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5:[Rabiscos]

[13/11/2018: Terça- Feira]

ARIEL MURPHY

"É a professora que fará os grupos?"

"Aleatoriamente, sim." Uma onda de aborrecimentos e de desilusão ouviu-se entre as quatro paredes daquela sala. Presumi que todos odiavam que qualquer professor fizesse os grupos, ainda por cima, de forma aleatória.

"O trabalho consiste em novas culturas de outros países: Diversidade cultural. Quero que vocês façam um trabalho escrito sobre esta temática." Informou-nos, enquanto escriva alguns tópicos no quadro, rapidamente.

Uma aluna, cujo nome desconhecia, aproximou-se da minha mesa com uma bolsa negra vulgar. Pus o meu papel com o meu nome e apelido, tal como a professora de Geografia tinha ordenado, dentro daquele objeto e voltei a minha atenção para o meu caderno e para a minha caligrafia.

"Obrigada, Cassandra. Ora bem..." Leu o primeiro papel. "..Vincent fica com o Júlio." Eu não ligava muito para quem seria o meu par, pela simples razão de não conhecer ninguém, minimamente.

Isso era algo bom, ou algo mau?

Nem tinha reparado, mas, em vez de escrever o que estava no quadro branco, rabiscava alguma personagem. Tinha retratado perfeitamente movimento da bola na minha direção.

O apito do treinador doeu nos meus ouvidos. Posicionei-me na melhor maneira que podia para defender aquele remate daquele Alpha. Tera Marshall, o capitão e aquele que tem mais força de remate da equipa inteira. Tera recoou a passos largos da bola, sorriu para mim e num movimento veloz, avançou na direção do objeto. O remate era poderoso, e eu jurava que não era capaz de defender, mas defendi por alguns milímetros.

"Max com Eric."

Num movimento automático, comecei a entrar no desenho, pegando no lápis e aprofundando os detalhes do corpo e das roupas. Primeiro a cabeça, depois o corpo. O esboço estava posicionado detrás da bola com o pé esquerdo pronto para rematar a bola branca com quadrados vermelhos. Passei o lápis de leve e desenhei o cabelo do rapaz que estava preste a chutar.

Pergunto-me o porquê ele ter-me defendido, o porquê de ele não ser igual aos outros e não me ter julgado. Os Alphas sempre foram superiores aos Omegas, sempre inferiorizaram os Omegas, mas ele não parece se importar com o meu status.

"Isso não é uma cópia da realidade por causa da minha cicatriz." Arregalei os olhos quando vi o Tera sentado ao meu lado. "Tens memória fotográfica?" Paralisado pelo choque, ele agarrou no meu caderno e começou a folheá-lo. "Desenhas bem, já reparaste? Quem são?" Ele virou o caderno para mim. Era uma criança fantasiada de demónio, com a pele vermelha e cabelos negros. A língua demoníaca e os olhos negros, ainda me lembro das tamanhas horas que eu tive para conseguir acertar perfeitamente no tamanho e formato dos dentes e da íris hexagonal.

"É o Kuma. Uma personagem minha." Tirei gentilmente o livro das suas mãos—tinha medo de fazer algum movimento brusco que o chateasse—e pousei-o, já fechado, em cima da mesa. "O que estás aqui a fazer?"

"Fiquei contigo neste trabalho, felizmente. Será fácil fazermos este trabalho."

"Porquê?"

"Porque és estrangeiro."

"Como sabes que sou estrangeiro?"

"Eu sou o capitão de equipa: Eu sei tudo sobre todos." Tive de controlar uma risada irónica acerca da sua afirmação. "E eu li a tua ficha técnica quando o Treinador disse que vinhas para a equipa. Escócia, não é?"

"Sim."

O rapaz abriu a tampa do computador e ligou-o. Logo apareceu um pequeno retângulo branco com password escrito nela. Em poucos segundos, a palavra foi trocada por várias bolinhas pretas.

"Há quanto tempo estás em Anoía?"

"Uns sete ou oito anos."

No meio de um momento de silêncio, acrescenei o pequeno corte à maça do rosto do esboço. Ele olhava para o lápis e a maneira como eu desenhava. Sentia-o cada vez mais perto do meu rosto, o que me causava um pouco de ansiedade. Nem todos são como o pai.

"Não falas muito, pois não?"

"Não."

"Porquê?"

Podia responder àquela pergunta de muitas maneiras diferentes, mas preferi ser simples. "Sempre fui assim."

Quando terminei de dar os últimos retoques ao esboço, voltei a fechar o caderno e olhei para o ecrã do computador. Havia uma imagem: Tera e uma rapariga ao lado. Suponho que são namorados, já que os seus lábios estavam colados. Tratava-se de uma menina bonita, de olhos castanhos escuros, com cabelos lisos, longo de algumas tonalidades me volta do castanho. Pareceu-me asiática.

"Linda, não?" Ele abriu uma pasta e um programa para escrever. "É a Camoren Diaz, a Capitã da nossa claque."

"A tua namorada?"

"Sim." Abriu um largo e orgulhoso sorriso. "A minha pequena."

Sem muito interesse naquela conversa, virei a minha cara e observei os restantes alunos presentes naquela aula. Todos tinham os seus feitios e formas. Todos tinham sorrisos nas suas caras por trabalharem com alguém que conheciam há longa data, ou por ter alguém novo à frente. Nunca entendi como as pessoas conseguem fazer amigos com tanta facilidade. Eles não sentem aquela sensação que alguém o está a julgar o a rirem das suas figuras? E como eles confiam um nos outros?

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

[16/11/2018: Sexta-Feira]

Calcei mais uma vez as minhas luvas brancas e vermelhas. Faltavam menos de 20 minutos para o treino acabar, e todos nós estávamos cansados. Posicionei-me no meio da baliza e respirei profundamente. O suor já me caia do queixo e eu adorava a sensação. Ninguém sabia o quão importante isto era para mim, defender, agarrar. Era uma das únicas coisas que amava na vida, e, se alguém mo privasse, era mais um passo para eu me entregar à morte.

A adrenalina era um aliado nisto tudo, dava-me força para me erguer e nunca desistir, afinal esta era uma das coisas que queria continuar a fazer na vida. Ela dava-me esperança.

"Prontos?!" O treinador levantou o braço direito e soprou o apito que tinha entre os lábios. Todos os rapazes remataram as suas bolas, seguidamente. Um por um. Todos com forças diversas, uns com mais potência e outros com mais efeitos. Outros com vontade de me matar com os remates, outros sem forças devido a este treino severo.

Em rapidez extrema, consegui, em segundos, passar de um canto para o outro e saltar até ao cimo da baliza. Pousei as mãos nos joelhos, ofegante. A minha respiração era a única que se ouvia com mais facilidade e frequência. Nenhuma bola bateu nas redes.

Sorri.

"Minha Lua!" Oliver, um dos médios esquerdos, exclamou seguido pelas próprias palmas. "Sem ofensa ao Rodrigo, mas o Ariel defende bem melhor." Enfatizou. Tento não corar com o elogio, contudo era impossível: eu coro muito facilmente.

Sentei-me no chão e levei a mão à testa com o objetivo de tirar todo o suor da mesma. "Quem é o Rodrigo?" Suspirei.

"O nosso antigo guarda-redes. Ele teve de se ir embora por causa do Capitão." Gabriel respondeu de braço cruzados. O seu olhar estava aguçado para o acusado, desafiando-o. Olhei para o Marshall: as suas mãos começavam a ficar negras; soltou um riso irritado. "Meteu-o na maca com o ombro todo virado."

"Não tivesse dito o que disse."

"Oh, por favor, Marshall, que flor de estufa que és! Nem aguentas que te chamem uns nomes que ficas logo todo irritadinho e mostras logo os teus olhos de Supremazinho." Tudo o que era dito, acontecia. Os olhos encarnados do Tera começaram a aparecer e a sua raiva estava a níveis altíssimos. Conseguia senti-la mesmo a alguns metros deles. "Supremo de merda."

E a partir daquela fala, o pavilhão quase virou um ringue de luta. A briga não chegou a acontecer já que o Max se metera à frente deles, interrompendo todos os gritos de incentivo dos restantes. "Acabou!" Max empurrou-os em sentidos opostos. Primeiramente, apontou para o Tera, cujo estava ofegante. "Se controla! Você não entende que está com os pés para a expulsão por causa de merdas de lutas como estas!"

"Tu tens uma sorte por ele estar aqui, Gabriel..."

"Como se tivesse medo de ti, Marshall." Fugiu dos braços do Max e aproximou-se do capitão.

"Chega!" O treinador conseguiu afastá-los, no mesmo instante. "Outra vez esta merda! São os mais velhos daqui e ainda agem como crianças!"

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

Os rapazes, velozmente, voltaram para o balneário com os sacos por de baixo das axilas. Peguei na minha sacola negra e velha e pu-la no meu ombro com algum cuidado. Mesmo a caminho do baneareo, já saiba que iria ser recebido pela continuação da briga daqueles dois. A raiva estava muito presente no ar pesado cujo estava pragnado no pavilhão. Era impossível alguém não notar.

"Não tens tomates para me bater, Supremo." Quando entrei dentro do balneário a minha visão, instintamente, captou a mão grande do capitão que envolvia o pescoço grosso e forte do louro contra os azulejos azuis e brancos da parede.

"Oh, se tenho..."

"Então vai! Bate-me, Capitão. Mostra para o novato quem és!" Vi a mão do Tera se formar num punho e vir contra a parede, a poucos centímetros da cabeça do Gabriel. Ele olhou para a porta por alguns atímos de segundo. Os seus olhos estavam novamente vermelhos, porém senti a sua vontade enorme de se controlar—embora, aparentemente a vontade de assassinar o seu rival a ponha num canto--. "Bora! Bate-me! Não tenhas pena, Supremo!" A partir daquela deixa, a luta interna do Tera fora ganha pelo instinto.

O capitão parecia uma aberração, sem controlo, enquanto agarrou no pescoço do louro, com firmeza, e levantou-o do chão. Ele não parecia mais o Tera curioso e divertido e que sentara comigo para fazer o trabalho de Geografia. Ele estava mais instintivo do que racional.

"Tera, tem calma!" Max tentou-se aproximar, mas alguma coisa o fez pensar duas vezes. Ele veio para ao pé de mim e puxou-me para trás, deixando um outro momento da equipa passar pela porta do balneario.

Em poucos momentos, Gabriel estava de novo no chão com o capitão em cima da sua cintura.

"Calma?! Eu estou a corroer-me de vontade de o matar!!" Mais um murro.

Os dois Alphas arrancavam sangue um do outro de forma violenta. Os punhos do moreno estavam constantemente no nariz e no maxilar do louro, que nem se tentava defender.

Aquelas imagens mexiam comigo de certa forma. Via-me no lugar do Gabriel, mesmo sem saber o historial de brigas e razões, embora tenha algum certo tipo de curiosidade e receio da resposta. Naquela situação, quem tinha a culpa era o Gabriel, mas não sabia se sempre fora assim. Não sabia se o Tera ou o Gabriel era o mau da fita, ou se era os dois. Contudo, sabia que um sorriso surgiu nos lábios de Gabriel por entre os poucos murros que tentava decifrar no Tera.

"Para com isso!" Um rugido forte surgiu. Era uma voz forte, uma voz severa e autoritária, mas não era de Alpha. E foi essa voz que fora capaz terminar a briga. Olhei para a porta do balneário e vi um dos meus colegas ao lado do Diretor. Ele tinha um ar zangado, mas ao mesmo tempo fatigado e aborrecido. Certamente, esta não foi a primeira vez que ele fora chamado por uma briga entre eles. O balneário ficou em completo silêncio. "Tera Marshall, na minha frente, já!"

"Isto não fica assim, Lestrange."

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

Suspirei, quando senti o banco no meu corpo. Finalmente, um pouco de tranquilidade, uma sala de aula. Duas horas de Química, umas das minhas matérias favoritas, com um dos professores que me conquistou desde da primeira aula. Mas por muito que eu tente me concentrar naquela beleza- e que beleza- de professor, não conseguia. Mais que metade da minha atenção estava no Tera, que ainda não tinha voltado. Eu não estava tão preocupado com o seu físico, mas sim com o seu psicólogo.

Quando ele passou pelo Max, e consequentemente por mim, vi no seu olhar raiva envolvido em arrependimento.

"Andrews, o Marshall decidiu faltar às minhas aulas de novo?"

"Está no gabinete do Diretor."

"Mesmo motivo de sempre?"

"Sim."

🌑🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘🌑

Alguém bateu na porta de forma educada e lenta, tirando-me do mundo dos desenhos. Levanto rapidamente a cabeça e tiro os caracóis da frente dos meus olhos e vejo a porta a abrir timidamente. Tera. Ele já estava vestido com o seu uniforme normal escolar, penteado e quase sem qualquer vestígio de briga—apenas tinha um pequeno corte no lábio inferior e um penso na cana do nariz--.

"Posso, professor?"

"Pode, Marshall." Tera parecia que carregava consigo um ar pesado, pois até o professor conseguiu sentir a aura negativa que ele carregava.

Tera entrou sala adentro, e olhou para mim, por breves seguros. Os seus lábios, mesmos feridos, com algum esforço, se rasgaram num pequeno e tímido sorriso. Espera...Ele sorriu para mim?

Fiquei fugaz por uns miserismos segundos, perplexo pelo o seu gesto inocente- e igualmente diabólico- ao ver o seu olhar terno contra o meu.

"Então, brother?"

"E aí."

"Este átomo tem 7 eletrões de valência, então o seu ião irá perder um eletrão para ficar com 8 eletrões de valência, ficando assim mais estável." O professor voltou a explicar a matéria que bem conhecia.

"Estiveste a fumar?" Ouvi bem baixinho e com alguma interferência.

"Nem se pergunta isso."

Em tão pouco tempo consegui entender que os cigarros para aquele rapaz eram o refugio de todos os seus problemas. Os seus cigarros eram as minhas artes, a sua fonte de calma e paz que, aparentemente, era destruída pelo seu rival Gabriel Lestrange.

Durante toda as aulas da matéria que eu não tinha qualquer perguntas ou dúvidas, tentava calar a única pergunta que assombrava a minha mente: porque é que aqueles dois são rivais?

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