Capítulo 7
PRESENTE
Quando Maria Hernandez sugeriu que Amália passasse a tarde de sábado com ela, testando penteados para a festa de quinze anos da sua irmã, ela fingira que precisava encaixar a amiga na sua agenda.
Mas a verdade era que as férias escolares de verão ainda não tinham acabado, e ela não tinha nada a fazer. Nem mesmo uma festa infantil para contar histórias. Nada a fazer a não ser se arrepender de ter jogado fora toda sua racionalidade e ter ido para cama com o maldito Spooky.
Uma tarde com uma das suas melhores amigas do colégio era uma boa distração, e ela também adorava mexer nos cabelos de Maria, negros e ondulados.
Muitas fofocas e mojitos depois, Amália estava alegre, terminando o primeiro penteado em Maria, quando Antônio Sad Eyes bateu na porta do quarto da irmã.
— Você tem visita
— Aposto que é o Juan, nao é, hermanito? Mas ele não pode me ver assim, com os grampos na cabeça...
Sad Eyes sacudiu a cabeça, soturno.
— Não você, Maria. Estou falando com Amália.
Ela poderia até imaginar a visita que ia procurá-la na casa de um membro dos Santos, ao invés de enfrentar sua abuela.
— Pois diga ao Spooky que eu posso até me divertir com um cholo, mas eu não fico com pervertidos.
— Você pode dizer você mesma— disse Spooky, que claramente estivera ouvindo do corredor. Sad Eyes escolheu esse momento para se retirar, enquanto Oscar, sério e de braços cruzados, encarava Amália. Ao vê-la de vestido florido, ele pensou que seria uma pena quando o verão acabasse.
— Pode nos dar licença, Maria?
Maria fez menção de se levantar, mas a mão de Amália sobre seu ombros a impediu, ,com uma força impressionante.
— Maria não vai a lugar nenhum. O que você faz aqui?
— Vim falar com o Sad Eyes, problema dos Santos...
— Ah sim, sua gangue delinquente.... — interrompeu Amália.
—... aí sua voz e vim saber porque está ignorando minhas ligações. Achei que você tinha gostado da noite, mami. — a expressão dele era quase divertida, uma das sobrancelhas erguidas em questionamento.
Amália mordeu a boca, como quem se contém, e voltou a atenção para os cabelos de Maria.
— Você sabe o que é pior que um maldito cholo, Maria? Um pervertido de merda.
Pelo espelho da penteadeira, Amália viu Maria arregalar os olhos.
— Está loca, Amália? — Oscar estava com o cenho franzido, a diversão anterior havia acabado .
— Loca? Antes louca do que pervertido.
— Eu juro que se você me chamar de pervertido mais uma vez...
— O que? Vai atirar em mim?
Dessa vez, ninguém impediu que Maria se levantasse e saísse vagarosamente pelo quarto.
Oscar parecia com raiva demais para articular qualquer palavra, o que alimentou a raiva da jovem.
— Estar interessado em uma garota de catorze anos!
— O que?
— Você esquece que o Jamal é meu primo? Ele me disse tudo sobre como César tentou proteger Monsé de você!
— Isso é sobre Monse?
— Tem outras garotas de catorze anos em que você esteja interessado?
Oscar não podia acreditar no que ouvia. Estava acostumado a ser mal compreendido, mas nunca esperaria que Amália falasse mal dele.
— Eu só estava mexendo com César, porque ele gosta da garota....
Mesmo assim, permaneceu na moça o leve olhar desdenhoso, os lábios não podiam esconder o desprezo.
— Então é isso que você pensa de mim, hun? Não se preocupe, hyna, vou te deixar em paz.
Não era a primeira vez que Spooky lhe dava as costas, e mesmo sendo o que ela deveria querer, ainda doía.
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