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Aquela manhã estava sendo um verdadeiro caos. Camila mal havia comido e queria apenas ficar no colo. Foi preciso que todas se ausentassem de suas responsabilidades do dia para cuidar da menina, que a essa altura do campeonato, apenas chorava agarrada a Mani como um pequeno bebê coala; seria uma cena fofa em outras circunstâncias, mas agora, apenas aumentava o sentimento de preocupação de todas as mulheres presentes.
- Oh meu amorzinho, ainda não melhorou? - Questionou Ally ao que descia o lance de escadas, ainda vestida com seu pijama de cetim em tom claro.
Não havia sido apenas Camila que soltou um suspiro de alívio ao avistar a mulher, embora todas fossem mães, Ally se superava em todos os aspectos quando se tratava de maternidade.
Mani segurava Camila firmemente, tentando acalmá-la com suaves carinhos em suas costas. Os olhos de Dinah refletiam a preocupação das outras, mas ela sabia que precisava manter a calma. Lauren, sempre a mais prática do grupo, já estava verificando pela terceira vez a pequena farmácia caseira, buscando algo que pudesse aliviar a dor da menina.
Ally se aproximou, sua presença irradiando uma tranquilidade quase mágica. Sem hesitar, tomou a temperatura de Camila, suas mãos hábeis e experientes acalmando a pequena coala que soluçava.
- Está bem quente. - Disse Ally, abaixando o olhar, sabendo que um pouco daquilo era sua culpa. Ela não devia ter se descuidado de Camila.
Mani sentiu o coração apertar ao ouvir as palavras de Ally. Ela sabia o quanto Ally se culpava quando algo acontecia com Camila, mesmo que fosse algo fora do seu controle. Tentando aliviar a tensão, Mani sorriu suavemente para Ally.
- Vamos cuidar dela juntas, como sempre fazemos. - Disse Mani, sua voz firme mas suave.
Lauren finalmente encontrou o termômetro que procurava e rapidamente o entregou a Ally. Enquanto Ally media a temperatura, Dinah voltou com uma pequena compressa fria e a colocou gentilmente na testa de Camila.
- Vai ficar tudo bem, pequenina. - Sussurrou Dinah, tentando passar confiança, embora a preocupação ainda estivesse presente em seu olhar.
A temperatura confirmou o que Ally temia: Camila estava com febre alta. Elas precisavam levar a menina ao médico. Embora fosse arriscado, Ally não deixaria que sua menina se sentisse mal. Ally rapidamente pegou seu celular e ligou para o Sr.Cooper, o médico de Camila, explicando a situação enquanto as outras mães se preparavam para sair. Normani buscou o casaco de Camila e o cobertor preferido dela, tentando mantê-la o mais confortável possível.
- Está bem, vamos levá-la agora. - Disse Ally ao desligar o telefone.- Ele está nos esperando.
Lauren já estava na porta com as chaves do carro na mão, pronta para qualquer eventualidade. Dinah segurava a pequena bolsa com os itens essenciais de Camila, enquanto Mani segurava a menina no colo, a balançando de leve para tentar acalmá-la. Ela, embora não fosse muito paciênte com crianças, preferia mil vezes sua menina aprontando do que vê-la tão abatida. Enquanto caminhavam rapidamente até o carro, Mani olhou para o rosto de Camila, preocupada, a menina estava quente de mais, branca de mais.
- Vai ficar tudo bem, meu amor. - Confortou ao beijar o topo da cabeça de sua menina e viu ela tremer os lábios para chorar.
Normani tomou o assento do motorista ao entrengar sua pequena a Brooke, que, com Camila nos braços, se acomodou no banco de trás junto a Dinah, enquanto Lauren ia a seu lado. A viagem até o consultório do Sr. Cooper parecia interminável, com cada um dos momentos carregados de tensão e preocupação. Camila estava com mal estar visível e Normani, sendo médica, sabia que as coisas não estavam boas.
No caminho, Ally tentava distrair Camila com uma canção suave que costumava cantar para ela antes de dormir.
- Estamos quase chegando, meu amor. Vai ficar tudo bem. - Sussurrou, tentando transmitir calma.
Quando finalmente chegaram ao consultório, o Dr. Cooper já esperava na porta, uma expressão de preocupação, mas também de prontidão, estampada em seu rosto. Ao ver a menina, ele rapidamente as direcionou para dentro, pronto para fazer o que fosse necessário para cuidar de Camila. Ele e normani eram amigos de profissão e sabia do apresso que a mulher tinha com a menina.
Dr. Cooper levou-as para dentro, seu olhar analítico avaliando Camila enquanto guiava o grupo para uma sala de exame. Normani foi ao lado dele, compartilhando detalhes médicos que só ela poderia fornecer com precisão. Dinah e Lauren ficaram próximas, observando cada movimento com ansiedade.
- Vamos precisar fazer alguns exames para entender melhor o que está acontecendo, mas prometo que vamos cuidar bem dela. - Disse Dr. Cooper, sua voz calma contrastando com a tensão no ar.
Ally e Normani ajudaram a deitar Camila na maca, enquanto Lauren e Dinah mantinham-se ao lado. O ambiente estava carregado de preocupação, mas também de um profundo sentimento de afeto.
Enquanto o Dr. Cooper preparava os instrumentos para os exames, ele olhou para a colega e sussurou.
- Normani, sei que é difícil, mas preciso que você mantenha a calma para poder ajudar. Camila precisa de você, ok?
Normani assentiu, sentindo um peso no peito, mas determinada a ser forte por sua filha. Ela sabia que, o senhor Cooper também imaginava o mesmo que ela, mas isso somente os exames poderiam confirmar. Aquilo não era uma simples gripe, disso a mulher de pele morena tinha certeza.
A tensão na sala era palpável, cada mãe mantendo-se firme por Camila, apesar do medo que sentiam. Dr. Cooper iniciou os exames, seu rosto sério, mas focado. Enquanto Normani observava o procedimento, sua mente estava a mil, revendo todos os sintomas que Camila havia apresentado nos últimos dias. Ela sabia que a intuição de mãe dificilmente falhava, e algo lhe dizia que eles estavam prestes a enfrentar um desafio maior do que imaginavam.
Ally, continuava a cantar suavemente para Camila, tentando manter a calma e transmitir tranquilidade, mesmo que por dentro estivesse em pedaços devido a culpa. Dinah apertava levemente a mão de Lauren, compartilhando um olhar de apoio e compreensão. Ambas sabiam que, independentemente do resultado, estariam todas lá para a Camila.
Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, Dr. Cooper se virou para elas, sua expressão séria.
- Precisamos fazer alguns exames adicionais para ter certeza, mas é possível que estejamos lidando com algo mais sério do que uma gripe. Vamos encaminhá-la para uma tomografia agora.
O coração de Normani apertou.
- Doutor, podemos conversar a sós por um minuto? - Mani chamou e viu o homem de um pouco mais de meia idade assentir. Ambos foram para o corredor, escapando dos olhares atento das demais. Mani respirou fundo, tentando organizar os pensamentos antes de falar. A expressão preocupada do Dr. Cooper mostrava que ele estava pronto para ouvir. - Dr. Cooper, eu sei que você está fazendo tudo o que pode, mas preciso saber... - Mani hesitou por um instante, sentindo o peso das palavras que precisava dizer. - Existem sinais de algo mais grave, como uma infecção ou... algo que possa estar causando esses sintomas? O que o senhor acha que pode ser? - Sua voz era um sussurro ansioso, cheia de medo por se tratar de sua menina.
- Normani, eu entendo sua preocupação. Neste momento, os sintomas podem indicar várias possibilidades. Precisamos da tomografia para esclarecer o diagnóstico e agir da maneira mais eficaz. Fique tranquila, estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance. - Ele colocou uma mão confortadora no ombro dela. - Vamos cuidar bem da Camila.
Mani assentiu, mas sabia pelo olhar clínico do médico que tinha algo a mais ali.
- Seja sincero, senhor Copper. - Pediu olhando com firmeza nos olhos do homem, que suspirou.
- Ela está com um nível de inflamação muito grande. Está fraca e seu pulmão está cheio, como se tivesse fumado desde o dia de seu nascimento. Você tem as mesmas suspeitas que eu, mas sabe que só podemos confirmar com os exames.- Foi sincero, assim como a mesma havia pedido para ele ser. - Sugiro que faça o mesmo que suas mulheres. Entre, se acalme e espere os resultados. Me deixe fazer o meu trabalho Kordei.
A tensão entre os dois era palpável, mas Mani sabia que precisava confiar no profissionalismo dele, ele também era médico, especialista e havia se formado com honras na mesma faculdade que ela havia estado. Sabendo o que precisava ser feito, ela assentiu novamente, tentando absorver tudo o que ele havia dito.
- Obrigada, doutor. - Disse ela, sua voz um pouco mais firme. - Vou fazer isso. Mas, por favor, cuide bem dela.
O homem ofereceu um sorriso encorajador antes de ir para a sala de exames. Mani respirou fundo e retornou para junto das suas companheiras, tentando transmitir a confiança que o médico havia lhe dado. Ao entrar na sala, todos os olhares, ansiosos, se voltaram para ela. Ally segurou a mão de Mani, oferecendo apoio sem precisar dizer uma palavra. Dinah e Lauren observavam, prontas para agir conforme necessário.
Minutos depois, o Dr. Cooper entrou na sala, pronto para levar Camila para a tomografia. A pequena foi transferida com cuidado, e todas as mães acompanharam pelo lado de fora do vidro. A máquina de tomografia parecia enorme e intimidante, mas Mila, mesmo chorando, fez tudo que devia ser feito.
Enquanto o exame era realizado, Normani observava cada movimento, suas preces silenciosas agora mais fervorosas do que nunca. Após algumas horas esperando o resultado, o receio de Mani havia sido confirmado.
- Ela vai precisar tomar esses remédios e essas injeções.- O doutor entregou as receitas na mão de Mani que prontamente analisou, suspirando com pesar ao terminar de ler e olhar preocupada para a filha.
Camila havia pegado no sono a pouco com a ajuda de um calmante natural que foi fornecido pelo médico. Ela estava com pneumonia bacteriana, uma infecção pulmonar grave causada por bactérias que se proliferam no trato respiratório inferior, que podia levar a complicações sérias, principalmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido como o de Camila, afetava principalmente idosos,crianças e pessoas com doenças pré-existentes como a asma. O tratamento seria feito com antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, reposição de fluidos e, caso necessário, ventilação mecânica com oxigênio. podia ser transmitida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou por mudanças bruscas de temperatura, como a chuva gelada que a menina havia tomado.
- Obrigada senhor Cooper.- Agradeceu com um aperto de mãos firme.
- Marquei o retorno para daqui 7 dias. Imagino que consiga aplicar as duas injeções diárias que ela precisa em casa.- Mani assentiu, sabendo que em casa o cuidado e atenção seriam maiores do que no hospital. - Qualquer dúvida sobre o tratamento ou medicamentos, vocês tem meu número, é só chamar. - O homem sorriu para a colega de profissão e Mani sorriu de forma agradecida.
No caminho, elas haviam passado na farmácia e comprado tudo que era necessário para o tratamento da filha. Camila não havia acordado ao ser retirada da maca, nem sequer quando foi posta no carro. Quando estavam quase chegando em casa, a menina abriu os olhos, assustada pela mudança brusca de ambiente, ela tremeu os lábios, sentindo tudo voltar a doer.
Ally, percebendo o despertar da menina, virou-se imediatamente para confortá-la.
- Calma, meu amor. Estamos quase chegando em casa. Você está segura. - Disse Ally, acariciando suavemente a testa de Camila, que permanecia quente.
Normani, sentindo o coração apertado ao ver a filha em dor, ofereceu um sorriso reconfortante enquanto dirigia.
- Vamos cuidar de você, pequena. Vai ficar tudo bem. - Normani reforçou, tentando manter a calma na voz.
Lauren e Dinah, preocupadas, abriram a porta do carro assim que Mani estacionou. Ally, com muita dificuldade, conseguiu sair do carro com a menor em seu colo.
- Minha cabeça está doendo.- Resmungou em meio ao choro, preocupando ainda mais o casal.
- Eu sei meu amor, as mamães vão cuidar de você, eu prometo que tudo vai ficar bem. - Confortou, sem saber ao certo se o que havia dito era de fato uma verdade.
Camila se sentia fraca e febril, mas o conforto dos braços de Ally e as palavras suaves de Normani ajudavam a aliviar parte de seu sofrimento. Lauren e Dinah abriram a porta da casa rapidamente, preparando o ambiente para receber a pequena.
Ally carregou Camila cuidadosamente até o sofá, onde a deitou sobre os travesseiros macios e a cobriu com um cobertor aconchegante. Lauren prontamente trouxe os medicamentos e um copo de água, enquanto Dinah ajustava a temperatura da sala para garantir o conforto da menina.
- Vamos tomar esses remédios, meu amor, eles vão ajudar a você a se sentir melhor. - Disse Mani, oferecendo o medicamento com um sorriso encorajador, embora preocupada. Camila precisava tomar um xarope, dois comprimidos, fazer o tratamento com nebulização e as duas injeções.
Camila olhou para os remédios e imediatamente franziu a testa. Virou o rosto e puxou o cobertor sobre a cabeça.
- Eu não quero, é ruim! - A voz fala e chorosa ecoou pela sala, aumentando a preocupação das mães.
Mani tentou manter a calma, sentando-se ao lado dela e puxando suavemente o cobertor.
- Eu sei, querida, mas esses remédios vão fazer você se sentir melhor. Precisamos tomá-los, ok? - Disse, tentando soar firme, porém doce.
Camila balançou a cabeça com força, as lágrimas manchamdo seu rosto.
- Não! Eu não quero! - Gritou, sua voz sumindo no tom e Ally se aproximou, tentando ajudar.
- Mila, meu amor, vamos tomar um pouquinho de cada vez, tudo bem? Depois você pode comer um biscoito cheio de chocolates. - Tentou barganhar, sabendo que seria difícil convencê-la.
Mas Camila estava decidida a fazer birra. Deu um tapa leve no sofá, virando-se para o lado e começando a chorar mais alto.
- Não quero, não quero! - Continuava a insistir, seus soluços quebrando o coração das mães.
Normani respirou fundo, tentando manter a calma. Sabia que precisava ser paciente, mas também firme, ou as coisas não iriam caminhar.
- Bebê, eu sei que você não quer, mas precisamos fazer isso. Todas nós estamos aqui para você. - Disse, acariciando as costas dela com suavidade. - Vamos tomar os remédios agora, e depois você pode descansar. Eu prometo que vai ajudar. - Afirmou e não obteve resposta, apenas visão das costas da menor virada para todas.
- Meu amor, não faz assim.- Pediu Ally transbordando preocupação.
O que elas fariam? Se a menina não tomasse os remédios, sua situação podia e com certeza ia piorar.
- Olhe para nós.- Pediu Kordei com paciência e novamente foi ignorada.- Se não se virar e começar a colaborar... - Mani começou e foi interrompida com um grunido alto de indignação da filha.- Camila Cabello, eu estou te avisando.
- Me deixa! - Ela gritou novamente e esse foi o limite para Normani. Que sem avisar se sentou no sofá e trouxe mila para seu colo, decidida a ajudar a menina, mesmo sem sua colaboração. - Me soltaaa!! - Berrou em meio ao choro
- Camila, eu sei que você está chateada e com dor, mas precisamos tomar os remédios. Eles vão ajudar você a se sentir melhor. - Disse Mani, mantendo a voz calma, mas firme.
Milla se contorcia nos braços de Normani, mas a mãe não cedeu. Com a ajuda das companheiras, ela imobilizou a filha e forçou os remédios guela abaixo, com a menina chorando e tentando a todo custo cuspir o que foi posto em sua boca.
- Vai ficar tudo bem, meu amor. Estamos aqui com você. - Disse Dinah, tentando acalmar a menina. Após alguns minutos de luta, finalmente conseguiram fazer Camila engolir o remédio. A menina chorava copiosamente, mas as mães sabiam que era necessário.- Pronto, meu amor. Já passou. - Disse Mani, abraçando Camila com força, tentando transmitir todo o amor e conforto que podia.
Camila, exausta, finalmente parou de lutar e se aconchegou nos braços de Normani, soluçando.
- Você foi muito corajosa, baby. Agora descanse um pouco. Estamos aqui com você, sempre. - Disse Ally, beijando suavemente a testa da filha.
O pior não havia passado, ainda faltavam as duas injeções, mas com Mila naquele estado seria impossível aplicar. Mani, estava tão preocupada quando as parceiras, mas, com um olhar de compreenção, disse em lábios mudos que o melhor seria esperar. Todas concordaram. Dinah e Lauren prepararam um espaço confortável no sofá, com travesseiros e cobertores, para que todas pudessem descansar ao lado de Camila.
Assim que a menina pegasse no sono, elas iriam agir.
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