espalhou beijos suaves e preguiçosos por sua jugular. Era muito difícil não avançar todos os sinais e se entregar, deixar que Jungkook fizesse o que bem queria e retribuir com ainda mais paixão; mas antes tinha que conversar com o híbrido e saber se estavam realmente na mesma página.

Taehyung levou Jungkook para o mercado Namdaemum. Mesmo àquela hora da noite e com a chuva fina, estava lotado de pessoas e barracas vendendo todo tipo de coisa, desde comidas perfumadas a roupas e produtos naturais. Luzes coloridas dançavam na noite, letreiros de neon e cheiros de todo tipo. Segurando a mão do híbrido, Taehyung andou com ele pela multidão, extasiado com a empolgação inocente do garoto. Jungkook ria e apontava em todas as direções, mostrando para Taehyung tudo que achava interessante, os olhos escuros brilhando e as bochechas corando pelo frio.

"Você já tinha andado num lugar assim, bebê?", Taehyung murmurou na orelha de Jungkook quando os dois pararam para ver um imenso aquário ao ar livre. A luz azul refletia na água e no rosto de Jungkook, brilhando nas orelhas brancas e na pele clara e tornando-o ainda mais bonito e irreal para Taehyung.

"Não", Jungkook disse, inclinando a cabeça para roçar a bochecha no nariz de Taehyung. "Eu nunca tive coragem de sair na rua, hyung. Muitas pessoas que não sei se posso confiar."

"Está tudo bem, hm?", Taehyung beijou o rosto de Jungkook, dedos roçando a orelha humana do garoto. "Você está comigo agora, não vou deixar que ninguém te faça mal."

Jungkook ergueu os olhos e o encarou. Taehyung se sentiu corando sob o jugo daquele olhar tão direto, doce e sincero. Havia afeto nos olhos de Jungkook, e gratidão e... Taehyung suspirou. Desejo. Os olhos de Jungkook desprenderam-se dos de Taehyung e caíram sobre os lábios dele, ficando ali por tempo o suficiente para fazer o coração de Taehyung disparar.

"Que coelho interessante você tem", uma voz os surpreendeu. Eles olharam na direção dela e viram um homem magricela fumando nas sombras, debaixo do toldo do restaurante de frutos do mar diante do qual estavam parados. Jungkook engoliu audivelmente em seco, recuando para trás de Taehyung e apertando a mão dele. O homem sorriu para a reação de medo de Jungkook e acenou para Taehyung. "Grande, robusto. Um tipo bem raro, onde conseguiu?"

"Eu o adotei", Taehyung respondeu, a voz grave e ríspida de antipatia. Odiou o olhar malicioso do homem em cima de Jungkook desde o primeiro instante.

"Sei", o homem lambeu os lábios descaradamente, olhos escuros varrendo Jungkook de cima à baixo. Atrás de si, Taehyung sentiu Jungkook sufocar um ruído de angústia. "Quanto quer por ele?"

Taehyung quase engasgou de ódio.

"Ele não está à venda."

"Tudo tem um preço, garoto. E imagino que o dele seja bem baixo", chupou os dentes da frente, lançando um olhar debochado para o corpo grande de Jungkook.

A raiva deu lugar à revolta e Taehyung avançou na direção do homem, ainda que Jungkook, apavorado, o puxasse no sentido oposto.

"Vender e comprar híbridos é crime", sibilou, tão cheio de ódio que não sabia como conseguia falar calmamente quando sua maior vontade era socar aquele homem até fazê-lo engolir os dentes. "O que acha de fazer uma visitinha à delegacia agora?"

O homem rapidamente ergueu as mãos em hipócrita inocência e começou a se afastar, sem dar as costas a Taehyung.

"Fique com seu híbrido idiota, cara. Ia me dar um trabalho me desfazer dele, de qualquer forma, quem iria querer um híbrido de coelho desse tamanho?", o homem zombou, cuspindo o cigarro numa poça no chão, "Faça bom proveito!"

Ele correu e Taehyung rosnou, correndo no encalço dele, e teria cometido um crime de ódio se Jungkook não tivesse gritado seu nome. Estacou na esquina, punhos apertados e respiração descompassada. Enxergava vermelho, e viu o maldito homem sumir no meio da multidão de transeuntes no mercado. Sentiu a presença de Jungkook atrás de si e, então, os dedos quentes e macios do híbrido acariciando seu punho rígido. Fechando os olhos com força se concentrando na onda morna de afeto que vinha com o toque de Jungkook, Taehyung relaxou e deixou que os dedos entrelaçassem com os do garoto.

"Hyung, não me abandone aqui, por favor."

Taehyung segurou o rosto de Jungkook entre as mãos e encostou ambas as testas. As bochechas de Jungkook estavam molhadas com lágrimas e Taehyung as esfregou com os polegares.

"Nunca vou abandonar você, meu amor. Eu sinto muito, droga, me desculpe, Jungkookie, eu perdi o controle, eu... Me desculpe!"

Desesperado de aflição, Taehyung beijou as lágrimas de Jungkook. Beijou as pálpebras molhadas e as bochechas, as orelhas peludas respingadas de chuva e a testa, então o puxou para um abraço apertado e íntimo, mesmo que estivessem no meio da rua. Nada mais importava, só Jungkook, apenas seu Jungkook.

"Hyung", Jungkook sussurrou timidamente no pescoço de Taehyung, mãos dedilhando a barra da camisa dele. "Eu sou... tão horrível assim?"

A dor expandiu e apertou o peito de Taehyung, bem em cima das costelas. Ele arfou, segurando o rosto de Jungkook novamente entre as mãos e olhando no fundo dos olhos chorosos do híbrido.

"Você é tudo além de um corpo, Jungkook. Você é uma criatura incrível com um coração puro e imenso, inteligente e corajoso e tão, tão precioso para mim."

Jungkook o encarou, buscando algo a mais nas palavras de Taehyung, o olhar ficando atento e brilhante por baixo da camada de lágrimas.

"Você... me vê como algo além de uma coisa, Tae? Realmente pensa que tenho algum valor?"

"Jungkook", Taehyung suspirou, mal sabendo como organizar as palavras. "Quando eu escolhi adotar você, quando o trouxe para minha casa, eu não sabia ainda o que realmente sentia. Mas agora eu sei. Você trouxe alegria para minha vida e preencheu um espaço que eu nem sabia que estava vazio. Eu não sei como pude ficar tanto tempo sem você, Jungkook, sem acordar do seu lado, sem ter seu cheiro e o som da sua voz, o seu carinho. Eu quero isso tanto, todos os dias, para sempre", sorriu emocionado, sincero em cada frase, mas o sorriso se desfez com uma pontadinha de dor com as palavras seguintes: "Mas eu... eu posso apenas ser um bom dono para você, caso seja só isso que você precise de mim."

Jungkook escutou a confissão sem sequer piscar, bochechas vermelhas e lágrimas tremeluzindo nos olhos arregalados. Ele deu um passo na direção de Taehyung, até seus joelhos se tocarem. Pedestres iam e vinham ao redor deles, o burburinho de risadas e a agitação do mercado, os cheiros e as cores - tudo era como um mundo vivo vibrando do lado de fora da bolha que os envolvia.

"Hyung", Jungkook murmurou docemente, inclinando a cabeça em especulação, "você está me pedindo em casamento?"

Taehyung bufou. Houve um instante de total silêncio entre eles, enquanto Taehyung revia as próprias palavras e se dava conta de que era isso mesmo que parecia e, assustadoramente, ele não estava tão horrorizado assim com a possibilidade.

"Hm, veja só", coçou a nuca, calor subindo pelo peito e pelo pescoço até as orelhas, "não é uma coisa que não possamos pensar, mas antes disso eu acho que você deveria me dizer se me quer como companheiro. Quero dizer, se você quer ser meu... minha pessoa? Deus, eu não sei como expressar isso, eu..."

"Seu namorado?"

"Não, não, isso soa tão ultrapassado, não acha?", Taehyung riu meio desesperado, o rosto inteiro enrubescendo.

"Pra mim soa muito bom", Jungkook ponderou, bochechas inflando e olhos espremendo conforme elas se erguiam e davam espaço para um sorriso aberto.

Taehyung hesitou, de repente muito ciente das mãos de Jungkook o puxando para perto pelas lapelas do casaco.

"Você... acha que é bom? Sério?!", ele ofegou e temeu que desse para escutar através de sua voz a felicidade e o alívio transbordando.

Jungkook fechou os olhos, lábios se afastando ligeiramente à medida que se aproximavam dos de Taehyung que, inconscientemente, ia recuando, apesar de querer mais do que tudo provar de verdade o beijo do híbrido. Os beijos alvoroçados que Jungkook lhe dera naquela manhã tinham sido apressados, pegaram Taehyung de surpresa - agora seria diferente, ele esperava por isso, queria tanto isso.

Só que...

"Bebê, não aqui", ergueu o queixo e deixou um beijo na testa de Jungkook. O híbrido piscou, saindo do transe, os sons da rua voltando com força a ecoar em seus ouvidos. "Vamos comprar algo para comer e aproveitar o resto da noite, sim?"

Segurando o rosto macio de Jungkook entre as palmas, Taehyung deixou beijos doces por todos os lugares. A pele dele era quente debaixo de seus lábios, principalmente nas bochechas.

Eles passearam pelo mercado, compraram bolinhos de peixe e se melecaram com o molho oleoso sentados na calçada. Jungkook queria provar tudo, o olfato perseguia o vapor das frituras que saia das panelas de óleo debaixo das tendas e Taehyung ria feliz, fazendo todas as vontades de seu coelho. As vezes, quando os olhares de ambos se encontravam entre uma risada e outra, Jungkook corava e Taehyung também, procurando então a mão quentinha do híbrido para segurar.

Já era bem tarde quando voltaram para casa. Ainda chovia. Eles entraram no imenso conjunto de prédios, subiram as escadas e percorreram o corredor que levava ao pequeno apartamento de Taehyung no mais completo silêncio carregado de expectativa. Pararam bem diante da porta. Taehyung virou-se para Jungkook, cujas orelhas úmidas de chuviscos estavam caída sobre as mechas escuras de cabelo sedoso. O garoto o olhava atentamente, grandes olhos escuros redondos enfeitiçando Taehyung e o humano sentiu-se tão vulnerável e impotente diante da grandeza do que sentia pelo híbrido.

"Jungkook", deu um passo adiante, cortando toda distância entre eles. Afagou o queixo do híbrido, polegar passando gentilmente pelo lábio inferior. "Eu estou apaixonado por você."

As orelhas de Jungkook recuaram suavemente em submissão e prazer ao ouvir as palavras na voz aveludada de Taehyung, que sorriu. Seu garoto era tão sensível e expressivo. Afagou a ponta felpuda das orelhas de coelho e Jungkook fechou os olhos, totalmente entregue. Taehyung o beijou na pontinha do nariz.

"Você sabe o que significa isso, meu amor?"

"Eu não sei, hyung. Eu... não sei explicar. Só sinto", Jungkook suspirou de leve quando as mãos de Taehyung se posicionaram nas laterais de seu pescoço. Os dedos do híbrido seguraram a barra do moletom de Taehyung como se buscassem algum apoio.

"Significa que meu coração é seu para fazer o que quiser. Ele é todo e inteiramente seu, Jungkook. Se você me amar de volta, meu coração vai se alegrar e aquecer e eu serei plenamente feliz. Se você não me amar de volta, eu vou sofrer, mas desejarei todos os dias que alguém o faça tão feliz quanto você merece. Eu não tenho uma escolha, mas isso não me deixa triste. Porque você está no mundo, eu o encontrei, e me sinto sortudo por isso."

Ele sentiu a umidade debaixo dos olhos de Jungkook quando os beijou castamente. O híbrido apertou o punho na barra de seu moletom, puxando para mais aperto e afundando o rosto no pescoço e Taehyung, o abraçando com força.

"Mas você não precisa sofrer, TaeTae, porque eu também amo você", murmurou, o rosto em chamas, mas o peito cantando de felicidade e gratidão. Em toda sua vida ele jamais imaginou que pudesse merecer tamanha alegria, um sentimento tão grande e verdadeiro como o que experimentava com Taehyung. A rotina simples que se acomodou no dia a dia deles, as coisas pequenas e sutis como compartilhar um lar, uma refeição, a plena confiança de que não importava o quê, havia alguém no mundo que o queria bem e jamais o machucaria... Jungkook já sofrera demais, sabia reconhecer a bondade e o amor genuíno. Taehyung o respeitava, o tratava como um ser digno, fazia Jungkook se sentir especial sendo exatamente como era. Perto dele, Jungkook não sentia medo ou vergonha. Afastou-se apenas o suficiente para olhar Taehyung nos olhos, apesar de toda vergonha pelo momento íntimo.

"Vou cuidar do seu coração, hyung", prometeu, a voz engrolada, mas firme, "Obrigado por dá-lo para mim, eu vou cuidar muito bem dele e vou me esforçar para nunca machucá-lo. E eu sei que você vai cuidar do meu também."

Taehyung sorriu, a umidade começando a arder nos olhos.

"Sempre, meu amor", Taehyung adejou a ponta do nariz de Jungkook com o seu, hálitos se misturando no ar gelado. Então, com um suspiro suave, pressionou os lábios de Jungkook com os próprios. Eles derreteram com o contato, corpos aquecendo apesar do frio da noite, o trepidar constante da chuva lá fora embalando o silêncio tranquilo.

5.

Naquela noite, Taehyung ensinou para Jungkook todas as maneiras de beijar. Nos dias que se seguiram, eles se beijaram na cozinha, nas escadas do prédio e debaixo do guarda chuva, voltando da feira, pernas espremendo sacolas cheias de morangos e kiwis.

Beijaram uma tarde inteira e preguiçosa de sábado, com a cabeça de Taehyung no colo de Jungkook após uma partida de video-game.

Beijaram com as bocas sujas de sorvete, beijos doces e também salgados, com gosto de pipoca de cinema.

Beijaram depois do banho, as peles frescas e aveludadas com cheiro de sabonete. Beijaram na boca, no pescoço, nos ombros, em todos os lugares. Jungkook era fluido e macio nas mãos de Taehyung, tão quente e doce. Eles não tiveram pressa, indo na direção que o desejo os levava, o cio cada dia mais próximo de Jungkook o deixando sensível, vindo fácil para os toques e beijos de Taehyung.

O humano não tinha nenhum tipo de experiência sexual com híbridos, não sabia ao certo se a sensibilidade de Jungkook era por ser um, ou pelo cio, ou por ambos, ou pelo desejo acumulado entre os dois por tanto tempo, embora não pudesse dizer que sua resistência era muito maior, pelo menos nas primeiras vezes. Fazia tempo que Taehyung não vivia nada íntimo com outra pessoa, estava literalmente engatilhado no instante em que entraram no quarto e bastou experimentar o calor estreito de Jungkook para sentir que estava caindo no céu sem conseguir se conter.

Amanhecia quando eles se acalmaram sobre os lençóis molhados. Jungkook estava suado, corado e bagunçado debaixo de si, os fluidos de ambos misturados em sua pele macia. Testas juntas e respirações descompassadas. Beijaram-se devagar, sem fôlego, extenuados, mas satisfeitos.

"Eu quero você", Jungkook segredou na orelha de Taehyung, que bufou uma risada.

"Por Deus, bebê, eu realmente não sei se consigo mais por hoje..."

"No meu cio", Jungkook acrescentou. Taehyung ficou rígido. Ergueu-se nos braços trêmulos e encarou o híbrido. A boca de Jungkook estava inchada e vermelha, pescoço brilhando de suor na luz azul do final da madrugada, orelhas espalhadas pelo travesseiro. Absolutamente lindo e seu, inteiramente seu agora e sempre. "Por favor, Tae, eu não quero passar o cio sozinho, estou com medo."

"Shh, não tenha medo", Taehyung afastou os fios bagunçados de Jungkook para longe dos olhos. Engoliu em seco. "É só que... eu nunca estive com um híbrido no cio. Isso... tudo isso aqui também é novo para mim, não quero decepcioná-lo, Gukie."

"Apenas não me deixe sozinho", agora que sabia como era estar nos braços de Taehyung, senti-lo em si, agora que sabia como era estar conectado com quem amava a ponto de se perder no outro, era aterrorizante passar um momento de vulnerabilidade e necessidade sem Taehyung, sozinho num quarto não familiar por horas e horas.

"Eu não vou", Taehyung selou a promessa com um beijo prolongado, a língua envolvendo a de Jungkook e a acariciando num encaixe de lábios molhados.

"Quero que seja aqui. Na sua cama."

"Nossa cama", Taehyung o corrigiu com carinho.

Agora, ele precisava se preparar e se informar depressa. Ao que tudo indicava, o ápice do cio de Jungkook estava mais perto que nunca.

6.

"Apenas pense nisso", Yoongi disse. Eles estavam no intervalo durante o expediente no Centro de Adoção, recostados no balcão da cafeteria. Taehyung acabara de contar para os amigos que ele e Jungkook estavam juntos realmente e que iria passar o cio do híbrido com ele. "O cio nada mais é que uma estratégia de reprodução da espécie. É a natureza se certificando de que não haverá uma falha."

"Híbridos e humanos não são compatíveis para reprodução", Jimin pontuou o que já havia dito antes, quando conversou sozinho com Taehyung, "e as necessidades de um híbrido no cio são completamente diferentes das de um humano no sexo. Em outras palavras, Tae, é bem difícil que você consiga acompanhar Jungkook."

Taehyung sabia bem. A resistência de Jungkook era assustadora e insaciável, agora que tinham transado tinha uma boa noção, nem conseguia imaginar como seria no pior dia do cio. Suspirou.

"Sei disso, caras, acontece que Jungkook quer que seja eu. Ele tem medo de ficar sozinho, e eu não vou obrigá-lo a isso."

"Você pode deixá-lo aqui", Hoseok sugeriu, "Somos amigos dele, não somos estranhos, e você pode acompanhá-lo pelo canal de monitoramento."

"Isso é tão... frio e impessoal", Taehyung negou com a cabeça.

"Ou você pode pareá-lo com outro híbrido", Jimin comentou sombriamente. "É uma possibilidade."

Jungkook passando o cio com outro alguém era uma tortura para Taehyung, embora ele já tivesse pensado nessa opção caso Jungkook o recusasse - era menos frio que passar sozinho num quarto de internação. Mas foi num panorama completamente diferente, antes de se declararem, antes de provarem estarem unidos e antes de Jungkook expressamente pedir que Taehyung ficasse com ele em casa, na cama deles, juntos.

"Não posso fazer isso", Taehyung lamentou sinceramente. "Não consigo fazer isso, além do mais, Jungkook pediu que fosse eu, apenas eu, não vou forçá-lo a ter um cio com um estranho só porque tenho medo de frustrá-lo."

"Bem, em todo caso", Jimin ponderou sugestivamente, "você sabe como funciona."

Sim, Taehyung sabia a lógica do cio de um híbrido. Preencher e ser preenchido vezes o suficiente para aplacar a dor do desejo.

"Eu vou arriscar", decidiu, nem um pouco seguro de que daria conta, mas certo de que não deixaria Jungkook viver o desconhecido sozinho. Encontraria um jeito, não era a primeira nem seria a última vez que um humano tentaria saciar um híbrido no cio.

E para Taehyung era uma questão de honra com Jungkook. O híbrido confiava nele e somente nele para isso.

Hoseok e Yoongi lhe deram tampinhas reconfortantes nas costas.

"Boa sorte, cara."

7.

Taehyung passou os dois dias seguintes se preparando. Enquanto isso, a temperatura de Jungkook subia, ele ficava cada dia mais na cama, enrolado nos lençóis de Taehyung, dormindo e tendo sonhos febris. Taehyung chegava em casa e encontrava a cozinha uma bagunça, os potes de comida vazios e cenouras e frutas roídas pela metade abandonadas por cima da pia. A máquina de lavar estava quase sempre cheia com as roupas do híbrido e Taehyung não precisava ser nenhum gênio para adivinhar a razão: o cheiro de lubrificação e sêmen empesteavam o apartamento inteiro. Era estonteante suportar, fazia a boca de Taehyung encher de água e seus miolos derreterem de desejo, e ele nem ao menos era tão sensível aos feromônios que Jungkook provavelmente estava exalando em quantidades anormais.

Foi no meio da semana que Taehyung chegou em casa com um mau pressentimento. Passara a tarde ligando para Jungkook, mas todas as ligações caíram no correio de voz e as mensagens não foram sequer lidas. Pediu para ser liberado mais cedo e voltou para o apartamento com o coração quase saindo pela boca de tanta preocupação.

Encontrou Jungkook no chão do corredor, barriga para cima, suando inteiro. O híbrido tremia e contorcia, olhos cheios de lágrimas, despido da cintura para cima. Taehyung quase engasgou de horror ao ver o celular que dera para Jungkook em cima da mesinha de centro da sala, pensando se o garoto tinha se arrastado da cama pelo corredor para alcançá-lo e pedir ajuda para Taehyung.

"Tae", Jungkook arfou numa voz cansada e necessitada. O pênis duro formava um arco grosso e maciço dentro da calça de moletom, uma mancha escura ressaltando toda a região do baixo ventre e das virilhas e outra ainda maior cobrindo as nádegas e a parte interna das coxas. Os músculos expostos dos braços estavam tão tensos que as veias saltavam, o abdômen trincado parecia tentar dobrar sobre si mesmo com cada contração de dor e ele estava completamente corado. Enterrava as unhas nas coxas e erguia os quadris, empurrando desesperadamente a pélvis no ar em direção a Taehyung.

Taehyung jamais vira nada assim. Era assustador, mas completamente erótico. Tudo em Jungkook o atraía como uma planta carnívora encantando uma presa. A pele dele, lisa e macia, brilhava, rosada e viva. Os olhos dele fitavam Taehyung com volúpia e carência e os sons que ele fazia eram o canto da sereia para o humano.

"Deus do céu", Taehyung chiou, o próprio pênis endurecendo em resposta à tudo que via.

"Tae, por favor", Jungkook arfou. Fechou os olhos, o rosto contraído e a mancha nas calças aumentando. "Dói. Dói, tanto, Tae, por favor."

"Shh, tudo bem", Taehyung tirou as roupas depressa, chutando calças, cueca, meias e sapatos para longe e se abaixando sobre Jungkook para puxar seu moletom e boxer. Foi uma dificuldade, Jungkook estava tão tensionado que o elástico do cós não deslizava entre as coxas duras e apertadas. Taehyung deu um puxão forte e no instante em que o cós passou pelos ossos dos quadris, o pênis de Jungkook ricocheteou contra a barriga dura, envergado e molhado. A cabeça, de um vermelho irritado, esguichava lubrificação sem parar.

Jungkook soluçou quando uma onda de excitação atravessou seu corpo no momento em que Taehyung tocou seu pênis numa masturbação lenta. Ele sabia que precisava satisfazer Jungkook de todas as formas possíveis e não seria inteligente usar seus recursos logo de cara, ou acabaria se esgotando depressa.

"Dói", Jungkook não parava de chorar, uma confusão de ofegos de prazer e súplicas engasgando na garganta. "Tae, isso não vai adiantar, eu preciso de você."

"Eu sei, meu amor, eu sei", Taehyung podia imaginar a quantidade de vezes que Jungkook tentara se aliviar sozinho não apenas hoje, mas nos dias anteriores, isso explicava porque seu pênis estava inchado e sensível além da conta.

Masturbou o híbrido, murmurando palavras gentis e fingindo não se impressionar com a quantidade de lubrificação que Jungkook produzia. Ela escorria pelo membro inteiro e descia como uma calda pelos testículos duros e cheios. Taehyung se aproximou mais, forçando as pernas de Jungkook a se abrirem para tentar lambê-lo ou chupá-lo, joelhos patinando na poça viscosa debaixo do garoto. Não foi nenhuma surpresa quando, sem aviso, Jungkook gemeu, o orgasmo rápido o deixando sem fôlego, mas fazendo pouco ou nada para relaxá-lo.

"Droga", Taehyung mordeu o lábio. O pênis de Jungkook parecia ainda mais duro que antes, prestes a explodir, as coxas ainda mais apertadas. O híbrido chiou de dor, esticando o pescoço para trás e chorando. Certo, para o plano B.

Ele desistiu de abrir as pernas de Jungkook para qualquer tipo de preliminar e engatinhou por cima do híbrido. Posicionou a glande entre as carnes das nádegas, deixando que a lubrificação natural de Jungkook o molhasse. A biologia deles podia ser diferente, mas pelo menos nisso ela estava a favor deles.

Taehyung tremia de expectativa e ansiedade, tentando focar a mente em satisfazer Jungkook. Não era sobre ele, era sobre Jungkook, mas Deus do céu, ele não conseguia evitar gemer e se empurrar contra a glande do híbrido, experimentando a sensação de ser lentamente aberto e preenchido. Sua cabeça era um branco radiante onde só existia a sensação plena de estar cheio de Jungkook. Ele abriu os olhos, percebendo a visão turva e úmida, e olhou para baixo no instante em que acomodou o pênis inteiro de Jungkook em si. Sentiu a contração vigorosa do membro dele, o próprio pau pulsando mais duro que nunca em resposta.

"Tae, Tae, Tae", Jungkook gemeu em delírio, orelhas esticando para trás, peitoral empurrando o ar. Os pequenos mamilos dele estavam inchados e vermelhos, oferecendo-se para a boca de Taehyung. Ele subiu e desceu experimentalmente algumas vezes no pênis molhado de Jungkook antes de se inclinar e pegar um dos mamilos do híbrido com a língua.

O corpo do Jungkook fervia debaixo das mãos de Taehyung, ele era todo músculos flexíveis e suor quente, preenchendo-o tão bem, tão carente e doce. Ele sabia que Jungkook tinha força o suficiente para agarrá-lo, jogá-lo no chão e ter o que queria, e por mais que as mãos do híbrido o apertassem a ponto de doer, Jungkook deixava que Taehyung o montasse no próprio ritmo, gemendo manhosamente.

Tão doce mesmo assim, tão entregue.

Taehyung o beijou pelo pescoço, subindo e descendo em Jungkook, que mal conseguia respirar, apertando os quadris de Taehyung com força e ondulando a pélvis junto com ele. Era tão bom, Jungkook encaixava tão bem, tão quente e pulsante e expandindo-o por dentro, o excesso de lubrificação ensopando ambos e tornando o deslizar ainda melhor e mais gostoso.

Taehyung estava tão perto da borda que já conseguia enxergar a queda.

Só que era cedo, ainda muito cedo.

Arregalou os olhos e praguejou quando Jungkook rosnou e o prendeu no lugar, quadris subindo e descendo como molas perseguindo o próprio prazer.

"Jungkook, não, devagar, bebê, eu não...", agarrou uma das orelhas do híbrido e a puxou numa tentativa de alerta, o que só fez Jungkook chiar e dobrar o ritmo em aprovação. "Jung...koo... ah-ah-ahh, humm."

Desesperado, Taehyung levou uma mão até o próprio pênis e apertou a base com força, retendo a ameaça do orgasmo repentino. Jungkook sequer o ouvia, mãos espalmando as nádegas dele para abri-lo e meter sem pausas, empalando-o muito fundo uma única vez antes de fitar o teto em profundo alívio, como se visse anjos descendo do céu. Taehyung arquejou, a sensação da pressão da quantidade de esperma sendo despejada em si fazendo com que o início do orgasmo pulsasse ainda mais forte, testículos reclamando pela liberação. Respirou fundo, lágrimas de prazer rolando pelas bochechas, a mente praticamente entrando em estado de alfa na concentração para não gozar.

Devagar, o sufoco passou e ele conseguiu deitar sobre Jungkook e beijar a expressão agora relaxada do híbrido. Jungkook suspirou, pernas finalmente soltando e caindo para os lados, corpo inteiro derretendo no chão. Olhou Taehyung com adoração, afagando os locais que sabia que tinha apertado o humano até machucá-lo.

"Obrigado", Jungkook sorriu genuinamente. Taehyung afastou a franja úmida e bagunçada na testa de ambos e o beijou. Jungkook cheirava a sexo, suado, desgrenhado, vermelho e ofegante e, ainda assim, os olhos dele, o sorriso dele eram a coisa mais doce e pura que Taehyung já vira.

Foi só quando se ajeitou no colo de Jungkook, sentindo o híbrido ainda pulsando duro como aço dentro de si, que a dor nos joelhos veio com tudo. Não era uma boa posição, mas Jungkook não deu tempo para Taehyung pensar muito sobre isso; virou o humano no chão, acomodando-se com cuidado entre as coxas de Taehyung e girando os quadris preguiçosamente.

Os gemidos roucos e dengosos de Jungkook ecoaram pelo corredor conforme ele aumentava o ritmo, a ponta das orelhas indo e vindo no rosto de Taehyung, que teria rido das cócegas suaves em seus cílios se não estivesse tão sensível e excitado. Os sons que Jungkook fazia, o peso de seu corpo e a firmeza de seu pênis o preenchendo eram bem mais do que Taehyung achava que podia dar conta, mas ele não tinha escolha a não ser resistir, porque o cio do híbrido estava muito longe de prometer uma trégua.

8.

Taehyung perdeu a noção do tempo. Depois que transaram pela terceira vez no corredor, Jungkook conseguiu reunir forças para levantar e arrastar Taehyung para a cama.

Taehyung fez o máximo que podia, retendo orgasmos e satisfazendo Jungkook e aliviando-o das dores do cio, cada esforço valendo a pena quando via a expressão de pura gratidão e amor no rosto suado de Jungkook após encher Taehyung com seu sêmen. Mas ele era apenas um homem, e o cansaço finalmente levou a melhor. Seu corpo inteiro doía, sua cabeça girava e sua garganta ardia. Quando o prazer era demais e ele gozava, a exaustão vinha com tudo e ele não soube exatamente em que momento fechou os olhos para uma pausa breve e acordou horas depois, com Jungkook o chupando. Zonzo, Taehyung olhou para baixo. A boca de Jungkook o engolia avidamente, olhos redondos e escuros o desafiando. Taehyung gemeu, incapaz de se impedir de endurecer mais uma vez naquela boca quente e molhada.

Jungkook engatinhou na cama e o montou, ambos suspirando com o encaixe lento e profundo. Taehyung podia estar sonhando ainda, pois Jungkook parecia um sonho em cima de si, tão bonito e bagunçado e perfeito. Taehyung o encorajou a possuí-lo, mãos puxando gentilmente o híbrido em seu colo. Jungkook apoiou as mãos no peitoral de Taehyung e transou com ele, o calor e a umidade familiar enlouquecendo Taehyung pouco a pouco. Jungkook gozou e continuou, a sequência de orgasmos seguidos permitindo que a lucidez voltasse e ele pudesse controlar o ritmo para poupar Taehyung, se contendo quando percebia que o humano estava muito perto, então começando tudo de novo e de novo. Uma tortura deliciosa.

"Venha em mim, Tae", Jungkook pediu manhosamente, "Preciso sentir você, por favor, só mais uma vez, meu amor."

Fechando os olhos e se deixando levar pelo prazer acumulado no pé da barriga, Taehyung veio, o interior apertado de Jungkook lhe extraindo as últimas gotas de sua semente. A coluna de Jungkook arqueou e ele fitou Taehyung com olhos marejados, a liberação quente do humano aplacando sua necessidade, e Jungkook veio mais uma vez, um último orgasmo longo e intenso que ele saboreou cantarolando gemidos de aprovação.

Taehyung não tinha mais forças. Percebeu vagamente o peso de Jungkook o deixando e então a pele suada e macia do híbrido se colando à sua quando ele se acomodou em seu peito e suspirou. Então, apenas silêncio e paz.

9.

Os dois dias que se seguiram após o cio do híbrido finalmente decrescer foram, resumidamente, Taehyung e Jungkook enrolados juntos na cama, dormindo e levantando apenas para comer e fazer a higiene habitual. Quando não estava dormindo, estavam se beijando e acariciando, olhos sonolentos derretendo um no outro, as vozes roucas pelo desuso murmurando declarações de amor. Houve um momento em que os beijos e os toques os levaram a se unirem mais uma vez, devagar e suspirando entre beijos molhados, sem a urgência selvagem do cio de Jungkook para apressá-los.

Taehyung entrelaçou os dedos de Jungkook no colchão, morando dentro dele o máximo que podia.

10.

"Você não precisa fazer isso agora, meu amor", Taehyung assegurou. Estavam parados na frente da delegacia, a mão de Jungkook apertando a sua, orelhas suaves tocando os ombros vestidos no moletom preto.

"Eu quero. Está tudo bem, Tae, eu estou pronto."

Com um sorriso encorajador, Taehyung o acompanhou para dentro da delegacia.

11.

Alguns meses depois, Taehyung, Hoseok, Yoongi e Jimin se reuniram na 24/7=heaven, a confeitaria na qual Jungkook trabalhava. Ele havia conseguido o emprego um pouco sem querer, numa tarde em que Taehyung o levou na 24/7=heaven para experimentarem um Red Velvet e o híbrido confessou que podia passar o dia inteiro ali naquele lugar. E então foi realmente algo despretensioso em que Taehyung perguntou se ele gostaria de trabalhar num lugar assim e os olhos de Jungkook brilharam em resposta, e então uma conversa amigável com a gentil dona da confeitaria, e agora Jungkook fazia parte do quadro de funcionários da 24/7=heaven, preparando cupcakes coloridos e servindo bolos e tortas perfumadas nas mesas pintadas em tons pasteis.

"Ele parece tão diferente do coelho assustado e medroso que chegou no Centro de Adoção", Hoseok comentou, as bochechas cheias de bolo de morango com chantilly. Todos fitaram Jungkook atrás do balcão, sorridente vestido no uniforme amarelo claro da confeitaria, as orelhas cor de leite perfeitamente encaixadas nos buracos laterais do chapéu de confeiteiro.

Para Taehyung, Jungkook já era perfeito antes, e era ainda mais agora que estava feliz.

"Você é um bom dono, Tae", Jimin o solicitou.

"Não sou o dono dele, Chim. Jungkook não é meu bichinho de estimação, ele é meu companheiro, meu melhor amigo, meu amor e metade da minha vida."

Yoongi engasgou com o cappuccino.

"Credo, que mel", debochou, fingindo falar da bebida. Hoseok riu, mas acertou um peteleco no joelho do amigo.

"Ei, pessoal, vejam", Jimin aponto para a televisão no alto, que segundos antes exibia uma apresentação de um grupo de garotas num programa de variedades. Agora, o plantão de notícias divulgava que um grupo de estudantes havia sido preso após uma denúncia. Letras brancas corriam do rodapé da tela: grupo de universitárias mantinham híbridos em cativeiro para fins ilegais.

O volume estava baixo, então Taehyung levantou depressa e se aproximou da televisão, conseguindo pegar os últimos detalhes da notícia. A repórter ainda falava:

"...do depoimento. As estudantes foram presas em flagrante, a perícia apreendeu celulares e computadores. O conteúdo feito ilegalmente com os híbridos em cativeiro era publicado em sites de pornagrafia. Todos os híbridos mantidos no local foram libertados e já recebem cuidados médicos. Em seguida, serão encaminhados para adoção."

"Acabou", Jungkook disse e Taehyung voltou-se, vendo que o híbrido estava logo atrás de si, olhando para a televisão.

A escolha de ter acompanhado Jungkook no cio fora a melhor, Taehyung tinha certeza disso. A conexão que eles tinham agora era tão forte e palpável como um laço os unindo, eles se entendiam com um olhar, se conheciam e sabiam as necessidades um do outro sem precisarem de palavras. Não fora apenas sexo ininterrupto e intenso, foi um gesto de doação e confiança mútuos.

"Sim", Taehyung afagou a bochecha de Jungkook com o polegar. O garoto cheirava a bolo e caramelo e tinha pó de farinha perto da boca. Taehyung o limpou e depois depositou um beijo casto no canto dos lábios macios de Jungkook, que corou e sorriu, o rosto todo iluminado de felicidade.

E Taehyung achou que podia flutuar feito nuvem de tanto amor.

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obrigada por lerem :)

por favor, se cuidem e fiquem bem <3

até!

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