26_ Aniversário da cidade.
Depois de cantar e me fazer dançar, Justin finalmente parou me deixando respirar, já que eu ri tanto que fiquei sem fôlego.
ㅡ Não vai se arrepender. Vou ser o melhor namorado por um dia do mundo. ㅡ Ele sorriu para mim enquanto me observava dividir a baguete.
Voltei meu olhar para ele e senti uma sensação esquisita no peito. Uma sensação de que ele gostava de mim e que eu não precisaria fazer algo para receber a admiração dele. Talvez seja só a carência por ter que sempre provar para minha mãe que sou alguém para receber alguma atenção dela, mas ainda assim... Era bom saber que alguém gostava de mim pelo que eu era, sem esforços.
ㅡ Eu já não posso prometer que vou ser a melhor namorada do mundo... ㅡ Fiz uma careta me virando para ele. ㅡ Não acredito que eu leve jeito para isso.
ㅡ É só ser você. ㅡ Ele se aproximou de mim e parou na minha frente. OKAY, a gente ia fingir ser namorados por um dia, e o que namorados fazem? Sim, eles namoram! Ou seja, se beijam! Só que eu meio que tinha me esquecido desse detalhe. Quando Justin se aproximou de mim e eu percebi que ele iria me beijar, meu coração começou a acelerar e eu pensei que ia morrer de novo.
A mão dele tocou em minha cintura e eu senti que ia desmaiar ali mesmo. Todo meu nervosismo deu lugar a outra sensação: atração.
Encarei os lábios de Justin e, sem pensar, terminei com o espaço que nos separava. Eu o beijei matando a minha vontade de repetir aquele beijo. Ele beijava tão bem...
Eu não era muito de ler ou assistir romances. Ta, eu era assim, já que eu amo virar a noite maratonando filmes, mas não era porque eu gostava dos romances, eu só não gostava de ficar por fora das coisas. Se eu entro no meu Instagram e está todo mundo falando de um filme, eu sou obrigada a assistir para ficar por dentro de tudo e não pegar spoiler.
Sendo assim, já assisti, sim, muitos filmes de romance. Eu não lembro ao certo em qual foi, mas lembro de um em que a moça do filme já tinha quase vinte anos e mesmo assim nunca havia beijado ninguém pelo motivo de acreditar que beijos não eram coisas banais em que se dá em qualquer um. Lembro que ela até ficava triste quando via suas amigas saindo e beijando pessoas que nem conheciam. Ela realmente presava o beijo e queria que seus beijos fossem unicamente daquele que ela estivesse apaixonada. Disse que seria muito mais especial beijar alguém da qual gostasse do que um na qual não sabe nem o nome.
Eu não sei porque lembrei disso do nada, mas eu realmente entendi o que ela quis dizer naquele momento. É claro que eu já tinha beijado outros garotos, eu não era apaixonada por eles, mas gostava deles, mas... Agora... Beijando um rapaz que eu sentia que estava mesmo apaixonada... Tudo era diferente.
O sentimento não era de " é só um beijo, é só um cara ". Era O beijo e O cara. O beijo havia se tornado uma demonstração de sentimentos, e não de hormônios.
Eu senti como se estivesse conhecendo um lado " encantado " da vida, que eu não conhecia. Um lado que os filmes de romance sempre passavam, mas eu nunca entendia.
Estar apaixonada, além de quase morrer, me deixava muito brizada... Meu Deus.
Quando Justin se separou de mim, meus olhos se abriram encontrando os dele e logo depois ele sorriu.
ㅡ É estranho, sabia? ㅡ Ele franziu o cenho.
ㅡ O que é estranho?
ㅡ Estar apaixonado. ㅡ Ele voltou a dizer. ㅡ Beijar você é totalmente diferente de beijar todas aquelas garotas em festas. ㅡ Arregalei os olhos quando ouvi suas palavras. O que é isso? Feitiço? Como ele pode estar pensando a mesma coisa que eu?? ㅡ Desculpa! ㅡ Ele me soltou. ㅡ Eu não... Eu não queria comparar você com outras garotas, eu... ㅡ Ele esfregou a nuca parecendo sem saber o que fazer. Provavelmente viu meus olhos arregalados e pensou que eu fiquei irritada por ter falado das outras garotas.
ㅡ Relaxa, Bieber. ㅡ Ri de sua expressão. ㅡ Eu não ligo. ㅡ Virei as costas para ele e voltei a mexer no pão. ㅡ Contanto que eu seja a garota de quem você gosta... ㅡ Sorri.
Justin voltou a me abraçar e me deu uns beijos na bochecha antes de nos sentarmos na mesa para comer o pão.
ㅡ O que quer fazer hoje? ㅡ Ele perguntou.
ㅡ Eu não sei, mas acho que vai rolar algo na cidade hoje. Eles estão enfeitando tudo. ㅡ Respondi encarnado a janela.
ㅡ Sério? ㅡ Assenti colocando um pedaço de pão na boca. ㅡ Sabe o que eu estava pensando? A gente podia tentar ligar pro pessoal por algum telefone fixo. Só para saberem que estamos bem. Aqui no hotel deve ter algum.
ㅡ Ta, pode deixar que eu faço isso. ㅡ Me levantei da cadeira. ㅡ Enquanto isso você se veste. Aí damos um volta.
ㅡ Ei? ㅡ Ele me chamou antes que eu chegasse a porta. Voltei a ele e ele me deu um selinho.
Saí do quarto sentindo minhas bochechas vermelhas e com um sorriso estupidamente bobo nos lábios. Ele me deixava boba!
Desci as escadas do hotel encontrando um número incomum de pessoas tentando se hospedar. Levando em conta que eu ainda não havia visto ninguém ali além da própria moça que trabalhava, ver cerca vinte pessoas do nada me surpreendeu.
Estranhei tudo aquilo, mas logo avistei um telefone fixo sobre o balcão. Passei pelas pessoas tentando não esbarrar ou jogar ninguém no chão ( eu estava tempo demais sem fazer nenhuma besteira, tinha até medo do desastre que eu poderia causar a qualquer momento ) e parei perto da moça que tentava atender todo mundo.
ㅡ Com licença? ㅡ Pedi para o senhor que ela atendia. ㅡ É rapidinho. ㅡ A moça me olhou. ㅡ Eu posso usar o telefone?
Ela assentiu depressa e voltou a atender o senhor. Puxei o telefone de fio e disquei o número da Beverly. Depois de chamar umas quatro vezes, ela atendeu.
Wendy- Beverly?
Colin- Alô?
Fiz uma careta quando ouvi uma voz masculina.
Wendy- Quem está falando?
Colin- Eu que pergunto, você quem ligou.
Revirei os olhos.
Wendy- Me deixa falar com a Beverly, Colin. É a Wendy.
Colin- Wendy! E aí? Como vai a vida?
Wendy- Passa o telefone para a minha amiga, garoto. Afinal, o que que tu ta fazendo com o telefone dela??
Colin- Ela está no banho.
Wendy- Ta, me poupe dos detalhes.
Colin- Não pensa besteira.
Ouvi sua risada.
Colin- Vou passar para sua outra amiga aqui.
Aguardei mais uns segundos na linha até ouvir um ruído.
Chelsea- Deixa de ser chato, moleque. Sai daqui! Oi, Wendy! Menina! O que aconteceu com você e o Bieber??
Wendy- A gente perdeu o ônibus.
Chelsea- Isso é óbvio né, Wendy? Quero saber se estão bem.
Wendy- Estamos. Estamos num hotel. Não tínhamos sinal para ligar para vocês, então estou ligando do telefone do hotel. Avisa aos amigos do Justin que ele está bem e nós vamos pegar o ônibus de amanhã para irmos encontrar vocês.
Chelsea- Amiga, se eu fosse você, eu nem vinha.
Wendy- Por que?
Chelsea- Tá uma merda aqui. Estamos num hotel de frente para a praia, mas não para de chover desde que chegamos. Essa noite ventou tanto que eu pensei que o prédio ia cair. Então, estamos todos trancados num quarto enorme de hotel sem poder sair. Nem no tal jogo que os garotos queriam ir eles puderam. O campo era aberto, então a partida foi adiada. Eu acho que você ganha mais ficando aí mesmo.
Wendy- Quando vocês voltam?
Chelsea- Na terça. O ônibus passa por aí. Se eu fosse você ficaria em Flintonff. Soube que hoje é o aniversário daí, deve ter até festa. Queria muito poder estar aí.
Então, era aniversário da cidade. O que explica os enfeites e esse tanto de gente se hospedando.
Wendy- Ta, então eu vou ver com o Justin e ver o que ele acha. Bem... Se cuida aí.
Chelsea- Ta bom, amiga. Aproveita as festas aí, porque eu só vou ficar olhando para a cara desses garotos os próximos dois dias.
Ri dela e desliguei a chamada após me despedir. Agradeci à moça por ter usado o telefone e subi para voltar ao quarto. Quando entrei, Justin estava com uma calça de moletom preta e tênis com cadarços desamarrados nos pés. Ele ainda estava sem camisa, provavelmente esperando a ajudante dele.
ㅡ Que barulho é esse lá embaixo? ㅡ Ele perguntou enquanto eu me abaixava na frente dele para amarrar seus sapatos.
ㅡ Um monte de gente querendo se hospedar. ㅡ Respondi. Justin pareceu estranhar, mas não disse nada. Após terminar de amarrar, me levantei e ele fez o mesmo.
Ele olhou para mim e fez menção de dizer alguma coisa, mas eu segurei seu rosto e o beijei de novo. É, eu to que to! Porém, tinha um motivo dessa vez. Quando separei meus lábios dele, já abri um sorriso pidão.
ㅡ Podemos ficar aqui até terça?
•••
Continua...
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