No coração da movimentada cidade próxima ao castelo, as pessoas se agitavam mais do que de costume. Carroças carregadas de legumes frescos e frutas vibrantes cruzavam as ruas, enquanto outras transportavam visitantes ansiosos, que comentavam com empolgação sobre o festival iminente.

O frenesi geral fazia a cidade pulsar com uma energia viva e contagiante. Mercadores em suas barracas chamavam por clientes, exibindo mercadorias exóticas e especiarias raras. Cavaleiros e ajudantes do castelo organizavam o espaço, enfeitando as ruas com luzes e bandeirolas coloridas, preparando cada detalhe para o grande evento.

Em meio a esse caos organizado, uma jovem caminhava com passos cuidadosos e olhos maravilhados. Ochako Uraraka, carregando uma pequena bagagem, parava de tempos em tempos para apreciar as novidades e absorver a animação ao seu redor. Seu olhar brilhava com fascinação evidente, embora também revelasse um toque de desorientação.

Ao desviar de algumas pessoas apressadas, ela esbarrou sem querer em um homem alto que carregava uma pilha de caixotes. Ele balançou ligeiramente, mas logo se recuperou, lançando-lhe um olhar surpreso. Uraraka corou levemente.

— Ah! Desculpe! — disse ela, com um sorriso envergonhado.

O homem apenas riu e acenou com a cabeça, tranquilizando-a antes de seguir seu caminho.

Fragmentos das conversas ao redor chegaram aos seus ouvidos: menções ao festival, às competições, e às oportunidades de se destacar aos olhos de nobres e cavaleiros.

Cada palavra fazia seu coração acelerar, lembrando-a da verdadeira motivação que a trouxera até ali. Segurou firme a alça de sua bolsa de couro desgastada, sentindo o peso dos sonhos e da determinação que carregava. Pensava no trabalho árduo do pai e no desejo intenso de ajudá-lo, de transformar a vida de ambos para melhor.

Com determinação renovada, começou a caminhar em direção à área de inscrições, embora mantivesse um leve ar de hesitação. Ao se aproximar de uma barraca, foi recebida pelo olhar bondoso de um homem que a observava com atenção. Percebendo sua incerteza, ele apontou a direção com um sorriso acolhedor.

— Está procurando a tenda de inscrições? É só seguir reto, até próximo à arena, e dobrar à esquerda. Não tem como errar — explicou ele, simpático.

Uraraka olhou na direção indicada e avistou, ao longe, a imponente arena do festival, um grande coliseu com paredes de pedra que pareciam ecoar histórias de batalhas gloriosas. Sua estrutura majestosa se destacava contra o horizonte, atraindo a atenção e alimentando a imaginação de todos que passavam.

— Muito obrigada! — respondeu Uraraka, inclinando-se levemente em respeito antes de seguir o caminho indicado.

Enquanto caminhava, sua expressão encantada e humilde deu lugar a um brilho firme de determinação. Sabia que o caminho à frente seria árduo, mas a vontade de conquistar uma vida melhor para sua família a fortalecia a cada passo. Ela não estava ali apenas em busca de glória ou reconhecimento; estava ali para transformar sonhos em realidade, enfrentando um desafio de cada vez.